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Série de Reportagens - Apertando o usuário - Istoé


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  • Usuário Growroom
NAS MÃOS DE DIOS…

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Leo La Valle/EFE

Maradona, no dia em que foi internado, provocou comoção na Argentina: drible na morte como nos ingleses

Chico Silva

Como na Copa de 1986, Diego Armando Maradona parou a Argentina. Mas desta vez não com os mágicos dribles e gols espetaculares que destruíram os adversários, em especial a Inglaterra, que quatro anos antes havia imposto ao país humilhante derrota na guerra das Malvinas. No domingo 18, El Pibe de Oro ou El Diez deu entrada em estado grave em uma clínica de Buenos Aires. Estava hipertenso, respirava com dificuldade e tinha febre alta. Após a internação, os rumores de que a crise teria sido causada por uma overdose de cocaína. Maradona há anos luta para se livrar do vício. A Télam, agência oficial de notícias argentina, informou que um exame apontou a presença de 850 a 900 miligramas da substância no organismo do Pibe. A informação não foi confirmada nem desmentida pela equipe médica.

Um gênio dentro das quatro linhas, fora delas Maradona não teve o mesmo talento. Os problemas começaram em 1991, quando defendia o Napoli, da Itália. Flagrado em um exame antidoping, que detectou cocaína em sua urina, foi punido e suspenso por 15 meses. A partir daí iniciou-se uma sucessão de prisões e suspensões. Aliado a isso, um terrível processo de degradação física. O Maradona ágil, esquálido, insuperável está apenas nas fotos e imagens de tevê. O de hoje, desfigurado, pesando 100 quilos, é uma caricatura do homem que pôs o mundo da bola a seus pés. O médico Germán Alberto Ochoa, que em 2002 operou o joelho do ex-jogador, disse que o “coração de Diego é imenso como o de um búfalo”. Referia-se à dilatação do órgão, causada pelo consumo contínuo de drogas.

O martírio apertou o coração dos nossos vizinhos. Do presidente Néstor Kirchner ao mais humilde dos argentinos, todos rezam pela recuperação do craque. É impossível não associar o drama à comoção provocada pelas trágicas mortes de Eva Perón, de Carlos Gardel e do boxeador Carlos Monzón. Dezenas de fãs transformaram a porta da clínica em verdadeiro santuário. Os mais apreensivos são os fiéis da igreja maradoniana. Fundada por Alessandro Verón em 2001, a única finalidade da entidade é enaltecer os feitos e façanhas daquele que consideram o mais perfeito dos seres humanos. A comunidade, que tem mais de cinco mil integrantes espalhados pelo mundo, está sediada em Rosário, na Província de Santa Fé. O bancário e maradoniano Walter Gustavo Rapisarvi, 27 anos, tem certeza que seu ídolo sairá dessa. “Dios vai driblar a morte como driblou os ingleses no México”, afirma o fiel número 1204. Esse é o clamor dos argentinos e de todos os amantes dessa religião chamada futebol.

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  • Usuário Growroom
LUZ NO FIM DO TÚNEL

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Madi Rodrigues

"Os pais não são culpados pelo problema das drogas, são apenas cúmplices dessa tragédia”. É o que afirma Marcos Govoni, psicólogo especializado em dependência química, no Guia da família – O que todos os pais deveriam dizer a seus filhos sobre drogas. Lançado este mês pela Editora Três e a DF5 Comunicação, o objetivo da obra é servir de orientação àqueles que precisam enfrentar e solucionar o flagelo das drogas. Maconha, cocaína, crack e substâncias químicas que causam dependência são abordados em linguagem ao alcance de todos.

O Guia aponta caminhos e mostra onde é possível encontrar ajuda e aconselhamento para quem acha que tudo está perdido. Os depoimentos de pais, mães e filhos ajudam a comprender melhor o drama e a encontrar uma saída. Para os especialistas no assunto a família ainda é a melhor alternativa para enfrentar o vício.

“Minha mãe ameaçou chamar a polícia se eu passasse do portão e a minha

esposa deixou minha mala na porta de casa. Nesse momento, eu decidi que

era hora de parar de uma vez por todas”, contou Hiran Ravache – filho da atriz Irene Ravache –, dependente químico em recuperação há oito anos. “Eu digo que a

droga não é tão boa quanto um orgasmo. É melhor do que isso. Mas a fase do

prazer dura pouco”. É o que diz Mauro, dependente químico em recuperação frequentador do grupo Narcóticos Anônimos.

