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Donkeydick

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  1. Pequena homenagem aos 33 anos do desencarne do mestre Bob... http://youtu.be/APWhx97QvxE

    1. Herculano Quintanilha

      Herculano Quintanilha

      Desencarne e passagem né!

  2. Salve salve rapaziada.... Cheguei agora em casa e boa surpresa... a nº4 tá na mão... Como sempre recebida em envelope pardo sem guela... Assino e vou continuar assinando..sempre recebo em casa sem precisar d fazer nenhum corre... Will e cia... 6 são foda!!! Abs e paz pra todos...
  3. Essa é a politica de redução de danos... trocar o crack que mata por maconha, que como sabemos e nossos políticos estão descobrindo agora, é muito mais saudável... Tem um broder meu q me ensinou tudo a respeito de informática (nos idos de 1990 quando se usava o DOS...) que depois de passar por 3 “clinicas” de dependentes de crack, e ter sua vida arruinada, aceitou meu conselho e passou a só fumar maconha... Resultado? voltou a ser uma pessoa "normal".... Reatou os laços familiares (tava morando na rua, tinha abandonado a mulher e os filhos), retomou ao seu peso normal (o Alemão tem 2 m de altura e 100 k), sua atividade física e intelectual (tinha abandonado o emprego) e graças a Deus esta livre do crack a mais de 10 anos e continua fumando maconha até hoje... Paz
  4. São dois pés de sativonas mesmo... e estavam começando a florar agora... fotoperíodo... Iriam ficar + ou - assim lá pra metade maio (daqui a 3 meses): as minhas só atingiram uns 3,5m porque foram podadas e amarradas... se não... atingiriam quase 5m... os coxa são assim msm... em casa fisseram questão de fotografar os pés junto com minha viola, minha mochila e minha faca de camping... foto esta que consta do processo... pra passar uma imagem de um cara doidão q toca violão e acampa.. e planta maconha... um perigo pra sociedade... Sorte ao mano... Paz e libedade a todos jardineiros...
  5. Porra... roubar os irmão é coisa de quem nunca deu um duro de plantar.... é como dizem... "rato de mocó".... e estes... se num morre... leva um coro de quebrar os dentes... Tem nego que tem q aprender +, estudar, ralar, plantar... e aprender principalmente a não abrir a boca pra falar merda. É a 1ª lei do mundo cão: falar menos e ouvir + Paz
  6. E ae rapaziada...blz? É foda ver q ainda depois de tantos "avanços" ainda existe por ai a maior cena de repressão por ser apenas um plantador, aquele que cultiva sua erva para não ter q pagar um pau pros trafica e muito menos pros coxa... Até quando vamos ser a ponta de lança q tem a visão do q é "correr pelo certo"? Até quando um ... delega do ... RS (q no mínimo tá querendo uma promoção ou ser convidado pra proxima copa?) vai querer ser o 'bam bam bam' pra querer se passar pelo cara cheio de moral e enquadrar pessoas de bem, q só querem se livrar do julgo do tráfico? É foda... mais retomando ao assunto a vida na cadeia não é mole não... Para quem se interessou e quizer entender melhor selecionei 2 livros e 2 filmes... Livros: Veja o relato da Kariana Biondi no dia de visita ao seu marido... Karina é antropóloga da Usp e pós da UFSCAR e escreveu um livro que é sua tese de pós: Junto e misturado: imanência e transcendência no PCC -link do livro para baixar em pdf direto da biblioteca da ufscar (1,11 MB): http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2369 Vejamos um pequeno trecho da tese e o sufoco q nossas visitas também tem q passar na mão dos (mal) funcionários: ..."Cerca de quarenta minutos se passaram até que, após passar pelo detector de metais, fui chamada à cabine onde passaria pela revista íntima. Como de praxe, me despi completamente, entreguei as roupas à funcionária e aguardei suas instruções. Ela pediu para que eu me agachasse três vezes, mantendo-me agachada na terceira vez, e tossisse. Assim o fiz e, então, ela pediu que inclinasse o tronco para trás, encostando na parede, e continuasse a tossir. Espremendo os olhos, disse: “não estou conseguindo enxergar lá dentro” e deitou-se no chão na tentativa de conseguir um melhor ângulo de visão. Essa atitude me surpreendeu, nunca havia acontecido isso. Na maioria das prisões, basta que tiremos a roupa, agachemos, abramos a boca, mexamos nos cabelos. No CDP da Vila Independência pediam também que tossíssemos, mas nunca nenhuma funcionária se esforçou tanto para “enxergar lá dentro” a ponto de deitar-se no chão. - Vai, tosse! - Cof, cof, cof... - Estranho... Não tá dando pra ver... Abre aí! - Como? - Abre com as mãos, pra eu olhar lá dentro. - Assim? - É. Sentia-me muito constrangida com aquilo, mas não havia nada que eu pudesse fazer para contornar a situação. Lembrei-me de uma garota que se sentiu envergonhada durante a revista íntima em sua primeira visita, desistiu de entrar e deixou a unidade. A funcionária que a examinava seguiu a garota até a rua, enquanto gritava: Você pensa que sou trouxa? Sei que você tem droga aí dentro de você! Quem você pensa que é?Acha que pode desistir? Ah... É porque sabe que vai cair [a droga], né? Volta aqui e enfrenta a revista, que eu te pego e você não sai mais da cadeia!"