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  1. Eu dei uma choradinha .... Foi lançado em 29 DE MAIO 2019 Soube via Hempadao . Pessoal , estou sem palavras ... nem 3 mil no Youtube .... Acho que todos os usuários deveriam pelo menos tentar ver ... Abs
  2. FreeZion

    Legalização pelo Mundo

    Já passou da hora, abaixo todos os contatos dos ministros e secretario de segurança publica. Escreva uma mensagem para eles em prol da legalização, pelo menos estamos fazendo algo ! Mostre a nossa força. Não vejo sentido algum ir contra a regra de outros países de 1° mundo. Esse é o mapa onde a Cannabis esta legalizada: Fonte: https://mindfray.com/debate/cannabis-laws-examining-marijuana-legalization-efforts-5-countries/ Contatos: MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI Telefone: (61) 3217-4017 Telefone: (61) 3217-4025 Telefone: (61) 3217-4269 E-mail: presidencia.stf@stf.jus.br E-mail: mrlewandowski@stf.jus.br MINISTRO MARCO AURÉLIO Telefone: (61) 3217-4826 / 3217-4281 E-mail: mam@stf.jus.br E-mail: audienciagabmmam@stf.jus E-mail: marcoaurelio@stf.jus.br MINISTRO DIAS TOFFOLI Telefone: (61) 3217- 4102 E-mail: gabmtoffoli@stf.jus.br MINISTRO LUIZ FUX Telefone: (61) 3217- 4388 E-mail: gabineteluizfux@stf.jus.br MINISTRO TEORI ZAVASCKI Telefone: (61) 3217- 4191 E-mail: gabteori@stf.jus.br MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO Telefone: (61) 3217- 4323 E-mail: audienciamlrb@stf.jus.br MINISTRO EDSON FACHIN Telefone: (61) 3217- 4133 E-mail: gabineteedsonfachin@stf.jus.br MINISTRO CELSO DE MELLO Telefone: (61) 3217-4077 E-mail: gabcob@stf.jus.br MINISTRO GILMAR MENDES Telefone: (61) 3217-4175 E-mail: mgilmar@stf.jus.br E-mail: audienciasgilmarmendes@stf.jus.br MINISTRA ROSA WEBER E-mail: convites-minrosaweber@stf.jus.br E-mail: audienciasrw@stf.jus.br Telefone: (61) 3217-4236 MINISTRA CÁRMEN LÚCIA Telefone: (61) 3217-4348 E-mail: audienciaCarmen@stf.jus.br Raul Jungmann - http://www.rauljungmann.com.br/
  3. Ainda dá tempo de mudarmos de rumo, mas o Brasil está a caminho de virar um narcoestado, com o PCC ou o CV fazendo o papel que já foi de Pablo Escobar e dos cartéis mexicanos Seis anos atrás, fui para Portugal, conhecer por dentro o famoso “sistema português” de drogas, que na época celebrava seu décimo aniversário. Lá entendi a diferença crucial que é lidar com as drogas da perspectiva da saúde, em vez da justiça. O sistema português foi todinho estruturado com o foco em tratar as pessoas que precisam de tratamento. Ninguém lá está em julgamento: as pessoas são cuidadas, e apenas quando querem. São apoiadas em suas trajetórias pessoais para se livrar das drogas ou dos males que elas causam. (Se quiser saber mais sobre como funciona, no detalhe, publiquei aqui um capítulo do meu livro “O Fim da Guerra”, de 2011, sobre o assunto.) Na época, fiquei encantado com o conceito e tive a sensação de que nossos primos lusos estavam no caminho certo. Os resultados, no entanto, ainda eram frágeis e pouco conhecidos. Havia uma sensação de melhora em vários indicadores – uso por menores de idade, busca por tratamento, sucesso no tratamento, contaminação de HIV e hepatite, uso de drogas pesadas, overdoses, poder do tráfico, capacidade da polícia e da justiça –, mas eram avanços pequenos, no máximo um punhado de pontos percentuais ao ano. Reinava ainda uma certa dúvida: com uma crise econômica adiante, será que o país afundaria de novo nas drogas? E, com a mudança de partido político no poder, será que o sistema iria dançar? As respostas a essas dúvidas saíram publicadas esta semana na coluna do jornalista Nicholas Kristof, do New York Times: claramente Portugal ganhou a guerra às drogas. Ao parar de perseguir usuários e, em vez disso, tratar deles quando eles precisam, o pequeno país europeu conseguiu resultados extraordinários e indiscutíveis, tanto na saúde como na segurança. Passados 17 anos do início da experiência, o número de usuários de heroína caiu 75%, as infecções de HIV por uso de droga diminuíram 90%, o número de mortes por overdose caiu 85%. Agora apenas 52 pessoas morrem de overdose em Portugal a cada ano. Enquanto isso, os Estados Unidos, que tentaram lidar com o mesmo problema com repressão, perderam 64 mil pessoas em overdoses – um número chocante, equivalente a todas as mortes de americanos nas guerras do Iraque, Afeganistão e Vietnã, somadas. Kristof ainda lembra que o sistema português custa apenas cerca de US$ 10 por cidadão ao ano, enquanto o americano custa milhares de dólares. Uma coisa que notei é que Kristof, em 2017, entrevistou muitas das mesmas pessoas que eu havia conhecido em 2011, e que seguem trabalhando no sistema. Houve continuidade num programa que estava dando certo, apesar de o governo ter mudado de mãos dos socialistas para os conservadores e depois para os social-democratas. Quem fazia um bom trabalho continuou. E, com isso, as pequenas melhoras incrementais que eu havia observado em 2011 viraram estrondosos sucessos acumulados em 2017. O governo português obviamente fez algo que deu certo. Achei importante contar isso neste momento, em que a política de drogas do Brasil caminha a passos largos para dar desastrosamente errado, a ponto de destruir muito deste país. Você está vendo o que está acontecendo: organizações criminosas estão em guerra aberta para disputar as principais rotas do tráfico. Essa guerra vira notícia quando gera caos no Rio de Janeiro, ou quando explode em massacres nos presídios no