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Mind Jive

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  1. O tráfico só existe quando algo é muito caro ou ilegal. Cds de música são muito caros, em média mais de 20 Reais. O custo de produção de um cd completo (com capa e tudo) por uma produtora grande é de menos de 50 centavos. Menos de 10% do lucro do CD fica com o artista. Desse jeito é de se esperar que exista pirataria. A mesma coisa se aplica às drogas ilícitas. Considerando-se que são ilegais, sua oferta é mais restrita por diversos fatores, como: apreensões constantes da droga, dificuldades de venda, de armazenagem, de produção, propinas às autoridades para escoamento da droga, etc. Assim, todo risco tem de ser compensado e compensa-se nos preços. Em todo mundo não existe negócio mais rentável do que o tráfico de drogas, com exceção do ramo dos PCs. Todo o tráfico, devido a seu risco, gera centenas de bilhões de dólares por ano. De acordo com a revista VEJA, em reportagem de Ernesto Bernardes, no início do século 1 quilo de heroína, produzida pela mesma Bayer que fabrica a aspirina atualmente, custava o preço de 1 quilo de toucinho. Hoje, 1 grama do pó é comprado nas ruas de Nova York por 300 dólares. Também, no momento que é ilícito, pessoas que não tem nada a perder, criminosos, etc se envolvem no tráfico de drogas ilícitas. Logo, chegamos a uma conclusão: A PROIBIÇÃO da comercialização das drogas que hoje são ilegais GERA A VIOLÊNCIA. Mas então aparece alguém e diz: "Mas se ninguém consumisse não haveria tráfico!" O fato é que sempre existirão pessoas que consumirão drogas. Existem diversas culturas que tem o uso de substâncias entorpecentes aceito e, inclusive, incentivado em rituais. As drogas e o homem caminham juntos desde o começo da humanidade e não será uma proibição que irá mudar isso. Culpar o usuário pelo tráfico agrava a situação, porque aumentando a discriminação contra o usuário, cortam-se as verbas governamentais para o tratamento de viciados e para a educação na sociedade, que visa o não-uso de entorpecentes. Assim, com a discriminação em relação ao usuário, aumenta-se o combate repressivo do tráfico de drogas e diminui-se o combate educativo. Não sou eu, e sim a História que mostra que o combate repressivo ao tráfico de drogas não funciona. Os EUA são as provas vivas disso. As leis de repressão praticamente só pegam os pequenos usuários. Desde que a política de tolerância zero foi implementada nos EUA, com Nixon, a população carcerária se multiplicou nesse país. Hoje, os EUA tem a maior população carcerária do mundo, composta na sua maioria por usuários e pequenos traficantes de drogas. Os grandes quase nunca são pegos. Mas então alguém vai me dizer que em Nova York a política de Tolerância Zero funcionou, diminuindo a criminalidade. O que verdadeiramente aconteceu foi que em meio à explosão do consumo de crack em Nova York, (de fato os crimes aumentaram em decorrência do vício pelo crack) o prefeito da época, Rudolph Giuliani, implementou a política de tolerância zero, combatendo o tráfico e o uso de drogas ilícitas de modo estritamente repressivo, de forma muito agressiva. Após certo tempo, o crime diminuiu e atribui-se a Giuliani o crédito pela diminuição da violência. Porém, o que muitos não sabiam é que a própria população mais atingida pela onda do crack (os latinos e negros) se conscientizou dos enormes malefícios do crack, e assim, diminui-se o consumo. Já vi uma propaganda que passava na TV nos EUA, em que um ex-viciado de crack tentava dizer que usar drogas não era bom. Enquanto ele falava, parecendo um débil mental, apareciam fotos de ressonância magnética tiradas de seu cérebro. Mais de 1/4 do cérebro dele havia simplesmente desaparecido devido ao abuso do crack. Diante dessas cenas chocantes e diárias, a população dos chamados guetos se auto-conscientizou e, diminuiu-se drasticamente o consumo de crack nas ruas de Nova York e, por conseguinte, diminuiu-se a violência causada pelos usuários de crack. Inclusive, nos EUA, craqueado (cracked) virou adjetivo de pessoa muito, mas muiiiito burra. Outra forma de observar que a legalização acabaria com o tráfico é olhar para a lei seca. A Lei Seca durou 13 anos, 11 meses e 24 dias. Os efeitos da experiência foram desastrosos. A fabricação clandestina, sem nenhuma fiscalização depreciou a qualidade da bebida e, em casos extremos, aleijou e matou milhares de pessoas que ingeriram a primeira mistura que aparecesse, de óleo de cozinha a água de colônia, de fluido de isqueiro a sucos e xaropes rusticamente fermentados. A distribuição ilegal (tráfico) fez proliferarem os gangsters e a corrupção policial - a atmosfera da época está viva na cabeça de todos que acompanham até hoje nos filmes a confrontação entre Al Capone e Elliot Ness. Um emaranhado de leis cercou a decretação da Lei Seca. Já no século anterior, vários estados americanos proibiam a bebida: o Maine em 1829, Indiana em 1832, a Georgia em 1833. No começo do século XX, ligas anti-alcoólicas faziam campanhas ferozes para o fechamento dos bares. Em 16 de janeiro de 1919 era ratificada a 18a Emenda, que entraria em vigor dentro de um ano, com a seguinte provisão: "Nenhuma pessoa poderá, na data ou depois da data em que entrar em vigor a 18a Emenda à Constituição dos Estados Unidos, fabricar, vender, trocar, transportar, importar, exportar, distribuir, entregar ou possuir qualquer bebida intoxicante exceto aquelas autorizadas por este ato." Depois de quase 14 anos de mortes, prisões e muita corrupção devido ao trafico de bebidas alcoólicas à meia-noite de 7 de abril de 1933, a cerveja e o vinho retornaram à legalidade. E no dia 5 de dezembro de 1933, em clima de réveillon, os bares dos Estados Unidos voltaram a funcionar a pleno vapor. Outras Fontes: Documentários "A Guerra Contra as Drogas" feito pela PBS
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