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IstoÉ - O Que Financia O TrÁfico É A ProibiÇÃo


mmonteiro

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  • Usuário Growroom
Madi Rodrigues

Pesquisador desde 1998, Thiago Rodrigues, 27 anos, é mestre em ciências sociais pela PUC-SP. Ele defende a liberação ampla das drogas.

ISTOÉ – A droga sempre foi proibida?

Thiago Rodrigues – Não. Até 1910, cocaína e morfina eram controladas e vendidas em farmácias, no Brasil, nos EUA e em quase todos os países. Quando há proibição, o mercado não acaba, ele passa para a ilegalidade e as pessoas continuam querendo comprar, e assim se origina o narcotráfico. A proibição é que possibilita a existência do tráfico.

ISTOÉ – Como enfrentar isso?

Rodrigues – A solução é legalizar as drogas de maneira ampla, porque sempre que existir alguma substância proibida haverá igualmente um mercado ilícito para ela. Enfrentar o tráfico de maneira militarista não resolve.

ISTOÉ – A legalização inibe o uso e a venda?

Rodrigues – Ela tem potencial de acabar com o tráfico. O mercado ilegal da maconha, por exemplo, pode até continuar existindo mesmo que ela seja legalizada, mas não vai ser um mercado ilícito tão importante quanto é hoje.

ISTOÉ – O consumidor contribui com o crime organizado?

Rodrigues – Essa é uma visão simplista da situação. As drogas existem desde os tempos imemoriais. É um hábito que as sociedades primitivas alimentaram e que a moderna alimenta também. Dizer que quem compra maconha financia o tráfico é o discurso da autoridade, que tenta jogar a culpa no consumidor. O que financia o tráfico é a proibição.

ISTOÉ – E a classe média?

Rodrigues – A classe média consome, mas também existe um grande consumo nas regiões carentes. O discurso é tão simplista quanto o outro.

fonte: http://www.terra.com.br/istoe
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  • Usuário Growroom
Drogas: apertando o usuário

Há quem defenda a legalização e há

quem diga que comprar um baseado

alimenta a violência do crime organizado.

Afinal, qual é a responsabilidade

de quem usa drogas?

Liana Melo e Ricardo Miranda

Colaboraram: Lia Bock, Madi Rodrigues e Francisco Alves Filho

Aos 19 anos, fumou o primeiro baseado. Um ano depois, subia o morro para comprar uma trouxinha. Hoje, Hilda, como pediu para ser identificada, publicitária bem-sucedida, 41 anos, casada, se define como usuária recreativa e se abastece sem sair de casa, usando um teledrogas. Vinte anos mais novo, o estudante Daniel Edde não conhece Hilda, mas frequentam a mesma praia: o Arpoador, um dos mais bonitos cartões-postais do Rio de Janeiro. Daniel nunca experimentou drogas, mas vive cercado por usuários. “A droga está em todo lugar e quem usa está alimentando a violência do tráfico”, discursa ele, esquentando uma polêmica que cresceu nos últimos dias. “Quem alimenta a violência é o Estado, que mantém a droga na ilegalidade”, opina Hilda. A campanha que responsabiliza os usuários pelo financiamento do arsenal dos traficantes ganhou fôlego com a guerra dos bandidos pelos pontos-de-venda de drogas na favela da Rocinha. O ator Marcello Antony entrou como coadjuvante neste bate-boca, ao ser flagrado em Porto Alegre comprando maconha turbinada. Na UTI de uma clínica em Buenos Aires, o ex-craque argentino Diego Maradona está internado com suspeita de overdose (leia abaixo). “Temos que acabar com a hipocrisia e tirar nossas máscaras. Os pequenos usuários sustentam o tráfico”, acusa o ator Felipe Camargo, ex-dependente. A polêmica está longe do fim.