Norte e do Nordeste. Mas, longe daqui, tem algo ainda mais assustador acontecendo: PCC e Comando Vermelho estão se estruturando para virarem grandes cartéis internacionais. No início do ano, o governo colombiano alertou que o PCC está se entranhando nas florestas da Colômbia e oferecendo empregos a narcotraficantes que antes trabalhavam para as Farc, o exército revolucionário colombiano. Com as negociações de paz entre os guerrilheiros e o governo, as Farc estão entregando as armas. Mas isso não significa que os produtores de cocaína que trabalhavam para eles vão todos alegremente se aposentar – muitos estão adorando a ideia de virarem soldados do PCC. Com isso, a organização criada nas cadeias paulistas, que já domina bastante da produção de maconha paraguaia, está a caminho de integrar toda a cadeia de produção e distribuição de drogas na América Latina. Considerando a posição estratégica do Brasil, o único país que faz fronteira com todos os produtores mundiais de cocaína (Bolívia, Peru e Colômbia), é questão de tempo para que nossos mafiosos comecem também a tentar conquistar as rotas do Atlântico, que conectam o Brasil ao mundo desenvolvido. Sabidamente, cartéis muito poderosos e governos fracos e corruptos são a fórmula para criar um narcoestado: países comandados pelo poder do tráfico internacional de drogas. Aconteceu recentemente com a Colômbia, como você talvez tenha visto na série “Narcos”, do Netflix, e em seguida com o México e boa parte da América Central, como você vai ver nas próximas temporadas da série. Estamos embarcando pelo mesmo caminho – tenho absoluta certeza de que PCC e CV já são financiadores relevantes de políticos brasileiros (fique especialmente atento àqueles que propõem endurecer o combate às drogas, discurso típico de político financiado pelo tráfico). Se tudo der certo nos planos das organizações criminosas brasileiras, talvez a quinta ou sexta temporadas de “Narcos” se passe em São Paulo, ou no Rio. É possível escapar dessa maldição. Portugal aponta um caminho. Os Estados Unidos e o Canadá, que estão legalizando a maconha e assim descapitalizando os narcotraficantes mexicanos, apontam outro. A própria Colômbia tem acertado muito depois de aprender com seus erros do passado. Não faltam iniciativas bem-sucedidas para nos inspirar. Mas os políticos tradicionais brasileiros têm se mostrado valiosos aliados dos narcotraficantes. Em vez de fazer políticas racionais, baseadas em ciência, focadas nos cuidados, eles seguem insistindo numa estratégia de confronto, que só serve para aumentar o poder das organizações criminosas. Por exemplo: a prefeitura de São Paulo invadiu em maio uma cena de uso de crack sem nem planejar antes os cuidados à saúde. É erro típico de políticos tradicionais, que se guiam mais por marketing do que por resultados, mais por preconceitos do que por ciência. A intervenção desastrosa resultou naquilo que se esperava: no espalhamento do uso de crack e no aumento do poder do crime organizado. Algo que, depois do óbvio sucesso do sistema português, supôs-se que jamais precisaria acontecer de novo. O PCC agradece.Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/colunistas/2017/A-%C3%BAltima-temporada-de-%E2%80%98Narcos%E2%80%99-poder%C3%A1-ser-gravada-bem-perto-da-sua-casa esse artigo me deixou preocupado, o que dizer do Brasil.. a gnt tem Narco-senador, pastor evangélico-senador, deputado federal traficante.. como vamos ganhar no congresso desse jeito..?
  4. https://www.bonde.com.br/bondenews/londrina/voce-e-a-favor-ou-contra-a-legalizacao-da-maconha-no-brasil--451851.html 29/09/2017 07:00 DEBATES BONDE Você é a favor ou contra a legalização da maconha no Brasil? Em agosto deste ano, ocorreu, em Londrina, a Marcha da Maconha. Os participantes percorreram algumas vias da cidade, defendendo não apenas o uso recreativo e medicinal, mas também a liberdade para cultivo da planta no Brasil. Nas redes sociais, no entanto, muitos leitores do Bonde se manifestaram contra a legalização, expondo diferentes motivos, dentre os quais o estímulo ao vício. leia mais Portal Bonde lança série de debates sobre assuntos polêmicos Você é a favor ou contra a legalização do aborto no Brasil? Para ajudar o leitor a formar ou a rever uma opinião própria, o Portal Bonde, nesta segunda edição da série Debates, encomendou dois textos sobre a legalização da maconha. O primeiro é favorável e é assinado pelo advogado e consultor jurídico da Growroom (site que defende os direitos dos usuários de maconha). O segundo, contrário, é de autoria do médico residente em psiquiatria na Universidade Estadual de Londrina (UEL) Erick Leonardo Naiverth Antonechen. Confira os dois textos abaixo e se permita refletir sobre o assunto. Shutterstock A favor da legalização da maconha Vejo a maconha como um patrimônio da humanidade, um vegetal cultivado há milênios, como uma tecnologia arcaica fundamental no desenvolvimento da nossa civilização. Legalizar não é apenas inovar, é também restaurar algo anterior a esse hiato histórico infame e nefasto que é a proibição da cannabis no último século. A proibição foi uma forma de perseguição e de dominação imposta por classes que dirigem o Estado sobre grupos sociais menos articulados que se relacionavam de várias formas com a planta. Além de estigmatizar pessoas, ao tentar exterminar um táxon como a cannabis da face da terra a proibição privou a humanidade de seus melhores usos e possibilidades de criação. Conhecimentos