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bio_cañamo

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  1. REalmente Canadense. Parece q o bud nem ta la tão gordo, a maioria eh folha. Vai saber né!
  2. Com Obama na Presidência, EUA se tornam mais tolerantes com maconha O café inaugurado na última semana na cidade de Portland, nos Estados Unidos, comporta entre 30 e 40 pessoas ao mesmo tempo. Lá dentro, funciona uma espécie de “mercado de pulgas”, em que as pessoas podem vender, trocar e consumir livre e legalmente o produto que as reúne ali: maconha. A exemplo do que acontece nos tradicionais coffee shops da Holanda, o Cannabis Café é o primeiro lugar em que os usuários da droga podem se reunir e consumi-la sem risco de ter problemas com a polícia, contanto que haja um registro da necessidade uso por motivos medicinais. Seu surgimento está sendo considerado pelas organizações que lutam pela descriminalização da maconha como um dos principais avanços recentes no país, um reflexo de maior tolerância por parte do governo do presidente Barack Obama. “Sem dúvida o governo Obama tem ajudado nosso trabalho. Houve uma mudança clara e absoluta de política e interpretação da lei”, disse Allen St. Pierre, diretor da Organização Nacional pela Reforma das Leis de Maconha (Norml, da sigla em inglês), um dos principais grupos defensores da legalização da droga nos Estados Unidos e responsáveis pelo recém-inaugurado café, em entrevista ao G1. “Apesar de Obama dizer ser contra a legalização total da droga, ele pode ser creditado pelas mudanças que relaxam a repressão à maconha medicinal”, disse. O governo dos EUA anunciou em outubro que não vai mais reprimir o consumo de maconha para uso médico nos Estados do país nos quais ele é permitido. Um documento pede aos procuradores para que não usem recursos federais contra "indivíduos cujas ações estão em cumprimento claro e inequívoco das leis estaduais existentes relacionadas ao uso médico da maconha". Legalização Para o diretor do grupo, a inauguração do café é um passo adiante no sentido da legalização da maconha. “Cinco anos atrás isso seria muito improvável; há dez anos era impossível e nem se podia pensar nisso há vinte anos. A cada ano há uma aceitação maior de reformas, e este é mais um exemplo”, disse. Ele admitiu, entretanto, que é difícil imaginar que todo o país vai permitir o uso da droga em pouco tempo, até por questões constitucionais e culturais. Nos Estados Unidos, os Estados podem decidir de forma independente em relação ao uso medicinal de maconha e os governos de Alasca, Califórnia, Colorado, Havaí, Maine, Maryland, Michigan, Montana, Nevada, Novo México, Oregon, Rhode Island, Vermont e Washington autorizam seu consumo nestes casos. “As coisas estão se desenvolvendo em bases locais, onde há uma aceitação cultural maior”, explicou. Segundo ele, o Norml não vai tentar abrir nenhum café de maconha em locais mais conservadores, como Kansas, Oklahoma ou Geórgia. “A a cultura é mais aberta em locais como Seattle, Portland, Berkeley, Oakland, Sao Francisco, Denver. São partes do país em que os cidadãos aceitam algumas formas de distribuição legal de maconha, ou formação de comunidades em que o consumo é permitido.” Segundo ele, estes locais são os “laboratórios da democracia”, e a Califórnia, uma das maiores populações e economias do país, pode se tornar um exemplo a ser seguido por outros estados e até pelo governo federal. “A Califórnia está seguindo um caminho reformador no sentido da descriminalização da maconha. Não parece impossível e distante pensar sobre um esquema de controle e taxação até mesmo para o consumo não medicinal da maconha no estado.” Uso médico e recreativo Todo o avanço na legislação relacionada ao uso de maconha vem acontecendo com base na lei de cannabis para uso medicinal, pois apenas as pessoas com indicação podem usar a maconha e participar de comunidades em que há o consumo de maconha. Os parâmetros para o uso de maconha medicinal são muito variados, e mudam de um estado para o outro, explicou St. Pierre. Em alguns lugares, há sistemas mais simples e fáceis, enquanto outros têm um controle mais sério. “No Maine, por exemplo, as pessoas podem ter alguns gramas de maconha seca, além de poderem cultivar cinco pés dela, sendo três em estado de maturidade. Na Califórnia, as pessoas não recebem uma receita médica indicando o uso de maconha, mas apenas uma recomendação oral do médico, e esta recomendação é checada pelos centros que podem fornecer a droga legalmente, registrando o paciente e permitindo que ela tenha acesso à maconha.” Até a inauguração do bar de Portland, o uso da droga não podia ser feito em locais públicos. O Cannabis Café, tecnicamente um clube privado, é aberto a qualquer residente do estado de Oregon que faça parte do grupo Norml e tenha uma carteira oficial do uso medicinal da maconha - 21 mil pessoas estão registradas desta forma no estado para tratar mal de Alzheimer, diabetes, esclerose múltipla e síndrome de Tourette. Os "sócios" pagam US$ 25 (cerca de R$ 44) por mês para usar o café, que tem capacidade para cem pessoas. Por este valor, eles terão direito a receber a droga gratuitamente de outros usuários. O bar também serve comida, mas nenhum tipo de bebida alcoólica. Apesar de a discussão legal até o momento se concentrar nos lugares em que há o uso médico da droga, a Califórnia já prepara um avanço na questão, admitindo que os cidadãos votem uma medida que permitiria que as decisões passassem a ser tomadas pelos municípios. Segundo St. Pierre, a cidade californiana de Oakland, que chega a ser conhecida como Oaksterdam, em referência à capital da Holanda, já se prepara para buscar o direito de ser a primeira em que a droga paga impostos e pode ser consumida livremente por qualquer pessoa. “Os cidadãos de lá já votaram pedindo que a maconha seja taxada e legal, mas é preciso que a lei estadual permita essa decisão. Isso está sendo discutido e vai precisar de uma mudança na lei estadual. Haverá uma consulta na eleição de 2010, para que os cidadãos digam se permitem que municípios possam legalizar o uso de maconha, se quiserem. ‘Oaksterdam’ já está se organizando para isso, mas é o único lugar que esta se estruturando para autorizar o uso recreativo.” Exemplo holandês O grupo Norml constantemente usa o exemplo da Holanda como comparação para argumentar a favor da legalização da maconha nos Estados Unidos. A legislação do país europeu permite que alguns lugares credenciados vendam a droga livremente. “Trata-se de um país ocidental com valores parecidos com os norte-americanos que aprendeu há muito tempo que a única relação real entre maconha e drogas pesadas, como heroína, cocaína, é o canal de distribuição. Quando se separam os canais de distribuição, a probabilidade de um consumidor de maconha passar para drogas mais perigosas é reduzido”, argumentou St. Pierre. Na medida em que relaxou o controle ao uso medicinal da maconha, o procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, deixou claro que a polícia e os procuradores continuarão trabalhando para punir os que usarem das leis destes estados para usar drogas ilegais ou traficar drogas. G1
