Chile discutirá uso da maconha para fins medicinais
Dois parlamentares chilenos pretendem apresentar um projeto que autoriza o uso da maconha para fins medicinais. O assunto voltou ao noticiário no país depois da prisão de uma idosa rica e de um economista aposentado que cultivavam a planta.
"Sabemos que se trata de um debate não-encerrado no Chile. Mas olhamos o ponto de vista das pessoas que precisam dessa substância, e estamos buscando uma solução para elas", disse na segunda-feira a deputada Laura Soto, do Partido pela Democracia, que faz parte da coalizão governista de centro-esquerda.
Soto e seu colega de bancada Antonio Leal disseram que vão apresentar o projeto nos próximos dias.
Socialmente conservadores, os chilenos tradicionalmente rejeitam o uso de drogas, mas a maconha vem se tornando mais aceitável. Pesquisas do governo mostram que nos últimos dez anos seu consumo aumentou ligeiramente. Atualmente, 5% dos chilenos dizem ter usado maconha nos últimos 12 meses.
A proposta autorizaria a venda da maconha em farmácias, diante de receita médica, e eliminaria as punições a pessoas que cultivem a planta exclusivamente para seu próprio uso medicinal.
Na semana passada, o economista aposentado Juan Quintana, 64 anos, foi detido em sua casa, nos arredores de Santiago, depois que a polícia encontrou ali 13,7 quilos da droga pronta, 55 plantas e biscoitos que supostamente continham maconha. Quintana disse que consumia os biscoitos de maconha para tratar de um problema pulmonar.
Semanas antes, María Luisa Velasco, 71 anos, foi detida em sua casa, em um bairro rico, depois que a polícia descobriu que ela cultivava 44 plantas de maconha. Velasco, ex-esposa de um ex-senador, também disse que as plantas se destinavam a fins medicinais. Ela foi libertada após pagar fiança.
Notícias Terra - Saúde - Reuters
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