Marcello Antony foi preso ao comprar maconha em Porto Alegre: pena alternativa

“Não acredito em campanhas na tevê, em passeatas com camisetas brancas, em abraços simbólicos, isso tudo é bobagem. Acredito em lei, cana dura”, impacienta-se o cineasta Arnaldo Jabor, que em sua última coluna no jornal O Globo, intitulada “O crime no Rio vive do nariz dos otários”, diz que a violência começa e acaba “no nariz das classes dominantes”. Oito em cada dez compradores de drogas, segundo estatísticas oficiais, são usuários eventuais ou recreativos, cada vez mais jovens, meninos e meninas entre 11 e 12 anos que começam a experimentar. Os demais são dependentes químicos, inimputáveis e passíveis de tratamento. Chefe da Secretaria Nacional Antidrogas do governo Lula, o general da reserva Paulo Roberto Yog acredita em campanhas. A política nacional antidrogas, diz ele, recomenda que o usuário seja conscientizado de que, ao usar entorpecentes, contribui com os cofres do crime organizado. “Mas conscientizar não é responsabilizar”, ressalva. Por isso, o governo está capacitando professores da rede pública e membros das comissões de prevenção de acidentes de trabalho para lidar com usuários nas escolas e empresas.

Campanhas desse tipo não são consenso. Ex-secretário nacional de Segurança Pública, o coronel da reserva da PM paulista José Vicente da Silva Filho critica a estratégia. “As campanhas passam mais culpa do que responsabilidade. E a repressão é de uma penúria de estarrecer. Como pode entrar tanta droga e arma neste País?”, pergunta. A argumentação é parecida com a do ex-secretário nacional Antidrogas e presidente do Instituto Giovanni Falcone de Ciências Criminais, juiz Walter Fanganiello Maierovitch. Ele acha surrado o conceito de que o usuário é responsável porque sem ele não haveria oferta da droga. “Essa argumentação é de um cinismo grotesco. Eu poderia dizer, por outro lado, que sem oferta também não haveria demanda. Então, o que é melhor: combater o tráfico ou o usuário?”

   

“Temos que acabar com a hipocrisia e tirar nossas máscaras. Os usuários sustentam o tráfico” Felipe Camargo, ator e ex-dependente

O advogado carioca Alexandre Dumans concorda com Maierovitch: “Não há nada mais parecido com a inquisição medieval”, afirma. Na sua opinião, culpar os usuários pela violência é uma espécie de “embuste retórico”. Inoperante para combater o comércio de entorpecentes, diz ele, o poder público atira no culpado que consegue enxergar. Como o usuário é o elo mais fraco, nada mais cômodo do que responsabilizá-lo. “O usuário é tratado como o médico e o monstro”, argumenta o advogado Roberto Busato, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Em seu dia de monstro, Marcello Antony foi flagrado no sábado 17 comprando 100 gramas de maconha misturada com produtos químicos na porta de um hotel em Porto Alegre. Passou seis horas detido, mas foi solto pelo juiz Mauro Borba, que o enquadrou por porte de droga. “O usuário não é um inocente, ele financia a violência do tráfico”, acredita o magistrado. O porte é definido levando-se em conta as circunstâncias da prisão, e não apenas a quantidade apreendida. A condenação varia de seis meses a dois anos, sendo normalmente convertida em penas alternativas. Em breve, o porte deixará até de ser caso de polícia. Um projeto de lei aprovado na Câmara e tramitando no Senado, com o apoio do governo federal, limita a condenação dos usuários a penas alternativas. “Na prática muda pouco; hoje já não existem usuários presos no Brasil”, relata o juiz Flávio Dino, coordenador do Juizado Especial Federal em Brasília e diretor da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Se a responsabilidade jurídica é pacífica, pondera Dino, a grande questão é aferir a responsabilidade social de quem consome drogas.

fonte: http://www.terra.com.br/istoe
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  • Usuário Growroom

A crônica de Jabor...

O crime no Rio vive do nariz dos otários

Publicado em 20 de abril de 2004

Arnaldo Jabor

Font: O Globo

Não adianta mais dizer “que horror!”. Enquanto procurarmos uma solução para o crime no Rio, não haverá solução. Não haverá solução enquanto não entendermos que somos parte do problema — nós, a polícia, a burocracia, a lei, as Forças Armadas, governos central e estadual. “Solução” é um conceito antigo e obsessivo; só um processo amplo, multidisciplinar, um processo lento, caro, difícil poderá ir melhorando a coisa toda.

São 650 favelas, com mais de 30 mil armas pesadas (calcula-se), aumentando o número cada dia, chegando de barco pela Baía, de aviãozinho, de caminhão. Algum sucesso, algum avanço, só virá se desistirmos de defender a “normalidade” de nosso sistema, pois não há mais normalidade alguma; precisamos é de uma urgente autocrítica de nossa ineficiência. Já escrevi várias vezes sobre isso e aqui repito frases de outros artigos. Nada avançou nos últimos anos.