  3. Homem fuma 115 mil cigarros de maconha medicinal e estabelece recorde Um corretor da Bolsa de Valores de 56 anos bateu o recorde de consumo legal de maconha nos Estados Unidos. Irvin Rosenfeld, de 56 anos, fumou 115 mil cigarros da droga, uma média de 10 a 12 por dia nos últimos 28 anos. E quem fornece a maconha a ele é o próprio governo norte-americano. Paciente de um tipo raro de câncer ósseo, Rosenfeld recebe um carregamento de 300 cigarros de maconha por mês. A droga é parte do seu tratamento médico, e vem ganhando mais espaço nos Estados Unidos com o governo de Barack Obama. "Ninguém no mundo pode provar que fumou 115 mil cigarros de cannabis", disse o corretor à rede norte-americana de TV ABC. "Sou a prova viva de que a maconha medicinal é um verdadeiro remédio", disse, alegando que a droga funciona como relaxante muscular, anti-inflamatório, analgésico e impede o crescimento dos tumores. Ele diz que não sente nenhuma alteração de estado de consciência. O corretor alega que a maconha o ajuda a manter uma vida normal. Ele é casado há 36 anos e trabalha normalmente todos os dias. Ele começou a receber a droga do governo em 1982, se tornando o segundo paciente no país a se beneficiar de um protocolo do governo federal sobre a maconha. Cannabis Cafe Neste mês os defensores da legalização da maconha conseguiram uma vitória com a inauguração de um bar em que o consumo e o comércio de maconha é liberado. A exemplo do que acontece nos tradicionais coffee shops da Holanda, o Cannabis Café é o primeiro lugar em que os usuários da droga podem se reunir e consumi-la sem risco de ter problemas com a polícia, contanto que haja um registro da necessidade uso por motivos medicinais. Seu surgimento está sendo considerado pelas organizações que lutam pela descriminalização da maconha como um dos principais avanços recentes no país, um reflexo de maior tolerância por parte do governo do presidente Barack Obama. “Sem dúvida o governo Obama tem ajudado nosso trabalho. Houve uma mudança clara e absoluta de política e interpretação da lei”, disse Allen St. Pierre, diretor da Organização Nacional pela Reforma das Leis de Maconha (Norml, da sigla em inglês), um dos principais grupos defensores da legalização da droga nos Estados Unidos e responsáveis pelo recém-inaugurado café, em entrevista ao G1. “Apesar de Obama dizer ser contra a legalização total da droga, ele pode ser creditado pelas mudanças que relaxam a repressão à maconha medicinal”, disse. O governo dos EUA anunciou em outubro que não vai mais reprimir o consumo de maconha para uso médico nos Estados do país nos quais ele é permitido. Um documento pede aos procuradores para que não usem recursos federais contra "indivíduos cujas ações estão em cumprimento claro e inequívoco das leis estaduais existentes relacionadas ao uso médico da maconha". G1
  4. Lei para usuário de droga é uma grande viagem RIO DE JANEIRO - “Considere-se advertido”. Com este lacônico aviso, dado pelo juiz, encerrou-se o caso da prisão por porte porte de droga do modelo A. S.. Em janeiro de 2008, A. disse ter sido vítima de um flagrannte forjado por policiais militares. Ele teria sido abordado na garupa de uma moto-táxi, próximo à Favela da Rocinha, em São Conrado (Zona Sul). Levado para uma delegacia, ficou em uma sala de custódia durante duas horas até a chegada do seu advogado. Assinou um termo circunstanciado, no qual negou estar com a pequena quantidade de maconha que os policiais disseram ter encontrado com ele. – O promotor ofereceu a advertência como solução. Meu advogado ainda fez jogo duro. Mas o juiz disse que nem processo haveria. Me passou a nítida impressão de que queria se livrar logo do caso. Quando concordei, ele perguntou se eu aceitava o acordo. Disse que sim, e ele me falou para eu me considerar advertido. Pensei que iria ouvir o maior sermão, um “que-coisa-feia”, mas nem isso teve. Desde que a Lei Antidrogas, 11.343, entrou em vigor em outubro de 2006, quem for flagrado com drogas ou consumindo-as, e for considerado usuário pela Justiça, não pode mais ser punido com prisão. Apesar de ser propaladacomo um avanço por quase todos especialistas ligados à questão, muitos fazem ressalvas ao que consideram falhas na sua concepção. A maior parte das críticas tem como alvo dois pontos da lei: a diferenciação entre traficante (cuja pena de prisão aumentou) e usuário, e as sanções impostas a este último. Para o promotor de Justiça e coordenador da Justiça Terapêutica do Rio, Marcos Kac, a lei erra em não prever punições, rápidas em sua aplicação, para os condenados que não cumprirem a sentença de frequentar curso ou fazer trabalhos comunitários. – Ninguém em sã consciência prega a prisão do usuário. A questão é de saúde pública. Mas, na lei antidrogas, o que acontece se o condenado não cumprir a pena? – pergunta Marcos Kac, e responde: – Nada. Não há nenhum tipo de sanção para o descumprimento. A questão está muito mal resolvida. É como se houvesse uma abolição do crime, mas sem que legislador tivesse assumido essa postura. Um “salve-se quem puder” é como a psiquiatra e diretora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad), ligado à UERJ, Maria Thereza de Aquino, avalia o estado em que o problema das drogas se encontra. Para ela, na prática, a lei trouxe uma liberação das drogas no país. A falta de estrutura para dar apoio àqueles que forem condenados também é lembrada pela psiquiatra. – Quando se faz uma lei, e esta lei prevê a frequência em cursos como forma de punição, esses cursos têm que ser criados – pondera. – No Nepad, nos enviaram algumas pessoas para prestar serviços comunitários. Tivemos que arrumar trabalho para fazerem, destacar um funcionário para acompanhá-las. Mas não havíamos nos programado para isso, nem estava previsto. Os critérios estabelecidos na lei antidrogas para diferenciar traficantes de usuários, analisa a a professora de direito penal da UFRJ, Luciana Boiteux (uma das coordenadoras da pesquisa Tráfico de Drogas e Constituição: Um estudo jurídico-social do tipo do art. 33 da Lei de Drogas diante dos princípios constitucionais-penais), dá margem ao indiciamento de usuários pobres como bandidos. Apesar de considerar a lei bem elaborada, acha que ela peca por manter a questão do usuário dentro do âmbito penal. – Só são presos como traficantes os pequenos. O que leva à desconfiança de que, na verdade, sejam usuários. Verificamos que 60% são primários, têm bons antecedentes, estão desarmados, sozinhos e com pequena quantidade de droga. Os juízes justificavam a condenação dizendo que eles moram em locais em que há conhecidos pontos de venda de droga. Os mais pobres são mais vulneráveis à Justiça. 14:26 - 21/11/2009 Jornal do Brasil