... Segue também a tese completa do mano Adauto: (o texto q postei anteriormente era apenas seu tcc da graduação). Crime, proceder, convívio-seguro:um experimento antropológico a partir de relações entre ladrões (709 KB) -link direto da biblioteca da USP: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-15032010-103450/publico/ADALTON_MARQUES.pdf Um resumo do livro segundo seu próprio autor: “...Neste experimento antropológico, fortemente inspirado na obra de Michel Foucault, apresento uma etnografia constituída principalmente a partir de conversas travadas com presos,ex-presos e seus familiares, em torno de experiências prisionais. No primeiro capítulo, exploro diferentes compreensões sobre o "proceder" e sobrea divisão espacial "convívio"-"seguro", elaboradas como resposta à pergunta nativa "o que é o certo?". Cada uma delas se faz como defesa do coletivo de presos donde emerge e como execração dos coletivos "inimigos". No segundo capítulo, busco deslindar uma dimensão de estratégias adjacente a essas compreensões, onde os presos são levados a restar atenção a eles próprios, precavendo-se para manterem um singular equilíbrio entre "ser humilde" e "ser cabuloso".Nisso consiste o sentido do que designam por "ser ladrão".Finalmente, no último capítulo mapeio uma noção de "crime" fundamental aos meus interlocutores, definido como "movimento" que estabelece as alianças nutridas entre "ladrões" e outros "aliados" - ao mesmo tempo em que define "inimigos" - a partir de considerações sobre suas "caminhadas"...” Filmes: O Prisioneiro da Grade de Ferro (Auto-Retratos): Sinopse: O sistema carcerário brasileiro visto de dentro: um ano antes da desativação da Casa de Detenção do Carandiru, em São Paulo, detentos aprendem a usar câmeras de vídeo e documentam seu cotidiano no maior presídio da América Latina. O documentário retrata também a ineficácia do sistema carcerário brasileiro, sua falha no processo de re-socialização, e sua falha no sistema de prevenção. Mostra a desobediência a vários princípios constitucionais, principalmente em relação à dignidade das pessoas. Apesar de mostrar assassinos, estupradores, ladrões, entre outros, o filme revela que a sua condição de seres humanos não é respeitada e que os prisoneiros são tratados como animais, vivendo em condições desumanas, fazendo que aqueles que retornam à sociedade, estejam ainda piores e mais revoltados do que quando entraram. Curiosidades: - Rodado durante 7 meses, no presídio do Carandiru, em São Paulo. - Exibido na mostra Première Brasil, no Festival do Rio 2003. Premiações: - Ganhou o Grande Prêmio Cinema Brasil de Melhor Documentário. - Ganhou o Prêmio da Crítica de Melhor Documentário, no Festival de Gramado. - Ganhou os prêmios de Melhor Documentário – Competição Nacional e Melhor Documentário – Competição Internacional, no Festival É Tudo Verdade. - Ganhou o Prêmio Especial do Júri, no Festival do Rio. - Ganhou o prêmio de Melhor Diretor de Documentário, no Festival de Tribeca. - Ganhou o prêmio de Melhor Documentário, no Festival de Málaga. Comentários do Uploader: Documentário que devassou o Carandiru e se tornou um dos melhores filmes brasileiro dos últimos tempos. O Prisioneiro da Grade de Ferro é muito mais retrato do que acusação. As denúncias obviamente existem, mas surgem espontâneas dentro do mapa traçado pelo diretor. O filme começa político para se tornar familiar. Ótimo filme, vale a pena conferir! - Assistir no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=dlIv7Pg5Ud0 - baixar (700,24 MB): http://uploaded.to/file/30ie6xbw Carandiru: Carandiru é um filme brasileiro de 2003, dirigido pelo argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco. O filme é uma superprodução baseado no livro Estação Carandiru, do médico Drauzio Varella, onde ele narra suas experiências com a dura realidade dos presídios brasileiros em um trabalho de prevenção à AIDS realizado na Casa de Detenção. Sinopse: Um médico (Luiz Carlos Vasconcelos) se oferece para realizar um trabalho de prevenção a AIDS no maior presídio da América Latina, o Carandiru. Lá ele convive com a realidade atrás das grades, que inclui violência, superlotação das celas e instalações precárias. Porém, apesar de todos os problemas, o médico logo percebe que os prisioneiros não são figuras demoníacas, existindo dentro da prisão solidariedade, organização e uma grande vontade de viver. Assistir no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=QZOKwn6GIN0 baixar (700,65 MB): http://uploaded.to/file/e5ajo7sr Paz, justiça e liberdade aos plantadores da nossa querida...