A nossa secular irresponsabilidade está em questão. Nós é que temos de nos reformar, subverter nossas cabeças, nossas polícias, nossos poderes. A defesa pública está engarrafada numa rede de burocracia corrupta, leis antigas, velhos conceitos que são facilmente superados pela eficiência leve e imaginosa dos bandidos.

Nós ainda falamos dos criminosos como se fossem “desviantes” de nossa moral, como gente que se “perdeu” da virtude e caiu no “pecado”, no “mundo do mal”. Não se trata mais de crime contra a virtude. O que surgiu foi uma nova sociedade periférica, feita de fome e funk, de rancor e desejo de consumo. E são estranhas anomalias do desenvolvimento torto. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, como um monstro “Alien” que se esconde nas brechas da cidade. Não há mais a idéia de “proletários” ou de “infelizes” ou de “explorados”. Estamos perplexos com o mistério da miséria. Não basta denunciarmos contradições e injustiças. Estamos diante de uma espécie de Pós-Miséria. Isso. A “pós-miséria” está gerando uma nova cultura, se é que esta palavra se aplica à vida esmagada tentando existir. Hoje não adianta mais o papo de luta de classes, de “conscientização”, “cidadania”. Os miseráveis se conscientizaram sozinhos, em outra direção. E quem disse que eles ainda querem que nós os “salvemos”? Parte da miséria está armada. Eles ainda têm muito a tirar de nosso mundo: granas, assaltos, vinganças. Mas, mesmo assim, continuamos sonhando com um mundinho limpo, com uma utopia de Ipanema. Dançou, gente boa.

A verdade é que o Brasil sempre teve a “cultura do desrespeito” à lei. Nossa sociedade foi montada na transgressão à ordem, no horror à coisa pública, aos direitos da maioria; somos uma sociedade de contraventores, de sonegadores, de pequenos psicopatas light , uma sociedade de malandros cariocas. Agora é tarde. Isso que está acontecendo é a realidade previsível, não é uma anomalia.

A verdade é que a única coisa que aumentou a renda dos morros foi a cocaína. Como disse o policial Hélio Luz, com desalento: “O pó é uma companhia multinacional que diminui o desemprego dos miseráveis”... Fazer o quê? Ganhar 200 reais para ser limpador de privada de branco? Ora... Os criminosos cariocas têm a mesma vantagem dos terroristas — não têm rosto e ninguém sabe de onde vêm. Eles são microempresas privadas, filiais da grande multinacional do pó. Nós somos o Estado incapaz. Eles agilizam métodos de gestão. Eles são rápidos e criativos. Nós somos lentos e burocráticos. Eles lutam em terreno próprio. Nós, em terra estranha. Eles não temem a morte. Nós morremos de medo. Eles estão no ataque. Nós, na defesa. Nós nos horrorizamos com eles. Eles riem de nós. Nós os transformamos em superstars do crime. Eles nos transformam em palhaços. A droga e as armas vêm de fora. Eles são globais. Nós somos regionais.

A luta contra o trafico, é obvio, começa lá longe, nas fronteiras. Por lá entram as armas e o pó. Não adianta subir e descer de morros. Temos de fechar fronteiras. Mas não temos nem guarda-costeira.

A luta contra o crime não é mais uma luta policial; não é mais a Lei contra o Pecado. Não. O crime cresceu tanto que se tornou um problema de estado-maior. Sim. Trata-se de uma luta política e, mais que isso, uma luta policial-militar. Acho que tem de haver, sim, uma séria articulação das Forças Armadas com as polícias. Tem de haver generais estudando estratégias e logísticas de cercos e ataques. Meses de estudo, planos secretos, dinheiro, muito dinheiro, e milhares de homens com armas modernas. E tudo isso coordenado com campanhas de esclarecimento e de proteção às comunidades que eles “protegem”. “Ahh... — alguns vão gritar — o Exército não foi treinado para isso!” Pois, que seja treinado. Trata-se de uma guerra. Ou não? Não combateram a guerrilha urbana, com implacável ferocidade e competência?

Aposto que outros dirão: “O Exército não é para crimes comuns; é para guerras maiores...” Para quê? A invasão da Argentina? Não podemos enfrentar o crime do século XXI com uma polícia do seculo XIX.