  5. Minha casa é "legalize" Conheça a história de pais e de filhos para quem fumar maconha é um ritual familiar TARSO ARAUJO DA REPORTAGEM LOCAL "No começo, fumava maconha em casa, escondido, sabendo a hora em que minha mãe chegaria. Um dia, ela voltou cedo e me pegou desprevenido", conta Eduardo*, 23. Na maioria das famílias, isso seria o início de uma crise. Não na de Eduardo. "Ela percebeu e disse: "Deixa eu dar "um dois" também'", afirma, usando uma gíria comum para "fumar maconha". Famílias como a dele, que fumam maconha juntas, não são tão difíceis de se encontrar. O Folhateen conversou com seis desses filhos e com seus pais. Os jovens entrevistados começaram a fumar maconha fora de casa, na adolescência, com amigos da mesma idade. E todos sabiam que seus pais também usavam a droga quando se iniciaram. O que muda de família para família é o tipo de influência dos pais sobre os jovens. Marcela, 21, acha que começou mais tarde do que as amigas justamente por causa da mãe. Quando tinha 11 anos, ela teria uma aula sobre drogas na escola, e sua mãe resolveu se antecipar e abrir o jogo. Contou que fumava maconha e deu sua opinião sobre o assunto. "Como era uma coisa natural para mim, não tinha curiosidade. Fui uma das últimas das minhas amigas a experimentar. A maioria delas começou na sétima série, e eu só no primeiro ano [do ensino médio]", diz. Já Alice, que tem 21 e começou aos 16, acha que, se o pai não fumasse a erva, seu hábito poderia ter mudado. "Talvez estivesse parando, como algumas amigas." Mas todos os jovens ouvidos pelo Folhateen afirmam que fumariam maconha mesmo sem a influência dos pais. "Minha curiosidade viria de qualquer maneira, tanto que não comecei com minha mãe", diz Luís, 24. Ele fumava com ela, que há pouco "desencanou". "Fumaria do mesmo jeito, porque é uma coisa muito mais com os amigos do que com meus pais. Um quarto da minha turma de colégio fumava", diz Alex, 24, irmão de Alice. Educação sobre drogas Os pais dizem preferir que os filhos fumem em casa e com eles. Seus argumentos vão da segurança à redução de danos. "Tenho certeza de que é melhor assim, porque aí sei o quanto e como meu filho fuma", diz a mãe de Luís. "E, se ele ficar dependente, é melhor ter na mãe um amigo." Na família de Alice e de Alex, moradores do Rio de Janeiro, sempre houve preocupação com a segurança. "Até hoje pego maconha com meu pai. Ele sempre pediu para evitar pegar por conta própria. Isso me protegeu de situações perigosas, como subir morro", diz Alex. Outra recomendação constante do pai é "não andar com "flagrante" e ter cuidado com os "homens'". O que não foi suficiente. "Já "rodei" na mão da polícia, indo à praia. Aí perdemos um dinheiro "de leve'". Para o especialista em drogas Osvaldo Fernandez, antropólogo da Universidade do Estado da Bahia e professor visitante da Universidade Columbia (EUA), os argumentos dos pais fazem sentido, especialmente por tratar-se de droga ilegal. "Muitas vezes a ilicitude leva à desinformação, então torna-se imprescindível um manual de sobrevivência com vistas à educação dos filhos. Pais que fumam com filhos podem ajudar a reforçar valores como moderação e autocontrole." Amizade: causa ou efeito? A psicóloga da USP Maria Abigail de Souza, especialista em tratamento de dependências químicas, reprova o costume. Para ela, isso causa uma confusão de papéis. "Me dá a impressão de que esses pais querem dar uma de condescendentes para se aproximar dos filhos, talvez porque não tenham outra maneira. Saem da posição de pais e entram na de amigos. Mas adolescente precisa de um pai. Amigo ele tem bastante", diz. Para as famílias entrevistadas, não é assim. "A gente se dá bem porque sempre se deu. Fumar junto é consequência da nossa amizade, e não o contrário", afirma Marcela, que diz fumar com a mãe socialmente, em festas ou ocasiões parecidas -elas não compram a droga. O pai de Alex e de Alice tem opinião parecida. "Não é por fumar com eles que sou mais próximo." Alex explica: "O ambiente da família é que sempre foi de muito diálogo". Médicos ouvidos pelo Folhateen reprovam que pais fumem maconha com seus filhos, por acreditar que isso cria um ambiente de risco para a saúde. Juízes consultados pela reportagem dizem que o hábito pode até levar à perda da guarda de filhos menores de idade. Mas todos os entrevistados ressaltam a importância de conversar abertamente sobre drogas com os filhos. Para a mãe de Luís, o pior a fazer é ignorar o fato. "Fingir que não vê é hipocrisia. E reprimir não é saída. É beco." Folha de S.Paulo São Paulo, segunda-feira, 23 de novembro de 2009
  6. Drogas: declaração de Cabral sobre legalização repercute Sthephani Dantas, Jornal do Brasil RIO E BRASÍLIA - A legalização das drogas ainda é um assunto espinhoso no Rio. Depois de o governador Sérgio Cabral declarar, em entrevista ao Jornal do Brasil, que a legislação das drogas tem que ser discutida em âmbito internacional (em organizações como a ONU e a OMS, por exemplo), e afirmar que a “proibição pela proibição” resulta em número de mortes muito maior do que se houvesse uma “legislação mais inteligente e voltada para vida”, políticos e especialistas aqueceram o debate. Na Assembleia Legislativa do Rio, o assunto é tratado com cautela. O deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), concorda que a discussão deve ser feita, e em em todos os níveis: – O narcotráfico é internacional. Por outro lado, a lavagem de dinheiro nacional também deve ser combatida. O Rio é polo de consumo e de exportação de drogas. Já para o deputado estadual Jorge Babu (PT), ex-policial, não deveria haver debate: – Sou totalmente contra