  7. Para todos q querem ententer um pouco o funcionamento do "x" e do q é o proceder na cadeia... coisas d "'sujeito homem"' q se eu não soubesse... tinha virado presunto rapidinho.... muito boa a tese do mano Adalton... Adalton Marques Apesar de inscrever-se na tradição kantiana para pensar o conhecimento, Durkheim considera preciso ultrapassa-la, evitando assim a alternativa do apriorismo e do empirismo. Para tanto, lança os fundamentos de uma sociologia do conhecimento, identificando as categorias do conhecimento com as representações coletivas, dando, portanto, uma resposta positiva (transpõem as velhas questões epistemológicas para a ciência positiva dos fatos sociais) e empírica (coloca as categorias no âmbito dos fenômenos sociais, recuperando seu vínculo empírico) a este problema. Deste modo, no projeto durkheimiano as formas de classificação não são mais universais, mas, além de arbitrárias, são objetivações das determinações próprias da sociedade (Pinheiro, 2004; Bourdieu, 2000; Durkheim, 2003). Embasados por esta teoria, tentaremos demonstrar como um complexo conjunto de regras existente no interior do mundo prisional e denominado pelos próprios presos de “proceder”, pode ser entendido nos termos de um sistema classificatório, pois faz, entre outras coisas, ordenar hierarquicamente o mundo prisional em diferentes espaços, tempos, grupos etc, separados nitidamente por linhas demarcatórias que são do conhecimento de todos aqueles pertencentes a esta população (Durkheim & Mauss, 1981). Veremos que seu conteúdo alterou-se ao longo do tempo, ou seja, enquanto alguns acordos e regras que estavam diretamente ligados a ele perderam sua validade outros entraram em vigência recentemente. No entanto, veremos também que estas mudanças históricas não alteraram sua capacidade de organizar a experiência cotidiana da população carcerária e a divisão espacial do espaço prisional. A partir de nosso material coletado – três entrevistas com ex-presidiários em outubro de 2004; conversas com sete ex-presidiários, com dois filhos e um irmão de ex-presidiários e com a mãe de um preso ao longo do ano de 2005; entrevistas acompanhadas de relatos etnográficos com o diretor do núcleo de educação, dois funcionários e dois presos da Penitenciária José Parada Neto em fevereiro de 2006; e, por fim, análises de letras de rap – verificamos a existência de um complexo conjunto de regras que perpassa parte da experiência cotidiana no interior do mundo prisional, balizando a forma de se pedir licença para ficar em uma determinada cela, a forma de se despedir no dia em que for concedida a liberdade, o modo de se portar durante os dias de visita, os esportes, as formas adequadas de utilização do banheiro e de conservação da higiene nas celas, o modo específico da conduta dos evangélicos, a escolha das vestimentas, os acordos econômicos, as trocas materiais, a distinção entre presos de acordo com os motivos que os levaram à prisão e de acordo com a história destes antes mesmo do cárcere, as resoluções de litígios entre presos, enfim, as decisões sobre quem deve ser punido por não cumprir tais regras e como deve ser punido segundo sua falta. Verificamos também que todas estas distintas regras estão compactadas, pela população carcerária, numa única categoria nativa: o “proceder”. Até onde nossa pesquisa nos permitiu aferir, o verbo proceder não é tomado pelos indivíduos que habitam o mundo prisional para indicar uma ação, mas, sobretudo, para indicar um atributo do indivíduo. De tal forma que não é dito “ele procede”, mas sim, “ele tem proceder”. Assim sendo, são acusados de “não ter proceder” aquele que não pagou uma dívida de drogas, aquele enquadrado no artigo 213 do código penal (estuprador), aquele que olhou para o familiar de um preso no dia de visita, aquele que não mantém a higiene dentro da cela, aquele que permanece sem camisa durante as refeições, aquele que delata seus companheiros à administração prisional etc . Esta dicotomia “ter proceder” vs “não ter proceder” produz uma divisão espacial do ambiente prisional entre “convívio” e “seguro” (ou “amarelo”)(ou seguro de cú..n.t). A seguir descreveremos as características de cada um destes espaços e inseriremos uma reprodução gráfica da Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado (Tremembé II) elaborada por um de nossos entrevistados que por lá passou, considerada válida para a Penitenciária José Parada Neto (Guarulhos I) segundo um funcionário da mesma. Cremos que esta ilustração nos ajuda na compreensão da divisão espacial no mundo prisional: O “Convívio” é o espaço habitado pelos indivíduos que se reconhecem como cumpridores do conjunto de regras do “proceder”, cujo não cumprimento implica em exclusão deste espaço; ou seja, é lá o lugar dos indivíduos que “tem proceder”. É o espaço daqueles que mantém a honra, pautada no cumprimento de suas regras severas, seja pelo próprio senso de honra ou pelo medo da reprovação diante da opinião pública e conseqüentemente das punições cabíveis (Bourdieu, 2002b). É o espaço daqueles que são “ladrões” ou “bandidos”, daqueles que honram seus nomes e, portanto, são “homens” – adjetivos dados aos indivíduos que tem “proceder”. Trata-se, portanto, de um espaço investido de sacralidade, onde a honra de cada indivíduo que ali habita é constantemente provada, ou, dito de outra forma, onde a opinião pública está, a todo instante, julgando as ações de cada individuo. A honra destes indivíduos está no cumprimento dos compromissos, na conduta digna no cotidiano da cadeia e na preservação do próprio nome. Por sua vez o “seguro” (ou “amarelo”) é o espaço que abriga aqueles presidiários que jamais conseguiriam manter suas vidas habitando o “convívio”. Trata-se de uma criação