Ir para conteúdo

Entrevista Gilberto Gil Veja 21/07/04


jahgrower

Recommended Posts

  • Usuário Growroom

Opa muito boa a entrevista do nosso Ministro da Cultura o Sr Gilberto Gil concedida a revista VEJA edição 1863 21/07/04, falou de tudo mas aqui vou escrever o que importa para nós hehehe.

Quem sabe se rolar ponho na intergra , agora vai só um pedaço mas resomendo lerem toda! ;)

..:::ENTREVISTA:::..

...VEJA- Qual a sua opinião sobre drogas hoje?

GIL

VEJA-Com quem o senhor já falou sobre isso?

GIL

VEJA-O que o ministro achou?

GIL

a entrevista continua...

Grande abraço!!

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

será que não seria o caso de enviar um email em nome da Growroom para o gabeira e para esses caras importantes que apoiariam novas leis em relação às drogas?

tipo, falando sobre o cultivo para auto-consumo, estipulando um número máximo de plantas por pessoa e tal

eu acho que deveria ser uns quinze pés por pessoas, acho que ta bom né?

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Aê, resolvi postar a entrevista inteira da versão on-line da revista.

O link tá no finl da entrevista.

Entrevista: Gilberto Gil

Eu grito, sim

O compositor, cantor e ministro da Cultura

diz que não gosta de briga, mas que sabe

bater na mesa quando é preciso

Thaís Oyama e Sérgio Martins

"Temos de tratar os desiguais de forma desigual. Queremos que a Lei Rouanet atenda os que não são historicamente atendidos"

Não que a política tenha deixado o músico menos zen, mas Gilberto Gil, o ministro, considera-se hoje um homem mais pragmático. Afirma ter descoberto, por exemplo, que a hipocrisia "é uma ferramenta da civilidade" e diz vir fazendo uso dela com freqüência. À frente da pasta da Cultura desde o início do governo Lula, já passou por maus bocados: teve de demitir um amigo de infância suspeito de malversação de recursos, bateu de frente com setores do PT que, entre outras coisas, o acusaram de defender publicamente o governo do ex-presidente e amigo Fernando Henrique Cardoso, e agora enfrenta críticas a seu projeto de mudança da Lei Rouanet, que concede abatimentos no imposto de empresas que patrocinam projetos culturais. Pai de sete filhos e avô cinco vezes, acaba de completar 62 anos. Há 23 está casado com Flora Gil, que não só administra sua carreira de cantor como, segundo conta, "dá palpite em tudo" – política incluída. Por sugestão dela, o ministro tingiu recentemente os cabelos de acaju. Pouco antes de sair de férias do ministério para dar início a uma turnê musical pela Europa, Gil concedeu a seguinte entrevista a VEJA.

Veja – Analisando o seu desempenho no governo até hoje, qual seria, em sua opinião, o seu ponto fraco?

Gil – Eu não gosto de briga. E, muitas vezes, no exercício do poder, você tem de ter uma certa volúpia.

Veja – Por quê?

Gil – A capacidade de brigar, de demandar com veemência – eu diria até com o uso de uma certa violência simbólica – pode ajudar os governantes a acelerar alguns processos. Mas de vez em quando eu também grito alto, surpreendentemente. Quando criança, fiz um teste psicológico que apontou que um dos meus traços básicos era "agressividade camuflada".

Veja – De que forma o senhor expressa essa agressividade? Fala palavrões, dá murros na mesa?

Gil – Não, minhas bombas não são assim tão espetaculares. São bombas caseiras, pequenas. Palavrão não falo, não gosto, só uso alegoricamente. Mas às vezes bato na mesa. Faço assim: pá. E aumento o tom de voz.

Veja – O senhor disse ter descoberto que a hipocrisia é uma ferramenta da civilidade. O que quis dizer com isso?

Gil – O exercício da hipocrisia se refere a um modo de ser civilizado, necessário à convivência entre as pessoas. Veja o caso das cantoras Marlene e Emilinha, rivais históricas na década de 50. Não fosse pela hipocrisia, elas teriam se matado.

Veja – O senhor tem feito uso da hipocrisia?

Gil – Toda hora.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

continuação ...

Veja – O que o senhor achou das críticas a seu projeto de mudar a Lei Rouanet, que estimula as empresas privadas a patrocinar iniciativas culturais?

Gil – Temos de tratar os desiguais de forma desigual – essa é a lógica que queremos aplicar. Queremos que a lei seja mais democrática, mais abrangente e que atenda melhor os que historicamente não são atendidos. Da forma como está, 87% dos recursos vão apenas para dois Estados, São Paulo e Rio de Janeiro. E o dinheiro é usado para financiar somente projetos de pessoas famosas. Ou seja, manifestações populares e manifestações culturais de interesse das parcelas mais pobres da população não têm acesso aos incentivos.

Veja – Mas não é arriscado tomar para o governo a missão de definir o que é "manifestação cultural de interesse das parcelas pobres da população"?

Gil – Se estivéssemos em um Brasil em que todos fossem educados e ilustrados, evidentemente não teríamos mais setores populares diferenciados e a cultura estaria uniformemente espalhada. Na medida em que você precisa fazer ainda políticas de discriminação positiva, você faz. É uma prática que está se disseminando pelo mundo em vários setores.

