Desculpa pessoal, mas não vou conseguir me segurar e só deixar um link, deem uma olhada em apenas um trecho dos textos sobre patriotismo do link http://www.sobresites.com/alexcastro/priso...atriotismo0.htm.
Orgulho de Ser Destro
Na Prisão Patriotismo, falei um pouco dessa manifestação mais babaca do patriotismo que é o orgulho pelos feitos dos outros. Por exemplo: “ganhamos” a Copa, “somos” penta, etc. E eu pergunto: nós quem, cara-pálida? Você estava em campo? Fez algum gol? Estava no banco, pelo menos?
Durante a discussão de língua e tradução, muita gente veio bradar seu orgulho em ser brasileiro.
Mas eu não tenho orgulho de ser destro. Não tenho orgulho de ter 1,79m de altura. Não tenho orgulho de ter olhos e cabelos castanhos. Não tenho orgulho, muito pelo contrário, dos meus quase 100 kg.
Por que cargas d'água teria orgulho de ser brasileiro?
Ser brasileiro, assim como ser destro, não é nenhum mérito meu, não é nada que eu fiz, foi uma circunstância fortuita e totalmente fora do meu controle.
Faz tanto sentido ter orgulho de ser destro quanto de ser brasileiro.
Eu devo mesmo entender tudo errado.
Enquanto vejo as pessoas tendo orgulho de ser católicas, vascaínas, cariocas, brasileiras, mangueirenses, circunstâncias fortuitas ou independentes de mérito pessoal, aquelas pessoas que têm um justificado orgulho das coisas que realmente fizeram, dos seus feitos individuais, são rotuladas de arrogantes, vaidosas, insuportáveis.
Outro dia, mais um escritor famoso veio dizer, em entrevista, que Gilberto Freyre era intragável de tão vaidoso. Tudo bem, Freyre era reacionário e tinha várias atitudes políticas indefensáveis, como apoiar toda e qualquer ditadura que visse pela frente, mas o homem foi um dos maiores gênios que o Brasil produziu. Casa Grande & Senzala é, na minha modesta opinião, a maior contribuição brasileira à cultura mundial, uma idéia límpida, bem defendida e insightful, que coloca Freyre no panteão dos grandes pensadores da humanidade. Ele tinha todo o direito de ser vaidoso, de ter orgulho do que fez.
Dizem que Washington Olivetto também é assim. Não conheço o Olivetto. Mas, se for, é porque tem todo o embasamento empírico para tanto: o homem é um dos profissionais mais premiados e reconhecidos da sua área em todo o mundo.
Ou seja, as pessoas se orgulham de uma goleada da seleção, da qual não participaram em absolutamente nada, mas rotulam de vaidoso e arrogante um homem que tem orgulho de sua própria obra.
O Olivetto, pelo menos, tem orgulho dos gols que ele mesmo marcou.