institucional, um mecanismo criado para salvaguardar os presos ameaçados por outros. É o lugar daqueles que, certamente seriam punidos com a morte por não se adequarem às regras do “proceder”. Cabe aqui enfatizar uma pequena diferença na trajetória dos habitantes deste espaço, a fim de mostrar um pouco da lógica desta composição. Este espaço é composto por indivíduos que quando presos vão direto para o “seguro” sem poder ao menos pisar no “convívio”, tais como, estupradores, “pé de pato” (justiceiros), indivíduos que tem “inimigos” no “convívio” e querem evitar o confronto etc; e, por indivíduos que, habitando o “convívio”, acabam por quebrar as regras do “proceder” e não restando outra opção, fora a morte, pedem proteção institucional e se abrigam no “seguro”. Entre estes últimos estão indivíduos que devem droga para traficantes do “convívio”, indivíduos que se envolvem em “quiaca” (briga) e não estão dispostos a matar ou morrer, enfim, indivíduos infratores de alguma regra do “proceder” que não pode ser relevada pelos demais detentos. Este é, portanto, o espaço daqueles que perderam a liberdade de estar entre os presos “comuns”, daqueles que além de punidos pela sociedade, foram punidos pelos detentos. Trata-se, portanto, de uma espécie de esconderijo criado pela administração carcerária para os indivíduos que estão com suas vidas ameaçadas no “convívio”. Desta forma, podemos dizer que a distinção da população carcerária passa por mecanismos institucionais, no entanto, o cerne da distinção, permanece na moral proposta pelo “proceder”. Desta breve exposição sobre o “proceder” podemos tirar uma primeira conclusão, segundo a qual, ele cumpre a função de associação e dissociação, ou melhor, de distinção entre a população carcerária. O que queremos dizer é que os habitantes do “convívio” se reconhecem como os portadores legítimos do “proceder” e é isso que os distinguem dos demais (Bourdieu, 2003). No entanto, apesar do cumprimento deste conjunto de regras ser considerado por todos os nossos entrevistados uma condição sine qua non para um indivíduo ser reconhecido como um “homem de proceder”, verificamos que alguns acordos e regras perderam sua validade ao longo do tempo enquanto outros surgiram mais recentemente, mas que durante seus períodos de vigência todos trouxeram ou trazem em seu âmago a classificação e hierarquização da população carcerária entre os que “tem” e os que “não tem proceder”. Nossa tarefa final, portanto, consiste em descrever e analisar dois relatos de parentes de (ex) presidiários que ilustram o surgimento de um trato entre presos na segunda metade da década de 1970 e a imposição política do PCC no século XXI dentro das unidades prisionais do Estado de São Paulo e, por conseguinte, elucidar como em ambas as configurações o que se arvora é determinar o que é estar de acordo com o “proceder”. O primeiro destes relatos foi feito pelo filho de um ex-presidiário que permaneceu no cárcere de 1976 a 1992, sendo a maior parte deste período na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru). Entre as histórias de quando visitava seu pai na prisão que nos relatou e as que lhe foram contadas pelo próprio pai, a que mais interessa para este artigo é a do surgimento da gíria “bola de meia”, exatamente por estar profundamente ligada à categoria nativa de “proceder” e de “convívio”. De acordo com este relato, os primeiros anos de prisão de seu pai foram vividos na carceragem de um distrito policial (DP), local onde aguardava o julgamento que o transferiria para Casa de Detenção. Na carceragem deste DP havia apenas o espaço da cela que era dividido pelos presos e um pequeno banheiro com apenas uma privada. Portanto, no interior daquele espaço havia somente os corpos destes homens, seus trajes e uma latrina. Somada a esta situação, a administração carcerária não permitia que nenhum artefato que pudesse ser transformado em arma chegasse à cela. A radicalidade desta política impedia até a entrada de recipientes de água no interior da cela, restando aos presos, portanto, apenas a água da privada. No entanto, um carcereiro que terminava seu turno de trabalho às seis horas da manhã passou a oferecer aos presos um balde de água potável, sob a condição de ser mantido o sigilo sobre aquele ato e de ser devolvido o balde em segundos. Diante de tal circunstância, os presos realizaram um trato que consistia em lavar a privada todos os dias às cinco e meia da manhã, antes da oferta de água, tapando seu fundo com uma bola feita de meias para despejar e conservar a água potável recebida e devolver rapidamente o balde ao carcereiro. A partir de então, os presos deveriam permanecer sem urinar ou defecar até o momento em que a água tivesse sido totalmente consumida ou ao anoitecer, pois neste instante retirava-se a bola de meias e autorizava-se a utilização da privada para saciar as necessidades fisiológicas de cada um. Às cinco e meia da manhã do dia posterior iniciava-se o ciclo novamente. Neste rígido trato o bem estar coletivo estava antes do individual; pouco importava se um indivíduo estivesse no limite de suas necessidades fisiológicas, pois a água deveria ser conservada até o final. Não havia a possibilidade de todos sentirem sede para que um não sentisse vontade de urinar ou defecar. Aqueles que não conseguiram conter suas vontades fisiológicas durante a vigência destas regras foram assassinados ou mandados para o “seguro”. Portanto, uma das condições para permanecer no “convívio” era conseguir adaptar-se ao ritmo da coletividade, anulando, deste modo, o ritmo das próprias vontades fisiológicas. Vemos, assim, como este trato produzia um sistema classificatório capaz de organizar a temporalidade da vida social, a divisão espacial da carceragem