Cannábico, não faço e nunca faço do debate um ring de provações.... eu naõ trabalho com a verdade, com curtir esse autor ou aquele outro, trabalho com falseabilidade. Sempre aprendo com todos e nunca me coloco como o dono da verdade, estou aqui para absorver conhecimento, ser um grower mais humano.... só isso.
Quanto ao burgues cherador à Freud/psicanálise ou à freudianos me parece um ad báculum sem sentido, interessante hehe.
Sempre vai haver essa natural discordância de Freud como linha epistêmica dentro da psicologia. A psicanálise não para em 1930 e em Freud é algo extremamente dinâmico por que sim, deve se fixar numa ética. Ela (psicanálise) não acaba em freud.
Não sei de onde demonstrei o interesse em fazer análise ou uma consulta psicológica o ENFIM em caixa alta no primeiro ou segundo post é justamente para tornar mais afinado alguns conceitos, deixei isso bem claro. Tudo para enriquecimento do debate.
Se não está preparado para perguntas de um leigo, basta não responder . Se responde, aponte a leiguice (deixei bem claro em 3 opoortunidade e em CAIXA ALTA que NÃO era da área).
Sempre mostramos o interesse em entender conceitualmente esquizofrenia e não me parece ser a solução somente para alguns casos somente medicamentos. Debate requer perguntas não? Se lida mal ou pessoalmente com confrontamentos de sua visão de psicologia, sugiro rever conceitos , inclusive sobre a verdade. Coisa que não estou muito preocupado, trabalho com falseabilidade.
Aliás o que mais se vê é a sociedade medicalizada com ritalina , se adoto freud et al é para justamente estabelecer uma linha teórica. Acho que deixei isso muito claro também....sua capacidade de fazer cirurgias (técnica/acadêmica) me parece estar fora do escopo do tópico. Ou quer contextualizar?
Não me parece ter recebido bem as indagações. Não leve para o lado pessoal "amigo" canabicobr.
Edit 1(13/01/2014): Achei bem interessante o rumo que tomou a discussão e o Vicent no meio kkk. Quanta falta de ética minha!
Isso reforça uma visão acertada no meu entendimento de cunho foulcaultiano de que existe uma relação de poder opressora quando falamos da loucura, dos "loucos", dos esquizofrênicos. E geralmente essa opressão vem da sociedade medicalizada. Tudo é medicamento, quando não... tudo é a perspectiva atomista, ou monadológica (ver mônada da filosofia) da qual tenta explicar o psiquismo do ser humano ou da espécie.
Ora, o próprio renascimento trouxe uma perspectiva de homem tal que ae vem, Darwin, Freud, Einstein, Teoria do Caos, indeterminações, vem as telecomunicações e tecnologia, vem o saber agregado da ciência que eleva ainda mais essa superestrutura (conceito marxista) cultural que criamos e por incrível que pareça faz o homem olhar para si e ir além.
Paradoxalmente sobre o objeto "psiquismo" o grosseiro, o achismo, e o classificassionismo de diagnósticos ainda imperam. Ninguém olha o humano do esquizofrênico somente sua CID, sua localizaçao numa tabela, seu lócus no classificassionismo da sociedade medicalizada.
Desconfio de fato e de direito da medicalização, dos "sossegas leões" da indústria de fármacos, da ritalina que já é um problema da saúde pública por que nem educadores nem os pais ou médicos querem nossas crianças ativas demais, pensantes demais, questionadoras demais. As vezes precisa coisa nenhuma de ritalina, precisa é gastar energia correndo atras de uma bola.
Fui ridicularizado e taxado como louco pelo doutor acima, mas de forma muitíssimo interessante, todos nós estereotipamos a loucura, as realidades paralelas da vozes que podem sim ser autodestrutivas em alguns esquizofrênicos. Sempre uma relação de poder desigual, da qual existe por traz (uma mecânica de poder - ver Foucault) da qual médicos, a polícia e o estado vem tutelando e vigiando, forçando a confissão e punindo àqueles concidadãos ditos não "normais", no próprio CORPO do cidadão.
Ae vem as correntes, as grades e os discursos violentos de educadores, psicólogos, médicos, da Igreja, da polícia, da justiça e do Estado - sempre querendo tutelar nosso corpo louco e nosso louca psiquê. Por isso fogem de se fixarem numa ética .
Esse último parágrafo é uma simples crítica ao estado da arte das relações sociais degradantes que provocou esse tipo de política psiquiátrica. O próprio estado impôs o isolamento social (inclusive a inimigos políticos - os taxando de loucos e os eliminando em hospícios). Bem normal também, taxar maconheiros de loucos. Não tenho direito de dar vazão as vozes? Não tenho direito de ser louco? O conteúdo de minhas loucuras não é propriedade minha? dannnn.... plunkt, planct, zum! Minha mente não vai a lugar nenhum.... (ver Maluco Beleza - Raul Seixas).Ora, e dentro disso tudo, não posso resignificar e ser um humano melhor - ainda que louco, "lelezinho" da silva? Quem é o médico bigode grosso que tem a autoridade para tutelar minhas loucuras positivas/criativas/artísticas/literárias se assim não permitir?
Um curtíssimo manifesto à loucura? Hum.... quem sabe pretensamente lá na frente dou mais robustez histórica/epistêmica social para tais palavras loucas.
Se colocarmos essa variável "política psiquiátrica" no Brasil (vide barbacenas e outras casas, ops depósitos de humanos) dentro do contexto da war on drugs, VOILÁ! CONJUNTURALMENTE SE ENCAIXAM COMO UM LUVA, a história não mente. Mas isso já é um outro loongo e diverso assunto.
Paz e bem - Fabrício
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Fonte: Especial - Caderno Proza e Verso - sobre Michel Foucault do O Globo (11/01/2014) in Bojunga, Lobo, Eicheinemberg, Rodrigues (2014).