No fundo, muitos não admitem a ação das Forças Armadas, porque desejam ocultar a derrota de um sistema legal e policial. A guerra é reconhecimento do fracasso da política. Pois que seja. Nosso fracasso tem de ser assumido.

Crime hediondo é que o combate ao crime e a miséria não seja uma prioridade nacional, crime é que não haja alocação de bilhões de reais para se fazer uma guerra política e social, e não meras operações policiais inócuas. A tragédia das periferias brasileiras me lembra um terremoto ignorado, para o qual ninguém enviou patrulhas de salvamento. Já houve um terremoto e todos nós tentamos esquecê-lo, subindo grades em nossas casas, com os socialites cheirando o pó malhado de otários, perpetuando esta miséria.

O crime começa e acaba no nariz das classes dominantes.

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  • Usuário Growroom

Até que fim estão vendo que quem fuma maconha é uma pessoa normal porra! e não viciado! E se a pessoa beber mto ela é "pé de cana!", Vai pra porra!

“Na prática muda pouco; hoje já não existem usuários presos no Brasil”, relata o juiz Flávio Dino, coordenador do Juizado Especial Federal em Brasília e diretor da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Se a responsabilidade jurídica é pacífica, pondera Dino, a grande questão é aferir a responsabilidade social de quem consome drogas.

Po muda pouco?

Só de saber que eu não tenho chance nenhuma de ir pra cadeia e que praticamente posso fumar o meu na minha, muda muito!

Eu já falei, plante se não der compre, não deixe é de fumar!!!

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  • 4 months later...
  • Usuário Growroom

O tráfico só existe quando algo é muito caro ou ilegal. Cds de música são muito caros, em média mais de 20 Reais. O custo de produção de um cd completo (com capa e tudo) por uma produtora grande é de menos de 50 centavos. Menos de 10% do lucro do CD fica com o artista. Desse jeito é de se esperar que exista pirataria. A mesma coisa se aplica às drogas ilícitas. Considerando-se que são ilegais, sua oferta é mais restrita por diversos fatores, como: apreensões constantes da droga, dificuldades de venda, de armazenagem, de produção, propinas às autoridades para escoamento da droga, etc. Assim, todo risco tem de ser compensado e compensa-se nos preços.

Em todo mundo não existe negócio mais rentável do que o tráfico de drogas, com exceção do ramo dos PCs. Todo o tráfico, devido a seu risco, gera centenas de bilhões de dólares por ano. De acordo com a revista VEJA, em reportagem de Ernesto Bernardes, no início do século 1 quilo de heroína, produzida pela mesma Bayer que fabrica a aspirina atualmente, custava o preço de 1 quilo de toucinho. Hoje, 1 grama do pó é comprado nas ruas de Nova York por 300 dólares. Também, no momento que é ilícito, pessoas que não tem nada a perder, criminosos, etc se envolvem no tráfico de drogas ilícitas. Logo, chegamos a uma conclusão: A PROIBIÇÃO da comercialização das drogas que hoje são ilegais GERA A VIOLÊNCIA.

Mas então aparece alguém e diz: "Mas se ninguém consumisse não haveria tráfico!" O fato é que sempre existirão pessoas que consumirão drogas. Existem diversas culturas que tem o uso de substâncias entorpecentes aceito e, inclusive, incentivado em rituais. As drogas e o homem caminham juntos desde o começo da humanidade e não será uma proibição que irá mudar isso. Culpar o usuário pelo tráfico agrava a situação, porque aumentando a discriminação contra o usuário, cortam-se as verbas governamentais para o tratamento de viciados e para a educação na sociedade, que visa o não-uso de entorpecentes. Assim, com a discriminação em relação ao usuário, aumenta-se o combate repressivo do tráfico de drogas e diminui-se o combate educativo. Não sou eu, e sim a História que mostra que o combate repressivo ao tráfico de drogas não funciona. Os EUA são as provas vivas disso. As leis de repressão praticamente só pegam os pequenos usuários. Desde que a política de tolerância zero foi implementada nos EUA, com Nixon, a população carcerária se multiplicou nesse país. Hoje, os EUA tem a maior população carcerária do mundo, composta na sua maioria por usuários e pequenos traficantes de drogas. Os grandes quase nunca são pegos.