e a distinção e hierarquização daquela população entre os capazes e os não capazes de “ficar na bola de meia”, ou seja, entre os aptos a permanecer no “convívio” e os condenados a morte ou a viver no “seguro”. Segundo aquele rapaz, seu pai dizia que uma das condições para se “ter proceder” é a disposição para “ficar na bola de meia”. O mais impressionante é que meus entrevistados mais jovens (que permaneceram presos de 1995 em diante) também consideram que “ficar na bola de meia” é uma qualidade de quem “tem proceder”, sem, no entanto, saberem de histórias parecidas à que aqui foi contada, ou seja, sobre o surgimento desta gíria. Basicamente, dizem que “ficar na bola de meia” é saber aguardar o momento certo para tomar alguma atitude, é saber se conter para não produzir uma contenda com outros, enfim, é dominar a si próprio para não cair em alguma enrascada. Apesar destes presos mais jovens não terem precisado se organizar para fundar um trato idêntico ao que foi descrito acima, veremos a partir do outro relato que eles fundaram um novo trato, também ancorado na dicotomia “ter proceder” ou “não ter proceder”, capaz de organizar a experiência cotidiana do mundo prisional. O segundo relato foi-nos contado pela mãe de dois ex-presidiários e de um presidiário encarcerado desde 2004, ao qual esta história se refere. Inicialmente ela contou-nos sobre a prisão do filho no ano de 2004, junto com um amigo, por cometerem um assalto a mão armada, quando foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Santo André onde permaneceram alguns meses. Segundo ela, esta cadeia estava sob o domínio do Primeiro Comando da Capital (PCC) e nela todos os presos solicitavam à administração prisional para não serem transferidos para cadeias que não estivessem sob o controle da mesma facção, pois isto certamente os levaria a confrontos mortais com os líderes de outras facções. Pelo menos estes dois rapazes tiveram seus pedidos atendidos, sendo transferidos para o CDP Joaquim Fonseca Lopes (Parelheiros). Numa das visitas feita a seu filho, já em Parelheiros, esta mãe ficou perplexa ao verificar uma grande bandeira feita em lençol branco, hasteada no pátio da prisão, com a menção “Paz, Justiça e Liberdade” no ponto mais alto, um grande revolver desenhado no meio, quatro dígitos seguido da sigla PCC mais abaixo e ainda mais abaixo (e em letras menores) três dígitos seguido da sigla CV (Comando Vermelho). Ao indagar a seu filho sobre o significado daquela bandeira, ele respondeu que enquanto ela estivesse estendida não poderia haver qualquer acerto de contas no interior da prisão, e que, portanto, nos dias de visita impreterivelmente ela estaria hasteada. Explicou que isso fazia parte da proposta política do “Partido” (PCC) e da “Cevera” (CV), pois, em todas as cadeias dominadas por eles estavam decretadas duas ordens centrais: 1) a conservação da paz entre os presos do “convívio”, não podendo, portanto, haver acerto de contas e assassinatos entre presos sem a prévia consulta dos “irmãos”, indivíduos pertencentes ao “Partido”; e, 2) a obrigação de todos no propósito comum de “quebrar cadeia” (tentar constantemente fugir) e “bater de frente com a polícia” (decretar guerra contra o corpo policial). Ainda no regime anterior ao predomínio do PCC os litígios entre presos eram levados ao pátio da prisão e debatidos entre os “faxinas” – presos altamente considerados pelo seu histórico no mundo do crime e por terem “proceder” e, portanto, elevados à condição de detentores do monopólio para administração das contendas entre presos – para que assim se chegasse a decisão sobre quem se mantinha como “homem de proceder” e qual a sentença para o outro. No entanto, havia um grande número de facções convivendo no interior das unidades prisionais, produzindo e resolvendo litígios que não passavam pela opinião dos “faxinas”. Este foi o ponto de inflexão que caracterizou o declínio dos antigos “faxinas” da posição que ocupavam e a ascensão dos “irmãos” aos cargos de “faxinas”, por pertencerem a facção que se firmava como dominante no interior da maioria das prisões do Estado de São Paulo. A pesquisa realizada até aqui nos permite aferir uma relação de variáveis na qual, a ascensão do PCC ao domínio da maioria das cadeias do Estado de São Paulo é acompanhada pelo crescimento da população carcerária instalada em “seguros”. Para conter tal situação a administração prisional reservou algumas de suas penitenciárias para acomodação destes presos ameaçados de morte em cadeias do PCC. Vemos, portanto, que se por um lado o PCC decretou a paz entre os presos que permaneceram no “convívio” das unidades prisionais sob seu domínio, por outro exilou no “seguro” ou matou um grande número de presos que não se adaptaram a nova política instalada ali. No período anterior, nada impedia que um indivíduo que pretendesse cumprir completamente sua pena, não se envolvendo, portanto, nas tentativas de fuga dos demais, fosse considerado como um “homem de proceder”. Nos dias atuais os presos que se portam assim são execrados pelos pertencentes do PCC e considerados “coisas”, “lagartos” ou indivíduos que “gostam de cadeia”, ou seja, indivíduos que não estão em conformidade com a política do PCC, e, que, portanto, não “têm proceder”. Enfim, apesar das regras que caracterizam o “proceder” terem sido alteradas ao longo do tempo, suas diferentes configurações continuaram a produzir um sistema classificatório, de acordo com o sentido que esta noção tem para a concepção durkheimiana. Do mesmo autor é a asserção segundo a qual a sociedade supõe uma organização consciente de si que não é outra coisa que uma classificação. Deste modo, cremos que o “proceder”, em suas mais variadas configurações, corresponde à maneira