a legalização. Deveríamos discutir segurança pública. Sociedade civil dividida Renato Cinco, sociólogo e um dos organizadores da Marcha da Maconha, não considera o aval das organizações internacionais necessário, embora admire o fato de Sérgio Cabral reacender o debate. – Vários países avançaram antes da ONU, como Holanda, Portugal e Argentina. Por que o Brasil não pode fazer o mesmo? – defende Cinco, que já foi preso por apologia. Para Luiz Fernando Prôa, pai de Bruno Prôa, usuário de crack que estrangulou a namorada de 18 anos após uma discussão, a legalização é necessária: – Temos que tirar os dependentes químicos das mãos dos traficantes e colocá-los nas do governo e da sociedade. Maria Tereza de Aquino, diretora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (NEPAD), da UERJ, considera impossível aplicar aqui o que a Holanda instituiu. – Lá, o mínimo de THC na maconha vendida legalmente é de 12%. Se isso fosse aprovado aqui, os usuários procurariam pela droga com maior teor e iriam encontrá-la no tráfico – acredita ela, que defende ainda que a legalização obstruiria ainda mais o sistema público de saúde – Legalizar aumentaria o número de usuários ou pelo menos a frequência da utilização, seria mais um problema para o SUS. Adversários atacam opinião sobre as drogas Leandro Mazzini Otávio Leite disse que a revelação é preocupante. Anthony Garotinho o chamou de “deslumbrado”. Marcelo Itagiba, mais crítico, o considera incompetente. Marcelo Crivella lembra que a Holanda, ao liberar, não conseguiu controlar o consumo de drogas, e Fernando Gabeira aponta o cerne da questão na reforma da polícia. As declarações do governador do Rio, Sérgio Cabral, em entrevista ao JB domingo, a favor da liberação das drogas – desde que haja um pacto internacional, frisou – despertaram os seus adversários. Os opositores aproveitaram a polêmica para trazer o assunto ao debate eleitoral, a menos de um ano da campanha para o governo do estado. – A declaração do governador é muito preocupante. Porque até pouco ele mencionava a maconha. Agora ele pluraliza. Aonde quer chegar? – critica o deputado federal Otávio Leite (PSDB). – É preciso trabalhar a cabeça das novas gerações. O combate se dá pela consciência, não no consumo. Esse é o desafio. Para o federal Fernando Gabeira (PV), o foco deve ser investimento na inteligência da segurança pública. – É legítimo ter a posição dele, mas o tema é muito difícil de ser debatido – comentou Gabeira. – É mais prudente uma ponte entre os dois lados, o que quer legalizar (as drogas), e o q não quer, e isso passa por uma reforma da polícia. Sem isso, não tem condições nem de reprimir, porque fracassa; e nem de liberar, porque não se terá o controle. Segurança Ex-secretário de Segurança Pública do Rio, o federal Marcelo Itagiba, também delegado da PF e recém saído do PMDB de Cabral para o PSDB, foi mais duro: – A defesa pela liberação do consumo só é feita por aqueles que são incompetentes para combatê-las – criticou o deputado. – Em relação a governos anteriores, o atual governo apreende menos drogas r armas, e faz menos prisões – completa Itagiba, que destaca estar embasado em números das gestões da segurança. O senador Marcelo Crivella (PRB) lembrou que o caso da Holanda, país europeu que tem política de liberação do consumo: – Os resultados lá foram catastróficos. Se dessem certo, todos os países já estavam debatendo o assunto. Maior crítico de Sérgio Cabral Filho, o ex-governador Anthony Garotinho, que por ora deseja disputar o Palácio Guanabara novamente, foi sucinto e irônico: – Prefiro resumir a entrevista em uma só palavra: ele é um deslumbrado. PT e PMDB Pré-candidato do PT ao governo do estado, o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, procurado pela reportagem, preferiu não comentar sobre o assunto. Mas destacou que, sobre as declarações de Cabral a respeito de suas boas ligações com o PT, o partido deve decidir só domingo o seu rumo na campanha do ano que vem, em eleições internas. Fonte:Jornal do Brasil
  7. Congresso do México debate tolerância à maconha O Congresso do México abriu nesta segunda-feira amplo debate sobre maconha. Na Câmara, a discussão é genérica e trata da legalização da substância. No Senado, a discussão inclui um projeto de lei que determina o "uso pessoal", em oposição ao tráfico. Enquete: Legalizar enfraquece o narcotráfico? O debate começa a poucos dias da visita do presidente americano, Barack Obama, ao país, nas próximas quinta (16) e sexta-feira (17). Qualquer liberação do consumo de maconha no México certamente abalaria as relações entre o país e a potência vizinha, que presta auxílio ao combate ao narcotráfico na região. Em 2006, o México chegou a considerar a legalização da maconha como forma de combate ao narcotráfico, mas recuou depois de o Departamento de Estado dos EUA pedir que o país garantisse que evitaria "qualquer percepção de que o uso de drogas é tolerado no México". O projeto de legalização voltou à tona em fevereiro passado, por meio do Grupo Drogas e Democracia na América Latina, liderado pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (Brasil), César Gaviria (Colômbia) e Ernesto Zedillo (México). Para o grupo, a legalização tiraria dinheiro da mão dos narcotraficantes. No México, o narcotráfico alimenta uma luta entre os cartéis de droga que disputam mercado e rotas para os Estados Unidos. Somente em 2008, 6.400 pessoas morreram. "Uso pessoal" No Senado mexicano, a discussão é sobre um projeto de reforma elaborado pelo presidente, Felipe Calderón, em setembro passado, que cria um sistema de tratamento terapêutico para substituir a prisão nos casos em que o usuário de droga for flagrado com "doses individuais". Em relação à legalização, Calderón é contrário. "Na prática, aprovar a reforma [sobre "uso pessoal"] seria um primeiro passo para aceitar que, efetivamente, o consumo é tolerado, em certo grau", afirmou o senador Rene Arce, do esquerdista Partido da Revolução Democrática. "Minha posição é a de que não se deve punir uma pessoa que se declare viciada e tenha uma doença." "Está claro que a política totalmente proibitiva não tem sido a solução para todos os males", disse Blanca Heredia, do Ministério de Interior. "Ao mesmo tempo, é ilusório imaginar que a legalização completa seria uma panaceia." Fonte:Folha Online
