psicobigas

Parabéns Luluds e doutor_freud, vocês estão prestando um grande serviço para os usuários e para a saúde pública também!

Pois é, a mobilização é necessária para levar a nossa causa (hay que endurecer..). Concordo que só um esforço conjunto de vários setores da sociedade será capaz de provocar o debate sério que formulará propostas para uma nova política pública para disciplinar o consumo de drogas hoje consideradas ilícitas. Mas reconheço que tem muita gente se expondo, mostrando sua cara e opnião a esse respeito. Semana passada participei do I Encontro Nacional de CAPS-ad (alcool e drogas) e várias autoridades governamentais ali presentes defendiam publicamente a liberação da maconha (alguns defendem de todas as drogas) tanto seu consumo como produção. Um dos palestrantes, o Prof. Gey Espinheira da Universidade Federal da Bahia, defende inclusive a liberação do cultivo de maconha em larga escala com benefícios para a econômia do país, aliada a reforma agrária e criação de empregos. Outras autoridades, inclusive o coordenador nacional do programa de saude mental do Ministério da Saúde tem uma postura claramente favorável ao fim da criminalização dos usuários. O que eu considero mais difícil, e achei a idéia do Malabares muito interessante por isso, é chegar a uma proposta consensuada por todos, visto que aqui mesmo entre nós, usuários e microprodutores, observamos diferenças de opniões e formas de tratar a questão.

Quando falamos do governo, existe a tendencia de generalizar e dizer que são corruptos, só pensam nos impostos, etc. mas é claro que há pessoas sérias e com grande experiência na temática das drogas. Os avanços nessa área tem sido a passos de tartaruga mas não por falta de qualificação dos profissionais envolvidos e sim pela forte resistência da sociedade quando o assunto é a tão famigerada droga! O que considero fundamental é tirar a temática das drogas do campo da justiça, da pedagogia, da saúde e entender que a droga é um fenomeno cultural que não é positivo nem negativo e deve ser trabalhado sem julgamento de valor, reconhecendo as liberdades e direitos individuais. Chegou a hora da sociedade assumir que a política de repressão ao consumo e venda e o ideal de abstinência não teve sucesso e só fortaleceu as "instituições" envolvidas na milionária industria do tráfico. Não podemos esquecer que a origem da violência não está no tráfico de drogas e sim na INJUSTIÇA SOCIAL, não está no usuário de drogas e sim na QUALIDADE DA EDUCAÇÃO, não está na droga como substância mas na interação dela na sociedade. De qualquer forma, qualquer que seja a "política para as drogas" considero que deva ser levado em conta: - o respeito aos usuários - a liberação de "ilhas de consumo" - a produção privada controlada e monitorada - o comércio regulamentado Fiquei sabendo que o governo federal tem um decreto pronto para ser publicado onde regulamenta o tratamento dos usuários de drogas e a questão da redução de danos, só não foi publicado ainda porque alguns setores consideram o decreto polêmico demais! O nosso papel nesse caso é pressionar, protestar, abrir canais de discussão e desvincular a imagem do usuário com o do marginal, embora às vezes ainda me agrade ser considerado assim!

Estatisticas demonstram que 3% da população mundial sofre de esquizofrenia, sendo interessante observar que é um disturbio que atinge de maneira uniforme a todos os povos. Sua origem é genética, embora vários teóricos ainda resistam a essa afirmação. Se o indivíduo não tem a predisposição genética para essa doença ele pode fumar quantos baseados quiser que não vai desenvolver a esquizofrenia mas, num quadro de registro de caso na familia pode vir a desencadear traços de esquizofrenia ou mesmo surtar e "sofrer" de esquizofrenia. A esquizofrenia não tem cura, ela tem tratamento, como se fosse quem tem diabetes, pressão alta, etc, acontece que a sociedade discrimina muito mais aquele considerado "louco". Muitas vezes o portador de sofrimento mental faz uso da maconha sem que isso seja o fato provocador de seu sofrimento mas sim um alivio para ele. Na internet existem vários sites bem interessantes que tratam do assunto, é só vasculhar. Pra quem quer uma linguagem mais acessível pode dar uma olhada na revista TRIP desse mes que tem uma matéria interessante sobre esse assunto, embora eu tenha discordâncias da forma como o assunto foi abordado lá.

...então galera Moro no ABC paulista e não fiquei sabendo que seria realizada a manifestação. Hoje pela manhã quando li o jornal aqui da região (Diário do Grande ABC) e vi uma notícia a respeito da passeata corri logo pra cá porque "senti um cheiro" de growroom.net nessa! Na noticia se falava de uma passeata de aproximadamente 60 pessoas e vários agentes policiais disfarçados de jornalistas que estavam fazendo fotos e colhendo depoimentos. Não sei se é verdade, tá parecendo resquícios da ditadura eim?!! Mas independente de quantas cabeças estavam lá, o importante é que este tema esteja sempre em pauta, e acima de tudo uma questão mais ampla, a dos direitos individuais. Parabéns aos que estavam lá. ,) ...e é claro, a luta continua...

Muito bem, já vi que aqui ninguem é fraco... lá vai a minha contribuição pra esse espaço: Apologias Imagens se formam na densa fumaça achamos graça a hora passa durmo tarde ... ressaca. Isqueiro, som reconhecível conheço também o cheiro me entrego por inteiro o resultado expõem no cinzeiro a sentença que as pontas delatam. Prazer, remédio, estilo de vida seguro na ponta dos dedos a chave que com clareza revela ocultos segredos pela força da natureza. ... então é isso!