pela qual a sociedade prisional pensa as coisas de sua experiência própria. Graduando do 8o semestre em Sociologia e Política da Escola de Sociologia e Política de São Paulo (ESP-SP) e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), sob orientação do Dr. Marcos Rufino. Para outras constatações sobre as regras no mundo prisional ver Dias (2005a e 2005b), Bicca (2005) e Sá (1996). Há outros espaços como a “cela dos evangélicos”, o “pátio”, o “pote” (castigo, solitária, pra onde eu fui por 30 dias trancado sem banho d sol, num espaço de 2x2 m ...por acharem um celular no barraco, mais sai d lá como heroi, por ter segurado a bronca sozinho...n.t.), a “cozinha”, a “escola”, as “oficinas”, a “inclusão” etc, imprescindíveis para compreensão do mundo prisional que, no entanto, são secundários para a discussão travada aqui. Para obter dados sobre as Penitenciárias do Estado de São Paulo ver http://www.admpenitenciaria.sp.gov.br/. O espaço “seguro” é a prova concreta da permanente ação julgadora da opinião pública do “convívio”. Em nosso Trabalho de Conclusão de Curso aprofundamos a análise valendo-nos das noções de campo e habitus para demonstrar que, o “respeito” diante das regras do “proceder” é o capital específico em jogo nas lutas que tem lugar no mundo prisional. Ou seja, afirmamos que a crença ali sustentada é o conhecimento e a disposição (o poder sobre um uso particular) para manter-se de acordo com um sistema simbólico particular, qual seja, o “proceder” (Bourdieu: 2003, 2002a e 2000). Um exemplo de cadeia assim é a Penitenciaria José Parada Neto (Guarulhos I) dominada pelo Comando Revolucionário Brasileiro do Crime (CRBC) e adjetivada pelos presos de cadeias sob o domínio do PCC de “cadeia de coisa” ou “cadeia de lagarto”. Um salve pros manos do barraco.... Paz
  8. A ousadia de Mujica Com a liberação da maconha, o presidente uruguaio cada vez mais se desprende do atraso latino-americano Extraído de CartaCapital por Cynara Menezes— publicado 01/01/2014 10:15, última modificação 01/01/2014 10:39 Em um episódio de 1995 do desenho animado Os Simpsons, Homer, o patriarca da família e símbolo da classe média americana, localiza, em um globo terrestre, o pequeno Uruguai, ao sul da América do Sul, e erra a pronúncia do país: “You Are Gay”. Quase duas décadas mais tarde e após três anos de um governo de esquerda, o ex-guerrilheiro tupamaro José “Pepe” Mujica deu a nosso vizinho de 3,4 milhões de habitantes tanto destaque no mapa que até Homer, sinônimo no Brasil do telespectador médio do Jornal Nacional da Rede Globo, seria hoje capaz de reconhecê-lo. Mujica é, segundo definições mundo afora, “o político mais incrível”, “o líder que faz sonhar”, “o presidente mais pobre do planeta”, que abriu mão de 90% do salário e preferiu morar em sua chácara em vez de na residência oficial. A revista americana Foreign Policy o listou entre os cem pensadores mais importantes de 2013, por redefinir o papel da esquerda no mundo. “Quando o presidente venezuelano Hugo Chávez morreu, em março, muitos acharam que o crescente movimento de esquerda latino-americana morreria com esse populismo de camisas vermelhas. Poucos meses depois, entretanto, o movimento encontrou um novo e pouco provável guia em José Mujica, presidente do Uruguai”, anota a publicação. “A controversa agenda de Mujica, que o fez ganhar tanto amigos quanto detratores, gerou um novo debate sobre o futuro da esquerda latino-americana. Ao estabelecer uma ruptura entre o claro antiamericanismo de Chávez e também com o profundo conservadorismo social da América Latina, Mujica aponta para um possível caminho futuro para seus camaradas.” Pepe despertou uma verdadeira Mujicamania até mesmo entre quem tenta esquecer seu passado de guerrilheiro que sequestrou e assaltou bancos durante a ditadura uruguaia e que passou 10 de seus 14 anos de prisão na solitária, edulcoração semelhante à produzida pela mídia mundial em relação a Nelson Mandela (a propósito, ler a análise de Antonio Luiz Coelho da Costa a partir da página 54). Mujica não dá, porém, sinais de pretender interromper os seus projetos “revolucionários”, em nome da conciliação ou da governabilidade. Na campanha presidencial, nunca amenizou o discurso para conquistar ou acalmar o eleitorado conservador. “Se chego a segurar o manche, vou expor minhas ideias. Vou propô-las e, se não aceitarem, que me apresentem outro projeto”, disse, em longa entrevista ao veterano jornalista uruguaio Samuel Blixen no livro El Sueño de Pepe. “Nós, os esquerdistas, vivemos tempo demais prisioneiros de um marxismo mecanicista, que não é culpa do velho Marx, mas do que veio depois.” Postas em prática, as ideias surpreendem o mundo pelo viés progressista. Enquanto, no Brasil, religiosos chantageiam e encurralam o governo, na terra de Mujica, só neste ano, foram legalizados o aborto até o terceiro mês e o casamento gay. Para culminar, a legalização da maconha, aprovada pelo Senado por 16 votos a favor e 13 contra na terça-feira 10 e que agora vai à sanção do presidente, é uma experiência única. O Estado controlará a produção e a comercialização em farmácias a 1 dólar o grama. Os usuários poderão cultivar até três pés da planta em suas próprias casas e organizar cooperativas de consumo. O objetivo é acabar com o tráfico da erva no Uruguai e reduzir a criminalidade. Segundo o presidente, a maconha não será legalizada, mas regulada, em substituição a um mercado à margem das regras. A oposição criticou a transformação do país em um “laboratório” e ameaçava recorrer a um referendo para derrubar o projeto. Rival de Mujica em 2009, o ex-presidente Luis Alberto Lacalle ironizou e sugeriu a criação de uma “Petrobras da erva”. A Junta Internacional de Fiscalização de Estupefacientes, órgão