ancestrais sobre cannabis foram esquecidos, os usos como ferramenta terapêutica foram abandonados e, ainda, foram impedidas quaisquer pesquisas que descobrissem novos usos. Enquanto a proibição da maconha está em vigor, tudo gira em um círculo vicioso de violência, medo e pânico moral. Comercializar algo proibido tem uma remuneração que compensa o risco para aqueles que são deixados à margem da sociedade, pois, sem uma perspectiva de vida interessante, morrer na guerra não faz diferença para eles. O modelo de proibição baseado na guerra às pessoas que lidam com a cannabis afeta de forma negativa a saúde mental de toda a sociedade, causando vítimas indiscriminadamente. A legalização é a oportunidade para minimizar os riscos inerentes aos usos da cannabis, mas principalmente para extinguir os danos provocados pela proibição. A cannabis legalizada é o caminho para reparar os prejuízos históricos da proibição, realizando uma função social e atendendo desde o pequeno produtor rural até o jovem de periferia que pode trabalhar no varejo lícito. A legalização também é a oportunidade para educar melhor nossos jovens quanto ao uso de drogas, pois, ao proibir o debate, é embargada toda troca de ideias com informações idôneas. Sem falar das vantagens econômicas da legalização que são patentes, pois a proibição da cannabis é apenas ônus. Contudo, se tornada lícita, passa a ser bônus gerando riqueza para a todos. Autor: Emílio Figueiredo, advogado e consultor jurídico da Growroom (site que fala sobre maconha e que defende os direitos dos usuários). Contra a legalização da maconha Atualmente, estima-se que 40% de todas as consultas médicas sejam de caráter psiquiátrico. Entre estes atendimentos, temos os mais diversos diagnósticos: transtornos do humor, psicóticos, síndromes ansiosas, quadros demenciais, distúrbios da alimentação e sexualidade. Os atendimentos a pacientes com dependências químicas nos alertam sobre a gravidade deste tema. Dados do Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) apontam que, no Brasil, 22,6% dos estudantes já fizeram uso de alguma substância ao longo de sua vida. Ao focar-se o tema sobre a maconha, veremos que 5,9% dos estudantes brasileiros já fizeram uso ao longo da vida, com maior prevalência na região Sul (8,5%). Nos últimos anos, diversos estudos têm nos mostrado os efeitos deletérios do uso de cannabis sobre processos cognitivos, como atenção, memória e controle de inibição de respostas. A intoxicação aguda pela maconha pode causar elevação aguda da ansiedade, o que justifica as crises de pânico estarem entre os principais efeitos indesejáveis. Do mesmo modo, o uso da cannabis é responsável por quadros psicóticos transitórios, com diversa sintomatologia (delírios, ilusões, alucinações, retraimento emocional), que se assemelham aos que ocorrem na esquizofrenia. Não é à toa que o uso da maconha é reconhecido como fator que afeta a vulnerabilidade para o desenvolvimento de esquizofrenia (risco três vezes maior) e que prejudica sua recuperação, com alterações cerebrais irreversíveis (redução no volume do hipocampo e amígdala). Acrescenta-se a isso um risco de aumento para patologias respiratórias, imunes e reprodutivas. É importante frisar que medicamentos derivados da Cannabis sativa (Mevatyl®, Epidiolex®) são altamente filtrados para utilizar-se apenas um de seus componentes com função medicinal, excluindo-se as substâncias prejudiciais. Suas indicações são precisas, como esclerose múltipla, epilepsias refratárias e algumas formas de câncer. À luz do exposto fica evidente as diversas relações entre as comorbidades clínicas e psiquiátricas com o uso de canabinoides. Pretextos para seu uso de forma recreativa são facilmente rebatíveis por ensaios clínicos evidenciando diminuição da capacidade criativa e cognitiva. Trata-se de uma patologia que correlaciona-se com diversos outros quadros nosológicos, o que piora o diagnóstico, tratamento e recuperação, representando um gasto de R$ 1,8 bilhão por ano aos cofres do SUS. Autor: Erick Leonardo N. Antonechen, médico residente em psiquiatria na Universidade Estadual de Londrina (UEL). CRM-PR: 32.382. E-mail: erick.leonardo@live.com. Vamos comentar todos nós!
  5. Ras Geraldinho terá vigilia de 1 ano na cadeia Líder da igreja da maconha está preso em Iperó Perto de completar um ano preso, o líder da Igreja da Maconha Ras Geraldinho vai ganhar uma vigília em sua homenagem no dia 14 de agosto. Abaixo o comunicado oficial da Igreja Coptic Niubingui de Americana: Dia 14 de agosto completará um ano da prisão do Lider Rastafári Ras Geraldinho. Condenado pela Justiça de Americana-SP a 14 anos de prisão, multa de R$ 48 mil e perda do imóvel por plantar maconha para uso cerimonial, este caso gerou indignação no Brasil e no mundo. Nos DIAS 17 e 18 DE AGOSTO abriremos as portas da NIUBINGUI para todos conhecerem a Igreja e nossas atividades e, juntos, articularmos um movimento nacional pela libertação do nosso líder. Contamos com sua presença para fortalecer o movimento. "Nossa vitória não será por acidente" Link do evento no facebook: https://www.facebook.com/events/323972391071276/?ref=22 Fonte: Novo Momento - http://www.novomomento.com.br/Cidades/6858/ras-geraldinho-tera-vigilia-de-1-ano-na-cadeia
  6. Do álbum meu primeiro cultivo out dor

    atualizando aqui primeira vez no growroom novato no cultivo agradecido de tds as informações que possa me ajudar a melhorar no meu cultivo paz e bem guerreiros.