  8. Bar de Portland se torna primeiro 'café de maconha' dos EUA O primeiro bar a vender oficialmente maconha nos Estados Unidos foi inaugurado nesta sexta-feira (13) em Portland, no que está sendo considerado um teste da política do governo Barack Obama em relação ao uso medicinal da droga. O Cannabis Cafe vai vender maconha apenas para as pessoas que comprovarem o uso medicinal, e é o primeiro lugar em que elas vão poder consumir a droga em público. "Este clube representa a liberdade pessoal para nossos membros, finalmente", disse à agência de notícias Reuters Madeline Martinez, diretora do grupo Norml, que defende a legalização da maconha. "Nossos planos vão além de servir comida e maconha. Queremos ter aulas, seminários, para que as pessoas possam aprender sobre o cultivo e outros usos da maconha." O bar fica em um prédio de dois andares que antes abrigava um clube erótico chamado Rumpspankers.Tecnicamente se trata de um clube privado, mas é aberto a qualquer residente do estado de Oregon que faça parte do grupo Norml e tenha uma carteira oficial do uso medicinal da maconha - 21 mil pessoas estão registradas desta forma no estado para tratar mal de Alzheimer, diabetes, esclerose múltipla e síndrome de Tourette.. Os "sócios" pagam US$ 25 (cerca de R$ 44) por mês para usar o café, que tem capacidade para cem pessoas. Por este valor, eles terão direito a receber a droga gratuitamente. O bar também serve comida, mas nenhum tipo de bebida alcoólica. Fonte:G1
  9. Tirei no orkut! Creditos para lucas! Então, fiz upload dos 3 volumes desse DVD que ensina passo-a-passo como plantar, e outras técnicas também... ta aí pra quem quiser baixar, . . Duração volume 1: 00:37:52 Duração volume 2: 01:08:02 Duração volume 3: 01:11:27 Foto capa 1 Foto capa 2 Foto capa 3 Descriçao volume 1: *Nutrientes: a mistura perfeita * Ventilação: Gerenciando Heat (um truque real com 11 Lâmpadas de sódio de alta pressão) * Iluminação: fluorescente e HPS * Clones: Aumento da Taxa de sucesso * Colheita: Curando da maneira correta * Insetos: Prevenção e Erradicação .... e muito mais .... Descrição volume 2: 1. Aprenda como cultivar grandes camarões em um pequeno jardim. 2. Aprenda diferentes técnicas de clonagem. 3. Como fazer uma perpétua colheita de buds (?) "How to make a perpetual harvest of non-stop buds" 4. Técnica de regagem adequada para fazer transplante. 5. Insetos do jardim e como lutar contra eles como nunca foi visto. 6. How to sex a plant (extreme close up macro shots) 7. 6 different set ups of all different sizes, from basements to closets 8. Easy winning soil mixtures (?) 9. Detailed DVD menu to jump to your favorite garden 10. Acesso para muitos jardins com SeeMoreBuds como seu guia! 11. Jardins Indoor, Outdoor, Aeroponicos e Hidroponicos Descrição volume 3: SeeMoreBuds tem sido um dos maiores apresentadores de jardins de maconha nos ultimos 4 anos. SeeMoreBuds traz à você 8 novos magnificos jardins, em um DVD, incluindo, O JARDIM PERFEITO. Com acesso sem pretendentes, SeeMoreBuds lhe mostra 8 jardins NUNCA gravados ou fotografados antes. SeeMoreBuds traz a voce um acesso intimo ao trabalho efetuado nesses jardins. Nunca antes teve tantos jardins grandes acessiveis ao publico! Nenhum outro DVD, revista, ou livro lhe mostra essas plantas, esses jardins, ou essa grande entrada ao cultivo da cannabis. Se sua intenção é aprender o fundamental para montar um "grow room" e depois usa-lo para obter grandes camarões, este dvd é pra você. "12 meses de assinatura de várias revistas sobre maconha nao me inspiraram tanto quanto este volume de SeeMoreBuds." Harper - Humbolt COunty, California Link volume 1 Link volume 2 Link volume 3
  10. Como eh q andas a revista? Num sai não? Acho q não há hora melhor do que esta para a revista circular e concientizar o povo! Só no aguardo, pq de revista num untendo nada!
  11. PQP! :pulafuma: :pulafuma: A Situação já ta no globo! Isso q tem q acontecer Repercusão total! Vamos trazer o assunto para a população!
  12. Eh as coisas por la estão caminhando pra um caminho muito positivo! Viva! Espera q isso se reflita por aqui! Paz!
  13. Em Silencio, os EUA Legalizam a Maconha Uma simples articulação pode salvar vidas. Estamos ansiosos para o fim da proibição absurda . Você sabe que as coisas estão mudando nos Estados Unidos, quando a revista Fortune, a Bíblia para o jornalismo empresarial, corre uma reportagem de capa intitulada "A maconha já é legal?". . Você também sabe que quando o departamento de Justiça de Barack Obama publica um longo e esperado memorando, informando que o governo federal deixará de apreender dispensários de maconha medicinal se eles forem legais sob a lei estatal. Isso aconteceu formalmente este mês. . Não era, aliás, um gesto simbólico. Maconha por razões médicas - para combater a náusea quimioterapia-induzida ou Aids desperdiçando relacionados ou glaucoma, entre outras condições - agora é legal em 13 estados, incluindo o maior, na Califórnia. . No próximo ano, mais 13 Estados estão planejando referendos ou novas leis de acordo. . Na semana passada, uma comissão legislativas da Califórnia realizou as primeiras audiências não apenas sobre se a maconha medicinal deve continuar a ser legal, mas do fato de que toda a maconha deveria ser descriminalizada, ponto final. O incentivo? A grande quantidade de dinheiro que o estado falido poderia elevar à tributação da cannabis. . Agora olhe para a votação sobre a questão. Em 1970, 84% dos americanos apoiaram manter a maconha ilegal. Hoje, esse número caiu para 54%. . A proporção credora de que a maconha deveria ser legal passou de 18% no final da década de 1960 para 44% hoje. Com as tendências atuais, a maioria dos americanos será a favor de legalização até o final do primeiro mandato de Obama. . Nos estados ocidentais, 53% já estão a favor da legalização e tributação da maconha. O suporte para a legalização é o mais forte entre os jovens - a geração de Obama - mas subiu entre os republicanos também. Mas a realidade já está exposta. Faça uma viagem, por assim dizer, para Los Angeles de hoje, onde alguém seria perdoado por pensar que a maconha já era legal. Existem mais de 800 dispensários de maconha na cidade - e um estimado de mais 7.000 no estado da Califórnia como um todo (muitas vezes mais do que tem na Holanda). . Obter recomendação de um médico para usar maconha é mais fácil do que obter o seguro de saúde - basta olhar para os anúncios nos jornais, onde os custos de uma consulta cerca de US $ 200. . As farmácias vão desde a loja de dez centavos para elaborar palácios de gosto capitalista. Os seminários são realizados para os empreendedores que desejam iniciar um negócio de venda de cannabis medicinal. . Na