O plano do ministro da saúde holandês, Ab Klink, de proibir o fumo nas coffee shops em todo o país, a partir do ano que vem, enfrentou forte oposição na quarta-feira por parte dos legisladores e da indústria hospitaleira.
A maioria do parlamento holandês pensa que a proibição do fumo na indústria hospitaleira não deve ser aplicada às coffee shops, onde a cannabis é vendida, reportou a rádio holandesa Netherlands.
Edith Schippers, legisladora do partido conservador liberal (VVD), disse que a proposta é "bastante absurda". A legisladora acrescentou que "seria o mesmo que proibir o álcool nos bares".
O partido trabalhista em vigor, assim como os partidos socialista e esquerda verde, da oposição, também são contra o plano. Estes afirmaram que proibir o fumo nas coffee shops levará a uma mudança fundamental da política do país em relação às drogas leves, a qual é única no mundo inteiro.
Todas as drogas são proibidas pela lei holandesa. Mas as coffee shops podem vender cannabis sob condições restritas, e o uso e a posse de pequenas quantidades de cannabis para o uso pessoal são permitidos.
O legislador esquerdista Kees Vendrik marcou um debate de emergência na quarta-feira no parlamento sobre o tema. E nele afirmou que os democratas cristãos estão a tentar acabar com as coffee shops, e mudar a política holandesa sobre as drogas leves.
"A ideia é que podemos comprar a erva nas coffee shops, e fumá-la lá. Se isso deixar de ser permitido, seremos empurrados novamente para o circuito ilegal, e é precisamente isso que nós não queremos", afirmou Vendrik.
Klink disse anteriormente que quer avançar com a proibição do fumo em cafés, restaurantes, bares e clubes nocturnos a partir de 2011, ou mesmo 2008.
Um porta-voz de Klink comunicou que o ministro consultará o sector hospitaleiro antes de tomar a decisão este Verão.
O plano de Klink obteve oposição também por parte dos comerciantes holandeses. Três donos de cafés de Amesterdão e Haia criaram conjuntamente a Plataforma Indústria Hospitaleira & Ventilação, como parte dos seus esforços contra a proibição do fumo.
O dono de café e presidente da associação da indústria hospitaleira de Amesterdão, Paul Hermanides, afirmou na quarta-feira que, em conjunto com outros colegas, pretende mostrar ao ministro da saúde que a melhoria dos sistemas de ventilação pode garantir ar suficientemente limpo nos cafés.
Os comerciantes temem que a proibição do fumo tenha graves consequências para o movimento das vendas. "As vendas caíram 20% durante o primeiro ano nos países onde foi introduzida a proibição do fumo", afirmou Hermanides.
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