Depois de três anos e meio de investigação, o Ministério Público Estadual (MPE) de São Paulo concluiu o maior mapeamento da história do crime organizado no país, com um raio X do Primeiro Comando da Capital (PCC). Por fim, denunciou 175 acusados e pediu à Justiça a internação de 32 no Regime Disciplinar Diferenciado --entre eles, toda a cúpula, hoje presa em Presidente Venceslau.
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As provas reunidas pelos promotores do Grupo Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) permitiram à construção de um retrato inédito e profundo da maior organização criminosa do país. Durante três anos e meio, os promotores reuniram escutas telefônicas, documentos, depoimentos de testemunhas e apreensões de drogas e de armas. O Estado teve acesso aos documentos e a milhares de áudios que formam o maior arquivo até hoje reunido sobre o crime organizado no país.
O MPE flagrou toda a cúpula da facção em uma rotina interminável de crimes. Ela ordena assassinatos, encomenda armas e toneladas de cocaína e maconha. Há planos de resgate de presos e de atentados contra policiais militares e autoridades. O bando faz lobby e planeja desembarcar na política.
A ORIGEM DO PCC
A facção criminosa PCC foi criada em agosto de 1993, num presídio de Taubaté (a 140 km de São Paulo).
Ela surgiu após o massacre do Carandiru, ação policial que deixou 111 presos mortos na invasão do pavilhão 9 da antiga Casa de Detenção.
O grupo fundador do PCC reivindicava o fim da linha dura e dos maus-tratos contra os presos.
Marcola assumiu a chefia da facção no final de 2002. Ele está preso por roubo a bancos.
Presente em 22 Estados do país e em três países (Brasil, Bolívia e Paraguai), a "Família" domina 90% dos presídios de São Paulo. Lucra cerca de R$ 8 milhões por mês com o tráfico de drogas e outros R$ 2 milhões com sua loteria e com as contribuições feitas por seus integrantes - o faturamento anual de R$ 120 milhões a tornaria uma empresa de médio porte. Esse número não inclui os negócios particulares dos integrantes, o que pode fazer o total arrecadado por criminosos dobrar.
A principal atividade é desenvolvida pela facção é tráfico de drogas. Chamado de Progresso, prevê ações no atacado e no varejo. No último, a facção reunia centenas de pontos de venda de droga espalhados pelo país. Eles são chamados de "FM". No caso da cocaína, os bandidos mantêm um produto de primeira linha, o "100%" e o "ML", que é a droga batizada, de segunda linha. A maconha é designada nas conversas com o nome de Bob Esponja. A droga do PCC vem do Paraguai e da Bolívia. Os três principais fornecedores de drogas para o PCC seriam os traficante paraguaio Carlos Antonio Caballero, o Capilo, e os brasileiros Claudio Marcos Almeida, o Django, Rodrigo Felício, o Tiquinho, e Wilson Roberto Cuba, o Rabugento.
O grupo tem um arsenal de uma centena de fuzis em uma reserva de armas e R$ 7 milhões enterrados em partes iguais em sete imóveis comprados pela facção. Ao todo, o grupo tem 6 mil integrantes atrás das grades e 1,6 mil em liberdade em São Paulo. Esse número sobre para 3.582 em outros Estados - somando os membros ativos e inativos, além dos punidos e os que não têm mais cargos ou participação em atividades mantidas pela facção.Arsenal
A denúncia do MPE foi assinada por 23 promotores de Justiça de todo os Gaecos de São Paulo. O MPE fez ainda um pedido à Justiça de que seja decretada prisão preventiva de 112 dos acusados. Todos os suspeitos listados pelo MPE foram flagrados conversando em telefones celulares, encomendando centenas de quilos de cocaína, toneladas de maconha, fuzis, pistolas, lança-granadas e determinando a morte de desafetos, traidores e suspeitos de terem desviado dinheiro da Família. Deixam, assim, claro que atuam segundo o princípio de que "o crime fortalece o crime". Dezenas de telefonemas relatando pagamento de propinas, principalmente a policiais civis, mas também a PMs, fazem parte da investigação.
A Justiça de Presidente Prudente se negou a decretar a prisão de todos os acusados, sob o argumento de que seria necessário analisar mais detidamente as acusações. O mesmo argumento foi usado pela Vara das Execuções Criminais, que indeferiu o pedido de liminar feito pelo MPE para internar toda a cúpula da facção no RDD da Penitenciária de Segurança Máxima de Presidente Bernardes. O juiz Tiago Papaterra decidiu verificar caso a caso a situação dos detentos, antes de interná-los. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2013/10/11/investigacao-sobre-crime-organizado-denuncia-175-do-pcc.htm
Alckmin diz que vai fortalecer regime diferenciado e presídios de segurança máxima: http://g1.globo.com/sao-paulo/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2013/10/alckmin-diz-que-vai-fortalecer-rdd-e-penitenciarias-de-seguranca-maxima.html
Comentários:
Vamos pensar um pouco, se 80% do lucro do PCC vem do tráfico de drogas, e sabemos que a proibição inflaciona as drogas e enriquece o crime organizado, quem é o maior interessado em manter as drogas proibidas? Não é o próprio crime organizado? Não seria uma ação inteligente do Estado descriminalizar as drogas, legalizar o mercado e trazer esses 120 milhões para negócios legais, pagando impostos?
Outra coisa, a mentalidade do povo brasileiro é assustadora mesmo, só falam em matar, só pensam em sangue, tenho uma curiosidade tétrica de ler o que esses energúmenos da classe mérdia pensam, e são uns miseráveis mesmo, leiam ali a seção de comentários no globo.com, eita povinho que só cospe sangue! Malditos! Por que eles acham que o PCC existe? Porque o Estado cometeu um massacre contra os presos na rebelião do Carandiru em outubro de 92, é por causa disso que o PCC existe, é só ler o estatuto do PCC que está disponível na internet.
Se esse povo estúpido acha que derramar mais sangue é uma maneira de solucionar o problema da violência estão muito enganados, se esse for o caminho do Estado a situação vai escalar cada vez mais. Violência só cria mais violência, a não ser que a intenção seja fazer um genocídio da população negra e pobre, daí estamos no caminho certo.