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  • Usuário Growroom
TERRITÓRIO MINADO

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Gabriel de Paiva / Ag. O Globo

Paiol: Minas, granadas e farta munição na favela

Rio vem se tornando território minado em meio à guerra do tráfico. Literalmente. Nos últimos anos, foram apreendidas na cidade poderosas armas de guerra, como lança-morteiros M72-A2 desviados da Marinha e bazucas AT-4 usadas pelos fuzileiros navais, além de muitas granadas – foram 536 só em 2003. Na terça-feira 20, a polícia do Rio fez uma das maiores apreensões de armamentos de sua história. Em uma casa na favela da Coréia, em Bangu, foram encontrados 150 granadas, 30 mil cartuchos (o equivalente ao consumo anual das polícias Militar e Civil), um fuzil americano AR-15, coletes à prova de balas e, pela primeira vez, oito minas terrestres. “É culpa da falta de controle de nossas fronteiras”, atacou o secretário de Segurança Pública, Anthony Garotinho. “A sorte é que as pessoas que compraram as minas não sabiam usá-las”, diz o consultor em segurança Ricardo Chilelli.

Com poder indiscriminado de destruição, as minas são um artefato tão sujo que estão sendo banidas até mesmo das guerras convencionais. Um movimento mundial para que deixem de ser fabricadas foi firmado em Oslo, na Noruega, em 1997, com 125 países. Apesar de ser um dos signatários do documento, o Brasil não consegue impedir a circulação delas em seu próprio território. Os traficantes, possivelmente do bando de Paulo César dos Santos, o Linho, compraram as minas dentro de um lote fechado. Queriam mesmo as granadas e a munição. Documento da fabricante das granadas, a RJC, afirma que elas foram vendidas ao Ministério da Aeronáutica em dezembro de 1996 e novembro de 1998.

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  • Usuário Growroom
“O QUE FINANCIA O TRÁFICO É A PROIBIÇÃO”

Madi Rodrigues

Pesquisador desde 1998, Thiago Rodrigues, 27 anos, é mestre em ciências sociais pela PUC-SP. Ele defende a liberação ampla das drogas.

ISTOÉ – A droga sempre foi proibida?

Thiago Rodrigues – Não. Até 1910, cocaína e morfina eram controladas e vendidas em farmácias, no Brasil, nos EUA e em quase todos os países. Quando há proibição, o mercado não acaba, ele passa para a ilegalidade e as pessoas continuam querendo comprar, e assim se origina o narcotráfico. A proibição é que possibilita a existência do tráfico.

ISTOÉ – Como enfrentar isso?

Rodrigues – A solução é legalizar as drogas de maneira ampla, porque sempre que existir alguma substância proibida haverá igualmente um mercado ilícito para ela. Enfrentar o tráfico de maneira militarista não resolve.

ISTOÉ – A legalização inibe o uso e a venda?

Rodrigues – Ela tem potencial de acabar com o tráfico. O mercado ilegal da maconha, por exemplo, pode até continuar existindo mesmo que ela seja legalizada, mas não vai ser um mercado ilícito tão importante quanto é hoje.

ISTOÉ – O consumidor contribui com o crime organizado?

Rodrigues – Essa é uma visão simplista da situação. As drogas existem desde os tempos imemoriais. É um hábito que as sociedades primitivas alimentaram e que a moderna alimenta também. Dizer que quem compra maconha financia o tráfico é o discurso da autoridade, que tenta jogar a culpa no consumidor. O que financia o tráfico é a proibição.

ISTOÉ – E a classe média?

Rodrigues – A classe média consome, mas também existe um grande consumo nas regiões carentes. O discurso é tão simplista quanto o outro.

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  • Usuário Growroom

Fonte:

Revista IstoÉ Abr/2004

http://www.terra.com.br/istoe/1803/brasil/...pa_droga_01.htm

Tópico complementar:

Drogas: apertando o usuário

http://www.growroom.net/phpBB2/viewtopic.php?t=10280

Algumas notícias já foram postadas, mas nada melhor do que postá-las de maneira organizada, disponibilizando também as imagens e facilitando a compreensão na leitura.

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