Não falei que era cachaceiro, falei que ele consumia cachaça após as cerimônias dançando forró.
Mostre-me onde está o desrespeito em falar que alguém bebe cachaça (não falei que era cachaceiro, é bem diferente)?
No começo dos trabalhos rolavam trabalhos longos e depois dança de forró com cachaça, depois com o tempo ele parou de usar o álcool com o Daime por que disse que os dois não se misturavam. Mas houve uma época em que sim, se misturavam os dois. É uma história pouco conhecida por daimistas, pois como disse, creio que muitos tentam evitar essas histórias pra não tirar a imagem de santo do Irineu.
Qual o problema em se manter fiel a verdadeira história? Por que a necessidade de ver o Raimundo Irineu Serra como alguém sagrado? Não entendo isso, e não é particularmente do Daime, é com qualquer religião. "Não creia nos mestres que te aparecem" é uma lição enorme e se aplica ao próprio Daime.
A fonte? O próprio site oficial do Irineu. Segue o link e a parte destacada sobre a cachaça, forro e daime. http://www.mestreirineu.org/luiz.htm. A Bia Labate em seus livros explana de forma bem mais específica essas histórias que contei.
"Proporcionava festas de dança. O Mestre dançou muito e a dança dele predileta justamente era o forró. Ele gostava do forró. Ele dançava bem, e bonito, e era animado numa festa. Festa dele não perder uma parte sequer, noite inteirinha. Eu já alcancei de uma noite, mas houve aí um passado em que dançavam eram três noites seguidas, como por exemplo no casamento dele com a comadre Peregrina, foram três noites de dança. Em outra visitação que ele fez a sua família no Maranhão, ao retornar foram três dias de dança. Agora, não tudo isso, mas em um dia dancei muito assim em sala em que o Mestre também dançava. Era muito animado. Até adotou a bebida alcoólica um tempo, só que não deu certo. Para ele dava porque ele bebia e sabia beber, mas os seus bebiam e não sabiam beber, porque é característico do álcool: é pouco ou nenhum que sabe beber. O Mestre sabia, mas os dele não sabiam e começavam a fazer besteiras, e em conseqüência disso veio uma ordem da rainha e o Mestre publicou num trabalho: "De hoje em diante nem eu nem nenhum dos meus é para se ingerir mais bebida alcoólica. Por ordem da rainha está proibido isso aqui dentro e quem teimar, querer levar lá do jeito dele, eu chamo de sem-vergonha." Foi duro, não foi? Daime é que é Daime, é com Daime. Agora se quer tem as opções que se pode fazer. Se quer o Daime tem o Daime, é com o Daime mesmo, mas se quer a cachaça é ela mesma, não venha para cá com história não. Eles não se unem, não se dão, não podem seguir assim paralelamente. Ele tomou até esta liberdade, mas por que isso? Porque na proporção em que ele se alegrava, que ele procurava se alegrar, ele se alegrava mais ainda quando também presenciava os seus alegres. Aí, feita essa proibição, já se dançava tomando Daime. Forró. Tomando Daime. Rapaz, ficava uma festa... É um trabalho. "