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  9. Da guerra ao comércio de maconha por Marcelo Pellegrini — publicado 28/07/2015 04h06 Colorado, nos EUA, é uma prova das vantagens da legalização da erva http://www.cartacapital.com.br/revista/859/da-guerra-ao-comercio-7458.html Vlademir Alexandre/ Estadão Conteúdo O Colorado arrecadou 27 milhões de dólares em sete meses O debate sobre a liberação da maconhaganhou uma nova perspectiva. O cultivo legal da erva, revelam os dados mais recentes do estado do Colorado, o primeiro a autorizar o uso recreativo nos Estados Unidos, pode tornar-se uma nova e interessante fonte de receita, empregos e impostos. Segundo a organização Drug Policy Alliance, de janeiro a julho do ano passado, a cadeia produtiva dacannabis gerou mais de 10 mil postos de trabalho e recheou os cofres públicos estaduais com 27 milhões de dólares em tributos. Estima-se que o comércio da droga em todo o país, apesar de não existir uma permissão federal para o plantio e o consumo, tenha movimentado 2,7 bilhões de dólares em 2014. Os dados levam a uma pergunta: não seria mais inteligente legalizar e controlar o comércio do que deixá-lo sob o domínio dos narcotraficantes? Ao menos 5% da população mundial, calcula a Organização das Nações Unidas, recorre ao submundo para conseguir drogas. A maconha seria a terceira substância psicoativa mais consumida do planeta, com 117 milhões de usuários. Detalhe: é a única ilegal entre as três primeiras colocadas. As outras são o álcool e o tabaco. O potencial econômico da maconha não está limitado ao seu efeito químico sobre o corpo. As aplicações são variadas, a depender da composição de cada espécie. Estudos indicam que uma variedade rica em canabinoides, uma das substâncias naturais da planta, apresenta relevantes resultados medicinais. Outros tipos, com baixos níveis consideráveis de canabinoides ou THC (a substância psicoativa), têm aplicação na indústria têxtil e de alimentos. Tênis e óleos estão entre os produtos possíveis. No outro extremo emergem os gastos com a repressão aos entorpecentes. Nos últimos 20 anos, a chamada guerra às drogas consumiu mais de 1 trilhão de dólares somente nos Estados Unidos, sem maiores efeitos sobre o consumo. Não estão contabilizados os custos do aumento da população carcerária e os efeitos da violência sobre o sistema de saúde. O fim da repressão, calcula o Instituto Cato, levaria a uma economia de 41 bilhões de dólares anuais apenas nos EUA. No Uruguai, há 2,6 mil " fazendeiros" . Créditos: Theo Stroomer/ Getty Images /AFP Os benefícios ao Brasil com a legalização ou a regulação seriam igualmente substanciais. A começar pela economia na repressão. Atualmente, 27% dos presos no País respondem pelo crime de tráfico. Sancionada em 2006, a Lei de Drogas produziu um efeito contrário ao desejado. Desde a sua entrada em vigor, o número de detentos por comércio ilegal saltou de 31 mil para 164 mil, aumento de 520%. O motivo, aponta a Secretaria Nacional de Drogas, está na distinção entre usuário e traficante. Ao contrário de outros países, o critério adotado pelo Brasil é subjetivo e leva em conta a quantidade de droga apreendida, o local, as circunstâncias sociais e pessoais do detido e seus antecedentes criminais. Isso cria situações como a condenação a quatro anos e dois meses de detenção por tráfico de drogas de um suspeito que carregava 1 grama e meio de maconha. O fato ocorreu em São Paulo neste ano. Um estudo do International Drug Policy Consortium mostra que, se o critério espanhol, para citar um caso, fosse aplicado no Brasil, 69% dos presos por tráfico de maconha estariam livres. Se a base fosse a legislação norte-americana, o porcentual cairia para 34%. Quando se cruzam as informações do Departamento Nacional Penitenciário com os investimentos em segurança pública, chega-se a um valor aproximado dos gastos anuais com esse tipo de detenção: 1,3 bilhão de reais. Em São Paulo, estado responsável por 35% da população carcerária brasileira, os custos em 2011 chegaram a 885 milhões de reais. Se a Lei de Drogas fosse corretamente aplicada, o governo paulista pouparia 270 milhões anualmente. Fonte: DEPEN “Esta não é uma guerra contra drogas, contra coisas. Como qualquer outra, é contra seres humanos”, afirma Maria Lucia Karam, juíza aposentada e presidente da Associação de Agentes da Lei contra a Proibição. Karam e diversos cientistas, políticos, policiais e representantes de movimentos sociais participaram recentemente de um seminário organizado pela Fiocruz para discutir o tema. Todos foram unânimes: a legalização só traria benefícios sociais e econômicos. “O alto lucro deve-se à ilegalidade de seu comércio e produção, que, além de não resultar em impostos, enriquece facções criminosas e corrompe agentes públicos”, afirma a economista Taciana Santos. A legalização, acredita, diminuiria a violência e aumentaria a arrecadação de impostos, mas não geraria tantos empregos. “A cadeia de comércio e distribuição existe, assuma o governo ou não.” De olho nesse mercado de potencial bilionário, 26 países descriminalizaram o uso da maconha nos últimos anos, além dos estados americanos que o legalizaram e do Uruguai que o regulou. Recentemente, o Chile autorizou o plantio em pequenas quantidades. Na contramão dessa tendência, o Brasil figura ao lado de países islâmicos e asiáticos, que resumem sua política à pura e simples repressão, alguns até com a pena de morte para traficantes. Ainda assim, pequenos avanços acontecem. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, após forte pressão de uma parcela da sociedade, a importação de canabidiol para fins medicinais. Atualmente, 809 pacientes importam legalmente o extrato para tratamento médico. Cada frasco custa 75 dólares e auxilia no tratamento de gente como Sofia, de 6 anos. “Ela sofre de epilepsia grave, por isso toma uma dosagem relativamente alta para controlar suas crises de convulsão. Eu preciso de dez vidros por mês para tratá-la, são mais de 2,2 mil reais ”, conta a advogada Margarete de Brito, mãe de Sofia. “São preços só para a classe média e alta.” A demora em legalizar a cannabis afeta ainda as pesquisas científicas nacionais. “A maconha será uma das drogas mais importantes do mundo para o tratamento de doenças, em substituição a substâncias lícitas e medicamentos. Com a criminalização no Brasil, as pesquisas ficam comprometidas e largamos atrasado nessa revolução científica”, afirma Sidarta Ribeiro, neurocientista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Enquanto negligenciamos as possibilidades científicas, o Uruguai está atento a esse potencial. Segundo Julio Calzada, ex-secretário-geral da Junta Nacional de Drogas e um dos idealizadores da regulação do comércio, o país pretende se tornar um polo de pesquisa. “Existem condições e propostas de empresas e laboratórios químicos e farmacêuticos interessados em investir.” Atualmente existem 2,6 mil “fazendeiros” registrados no país vizinho. Até o fim do ano, 240 farmácias estarão aptas a vender maconha. Uma proposta semelhante à uruguaia tramita no Congresso Nacional. O projeto do deputado Jean Wyllys, do PSOL-RJ, cria regras para o plantio, comércio e consumo. Os lucros obtidos com a regulação, propõe o parlamentar, financiariam políticas públicas para o tratamento de dependentes químicos e bolsas de pesquisas científicas sobre aplicações medicinais do produto. “Hoje se adquirem drogas em praticamente qualquer esquina, ou seja, na prática o comércio já é liberado”, avalia Wyllys. “A diferença é que esse dinheiro, em vez de beneficiar o Estado, vai para os bolsos de máfias e corrompe funcionários públicos.” l
  10. Censura inadmissível A legalização da maconha só trará à sociedade mais respeito ao usuário, e transferirá a questão do âmbito criminal para o da saúde pública Vivemos em 2014 e, nesta contemporaneidade, ainda é proibido usar Cannabis sativa no Brasil. Embora atualmente a questão seja discutida no Senado, a Constituição é bastante clara quanto às condenações impostas àqueles que plantam, consomem e vendem maconha. Mas, se uma pessoa comprar uma passagem para os EUA ou mesmo para o nosso vizinho Uruguai, por exemplo, poderá consumir a erva de forma legal. Fora as questões antropológicas, qual a diferença do ser humano daqui para o de lá? É óbvio que nenhuma. O que nos difere é o conceito de cidadania. Embora todas as perguntas sobre maconha já tenham sido respondidas pela ciência, sendo que todas as respostas nos levam à legalização, existe ainda uma vontade da nossa sociedade de proibir o seu uso, principalmente por causa do universo de terror criado pelos proibicionistas, que conseguiram tornar pejorativa qualquer coisa ligada à Cannabis. Mas nenhum dos motivos proibicionistas é embasado nas atuais pesquisas científicas. Algumas verdades já divulgadas pela ciência, como “maconha faz menos mal à saúde do que o álcool e tabaco”, “maconha nunca matou ninguém”, “maconha pode ser usada como medicamento para diversas doenças” e a “guerra às drogas fracassou” ainda não foram assimiladas pela sociedade brasileira como dados científicos. E o preço para ocultar estes dados tem sido bastante alto, com centenas de mortes em confrontos entre traficantes, ou mesmo superlotando celas com pessoas presas com poucos gramas de erva. Teoricamente, o usuário de Cannabis no Brasil vive uma censura que pode ser considerada inadmissível. Isso porque existe um excesso de dados científicos a seu favor. Todas as perguntas feitas pelos proibicionistas já foram respondidas, mas estes insistem em levantar sempre as mesmas questões, o que empobrece o debate. Um dos argumentos mais usados é o de que fumar maconha causa surtos psicóticos. Não, a maconha não causa qualquer surto, mas, sim, pode desencadear em pessoas com “predisposição” a esta patologia. Bem como é verdade que álcool e antidepressivos também podem desencadear o mesmo surto. Então, esta não é uma hipótese pertinente para mantermos a proibição da erva. Outro argumento proibicionista: “Maconha pode provocar câncer de pulmão.” Também é verdade, mas só quando é fumada, por isso é indicado “vaporizar” (o que é possível por meio de aparelhos já disponíveis no mercado, com preços acessíveis), ou mesmo “ingerir” a erva, o que, inclusive, é mais benéfico à saúde. “Cannabis leva a outras drogas.” Essa é uma questão polêmica, mas, com certeza, se induz a consumir outras drogas, não é por causa do seu efeito. Um argumento pertinente é que a Cannabis pode “dar acesso” a outras drogas por ser vendida no mesmo lugar onde se trafica crack, cocaína etc. Mas, com a legalização, esta questão seria solucionada. Num último suspiro, um proibicionista que ouve este debate diz: “Mas as pesquisas dizem que a maioria dos brasileiros não quer a legalização.” Infelizmente, não podemos contar com a intelectualidade de um país que ocupa sempre os últimos lugares nos índices mundiais de educação, e que elege e reelege Tiririca e Romário como seus representantes. Mas nós somos muito mais do que circo e futebol. A legalização da maconha não é uma questão de plebiscitos, e sim de um governo com pulso firme na verdade, na veracidade dos fatos e que dê crivo às atuais pesquisas científicas. Defender a maconha não pode nunca ser considerado um ato de defesa a um vício, ou mesmo a imposição de uma obrigatoriedade de consumir a planta. A legalização só trará à sociedade mais respeito ao usuário, e transferirá a questão do âmbito criminal para o da saúde pública. É esta responsabilidade que pousa agora nas mãos do senador Cristovam Buarque, relator da SUG 08/2014, que trata da legalização. Na verdade, é esta responsabilidade que pousa sobre as mãos de todos nós, brasileiros. Pois agora é o momento de se dar mais ouvido à ciência do que ao folclore repetitivo do proibicionismo. Emílio Figueiredo é advogado e coordenador do site Growroom, que discute a legalização da maconha Leia a reportagem original aqui: http://oglobo.globo.com/opiniao/censura-inadmissivel-14285291
