Comecei a fumar aos 17. Minha cabeça, comportamento e preocupacoes mudaram muito. Fiquei muito menos atencioso e menos eficiente para as atividades do dia. Me preocupava muito menos com os estudos. Acho q dentre os efeitos da erva, um muito importante é a quebra das carapaças já construídas na relação com o mundo(sensações, convicções, noção de espaço e representação do mundo na mente), etc, como se os sentidos fossem refeitos depois de chacoalhados... sinto que pode ter me ajudado como renovação da capacidade criativa, mas me mudou muito também na forma como passei a sentir minhas responsabilidades. Nao diria que podou minha inteligência (nem terei outro eu sem fumar para comparar de teste), mas diminuiu, e mais ainda no início, minha capacidade de raciocínio em problemas que exigem concentração em coisas pouco interessantes aos sentidos, como matemática, por exemplo. Mas entendo inteligência como capacidade de processar informacoes, fazer relações e guiar pensamento de forma lógica e válida. E creio qur isso seja na verdade potencializado tanto quanto é bagunçado também. O problema aqui é manter essa casa arrumada, e um adolescente dificilmente se sairia bem nisso. Além, inteligência parece algo "treinável"(que pode ser desenvolvido), e se a capacidade de focar em problemas lógicos(onde cada passo depende dos passos anteriores) diminui, a capacidade de "treinar" inteligência fica mais restrita ao nao contar com as atividades que dependam de concentração. Mas meio que generalizo por mim e as poucas pessoas q conheço, que fizeram uso na mesma época e relatam impressões parecidas. Porém... o que fertiliza em uns, em outros pode dar ruim, e o veneno é o remédio em grande dose. Para quem nao pretende ser engenheiro ou matemático no menor tempo, ovelha na fila rápida do diploma, nem calculadora, que foda-se essa pesquisa!