exposição são tensões sofisticados que podem proporcionar efeitos primorosamente adaptada: melhora alguns na luta contra a náusea, alguns para o apetite, outros para ir dormir, outros para ficar alerta ou para assistir filmes ou para relaxamento geral. . A concentração de THC, o princípio ativo, é muito maior do que no passado. Mas desde que ninguém nunca morreu de overdose de maconha, é difícil dizer porque o que isso importa. . Sim, se alguém tem um histórico de doença mental, não é tão esperto experimentar receptores de canabinóides no cérebro. Mas tb não é inteligente para essas pessoas tomarem drogas - ou excesso de álcool - para esse assunto. . Para a maioria das pessoas, a mais forte maconha apenas traduz a necessidade de menos do que o comum para obter o mesmo efeito. Muitos e você provavelmente dormiriam - e acordariam mais tarde sem ressaca. Se pubs servissem maconha em vez de cerveja, as taxas de criminalidade iriam despencar. Os americanos, para quem o uso da maconha é quase um rito de passagem, na maioria dos colégios, sabem de tudo isso. . E em algum momento eles pararam de fingir o contrário. Os últimos três presidentes fumaram maconha em seuas juventudes, mesmo que apenas um tenha escrito sobre isso abertamente. (Obama, quando a pergunta Clinton - se ele tivesse inalado - respondeu: "Eu pensei que era o ponto.") . Em uma linha de conferências de imprensa com os seus apoiantes mais jovens, a primeira pergunta foi sobre se a legalização da maconha e da tributação seria uma boa coisa para ajudar a aumentar as receitas. Obama riu. Com um déficit anual de mais de um trilhão de dólares, ele não pode ser capaz de rir por muito tempo. . A chave para a mudança foi a ênfase sobre as propriedades medicinais da maconha. Os seres humanos têm usado a maconha como remédio por milênios. Era uma vez vendidas nos Estados pela Eli Lilly, fabricante de produtos farmacêuticos. . Permitir o uso compassivo para alguns logo revelou, acidentalmente, como ela é inofensiva. Não é quimicamente viciante, embora alguns de abstinência pode acontecer se você for um fumante regular de maconha. Seus efeitos colaterais são mínimos comparados com os de drogas autorizado para condições semelhantes. . É muito menos viciante que o tabaco ou o álcool. Isso leva a nenhum grau mensurável de comportamento anti-social, como é o caso de, digamos, crystal meth ou cocaína ou heroína. Muitos de seus usuários são bem sucedidos, membros produtivos da sociedade que simplesmente preferem maconha ao álcool, como um relaxante à noite, ou como uma forma de obter beneficio através do tratamento do câncer. Negar a pacientes com Aids uma ferramenta para manter vivas as dicas de equilíbrio. Tenho um amigo que nunca teria sido capaz de tolerar a medicação que lhe salvou a vida sem ela. Esse material é bastante persuasivo e muitas pessoas têm experiências semelhantes de primeira mão. A droga da passagem? Sim, muitos usuários de drogas duras fumaram maconha em primeiro lugar. Mas quase tudo começou com o álcool, bem como - e isso não é ilegal. . Claro, nada é inevitável. A polícia ainda que a polícia e centenas de milhares de americanos - desproporcionalmente negros e pobres - estão na prisão por isso. Insuficiência de Los Angeles para regular adequadamente suas centenas de dispensários pode levar a ligações com o crime organizado que poderia voltar a deslegitimar a coisa toda. Dou-lhe um par de anos para se tornar um não-problema ou para ir para trás. E minha aposta é que, no período de uma década, a proibição da cannabis vai parecer tão estranho como a proibição do álcool. . No final, a proibição desnecessária mina em si. E desta vez, há milhões de doentes de câncer e HIV que estão do lado de legalização e de alguns ramos de governo verdadeiramente desesperados olhando para ver o que eles podem fiscalizar a seguir. Na verdade, vou mais longe: mais cedo ou mais tarde, a maconha pode ser mais aceitável do que o tabaco. . A necessidade de tabus é eterna. Mas o objeto do tabu está sempre mudando. A idade do tabaco pode estar terminando, e os Objetivos da maconha podem estar prestes a começar! Fonte:Times on line
  14. O fracasso da política norteamericana contra as drogas O Instituto Carioca de Criminologia promoveu em sua sede, no dia 21 de outubro, um encontro com Jack E. Cole, fundador e diretor executivo da Law Enforcement Angainst Prohibition (LEAP) – Agentes da Lei Contra Proibição. Trata-se de uma organização não governamental criada nos Estados Unidos que questiona a guerra contra as drogas no mundo. A mesa foi mediada por Maria Lúcia Karam, juíza aposentada, e estavam presentes o jurista Nilo Batista e o delegado de Polícia Civil Orlando Zaccone. Cole é policial aposentado, atuou vinte e seis anos na New Jersey Police, sendo que 12 deles como agente disfarçado do departamento de narcóticos. Na sua experiência, compreendeu que a política contra as drogas nos EUA fracassou, decidiu combatê-la fundando a LEAP, em 2002, com mais quatro policiais. Hoje são 15.000 integrantes, todos ex-policiais ou profissionais, ativos ou não, relacionados à área penal: juízes, promotores, agentes penitenciários, FBI, etc. A organização hoje é internacional, já passou por 76 países, em seis anos realizou cerca de 5.000 palestras nos EUA e perto de 500 em outros. Só o Jack concedeu umas 500, contam com 75 palestrantes que vão se multiplicando a cada evento. Maria Lúcia Karam se tornou representante da LEAP no Brasil e Cole acredita que terá pelo menos três membros no país quando for embora. “Eu vim aqui para implorar a vocês não seguirem a política de drogas dos EUA, é um caminho para o desastre, o desespero”, alertou o palestrante. Para apresentar seus argumentos, ele contextualizou o processo das drogas no seu país no século passado. Segundo ele, a primeira droga proibida foi o ópio, em 1909, no Estado de São Francisco, onde nenhum chinês podia portar a droga. No ano de 1914 foi implementada a lei federal, sem restrições, época em que os chineses construíram as ferrovias norteamericanas. Como mais de 90% dos usuários da droga era de chineses, Cole acredita que esse foi o mecanismo para inibir a competição no mercado de trabalho. Dessa maneira não substituíram a mão de obra americana, depois dos trilhos prontos: “se vocês lerem a respeito vão ver que a proibição funciona muito mais ao racismo que à proibição nos EUA”, afirmou. Falando rapidamente sobre a lei seca, apenas destacou que no dia seguinte à regularização do álcool, em 1933, mafiosos como