  11. Vídeo mostra como derivado da maconha ajudou menina com epilepsia grave A brasileira Any Fischer, 5 anos, sofre da síndrome de CDKL5, um problema genético raro que causa uma epilepsia grave e sem cura. Aos 3 anos, ela conseguiu andar, mas, em poucos meses, perdeu quase tudo o que havia conquistado em seu desenvolvimento. Ela sofria cerca de 60 convulsões por dia. A família, inconformada com a situação, foi atrás de uma alternativa e ficou sabendo sobre os benefícios do canabidiol (CBD), substância extraída da maconha e proibida no Brasil. O CBD é um componente da maconha que não dá "barato". Seu único efeito colateral conhecido é causar sono. A substância tem sido usada como remédio em parte dos Estados Unidos e Israel, entre outros países. Com o componente, as convulsões diárias de Any sumiram. "O que ela perdeu em quatro meses, o canabidiol devolveu em nove semanas", conta a mãe, Katiele, em um documentário lançado nesta quinta-feira (27), em São Paulo. O uso de CBD para crianças com epilepsia se popularizou a partir do ano passado, nos EUA, após a divulgação do documentário "Weed", da CNN, que mostra como a substância mudou a vida de uma outra menina que sofre de uma forma rara de epilepsia. O filme americano contou com o neurocirurgião Sanjay Gupta, que, depois de conhecer casos como o da criança, chegou a publicar um artigo em que pede desculpas por um texto escrito anos antes, em que se manifestava contrário o uso medicinal da maconha. http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/03/27/video-mostra-como-menina-se-livrou-de-convulsoes-com-derivado-da-maconha.htm Apoio à campanha: http://catarse.me/pt/repense#about
  12. Saúde12h44, 28 de Maio de 2014 http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/?vCod=202311 Maconha medicinal: o Brasil quase lá Pressionada por pacientes, Anvisa sinaliza autorizar maconha medicinal no Brasil. Possibilidade de uso terapêutico da substância já é prevista em lei e, caso aplicada, beneficiará pacientes de diversas doenças graves. Morador da cidade de Socorro, no interior paulista, Douglas Godoi tem 19 anos e ouviu seu primeiro diagnóstico de câncer testicular quando tinha apenas 16. Com sessões de seis horas diárias de quimioterapia, a doença foi aparentemente vencida em alguns meses, mas pouco depois as dores nas costas voltaram. Implorando pela antecipação de uma tomografia agendada para dali a 60 dias, Douglas conseguiu realizá-la e foi diagnosticado que não só o problema voltara como agora de forma mais grave, espalhado por todo o corpo. Sem novas sessões urgentes de quimioterapia, ele morreria em cerca de 24 horas. Agora eram cinco dias, 24 horas de quimioterapia no primeiro e 13 horas nos outros. Eu ficava extremamente debilitado, sem condição nenhuma. Fiz seis ciclos, de agosto até janeiro, até ser submetido a um transplante de medula, que felizmente foi bem-sucedido, relata Douglas, participante do IV Simpósio Internacional da Cannabis Medicinal, realizado entre 15 e 17 de maio na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Com a presença de autoridades, pesquisadores, pacientes e ativistas da legalização das drogas, o evento apresentou diversos casos como o dele, a fim de discutir e transformar o papel legal do uso de maconha com fins medicinais no Brasil. Depois dos ciclos, eu ficava mais duas semanas sem comer nada, vomitava a cada duas horas no máximo e nenhum remédio nunca funcionou, eu falava pros médicos e eles só aumentavam a dose, mas nada, eu continuava vomitando o que não tinha, rememora o jovem, vestindo camisa xadrez e boné de aba reta bem típicos de sua idade. De repente, por algum instinto, eu nunca tinha ouvido falar nada, mas não estava mais aguentando, pensei que precisava levantar e fazer alguma coisa. Fui até o quarto do meu irmão, que sempre utilizou cannabis e estava trabalhando, peguei uma pontinha minúscula daquele prensado, olhei pro céu azul, acendi e pareceu que o céu me mandou uma energia forte, saí dali dando risada sozinho, continuou, emocionado. Estava muito feliz, pela primeira vez em todo o tratamento eu estava bem comigo mesmo, sem depender de algum fator, só de uma simples planta. Não tinha nada de náusea, voltei a sentir gosto na boca. Quando percebi que minha mãe estava perto, eu falei: mãe, eu como um boi, eu estou com fome!, e ela saiu correndo pra fazer algo pra mim, finalizou Douglas, que hoje se recupera bem e deixou de consumir maconha. Seu relato foi um dos diversos, e comoventes, apresentados por pacientes de doenças sérias como esclerose múltipla, epilepsia, dor neuropática e câncer durante o Simpósio, organizado por orientandos e discípulos do médico Elisaldo Carlini, precursor nos estudos sobre essa questão em nosso país. Para ele, começa a haver esperanças de um outro olhar nesse tema no Brasil, daqui pra frente não será mais do mesmo. Desproscrição, uma mudança simples? Defensor da legalização da maconha e crítico da hipocrisia presente na proibição das drogas, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) tem ficado menos solitário entre seus pares na defesa de outro enfoque para a questão. Em relação ao uso medicinal, ele diz se tratar de uma mudança simples, praticamente inquestionável. Depoimentos como os que escutamos aqui nos levam a perguntar por que nos custa tanto tempo debater um tema tão óbvio!, declarou. De fato, se uma mudança profunda do paradigma proibicionista das políticas de drogas brasileiras requer discussões parlamentares e, de preferência, um engajamento sério do Poder Executivo, como acontece no Uruguai, o uso de substâncias proibidas, como a maconha, para fins medicinais já está previsto na atual lei de drogas (11.343/2006), necessitando apenas ser regulamentado e implementado. A lei não especifica quais substâncias são proibidas, o que cabe à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que as classifica em listas que têm maior ou menor grau de controle e restrição. Participante da mesa de abertura do Simpósio, Luiz Carlos Klaussman, da Anvisa, trouxe otimismo à plateia ao afirmar que um parecer de técnicos da agência já foi enviado para a direção da mesma, recomendando que componentes da maconha com uso medicinal sejam retirados da lista F2 e movidos para a C1, o que significa que deixariam de estar listados como proscritos, passando agora à categoria de controle especial podendo ser receitados por qualquer médico. Já temos trabalhos concluídos que comprovam a eficiência, segurança e eficácia desses produtos, é preciso tirar o estigma deles, porque são muito mais seguros do que diversos que estão no mercado. Temos condição de fazer o controle e garantir a segurança de uma boa droga para os usuários que necessitam, apontou Klaussman, para