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Marcha da Liberdade não será cancelada, dizem organizadores
JULIANNA GRANJEIA
DE SÃO PAULO
Organizadores da Marcha pela Liberdade de Expressão --proibida pela Justiça na noite desta sexta-feira-- afirmaram que a manifestação não será cancelada.
O palhaço Celso Reeks, um dos organizadores --representante dos artistas de rua--, afirmou que a marcha marcada para às 14h de sábado (28) não é uma reedição da Marcha da Maconha, realizada no dia 21.
Mandado de segurança expedido pelo desembargador Paulo Antonio Rossi na noite de hoje diz que a nova manifestação seria a mesma que já foi proibida tendo os organizadores mudado, apenas, o nome.
"A reunião com a PM para a organização da manifestação teve cerca de 100 pessoas, nem 10% disso era da organização da Marcha da Maconha. Nós reunimos civis e entidades que já sofreram repressão para manifestar pela liberdade. Tinha representantes do Movimento Passe Livre, de músicos, de artistas, de GLBT [gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros], da Bicletada, de movimentos raciais, entre outros", afirmou Reeks, que diz não ser usuário de drogas.
Na reunião, a polícia afirmou que não poderia tolerar nenhum tipo de apologia a crimes. "Como a manifestação reúne também entidades pró-liberdade de escolha, ficou combinado que não faríamos menção, em nenhum momento, a aborto e drogas", afirmou o artista.
O cientista social Marco Magri, um dos organizadores da manifestação e da Marcha da Maconha, disse que recebeu a decisão judicial --que caracterizou como "ação grotesca"-- com surpresa.
"É um evento diferente, não tem menção à política de drogas. É um chamado para entidades e pessoas que tentam manifestar suas opiniões e são reprimidas pela polícia ou pela Justiça", afirmou.
Assim como na decisão judicial anterior, o horário da divulgação do mandado de segurança inviabiliza um recurso. Magri afirmou que não há como cancelar a manifestação.
"Estaremos presentes amanhã no vão livre do Masp porque essa decisão de última hora impede que possamos comunicar todos que já estavam programados para participar. O governador, durante a semana, já tinha manifestado apoio a nossa manifestação, nós já tinhamos acertado com a polícia a organização, o trânsito e estávamos cumprindo tudo o que é necessário."
DECISÃO
O Ministério Público do Estado de São Paulo pediu a extensão dos efeitos da liminar que suspendeu a Marcha da Maconha e o pedido foi acatado pelo desembargador Paulo Antonio Rossi.
Para o desembargador, a nova manifestação seria a mesma que já foi proibida tendo os organizadores mudado, apenas, o nome.
"Seria a indução e instigação ao uso indevido de droga frente a uma numerosa parcela da sociedade paulistana, a despeito da decisão liminar proferida no presente mandado de segurança", diz o desembargador na decisão.
Rossi diz ainda que o mandado de segurança que proíbe novamente a manifestação foi baseado em documentos e reportagens que comprovam que o objetivo e os organizadores são os mesmos do evento já proibido.
"Não se trata de reprimir o direito da livre manifestação, mas sim coibir apologia ao crime ou a eventual induzimento no uso de drogas, o que é diferente de afastar ou coibir necessárias discussões ao desenvolvimento, aperfeiçoamento e modificação das normas penais", afirmou o desembargador.
O cientista social Marco Magri, um dos organizadores da manifestação, disse que recebeu a decisão judicial --que caracterizou como "ação grotesca"-- com surpresa.
"É um evento diferente, não tem menção à política de drogas. É um chamado para entidades e pessoas que tentam manifestar suas opiniões e são reprimidas pela polícia ou pela Justiça", afirmou.
Assim como na decisão judicial anterior, o horário da divulgação do mandado de segurança inviabiliza um recurso. Magri afirma que não há como cancelar a manifestação.
"Estaremos presentes amanhã no vão livre do Masp porque essa decisão de última hora impede que possamos comunicar todos que já estavam programados para participar. O governador, durante a semana, já tinha manifestado apoio a nossa manifestação, nós já tinhamos acertado com a polícia a organização, o trânsito e estávamos cumprindo tudo o que é necessário."
REUNIÃO
Na quinta-feira (26), organizadores da marcha se reuniram com a Polícia Militar e com a GCM (Guarda Civil Municipal) para discutir a realização do novo protesto.
"Não estamos apenas repaginando o nome da manifestação [Marcha da Liberdade]. A violência da polícia foi o estopim para ampliarmos a discussão e convidarmos diversos movimentos sociais para integrarem este ato contra a censura", disse ontem o advogado Raúl Carvalho Ferreira, 29.
VIOLÊNCIA
A Marcha da Maconha --que defendia a descriminalização das drogas no país-- foi marcada pelo uso de balas de borracha e bombas de efeito moral contra os manifestantes.
Imagens da TV Folha mostram a violência da polícia. Um repórter foi atingido por jatos de spray de pimenta por um PM e por uma agente da Guarda Civil Metropolitana, que ainda atacou o repórter --que portava crachá-- com um golpe de cassetete.
A PM atribuiu a reação à necessidade de cumprir uma ordem judicial, expedida no dia anterior ao ato, que proibiu qualquer tipo de alusão à legalização da maconha.
"Espero que a próxima marcha aconteça em um clima de paz. Tivemos problemas no evento passado, por isso os manifestantes precisam entender que a polícia vai tomar medidas caso haja, novamente, apologia às drogas", afirmou o major Marcos Félix.
Dois policiais militares foram afastados na terça-feira (24) sob suspeita de terem cometido abusos na confusão ocorrida durante a Marcha da Maconha.
Apesar do afastamento, a Polícia Militar não informou detalhes sobre os PMs punidos. Além da corporação, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) também investiga o possível abuso durante a marcha. Seis pessoas foram detidas na ocasião e, mais tarde, liberadas.
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Agora é todo mundo junto e misturado!! Os desembargadores proibicionistas nos trazem aliados´, mídia e a opnião pública.... Parece até que estão do nosso lado! ahahaha