Al Capone abandonaram a criminalidade acabando com a violência nas ruas. Em 1970 Cole entra na polícia, outras drogas já haviam sido proibidas; em 1964 seu departamento de narcóticos, em Nova Jersey, e de outros estados, tinham 7 agentes. Nas eleições de 1970 Nixon declarou guerra às drogas, leis viabilizaram fundos para o combate às substâncias ilegais. Os departamentos passam a ter 76 agentes, 11 vezes mais, em menos de dez anos. Nessa época a probabilidade de morrer com as drogas era quase nula, foi feito um estudo e propagou-se por toda a sociedade que era inaceitável 1,3% da população consumir drogas ilícitas. A evolução a partir das políticas de combate às drogas Toda a polícia era instigada a ir para as ruas prender os traficantes. Não era fácil de achar, diz Cole, tinham de ir para as cidades, onde na época só havia maconha, haxixe, LSD e chá de cogumelo. Praticamente não se falava em cocaína, anfetamina e heroína. Com base numa das pesquisas feitas pela Drug Enforcement Administration (DEA), a fim de apurar a evolução dos preços das drogas, a heroína custava 3 dólares, com percentual de pureza em torno de 1,5%, em 1970. Na década de 80 passou para 6,77 dólares, trinta anos depois os preços despencaram para 80 cents, com uma pureza de 36%: popularizaram a droga mais potente. No ano passado pesquisas acusaram em 60% o nível da pureza, quarenta vezes mais grave que no começo da guerra. Eram 4 milhões de usuários, hoje já são 114 milhões de viciados. A heroína matava por overdose 28/100.000 habitantes, hoje mata cinco vezes mais, são 141/100.000. Os gastos no governo Nixon no combate às drogas chegaram a 100 milhões em nível federal. Quarenta anos depois os EUA tiram do bolso dos contribuintes 70 bilhões de dólares por ano, com um contingente policial de repressão onze vezes maior. Em 1982 foi a primeira indicação de fracasso dessa política, segundo o ex-policial, quando o governo elogiou o trabalho dos agentes e declarou que quanto mais pessoas fossem presas mais apoiaria com leis severas. Reagan estipulou sua equação econômica, em que prendendo a demanda reduziria a oferta: a repressão aos usuários foi a ruína, disse Cole. Vera Malaguti, criminologista, questionou o limite imposto no debate brasileiro de só se legalizarem os usuários. O palestrante explicou que é devido aos “Estados Unidos dominarem a política de drogas mundial, se qualquer país alterar fica sujeito a sanções econômicas”. Portugal legalizou a posse, não sofreu sanção porque não legalizou, apenas discriminalizou o usuário; é a lei mais ampla nesse campo atualmente. O uso decresceu em Portugal, exceto a maconha que aumentou um pouco, mas reduziu cerca de 30% entre os jovens. A overdose caiu em 72% e a aids e a hepatite em 71%. Vinte anos depois da primeira indicação de fracasso, havia o quádruplo de presos no sistema carcerário. Em 2005 eram 1 milhão de presos por crimes não violentos relacionados às drogas. Cerca de 89% do total de presos são usuários, 830 mil pessoas presas com maconha. Nos EUA, se você é preso com um cigarro de maconha, mesmo em casa, perde sua habilitação de motorista: moradores de áreas rurais e urbanas, com difícil acesso aos meios de transporte, ficam sem locomoção para o estudo ou trabalho, perdem bolsas de estudo, não têm direito às políticas de habitação, dentre outros direitos cerceados. “Você pode superar o vício, mas não a condenação que fica registrada no sistema”, criticou Cole, e complementou: “lançam o usuário de novo na cultura da droga, de onde era para ele sair”. “O racismo é o que começou e orienta essa política das drogas”, reforçou. Jack lembrou de uma declaração do chefe de gabinete do Nixon, depois de uma reunião com o presidente, referindo-se às palavras de seu superior: “você tem que encarar o fato de que o verdadeiro problema dos EUA são os negros e a chave é achar uma solução de maneira que as pessoas não percebam”. Hoje, entre os usuários, 72% são brancos e 13% negros, no entanto 60% dos detentos nas prisões estaduais e 81% nas federais são negros. Isso remete à democracia, pois quem é fichado nos EUA não pode votar. Por volta de 14,5% dos negros não podem votar, sete vezes mais que os brancos. No Texas, terra de George Bush, e na Flórida, a porcentagem aumenta para 31%: Cole acredita que isso teve mais influência na candidatura de Bush em 2002 que as fraudes eleitorais. “Política mais racista que essa só voltando para a escravidão”, ressaltou. Em 1993, na África do Sul, no regime de Apartheid, era de 851/100.000 habitantes o nível de negros presos per capita, enquanto em 2007 chegou a ser 6.667/100.000 nos EUA. “É impossível olhar esses dados e não perceber o racismo, senão nas leis pelo menos em suas aplicações. Tem mais negros na prisão que escravos antigamente”, complementou. Em defesa à legalização das drogas Nesses 40 anos foi gasto um trilhão de dólares dos contribuintes, 39 milhões de pessoas foram presas, “mesmo com o dinheiro e as vidas afetadas hoje em dia as drogas são mais baratas e potentes do que quando eu comecei disfarçado: essa é a essência de uma política fracassada”, ressaltou o ex-policial. Para ele é preciso racionalizar a regularização, de modo que o usuário saiba o conteúdo que está consumindo e não haja mais aliciadores do tráfico nas ruas e, em conseqüência, menos violência. Todo o efetivo policial direcionado às drogas poderia ser distribuído, impedindo que se alastre a violência com o apoio da sociedade que passaria a combater crimes (homicídios, estupros, roubos…) que não são consensuais como os das drogas. As vantagens com isso seria a redução das mortes por overdose, das doenças, da corrupção, das prisões e, em alguns casos, no índice de dependentes. Cerca de 900.000 jovens vendem drogas nos EUA; com a legalização esse comércio passaria às mãos de adultos responsáveis, defende Cole. “Quando eu prendo um homicida e o estuprador, diminui o cenário. O traficante não, porque as drogas permanecem e tem um exército reserva para entrar no mercado”, observou. “Quando se proíbe qualquer tipo de droga, não há nenhuma racionalidade nessa distinção, cria-se um mercado subterrâneo que se enche de criminosos”, disse. Isso vale também para a corporação policial, instituição que sofre com a corrupção nos EUA, disse ele. Essa instigação ao policial a uma guerra, não é como a um militar, acaba ficando sem limites: gera testemunhas falsas em tribunais; policiais que sabem quem são os traficantes, mas se no momento oportuno na operação se deparam com a falta de