quem essas substâncias, caso registradas, representarão um avanço no arsenal terapêutico disponível hoje. Em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo, Dirceu Barbano, presidente-diretor da Anvisa, confirmou que a mudança pode ocorrer já no próximo encontro da direção da entidade. A diretoria colegiada da Anvisa se reunirá novamente em 29 de maio, e tudo indica que tomará ali a decisão que permitirá o uso medicinal de componentes da maconha. Como explica Klaussman, o porte e o consumo de maconha seguirão proibidos, sendo apenas desproscrita a importação de componentes como o CBD (canabidiol) para uso medicinal. Se entrarmos na discussão do uso da espécie vegetal, da erva, vamos entrar numa quantidade enorme de empecilhos que vão inviabilizar essa disponibilidade do ponto de vista sanitário. Se entrarmos na ótica dos princípios ativos, nós temos toda a condição de bancar isso. A utilização da erva vai jogar pra discussão da lei antidrogas, aí não passa por normativo de vigilância sanitária, é discussão do Legislativo. Segundo Elisaldo Carlini, a liberação da importação de medicamentos como o britânico Sativex, feito à base de maconha e já permitido em países como Estados Unidos, Espanha, Canadá, República Tcheca, Dinamarca, Suécia, Áustria, Itália,Suíça, Finlândia, Israel, Noruega e Polônia, representa um importante passo não só pela necessidade dos pacientes, mas porque, a partir de sua disponibilidade inicial no mercado, poderia ser discutida também sua produção em solo brasileiro, o que certamente baratearia o acesso ao produto. Por dignidade e qualidade de vida Maria Antônia Goulart tem 65 anos e é uma das vozes mais conhecidas na defesa do uso medicinal de maconha no Brasil. Paciente de fibromialgia, doença que gera dores musculares intensas e difusas, ela começou a usar a erva celebrada pelo movimento rastafári quando teve câncer, posteriormente tendo percebido seus bons efeitos também para sua atual enfermidade. Hoje, tem uma página no Facebook que reúne usuários medicinais, participa de diversos eventos em defesa da causa e ainda compõe o Bloco Medicinal da Marcha da Maconha de São Paulo. Depois que tive câncer, comecei um ativismo pra falar sobre como a maconha ajuda no tratamento, e estudando vi que ela também poderia ajudar na fibromialgia, relata Maria Antônia. O tratamento convencional é horrível, remédio pra dormir, remédio pra acordar. Junto com meu médico nós fomos substituindo o medicamento convencional, aos poucos, pelo uso da maconha, e isso me deu um resultado superpositivo. Hoje, tenho qualidade de vida, a maconha reduziu completamente os efeitos colaterais que tinham os outros remédios, atesta. Qualidade de vida. Dignidade. Termos utilizados por Maria Antônia mas também por diversos outros pacientes presentes no evento, como a mineira Juliana Paolinelli, que sofre de uma anomalia congênita chamada Espondilolistese. Seu grau é o mais alto possível, o que leva a muitas convulsões e dores, dificultando consideravelmente a busca por um cotidiano saudável. Eu fumo maconha o dia inteiro, e mesmo assim morro de dor, até porque a gente fuma coisas horríveis e nas doses erradas, aponta Juliana. Com seus cabelos loiros e curtos e seu tranquilo sotaque mineiro, Juliana conquista seus interlocutores rapidamente com sua simpatia, mas sua fala transparece indignação pela falta de acesso legal ao único paliativo que encontrou para suas dores. Preciso da maconha pra ter qualidade de vida, eu sou mãe, tenho duas filhas, cuido de uma casa, dirijo, levo, busco, faço faculdade, preciso da maconha pra fazer isso tudo. Usei todo tipo de medicação disponível no Brasil, todo tipo mesmo. Eu tinha muito espasmo generalizado, meu corpo chicoteava, meu joelho batia na boca, eu ia de ambulância pro hospital sendo contida, era muito forte. Usei bomba de morfina durante quatro anos, cheguei a usar 26 frascos de morfina de uma vez, rememora, apontando que chegou ao limite com o excesso de morfina, o que a levou a buscar essa outra solução, bem mais eficiente. É um remédio mágico, que faz milagre pra muita gente, até crianças, e a gente ainda está atrasado, avalia Gilberto Carvalho, de 40 anos, paciente de esclerose múltipla que defende um reconhecimento desse medicamento: até hoje não conseguimos olhar pra uma planta e enxergar uma planta lá? A gente olha e vê um monstro que pode engolir as pessoas e temos que chamar a polícia pra incinerar, contesta. Mágico? É mais do que isso, mágico ainda é pouco, a gente precisa disso, resume Douglas Godói. Secretário vê mudança com muito bons olhos De acordo com o deputado Paulo Teixeira, avanços concretos em relação ao uso medicinal de maconha no Brasil hoje estão no horizonte sobretudo por conta da mobilização dos pacientes e de seus familiares. Esse debate precisa ser resolvido já, não podemos esperar resolver o tema de todas as drogas. Precisamos abrir os canais inicialmente pra importação, e depois avançar para a produção nacional e abrir a porta para discutir os outros métodos e formas de uso medicinal das substâncias proibidas, apontou, complementando que uma etapa mais avançada da discussão deveria incluir também a questão do plantio de maconha. Também presente no Simpósio, o ex-defensor público Vitore Maximiano, secretário Nacional de Políticas sobre Drogas, fez uma intervenção favorável à liberação do uso medicinal de maconha, mesmo ressaltando ser esta uma decisão que cabe rigorosamente à Anvisa. Esse é um passo importantíssimo a ser dado, não é possível brigarmos com a ciência. Se ela indica que há resultados e uso terapêutico seguro, não há sentido. Nós vemos esse movimento da Anvisa com muito bons olhos, é uma nova etapa da política brasileira e para a superação de mitos e tabus na ciência, defendeu o secretário. Ativista do chamado movimento antiproibicionista, o advogado carioca Emílio Figueiredo assessora mães de crianças com epilepsia a estruturarem uma associação em defesa da regulamentação do uso medicinal de maconha. Além disso, ele participa há anos do Growroom, fórum de internet que iniciou reunindo amantes do cultivo de cannabis, mas hoje também constitui uma importante frente de informações sobre o uso medicinal da planta. Diversos dos participantes do simpósio declararam ter obtido suas primeiras informações sobre maconha medicinal através dos tópicos de discussão do Growroom. Para ele, o momento é de os usuários medicinais saírem do armário e pressionarem as autoridades médicas, jurídicas e políticas do país a se posicionarem sobre o tema. Sou favorável a pedir o máximo, pedir pra União fornecer. Enquanto não tiver produção, enquanto o Estado não regulamentar a questão medicinal, então que banque a importação. Precisa ser algo acessível, se não puder ser com produção brasileira, que seja pago pelo poder público, que é dever dele bancar a saúde do cidadão, propõe. Maria Antonia, Gilberto, Douglas, Juliana e tantos outros usuários ilegais dessa erva medicinal assinam embaixo ansiosos pela canetada que pode mudar suas vidas. Com a palavra, a Anvisa. Fonte: Fórum Semanal
