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Jovens plantam maconha em casa


nemmeviu

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  • Usuário Growroom

Da Agência Baiana

“Moleque na rua, na boca da favela, à espera de algum playboy a fim de um bagulho massa. É só chegar, pedir e pronto. Aqui o que quiser a gente descola, pode ser pó, crack ou maconha. É só chegar chegando”.

O parágrafo acima, em muito, se assemelha aos diálogos característicos de filmes como ‘Cidade de Deus’ e ‘Carandiru’. Mas, na realidade, basta passear por algumas ruas de Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, ou outra metrópole qualquer, para perceber que ‘boca de fumo’ não tem nada de ficção.

Depois que o documentário do rapper carioca MV Bill foi exibido com todo o glamour característico do Fantástico (TV Globo), a classe média brasileira parece ter acordado com o grito desses jovens marginais à sociedade.

Em Salvador, é impossível contar nos dedos o número exato de pontos onde se pode comprar droga. Faculdades, escolas e academias são locais estratégicos nesta empresa chamada tráfico. Se a procura é grande e a oferta é maior ainda.

Mas, com toda essa violência escancarada, o medo de ser pego e das conseqüências que um ‘vacilo’ pode significar, alguns usuários decidiram partir para a produção independente. Mesmo diante das inovações como o ‘disk drogas’ – uma espécie de ‘disk pizza’ que entrega, sob encomenda, na casa do usuário, trouxinhas de pó, cigarros de maconha e até o ecstasy, adolescentes, principalmente das classes média e média alta, preferem cultivar o ‘próprio barato’ em casa.

Seja em pequenos vasos instalados no quarto, na sacada do apartamento, ou, entre os mais sofisticados, com a ajuda da hidroponia, os pés de maconha se multiplicam pelos lares de Salvador. E, de acordo com estes novos ‘agricultores’ entrevistados por nossa reportagem, manter as pequenas hortas domésticas é bem mais simples do que se pensa.

Hoje, o trabalho está tão difundido que já existe até site de orientação para quem deseja cultivar a droga em casa. “É só acessar o Google (http://maracutaia.no.sapo.pt) e pronto, não tem como errar, mais fácil que fritar um ovo” diz um de nossos entrevistados.

A certeza da impunidade na internet é tanta que os ‘orientadores’ chegam a fazer piadinhas, em relação ao cultivo, seguidas de promessas de sucesso na qualidade e quantidade da produção. “Cuide da sua planta como um filho”, diz o layout de um dos 30 sites consultados pela reportagem da Agência Baiana de Notícias.

Apoio familiar - Filho de pais bem-sucedidos, João, 24, sempre manteve uma relação de diálogo com a família, estudou nos melhores colégios da cidade e, aos 19, já falava três idiomas com fluência. Aos 15, chegou em casa com os olhos vermelhos e achando graça de tudo. Aí, foi o suficiente para o pai chamar para uma conversa séria, daquelas, como dizem por aí: de homem para homem.

“Conversamos por mais de três horas e me senti à vontade o suficiente para assumir para o meu pai que tinha fumado naquele dia pela primeira vez”, lembra João. Ao contrário do que esperava, a reação do pai surpreendeu. “Ele me deu uma aula sobre as drogas e deixou muito claro que aquilo poderia estragar minha vida, mas, por outro lado, me confessou que também já havia usado”, revelou.

Depois desse papo, João continuou fumando e decidiu experimentar outras drogas. “Provei de tudo o que você possa imaginar, tudo mesmo. Coca, ácido, ecstasy, chá de cogumelo, só não tive coragem de provar heroína e crack, porque fode o cara”, diz.

Hoje, passados nove anos desde o primeiro “baseado”, ele cursa o 3º ano de psicologia e cultiva cinco pés de Cannabis sativa em uma estufa improvisada dentro do armário do quarto. Segue todas as recomendações e, de vez em quando, faz enxertos botânicos na tentativa de conseguir aumentar a concentração de THC (substância responsável pelo efeito alucinógeno da maconha). Tudo o que planta, afirma consumir na companhia dos amigos mais próximos e que não vende em hipótese alguma. “Se meter com tráfico é loucura. Só quero relaxar em paz”.