das Nações Unidas responsável por supervisionar o cumprimento de convenções sobre drogas, condenou a decisão e afirmou que a lei viola os tratados internacionais assinados pelo Uruguai. Em nota, Raymond Yans, presidente da entidade, declarou “surpresa” com a aprovação e se reportou a uma convenção de 52 anos atrás. “O objetivo principal da Convenção Única de 1961 é proteger a saúde e o bem-estar da humanidade. A Cannabis está submetida a controle por esta convenção, que exige dos Estados signatários limitar seu uso a fins médicos e científicos, devido a seu potencial para causar dependência.” Um documento interno da ONU, divulgado pelo jornal britânico The Guardian no começo de dezembro, revela, porém, uma insatisfação crescente dos países que assinaram a convenção. A Noruega e o México criticam os maus resultados da guerra às drogas e da proibição. Para a Suíça, a repressão tende a afastar os consumidores dos serviços de saúde pública que previnem as doenças transmissíveis pelo sangue. O Equador solicitou “esforços especiais” no sentido de reduzir a demanda. Diante das críticas, Mujica ressaltou o caráter inovador da legislação e manteve-se firme. “Vamos ter dificuldades? Certamente, mas a quantidade de mortos por ajustes de contas por causas vinculadas ao narcotráfico representa uma dificuldade muito maior”, disse, em entrevista ao uruguaio La República. “Iniciamos um caminho para combater o vício por meio da educação e identificando os que consomem e tendem a se desviar do caminho. Einstein dizia que não há maior absurdo que pretender mudar os resultados repetindo sempre a mesma fórmula. Por isso queremos experimentar outros métodos.” Tanto o líder uruguaio quanto sua mulher, a também ex-tupamara e senadora pela Frente Ampla Lucía Topolansky, confessaram ter pouco ou zero conhecimento sobre a maconha até assumirem o projeto pela legalização. “Nós dois, como temos certa idade (ela, 69, ele, 78), éramos perfeitos ignorantes no assunto. Éramos. Agora não”, disse Topolansky, cotada para o posto de vice na chapa do provável candidato à sucessão de Mujica, o ex-presidente Tabaré Vázquez. Quando a notícia sobre a legalização apareceu nas agências internacionais, surgiram as primeiras reações contrárias na vizinhança. No Peru, especialistas temiam que a liberação aumentasse a produção de drogas no país de Ollanta Humala. Segundo levantamentos de especialistas, a maconha a ser produzida pelo sistema estatal uruguaio não daria para cobrir nem a metade da demanda de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. “O Uruguai, minúsculo em população, pode funcionar como um ‘país-laboratório’ perfeito. O potencial impacto negativo para os países vizinhos, se vier a acontecer, deverá ter proporções muito pequenas”, opina o psiquiatra Luís Fernando Tófoli, professor da Unicamp. “Ao se colocar em perspectiva o tamanho do passo dado na direção de poupar as vidas perdidas na guerra contra o tráfico, é um risco que vale a pena ser corrido.” Houve quem recebesse a brisa vinda do Sul com franco entusiasmo. O ministro das Relações Exteriores, Luis Almagro, contou que as embaixadas uruguaias têm recebido consultas de estrangeiros interessados em fixar residência no país onde a maconha é livre, mas esclareceu: não será permitido o “turismo da Cannabis” nos moldes da Holanda. E o potencial econômico da produção e comercialização começa a atrair as atenções de centenas de produtores agrícolas e investidores estrangeiros, segundo o jornal uruguaio El Observador. Para o ex-presidente mexicano Vicente Fox, hoje um ativista e futuro investidor da maconha liberada, a legalização foi um “dia de festa”. “Parece-me que o Uruguai vai ganhar uma grande reputação. A medida é correta, vai evitar ser um território com violência e narcotráfico como no México. É uma decisão muito vanguardista.” Em maio, o ex-presidente se associou ao ex-executivo da Microsoft Jamen Shively, que registrou a primeira marca de maconha, a Diego Pellicer, em homenagem a um antepassado de Shively. Até o momento, a dupla conseguiu reunir os 10 milhões de dólares necessários para investir em uma casa de distribuição de Cannabis no estado de Washington, um dos dois estados americanos onde é permitida a venda de maconha para uso recreativo. O outro é o Colorado. Em 18 estados, o uso medicinal é permitido. Presume-se que apenas nos EUA o negócio da maconha poderá movimentar 20 bilhões de dólares anuais. Obviamente, a ideia do socialista Mujica, ao chamar para o Estado a produção e comercialização da maconha, não é transformar o vício em negócio. Ao contrário. O presidente do Uruguai conquistou fãs ao redor do mundo por sua posição anticonsumo, como ficou explícito no célebre discurso na Assembleia das Nações Unidas, em setembro. “A política, eterna mãe do acontecer humano, ficou limitada à economia e ao mercado”, criticou. Não seria com a maconha, uma planta, que Mujica iria agir diferente, em busca de divisas para sua nação. A principal dúvida recai sobre o modelo estatal de produção e comercialização. “Acho excessivamente regulamentado, diante de uma planta tão ‘anárquica’. Pode incentivar a desobediência civil a alguns pontos, como a necessidade de cadastro ou o limite de cultivo. Mas ainda é cedo para julgar”, pondera Tófoli. “O plano está posto. Vamos vê-lo em funcionamento na sociedade uruguaia para podermos criticar, sugerir melhoras e, principalmente, pensar como proceder no Brasil.” Em um subcontinente dividido entre a névoa do socialismo do século XXI e uma esquerda desenvolvimentista à moda dos anos 60 do século passado, Mujica mostra-se uma liderança sintonizada às demandas da modernidade. Logo ele, mais parecido a um personagem saído de algum romance latino-americano do século XIX.
