Dêem uma olhada na matéria do site da revista Trip:
Jovens decidem parar de consumir maconha para não contribuir com os criminosos
O cineasta Thiago Negri, 26, fumava ocasionalmente desde os 15 anos e resolveu abolir a maconha de sua vida há três anos, após assistir ao documentário sobre o tráfico de drogas Notícias de uma Guerra Particular, de João Moreira Salles e Kátia Lund. "Fui a um debate na faculdade e o João disse que, infelizmente, o filme não causava impacto, não mudava a realidade", conta. "Ver a cena de um menino de 8 anos com uma metralhadora na mão causa impacto, sim. Foi aí que decidi parar de fumar." Uma imagem parecida também foi a gota d`água para o publicitário Gustavo Ortiz, 25. "No réveillon de 2000, fui ao Rio de Janeiro e resolvi comprar maconha pela primeira vez. Entrei na Rocinha e um menino de no máximo 8 anos me ofereceu uma trouxinha. Fiquei chocado ao vê-lo, sem escola, tendo que tirar a subsistência do tráfico. Lembrei do meu sobrinho de 6 anos. Foi o fim."
Mantenha o respeito
Usuária por dez anos, a redatora publicitária Luciana Cobra, 25, decidiu abandonar a maconha quando se mudou de São Paulo para o Rio, há cinco meses. "Aqui as pessoas convivem mais de perto com o submundo das drogas. Não condeno quem use, sou jovem e a maioria dos meus amigos usa. Mas, se as pessoas realmente parassem e pensassem na rede de corrupção que incentivam, com certeza um `pega` não daria o menor barato." O publicitário Maurício Gaia, 33, que fumava um baseado de vez em quando, não foi motivado por nenhum acontecimento específico. "Utilizei um raciocínio econômico: se eu não comprar e outras pessoas fizerem o mesmo, teremos menos armas nas ruas. Aí decidi parar", explica. "A maior parte das pessoas não percebe com clareza este vínculo entre drogas e violência. Acham que o governo tem que resolver o problema. É como o cara que joga papel na rua porque espera que algum gari limpe e fica irritado quando o bueiro entope." Não há contradição nenhuma em ser favorável à descriminação da maconha e, ao mesmo tempo, boicotar o consumo numa situação crítica de violência como a que vivemos. No entender da TRIP, a descriminação ajudaria até mesmo a enfraquecer o tráfico.
Se você parou de fumar maconha por causa da violência dos traficantes, mande sua história para a gente:
trip@revistatrip.com.br.
(Fabiana Marques e Isabela Mena)
Mandei um e-mail para a revista falando justamente que é impossível nós fazermos o papel do Estado sem a ajuda dele. E essa "ajuda" que falo não é continuar proibindo ou penalizando pois isso pra mim é dar socos em ponta de faca.
o link para a reportagem é:
http://revistatrip.uol.com.br/saladadin/ho...home.cfm?id=979