Embora João não venda, aproveita a qualidade da produção para promover pequenos campeonatos entre os amigos que, assim como ele, também cultivam a maconha que consomem. As “partidas”, como gostam de chamar, são promovidas dentro de casa ao menos duas vezes a cada seis meses. “Tempo de colheita da safra”, brinca o produtor.

A competição, pela qualidade da safra, em pouco tempo se transforma em festas regadas a cerveja gelada, maconha personalizada e muita, muita comida. “Haja pizza e esfiha misturadas com leite condensado para derrotar a ‘larica’ da galera”, brinca. Para quem não sabe, larica é o nome dado à fome decorrente do uso da maconha.

O campeonato foi a maneira que esses jovens encontraram de se divertir ao mesmo tempo em que testavam a qualidade da produção caseira. O vencedor não ganha nenhum troféu ou medalha, apenas o direito de curtir com a cara dos colegas. “É só para tirar onda”, ri João.

Legislação - Brincadeiras e tragadas à parte, o cultivo da Cannabis sativa é crime inafiançável. De acordo com o advogado Marcel Almeida, o plantio de vegetais usados para fins alucinógenos é tão grave quanto traficar. Embora a maioria deles não saiba, para a legislação brasileira tanto faz plantar ou traficar que a pena é a mesma. “O indivíduo que for flagrado cultivando maconha em sua residência está sujeito a uma pena que pode variar de 3 a 15 anos de prisão, fora os agravantes”, explica Almeida.

O estudante de educação física Tiago sabe disso, mas nem pensa em se desfazer da sua plantação. “É muito melhor eu plantar minha maconha no meu quintal ou no meu jarro, que ficar alimentando o tráfico. Já subi muito em boca, até arma apontada para a minha cabeça já tive. Não quero saber disso nunca mais. Fumo do que eu planto, não vendo. Então, qual o problema?”, questiona.

Para o advogado Almeida, “o problema é perder 15 anos da vida trancafiado em uma cela de 8m² com outras 50 pessoas”.

E aí, qual vai ser?

*Os nomes das fontes são fictícios

Colaborou Murilo Vilas Boas

http://www3.atarde.com.br/cidades/interna....5/22/981174.xml

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  • 2 weeks later...
  • Usuário Growroom

Na boa, se o Sr. Marcel Almeida falar o nome de apenas um traficante que ficou 15 anos preso eu tiro o chapéu pra ele. Este senhor deve ter se formado há uns 50 anos para falar isso. Pior ainda, imaginem um Juiz dando 15 anos de prisao para um grower. Só se o advogado do grower for este Sr. Marcel Almeida. Uma pergunta aos growers: Fazer "campeonatos de maconha" ou "festas regadas a maconha" foi o que levou você a cultiva-la?? Na minha opinião esta matéria da Agencia Baiana é muito ruim.

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  • Usuário Growroom

Na boa, se o Sr. Marcel Almeida falar o nome de apenas um traficante que ficou 15 anos preso eu tiro o chapéu pra ele. Este senhor deve ter se formado há uns 50 anos para falar isso. Pior ainda, imaginem um Juiz dando 15 anos de prisao para um grower. Só se o advogado do grower for este Sr. Marcel Almeida. Uma pergunta aos growers: Fazer "campeonatos de maconha" ou "festas regadas a maconha" foi o que levou você a cultiva-la?? Na minha opinião esta matéria da Agencia Baiana é muito ruim.

Aff Mr. Hemp, tem mto cara que tá preso a bem mais de 20 anos por mto menos, existem sim traficantes com 15 anos de prisão, até mais, graças a nosso maravilhoso sistema carcerário.

Qto aos campeonatos e festas regadas a cerveja e maconha, realmente, essa foi triste, mas de resto, gostei sim do texto.

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  • Usuário Growroom
Para o advogado Almeida, “o problema é perder 15 anos da vida trancafiado em uma cela de 8m² com outras 50 pessoas”.

Eu acho isso ridículo. Como já se sabe que o consumo da maconha não faz mal como dizem e sabem que realmente o auto-cultivo é uma ótima opção para tirar o poder do tráfico e reduzir os danos relacionados com o uso, eles colocam o fato de ela ser proibida e de se poder ir para cadeia como um malefício da droga em si, em vez de encarar o fato de o que causa isso é essa lei ignorante que temos em vigor aqui.

Não seja por isso então. É só mudar a lei, que o "problema da maconha" ta resolvido!

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