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O Marcelo e o Dudo (da coluna da Maitê Proença)


Meriadoc

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  • Usuário Growroom

O Marcelo e o Dudu

MAITÊ PROENÇA

Quer dizer que o Dudu, 50 homicídios nas costas, recebe indulto de Natal pra visitar a mulher e os filhinhos, enquanto meu colega Marcelo Anthony vira pauta de programas televisivos de quinta categoria, onde débeis mentais discutem se ele, acusado de comprar maconha, será má influência para o filho recém-adotado.

Em primeiro lugar, se existe uma lei para separar usuários de drogas de seus filhos, como é que a "Justiça" dá um mole desses pro Dudu, traficante de tóxico em quantidades industriais, que ainda por cima mata, queima e esfola sem piedade, em quantidades igualmente industriais? Dudu fugiu e está por aí fazendo um estardalhaço bélico pelos morros da cidade, sendo péssima influência, não só para os dele, como para todos os nossos filhos confinados pelo medo.

E o Marcelo, vocês conhecem? Eu conheço. O rapaz leva a vida mais careta que o gerente do meu banco. Concordo que marcou uma touca, e no pior momento possível, mas, quanto ao menino que ele e a Mônica adotaram, e que foi assunto nas rádios e programas de auditório de nível térreo por vários dias, a conversa é muitíssimo diferente. Esta criança chegou a eles nervosa, hiperativa e, aos 8 meses, não sabia sequer sentar. Com aulas de natação, orientação especializada, carinhos e quilos de amor, Francisco estava andando dois meses depois. Eu vi a transformação! Hoje, com 1 ano e meio, o que se percebe é uma criança adaptada, calma e feliz. Esse menino foi pinçado do abandono, pelo amor e pela dedicação dos pais com que a sorte lhe presenteou.

Então quem são essas criaturas com seus programas de futrica pra deliberar sobre a habilidade de um pai trabalhador, idôneo e amoroso em criar seu filho? O que é que essa gente entende da vida, e com que categoria moral vem fazer julgamentos de valor, essas pessoas que saíram do anonimato outro dia Deus sabe como?... Marcelo cometeu um deslize, se é que ele estava mesmo comprando maconha (por enquanto o que houve foi uma acusação), e foi preso por falta de sorte, porque se gostasse de chope estaria num boteco bebendo com os amigos e ninguém ia enfiá-lo numa penitenciária por isso. Aliás, está cheio de pai de família que enche a lata de droga legalizada no almoço de domingo, sai dirigindo doidão com os filhos no banco de trás e fica tudo por isso mesmo.

Não faço aqui um manifesto a favor dos maconheiros do Brasil. Acho até que, nesse momento, o usuário de droga ilegal deveria interromper seu uso até as coisas mudarem. Oitenta por cento dos consumidores usam droga de forma recreativa e, não tendo o vício, podem, se quiserem, não enfiar o pó malhado no corpo. Desnorteie sua caretice intrínseca, companheiro, tomando um Lexotan ou uma cachaça e, na hora da lucidez, use a cachola pra discutir a legalização da maconha, por exemplo. Queiram ou não queiram os mal informados, a maconha é uma droga leve, e por isso seria um bom ponto de partida para a experiência de transformação social que se mostra necessária. Você que não gosta dessas coisas, pense um pouco. As pessoas consomem drogas desde o início dos tempos, todo continente tem uma erva, uma bebida ou uma planta que altera a consciência e afasta as tensões dia a dia. Sempre houve e haverá quem faça uso, e a proibição não impede que isso aconteça. É verdade que as drogas que mais destroem são justamente as legalizadas, e que 50% das mortes violentas ou acidentais no Brasil envolvem uso de álcool. Outro dado surpreendente é que a maior aflição das indústrias tabagísticas não é com processos por doenças relacionadas ao fumo, mas com o contrabando de cigarros importados ilegalmente, mostrando que o problema do tráfico também não se interrompe necessariamente com a legalidade. A questão é complexa e exige uma discussão ampla, sem os preconceitos de praxe. Minha humilde opinião, no entanto, é que as leis que hoje proíbem deveriam restringir-se a impor limites e controlar a venda, para que o acesso não seja facilitado a crianças, adolescentes e pessoas com quadros confirmados de dependência, como ocorre agora na era do fascínio pelo proibido. São R$ 40 milhões movimentados semanalmente com o comércio de entorpecentes, só na Favela da Rocinha! Toneladas de maconha estão incluídas aí, dando lucro pra traficante fazer guerra na cidade! O bebum paga imposto, o fumante de cigarro e a dona de casa também. Eu e você pagamos. Nós construímos as escolas, os hospitais e suamos a camisa por uma paz social que não vem nunca. Talvez tenha chegado a hora de botar essa gente do morro e do asfalto, os que vendem e os que usam, pra contribuir também.

Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993...56-2813,00.html

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  • Usuário Growroom

Assiste razão

Apesar de nossa amiga Maitê Proença, aspirar altas carreiras industriais e mesmo não fazendo apologia a maconha, como ela diz, assiste razão a defasagem abissal entre o brother Marcelo e o mega traficante dono da cidade Dudu.

O mais importante, vale ressaltar, é que nesta semana é a terceira pessoa formadora de opnião que vem a público falar sobre esta discrepância que há entre o usuário de Cannabis e os traficantes industriais.

Vale a pena dar uma olhada:

Cora Rónai;

http://www.growroom.net/phpBB2/viewtopic.php?t=10347

Senador Sérgio Cabral;

Jornal O Globo, Cartas Dos Leitores, pg. 6, Quinta-feira, 6 de Maio de 2004.

Sistema antidrogas

"Excelente o artigo de Cora Rónai publicado dia 29 de abril. Não me recordo de ter lido texto tão transparente, tão direto, e acima de tudo tão sincero sobre o tema das dogras. Mais do que isso: não me lembro de ter lido artigo que resumisse tão bem as minhas certezas e indagações sobre o assunto. Na condição de relator do projeto que dispõe sobre o sistemas antidrogas, que está para ser votado no Senado Federal, farei questão de citar o artigo em plenário, com forma de enriquecer o debate e motivar novos encaminhamentos para a discursão do tema."

Sérgio Cabral, senador (por e-mail, 5/5), Brasília, DF

Espero que mais formadores de opniões compartilhem da nossa causa e ajudem a mudar esta situação. Ganha nós do growroom, ganham todos.

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  • Usuário Growroom

Eu assiti a pouco tempo no Jô Soares uma entrevista com ela e me surpreendeu bastante.

embora ela ainda veja de maneira simplista a diferença entre Marcelo e Dudu eu acho que a realidade social em que eles foram criados também difere

bastante.

E realmente estão aparecendo alguns formadores de opniões que estão vindo falar do assunto.

Mas deve levar uns 10 anos para as pessoas se acostumarem totalmente com essa idéia.

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  • Usuário Growroom

10 anos?....que isso sementinha. vamos pensar + positivo, pois o Relator do "Sistema Antidrogas" Sérgio Cabral está disposto a discutir o assunto amplamente, agora é só os "formadores de opinião" leia-se (mídia) estar disposta a enaltecer os benefícios sociais, econômicos e por aê vai..hehehe.

"Espero que quando o dia chegar, todos estejamos preparados para o amanhã"

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  • Usuário Growroom

Sempre paguei uma madeira pra Maite, desde pivete ela foi um modelo feminino pra min , pela beleza e pela inteligencia , um texto como esse confirma minha visão.Além da opinião dela ,pela ordem das ideias , esse texto foi muito bem estruturado !

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  • Usuário Growroom

Todo mundo mandou bem mesmo!

Estão vendo só? A cada dia que passa mais pessoas estão "atacando" essa idéia de que usuário tem alguma culpa na violência do tráfico! Acho que não são mais 10 anos não, só algumas pessoas vão continuar com o preconceito, mas eu acredito que a maioria vai se acostumar...

mas no final tudo depende da mídia né? se a Globo falou é porque é verdade....

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  • Usuário Growroom

Maitesão

uma vez pedi a ela vestir uma camiseta promocional, numa feira la no aterro do flamengo

ela virou pra mim e disse

AAAiiii..! AgOOOra???

poha rachei....e ela tbm

grde maconheira!

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