  13. Salve irmãos! Mais uma importante contribuição do amigo André Kiepper para construção de uma nova realidade. Email que recebi hoje: Se já temos um PL feito pelo GR para uma regulamentação conforme gostaríamos, esse texto do André é mais pragmático, com base na legislação do Álcool adaptado para a Cannabis. Segue anexo o texto do Projeto de Lei escrito pelo André. PROJETO DE LEI DE REGULAÇÃO DA CANNABIS NO BRASIL _ ANDRE KIEPPER _ 2013.pdf
  14. ONU critica Brasil por 'uso excessivo de privação de liberdade' Um grupo de trabalho da ONU criticou nesta quinta-feira o "uso excessivo da privação de liberdade" como punição a crimes no Brasil e deficiências na assistência jurídica a presos pobres no país. As críticas constam de texto divulgado ao fim de uma visita de dez dias do grupo pelo país, a convite do governo brasileiro. No documento, a equipe se disse "seriamente preocupada" com o uso da privação de liberdade no Brasil. O governo brasileiro não se pronunciou sobre as críticas. "O Brasil tem uma das maiores populações de prisioneiros do mundo, com mais de 550 mil pessoas na prisão. O que é mais preocupante é que cerca de 217 mil detidos aguardam julgamento em prisão preventiva." Segundo os peritos, prender acusados ou condenados por crimes é a punição mais usada no país, embora o Brasil seja signatário de acordos internacionais que fornecem proteção contra a privação arbitrária de liberdade. O grupo elogiou as alterações no Código de Processo Penal em 2011, que tratam a prisão preventiva como o último recurso aos que cometeram crimes com pena de prisão inferior a quatro anos. Os especialistas consideraram positivas, ainda, mudanças na Lei de Execução Penal que reduzem sentenças de prisioneiros que busquem educação. No entanto, a equipe observou uma "tendência preocupante" de que a privação de liberdade está sendo usada como primeiro recurso, em vez de último. O grupo alertou ainda para o aumento de 33% na proporção de indígenas presos em relação à população carcerária geral nos últimos anos. "O grupo de trabalho também foi informado que as pessoas indígenas foram muitas vezes discriminadas tanto em relação a medidas preventivas aplicadas quanto em relação à punição imposta, o que muitas vezes envolveu uma prisão dura." A equipe, que visitou centros de detenção em Brasília, Campo Grande, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo, diz ter encontrado pessoas presas em razão de infrações leves, que deveriam ter sido punidas com medidas alternativas. Os especialistas condenaram ainda as dificuldades para que brasileiros pobres tenham assistência jurídica. Segundo o grupo, boa parte da população carcerária no país não tem condições de pagar advogados, dependendo de defensores públicos. No entanto, o documento diz que o número de defensores no país é inadequado. Há inclusive Estados - como Santa Catarina, Paraná e Goiás - onde não há nenhum defensor público. "A sobrecarga de trabalho dos defensores públicos também é um problema crítico", afirma o grupo, que cita casos em que profissionais lidam com até 800 casos ao mesmo tempo. "Mesmo em Estados onde há um sistema de defensoria pública, muitas vezes as áreas rurais ou do interior não têm defensores públicos atendendo as pessoas em detenção." O longo período que antecede o julgamento de acusados no Brasil foi outro problema apontado pelos especialistas, que citam casos de presos que esperam por julgamento há anos. A equipe da ONU expressou ainda preocupações com prisões de dependentes de drogas. "O grupo de trabalho está seriamente preocupado com a informação de que estas medidas também são fortemente aplicadas devido a futuros grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 que o Brasil sediará". Na visita, a delegação se reuniu com as autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário nas esferas federal e estadual e com organizações da sociedade civil. O grupo, integrado pelo chileno Roberto Garretón e pelo ucraniano Vladimir Tochilovsky, foi acompanhado por equipe do Escritório da ONU do Alto Comissariado para os Direitos Humanos em Genebra. A visita gerará um relatório, a ser apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2014. Contatado pela BBC Brasil, o Ministério da Justiça não comentou as críticas da delegação da ONU. fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2013/03/28/onu-critica-brasil-por-uso-excessivo-de-privacao-de-liberdade.htm
  15. Entrevista Com Henrique Carneiro - Maconha No Brasil Entrevista realizada com o prof. e historiador da USP Henrique Carneiro para o documentário Santa Kaya.
  16. Pouco tempo depois este mesmo homem foi demitido, alegam que ele disse: Qualquer miserável hoje em dia tem um carro. Mas foi confirmado pelo própio que foi demitido por ter falado a verdade sobre esse caso dos deputados. e o que ele disse em questão do "qualquer miserável hoje em dia tem um carro" foi porque as pessoas não tem condições de comprar um carro, mas compram e depois falta dinheiro pra pagar as contas ou por comida na mesa. enfim, não vou ser babaca e dizer apenas os pontos negativos, o tópico abaixo fala dos pontos positivos do brasil. http://www.growroom.net/board/topic/43586-o-que-uma-holandesa-falou-do-brasil-vale-parar-e-ler%26-8207%3B/ agora imaginem se todos os brasileiros fizéssemos o que Luiz Carlos Prates disse no vídeo, como seria o Brasil?
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