Veja – O senhor já declarou que filme ruim também é cultura. Música ruim também é cultura?

Gil – Claro. É uma expressão cultural. Você tem um grupo, uma comunidade que se expressa com essas características. Podemos até desautorizá-las, mas nunca ignorá-las. A cultura é um software aberto.

Veja – Quando o senhor deixou de ser vereador, reclamou de uma sensação de "inadequação" na política. Disse que ela obrigava as pessoas a "brandir o chicote" e que o senhor era pautado pela ética da bondade. Continua se pautando por essa ética?

Gil – Cada vez mais.

Veja – Mesmo agora, como ministro?

Gil – Qualquer coisa que eu tenha de fazer com relação a pessoas ou grupos, por mais dura e contundente que seja, sempre passa pelo filtro da minha interioridade. E, na minha interioridade, eu quero ser bom.

Veja – No início de seu mandato, o senhor disse que o salário de ministro, de 8 000 reais, era pouco. Politicamente, isso foi ruim...

Gil – Disse porque tinha um padrão de vida que implicava gastos acima disso. Foi só isso que eu disse.

Veja – O senhor se considera ingênuo?

Gil – Eu sou ingênuo. Flora diz isso.

Veja – Além de ser sua mulher, Flora tem uma participação intensa na sua vida profissional. Quais os limites que o senhor estabelece para essa interferência?

Gil – Os limites são cada vez mais tênues. Eu e Flora temos uma vida muito compartilhada. Ela mexe em tudo, tem acesso a tudo. Flora tem crachá all areas [válido para todas as áreas].

Veja – Serve para o ministério também?

Gil – Sim, Flora me ajuda muito! No caso de Roberto Pinho [seu compadre e ex-secretário, demitido no início do ano sob a acusação de tentar se beneficiar de um contrato do ministério], foi ela quem me disse que eu tinha de fazer uma reunião entre todos os envolvidos no conflito. Foi ela quem chamou as pessoas, telefonou para todo mundo. Flora dá palpite em tudo na minha vida.

Veja – Ela continua morando no Rio?

Gil – Agora está vindo mais comigo. Arrumou minha casa toda aqui em Brasília. Flora é enérgica, dá piti, dá carão... É uma administradora muito forte, muito firme.

Veja – Isso não o incomoda?

Gil – Não! Flora é mandona, mas ganhou muito da minha dimensão nos últimos anos. Antigamente, ela não gostava do discurso do mistério, não se interessava por isso. Hoje, até freqüenta candomblé...

Veja – E Preta Gil, sua filha, tornou-se evangélica...

Gil – Pois é, Preta virou evangélica. Eu apenas disse a ela: "É assim mesmo, filha: uns nascem, vão crescendo descrentes e, na maturidade, ficam crentes. Outros, como eu, nascem crentes, crescem crentes e depois vão ficando descrentes". Ela ficou decepcionada pelo fato de eu me dizer um descrente.

Veja – O senhor se sente um descrente?

Gil – Sinto-me cada vez mais agnóstico. Eu me afastei do uso da dimensão religiosa. Não peço mais a Deus que me dê isso ou que me livre daquilo. Antes, eu tinha uma visão um pouco mais utilitária da religiosidade. Agora, diminuiu a intensidade da busca. Estou mais próximo daquilo que a letra de Andar com Fé diz: "Mesmo a quem não tem fé a fé costuma acompanhar".

Veja – No videoclipe Kaya N'Gan Daya, o senhor faz uma referência ao fato de ter dificuldades para entrar nos Estados Unidos. Pode contar essa história?

Gil – Toda vez que eu entro lá, tenho de receber uma espécie de perdão do governo. É um procedimento regular que a imigração americana adota em relação a quem já sofreu processo por porte de drogas. No meu caso, fui preso com maconha em 1976. Foi há muito tempo, mas não sai dos registros deles, fica lá para sempre. O fato de eu ser ministro não muda nada. Agora mesmo, quando fui fazer o show da ONU, tive de ficar numa salinha especial onde eles processam o perdão. É um perdão a cada entrada.

Veja – Qual a posição do senhor sobre drogas hoje?

Gil – Eu não fumo mais maconha. Perdi o hábito. Mas sou favorável à liberação das drogas. Tenho a convicção de que elas deveriam ser tratadas como os fármacos. Liberadas, mas submetidas às mesmas regras de controle e vigilância que os medicamentos.

Veja – Com quem o senhor já falou sobre isso?

Gil – Com muita gente. Oficiosamente, com o ministro Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, e com o senador Aloizio Mercadante.

Veja – O que o ministro achou?

Gil – Ele acha que o horizonte da liberação é o que se põe à nossa frente. Já o senador Mercadante disse que vê outros mecanismos, anteriores à liberação, que poderiam ser acionados. Com o presidente Lula ainda não falei sobre o assunto.

Veja – Qual sua avaliação do governo Lula?

