Excelente iniciativa. Eu resumiria minha argumentação contra a Laranjada azeda assim:
Existe um conjunto de características prodrômica bem definidas na psicose. Características prodrômicas são sintomas que ocorrem numa doença antes que se apareça do sintoma que define o diagnóstico. Explicando, o primeiro surto é o evento que define a psicose, e a maioria dos primeiros surtos ocorrem em pessoas que já apresentavam problemas com ansiedade. Inclusive, existe uma co-morbidade bem definida entre o primeiro surto e crises de ansiedade, que desencadeiam o surto. Pessoas com psicose mesmo antes de serem diagnosticadas tem uma tendência maior que pessoas normais a usarem maconha justamente porque maconha alivia sintomas de ansiedade. Assim, mesmo antes de ter o primeiro surto, jovens que sofrem de ansiedade aliviam seus sintomas usando maconha, e passam a usar regularmente porque isso lhes confere um ganho de bem -estar. Então existe uma explicação para que, dentre os jovens que experimentam maconha na adolescência, 10% sejam psicóticos em fase prodrômica. Isso dissolve a insinuação de casualidade, que alias, foi aventada pela Monica Waltvogel, no programa com o Fernando e o Laranja. Para a constatação de que surtos ocorrem cerca de 2 a 3 anos mais cedo dentre esses jovens, existem duas explicações não excludentes: uma é a de que jovens que sofre mais com ansiedade na fase prodrômica, tendem a ter surtos mais cedo. A outra é que a maconha , de fato, eventualmente conduza um jovem em fase prodrômica a um estado paranoide que desencadeia um surto.