  9. Agora na versão dublada, pra vcs q igual a mim, tão tão chapados q não conseguem ler aquelas letrinhas...hehehehe... RMVB 261 Mb: http://freakshare.com/files/4z7q8ies/CHEEECHFUM.rmvb.html http://uploaded.net/file/gxue6opg XviD 775 Mb: http://freakshare.com/files/xoo8s5pz/CCFMF.zip.html http://uploaded.net/file/4dg8vtxm Agredecimentos a Telona Paz e muitas risadas a todos.
  10. Boa reportagem... mesmo apresentando os "contras", dá pra reparar q os argumentos deles são bem fraquinhos... Parabéns a galera q faz tudo isso acontecer... c são foda.... Só faltou agora o video oficial...hehehe Paz
  11. É... o Uruguai parece 1º mundo msm... educação...padrão de vida... Se por aqui continuar do jeito q tá...Faltando pouco pra aposentar... Fica atraente ir pra la... ou fazer igual ao Jango, me exilar por lá. Por enquanto .... no resultado da enquete do msn: http://br.msn.com Você acha que a maconha deveria ser legalizada no Brasil? 23 % Sim....................11.973 votos 74 % Não....................38.942 votos 03 % Não sei...............1.871 votos Total de respostas.......52.786 Resultados atualizados a cada um minuto. Tá feia a coisa...bora votar lá galera... Paz
  12. 04 de Julho de 2013•18h46• atualizado às 19h15 Comissão parlamentar aprova projeto de lei para legalizar maconha no Uruguai A Comissão de Drogas da Câmara dos Deputados do Uruguai aprovou nesta quinta-feira um projeto de lei que deixa de penalizar o cultivo e a comercialização da maconha e que agora será debatido pelo plenário, onde, a princípio, conta com votos suficientes para superar o trâmite e se transformar em lei. A iniciativa estabelece que o Estado uruguaio criará um organismo regulador para cultivo, venda e consumo de maconha, mas não será o encarregado direto de produzir e comercializar a droga. Com sete votos a favor e seis contra, a comissão, dominada pelo partido governista Frente Ampla (FA), deu sinal verde ao projeto que é composto ao 44 artigos. O projeto deverá ser tramitado agora na Câmara dos Deputados, onde o FA, com maioria absoluta, garantirá os votos necessários para sua aprovação, já que um dos políticos do partido que se negava a apoiar a iniciativa anunciou que será a favor da norma após as modificações realizadas pela comissão. Segundo o articulado no projeto, esta lei procura reduzir o prejuízo causado pelo consumo de droga ligado ao narcotráfico, e para isso outorga ao Estado o monopólio da regulação e o controle de toda a cadeia produtiva através de uma instituição chamada Instituto de Regulação e Controle de Cannabis (IRCCA). Em seus aspectos de maior destaque, a norma permitirá o cultivo doméstico de cannabis psicoativo a qualquer habitante do país até um máximo de seis pés por pessoa e 480 gramas por colheita. Este cultivo também poderá ser feito por sociedades que poderão ter entre 15 e 45 membros. Além disso, o IRCCA criará um registro voluntário de consumidores que poderão adquirir no máximo 40 gramas de maconha por mês, aproximadamente a quantidade necessária para consumir dois cigarros por dia, em farmácias especializadas. Também será permitido o cultivo de cannabis com fins científicos e de cânhamo, sua variedade não psicotrópica, com fins industriais. A norma inclui também disposições para a prevenção do consumo, a proibição de qualquer tipo de publicidade que envolva a maconha e seu acesso a menores de 18 anos. Enquanto isso no Brasil... Enquete de hoje do msm: http://br.msn.com Você acha que a maconha deveria ser legalizada no Brasil? 21 % Sim 7.141 votos 75 % Não 25.383 votos 4 % Não sei 1.194 votos Total de respostas 33.718 Abs
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