flagrante forjam – “salgam”, segundo o ex-agente – para mostrar trabalho; “em outros países ainda é pior, alguns policiais cometem execuções extra-judiciais”, comentou, e a platéia toda disse que é o caso no Rio de Janeiro. Tudo isso, ele atribui à guerra contras as drogas. Um exemplo bem sucedido foi o da Suíça, apontou Cole. Foram abertas 123 clínicas no país, nas quais os viciados podiam injetar três doses por dia, drogas progressivamente substituídas. Não houve nenhuma overdose em 15 anos, o índice de aids e hepatite é o menor da Europa hoje, o crime caiu em 60%. As drogas são distribuídas em certa escala, ninguém precisa roubar para comprar, não tem traficantes nas ruas. Em junho de 2006, foi realizado um estudo sobre o projeto, constatou-se que o consumo de heroína foi reduzido em 82%. “A heroína é provavelmente a mercadoria mais cara do planeta e não era no início, quanto mais dura é a lei mais valiosa ela fica”, alertou. “Eu não consigo ver nada que poderia transformar tanto o mundo como a legalização das drogas: economizar mortes, combater a corrupção, economia em gastos”, destacou. Os custos com os processos judiciais e a polícia, por exemplo, poderiam ser investidos em educação, habitação e saúde, concluiu. FONTE: Fazendo Media
  15. quarta-feira, 21 de outubro de 2009 Proibido Proibir Eu não preciso ser negro para ser contra o racismo, nem gay para ser contrário à homofobia, muito menos católico para acreditar em Deus. É neste caminho que eu acredito que deva ser debatida a legalização das drogas no país, sem preconceitos. Como sabiamente disse o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, não será um dia depois da legalização que cada brasileiro optará por ser usuário. Quando falamos sobre isso, tocamos em uma das esferas de rotatividade do sistema, muito bem ilustrada pelo grupo paulistano IRA! na música ‘É assim que me querem’. “E me vendem essa droga/ E me proíbem essa droga/ Para os desavisados poderem pensar que o governo combate/ Invadindo a favela/ Empunhando fuzis/ Juntando dinheiro corrupto para a platina no nariz”, cantava o ex-IRA! Nasi, na música composta pelo guitarrista Edgar Scandurra. A droga é uma realidade que já não é possível oculta-la, como tentam fazer com a fome através de dados. A legalização seria um avanço, maior ainda que o advento da televisão digital, onde acredita-se ser um passo para o futuro poder assistir Ana Maria Braga em alta definição. A proibição nunca será saída, como ficou explícita em 1919 nos Estados Unidos, quando uma emenda à constituição proibiu o varejo, transporte, fabricação e importação ou exportação de bebidas alcoólicas. A medida serviu apenas para fomentar o contrabando e a fabricação clandestina de bebidas em locais inapropriados de produção. Não podemos ser piegas a ponto de acreditar que drogas e bebidas são coisas distintas. Claro que cada um possui sua peculiaridade, mas a proibição de ambos gera os mesmos problemas, que neste sentido, deve ser combatido da mesma forma: a prevenção. Enquanto o álcool mata bancado pelo código penal, como cantavam os cariocas do Planet Hemp, falo sobre isso com o intuito de que as drogas legalizadas sejam tratadas como questão de saúde pública. E que em contrapartida, combata um dos mercados mais lucrativos do Brasil, o tráfico, que se alimenta da proibição, assim como os contrabandistas de bebidas do século passado se alimentavam daquele veto. Mas por que não legalizar? Legalizada, quem já é usuário teria a oportunidade de participar de grupos de apoio e acesso à políticas públicas. Além de ajudar a medicina, sobre todos os aspectos que a ilicitude veta, como por exemplo, a maconha e seu uso terapêutico. Legalizada, a produção da droga por profissionais capacitados, eliminaria também, ingredientes, hoje utilizados, que causam diversos danos à saúde. Se for para proibir algo que está ao lado do ser humano desde seus primórdios, que se proíba também a hipocrisia. Por Marcos Daniel Santi às 12:24 INTERESANTI
  16. Governo quer que pequeno traficante não vá para cadeia Projeto chega ao Congresso neste ano; pesquisa mostra que 2 em cada 3 presos não têm ligação com quadrilhas Mudanças na lei antidrogas que serão propostas pelo governo ao Congresso, até o fim do ano, vão livrar os pequenos traficantes da cadeia. Quem for flagrado pela polícia vendendo pequena quantidade, estiver desarmado e não tiver ligação comprovada com o crime organizado será condenado a penas alternativas. Com as inovações na Lei 11.343, que instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, o governo pretende evitar que essas pessoas sejam cooptadas, nos presídios, por facções criminosas, além de permitir que a polícia concentre o trabalho de repressão nos grandes traficantes e no crime organizado, conforme adiantou o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Pedro Abramovay. Da forma como foi aprovada a atual legislação, quem trafica pequena quantidade pode ter uma condenação abrandada, chegando ao mínimo de 1 ano e 8 meses de prisão, mas essa penalidade não pode ser convertida em pena alternativa. A análise de 9.252 ocorrências que resultaram na prisão de traficantes na capital paulista entre 2007 e o primeiro semestre deste ano mostra, por exemplo, que nove em cada dez traficantes em São Paulo são presos com menos de 1 quilo de maconha, 500 gramas de cocaína ou 50 gramas de crack, conforme o Estado revelou no dia 4. "Precisamos trabalhar uma mudança na lei para que as pessoas que se envolvem esporadicamente com as drogas e não têm relação com o crime organizado cumpram penas alternativas", afirmou Abramovay. "Isso não é nenhuma questão de bondade ou de leniência com o tráfico. É uma questão de estratégia", argumentou. Dados de uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade de Brasília (UnB), financiada pelo Ministério da Justiça, mostram que 66,99% dos presos por tráfico de drogas são réus primários e apresentam bons antecedentes. Em 60% dos 103 casos analisados em dois anos pelos pesquisadores, somente uma pessoa é acusada pelo crime de tráfico, ou seja não existe uma associação clara com um grupo criminoso. Pessoas com esse perfil, no período em que ficam presas, ou à espera de julgamento, ou quando já condenadas, acabam arregimentadas no presídio por organizações criminosas para, quando deixarem a cadeia, continuarem a traficar - mas quantidades maiores. Veja também: Especialistas apoiam pena proporcional e individual Fonte:Estadão
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