05/11/2013 12:30 - Atualizado em 05/11/2013 12:37
Tarso afirma que País está atrasado no debate sobre liberação da maconha
Para governador, universidades, partidos políticos e religiões devem ser consultados no debate
Após a manifestação dessa segunda-feira, quando Tarso Genro afirmou que apoia o cultivo caseiro da maconha caso a medida reduza o poder do tráfico de drogas, o governador voltou a tratar do tema nesta terça-feira. Tarso afirmou que o debate sobre a política de drogas e a liberação da maconha ainda não foi realizado de forma profunda e que isto é um atraso para o País. O governador defendeu que se amplie a discussão sobre o tema com a participação das universidades, dos partidos políticos e das religiões.
Sobre os males causados pela maconha, cientificamente, Tarso afirmou não ter posicionamento definido sobre o tema. Entretanto, o governador voltou a afirmar que é preciso pensar o consumo da erva em comparação com outras drogas liberadas na sociedade brasileira como o cigarro e o álcool.
“É um atraso essa discussão não ter sido feita de maneira profunda, porque essa discussão tem vários níveis. Tem o nível relacionado com a segurança pública. As pessoas acham que a discussão sobre isso pode favorecer o tráfico de drogas. Não é verdade. O tráfico de drogas é uma estrutura independente que tem que ser combatida de maneira ostensiva. Outro nível é da discussão científica do assunto. Algumas pessoas dizem, por exemplo, que a maconha nós estamos tratando de drogas leves agora, é menos nociva que o cigarro. Eu não tenho condições científicas para dizer, mas sei que o cigarro faz muito mal. Outro nível é o institucional. A sociedade tem que estar convencida seja para vedar de maneira terminante, seja para liberalizar que as pessoas possam plantar para uso próprio. A discussão já existe, mas está muito fechada atualmente. Ela tem que envolver as universidades, as religiões, os partidos, as lideranças políticas”, avaliou Tarso, que viaja nesta terça-feira ao Uruguai para compromissos políticos.
A única opinião conclusiva de Tarso sobre o tema ocorreu ainda ontem, ao defender a descriminalização das drogas. Para o chefe do Executivo e ex-ministro da Justiça do País, o usuário deve ser tratado pelo Poder Judiciário como um dependente e não como um criminoso.
O senado uruguaio debate, atualmente, o projeto de lei enviado pelo presidente Pepe Mujica que legaliza a compra, a venda e o cultivo caseiro de maconha, além de criar uma estatal reguladora da erva. Caso a nova política de drogas seja implementada no país vizinho, os consumidores registrados poderão comprar até 40 gramas por mês de maconha em farmácias licenciadas ou cultivar em casa até seis plantas que produzam cerca de meio quilo por colheita. Fonte: Gabriel Jacobsen/Rádio Guaíba
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