WASHINGTON (Reuters) - Aviões civis que transportam drogas ilegais poderão ser abatidos em pleno vôo, se um acordo internacional que está sendo negociado entre Brasil, Colômbia e Peru for aprovado, informou o ministro da Defesa José Viegas nesta sexta-feira.
Tanto Colômbia quanto Peru estão preparando o relançamento do programa de interdição aérea de drogas patrocinado pelos Estados Unidos. O programa foi suspenso após a derrubada por engano de um pequeno avião no Peru em abril de 2001. Um missionário e sua filha morreram no incidente.
Viegas disse que os três países precisam de "legislações coordenadas" para rastrear aviões que transitam entre as fronteiras, e poderiam formar um sistema conjunto de controle aéreo.
"Nossa legislação tem que ser compatível. Eu estive no Peru e na Colômbia e conversei com os meus colegas, conheço a legislação deles", disse Viegas na conferência patrocinada pelo Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos (CSIS, na sigla em inglês), um instituto de pesquisa de Washington.
Viegas falou com o secretário de Estado norte-americano, Donald Rumsfeld, sobre a coordenação nas regras sobre o abatimento de aviões suspeitos de tráfico. Ele se reuniu com Rumsfeld e outros funcionários da Defesa dos Estados Unidos na quinta-feira, durante uma visita de dois dias que faz à capital norte-americana.
O Brasil é freqüentemente citado como um país que faz parte da rota das drogas, com muitos traficantes usando a imensidão da selva amazônica para transportar cocaína em barcos ou aviões.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos considera a interdição aérea uma peça chave no combate às drogas, juntamente ao extermínio de plantações clandestinas e o fornecimento de incentivos financeiros para que fazendeiros plantem produtos alternativos. A Colômbia fornece 75 por cento da cocaína do mundo.