Há boas idéias de como lidar com o consumo de maconha sendo aplicadas nas mais diferentes países.
Recentemente, Portugal descriminalizou a droga. Quem for flagrado para uma multa, perde o baseado, mas sai limpo. A maioria dos estados australianos também não considera fumar maconha um crime.
Na Austrália Ocidental é permitido o cultivo de até dois pés de planta dentro de casa, uma forma interessante de inibir o contato com traficantes. Mas a legislação sobre maconha mais elogiada (e criticada) do mundo é a holandesa, onde é possível comprar até 5 gramas da erva em bares conhecidos como koffeshops.
Essa política nasceu em 1976 com um objetivo: interromper a escada que leva um usuário de drogas leves (haxixe e maconha) a consumir drogas pesadas (cocaína, heroína, ecstasy). As autoridades do país imaginam que a juventude passa da erva ao pó pelo contato com traficantes. Para garantir o sucesso da política, os koffeshops são rigorosamente controlados para que outras drogas ilícitas não entrem. Também não podem fazer propagandas, vender baseados prontos ou virar foco de tumulto. Em alguns municípios, não vender bebida. Quem infringe as regras perde a licença e fecha as portas. O fato é que não há país no mundo em que seja mais fácil comprar, apertar e acender um baseado. Alguns koffeshops de Amsterdã têm até cardápio, com variedade de ervas para o cliente escolher. A explosão de consumo esperada pelos radicais antidrogas nunca aconteceu. Apenas 16% dos holandeses já experimentaram maconha. Nos EUA, esse índice roça os 33%. Só 2% da população experimentou cocaína. Nos EUA, o índice é de 10%. Na contramão da política holandesa está a China, que tem aquela que talvez seja a lei mais severa do mundo. Usuários pegam um mínimo de sete anos de prisão e traficantes recebem uma bala na nuca. O novo projeto de lei em tramitação no Congresso brasileiro nos leva um pouco mais para perto de Holanda, Portugal e Austrália e mais para longe da China.
Fonte: Matéria da Revista Playboy Março