Mas então alguém vai me dizer que em Nova York a política de Tolerância Zero funcionou, diminuindo a criminalidade. O que verdadeiramente aconteceu foi que em meio à explosão do consumo de crack em Nova York, (de fato os crimes aumentaram em decorrência do vício pelo crack) o prefeito da época, Rudolph Giuliani, implementou a política de tolerância zero, combatendo o tráfico e o uso de drogas ilícitas de modo estritamente repressivo, de forma muito agressiva. Após certo tempo, o crime diminuiu e atribui-se a Giuliani o crédito pela diminuição da violência. Porém, o que muitos não sabiam é que a própria população mais atingida pela onda do crack (os latinos e negros) se conscientizou dos enormes malefícios do crack, e assim, diminui-se o consumo. Já vi uma propaganda que passava na TV nos EUA, em que um ex-viciado de crack tentava dizer que usar drogas não era bom. Enquanto ele falava, parecendo um débil mental, apareciam fotos de ressonância magnética tiradas de seu cérebro. Mais de 1/4 do cérebro dele havia simplesmente desaparecido devido ao abuso do crack. Diante dessas cenas chocantes e diárias, a população dos chamados guetos se auto-conscientizou e, diminuiu-se drasticamente o consumo de crack nas ruas de Nova York e, por conseguinte, diminuiu-se a violência causada pelos usuários de crack. Inclusive, nos EUA, craqueado (cracked) virou adjetivo de pessoa muito, mas muiiiito burra.

Outra forma de observar que a legalização acabaria com o tráfico é olhar para a lei seca. A Lei Seca durou 13 anos, 11 meses e 24 dias. Os efeitos da experiência foram desastrosos. A fabricação clandestina, sem nenhuma fiscalização depreciou a qualidade da bebida e, em casos extremos, aleijou e matou milhares de pessoas que ingeriram a primeira mistura que aparecesse, de óleo de cozinha a água de colônia, de fluido de isqueiro a sucos e xaropes rusticamente fermentados. A distribuição ilegal (tráfico) fez proliferarem os gangsters e a corrupção policial - a atmosfera da época está viva na cabeça de todos que acompanham até hoje nos filmes a confrontação entre Al Capone e Elliot Ness. Um emaranhado de leis cercou a decretação da Lei Seca. Já no século anterior, vários estados americanos proibiam a bebida: o Maine em 1829, Indiana em 1832, a Georgia em 1833. No começo do século XX, ligas anti-alcoólicas faziam campanhas ferozes para o fechamento dos bares. Em 16 de janeiro de 1919 era ratificada a 18a Emenda, que entraria em vigor dentro de um ano, com a seguinte provisão: "Nenhuma pessoa poderá, na data ou depois da data em que entrar em vigor a 18a Emenda à Constituição dos Estados Unidos, fabricar, vender, trocar, transportar, importar, exportar, distribuir, entregar ou possuir qualquer bebida intoxicante exceto aquelas autorizadas por este ato." Depois de quase 14 anos de mortes, prisões e muita corrupção devido ao trafico de bebidas alcoólicas à meia-noite de 7 de abril de 1933, a cerveja e o vinho retornaram à legalidade. E no dia 5 de dezembro de 1933, em clima de réveillon, os bares dos Estados Unidos voltaram a funcionar a pleno vapor.

Outras Fontes: Documentários "A Guerra Contra as Drogas" feito pela PBS

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  • Usuário Growroom

Rpz esse Arnaldo Jabor não vale um centavo que ganha!!

Se ele não sabe, existem usuários de drogas desde que o ser humano existe,

Se ele não sabe, a violência está aí pois A LEI CRIOU O TRÁFICO

Se ele não sabe, a intervenção das Forças Armadas vai provocar mais violência, mais morte de inocentes, mais raiva

Se ele não sabe o tráfico existe pois a droga eh cara, e nós usuários pagamos caro pq sabemos que a droga eh PROIBIDA

Se ele não sabe, o próprio Estados Unidos com toda sua potência não conseguiu evitar, que, de vinte anos pra cá os traficantes de grande porte não perdessem um centavo!

Se ele não sabe já perdemos a guerra contra as drogas há muito tempo!

Mas quer saber de uma: pra mim ele ja sabe de tudo isso,e não dúvido nada, se ele não for mais um que ganha dinheiro com essa economia informal.

Dinheiro eh a resposta de tudo hoje em dia! Infelizmente...

Paz

--

''Man makes money to buy another man''

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