Gil – Acho que ele acertou muito na questão da macroeconomia e tem feito um esforço razoável, que ainda não tem respostas muito fortes, na questão da microeconomia. Também creio que o governo tem dificuldades na gestão interna, na comunicação entre os ministérios. Esse relacionamento está aquém do necessário, principalmente entre os ministérios e as instâncias às quais eles têm de se reportar: Casa Civil, Ministério do Planejamento e na Fazenda. Em geral, os fluxos com essas três instâncias são difíceis.

Veja – O que o levou a declarar, tempos atrás, que o ex-presidente Fernando Henrique era melhor do que o presidente Lula?

Gil – Essa declaração foi tomada fora do contexto. Eu dei uma série de exemplos de problemas que o Lula está enfrentando e que o Fernando Henrique não enfrentou. E disse que, por causa disso, seria difícil o governo Lula superar o anterior em popularidade. Os jornalistas daqui distorceram tudo. Me lembro que estava na Espanha quando soube e fiquei muito zangado. Dizia ao telefone: "Aqueles imbecis! Por que eles não são honestos comigo?" Pronto, vocês não queriam um exemplo de agressividade minha? Aí está.

Veja – O senhor já se desentendeu com algum ministro?

Gil – Tive um momento com o ministro Luiz Fernando Furlan. Discutimos sobre transgênicos. Eu sou pela posição da vigilância constante e da submissão constante à apreciação da sociedade de tudo o que diga respeito a transgênicos, porque é uma coisa nova, uma coisa complicada.

Veja – O senhor continua fazendo macrobiótica?

Gil – Hoje em dia, meus hábitos alimentares são muito abertos. Uma vez, quando Fernando Henrique era presidente, fui a um almoço na casa dele e levei uma marmita, com meus bolinhos de arroz integral. Naquela ocasião, tive um diálogo muito interessante com dona Ruth. Ela ponderava que o ser humano é onívoro, que devemos comer de tudo. Disse que o presidente, por exemplo, adorava tripas. Acho que foi um diálogo crítico em relação à minha maneira de comer. Mas aquele era um momento de rigidez dietética. Agora, estou mais variado.

Veja – É verdade que, quando sua filha Preta posou nua, o senhor disse a ela que deveria ter feito regime antes?

Gil – Eu sou um vigilante do peso constante. Em relação a mim e aos outros. Quando a Preta posou nua, eu disse que ela estava gordinha porque sempre preferi a estética da magreza. Então, preferia que ela estivesse mais magra. Depois, achava desnecessário ela usar elementos, assim, extracurriculares para promover a carreira dela como cantora.

Veja – O senhor já disse que não acreditava na posse em um casamento. Continua pensando assim?

Gil – Já vai para 23 anos que Flora e eu estamos juntos. Fomos encontrando modos de atenuar nossa possessividade em relação um ao outro, com uma visão mais generosa de que cada um de nós pertence ao mundo – e, ao mesmo tempo, com uma visão mais rigorosa de que nós pertencemos um ao outro. Usamos os nossos critérios. Eu sou ciumento, Flora é ciumenta. Mas fomos nos livrando das oportunidades de exercer o ciúme. Deixei de causar ciúmes a ela, ela deixou de causar ciúmes a mim, naquilo que eventualmente motivava ciúmes – desde a questão sexual até a questão afetiva. Fomos tentando intumescer a irracionalidade do ciúme com uma certa racionalidade dos nossos hábitos. Mas a posse não é uma coisa sob controle, ela continua em aberto. O que você tem de fazer são escolhas: se eu fizer tal coisa, aborreço a Flora. Faço ou não faço? Meço a relação custo-benefício e escolho. E ela idem.

Veja – O senhor acha que as pessoas conseguem diferenciar o ministro do músico Gilberto Gil?

Gil – Acho que não há necessidade de fazer essa distinção. As pessoas sabem que eu sou o Gilberto Gil cantor, compositor e que estou ministro. Como dizem os americanos, sou uma pessoa só, mas com dois chapéus.

Veja – É fácil trocar de chapéu?

Gil – Fácil! É tirar o terno, pegar a guitarra, subir no palco e cantar.

]http://veja.abril.uol.com.br/210704/entrev...a.html

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Na boa... Sempre achei que ele fumava um! Ele fuma concerteza! Acho que só fala que não fuma mais pq está onde está! (E todos já viram o que acontece com quem só fala que fuma!)

Olha o cd que ele gravou do Bob Marley... Kaya N`Gan Day que ele toca as músicas do Bob? Pega o o cd tem a caixa e tem umas folhas de maconha na parte da frente! hehehehe

Ele fuma sim!!! Ainda vou queimar um com ele! hehehe

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Gilberto Gil é tão inteligente que enganou até os próprios leitores quando em certo ponto da entrevista declarou que perdeu o hábito de fumar maconha. Quem leu na íntegra pôde comprovar o que falo, na parte em que ele diz que "O exercício da hipocrisia se refere a um modo de ser civilizado, necessário à convivência entre as pessoas" e que usa a hipocrisia a toda hora. Ora, covenhamos, quer hipocrisia maior do que essa que ele cometeu? e com razão, haja visto que a posição dele não permite tal afirmação...

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom
Thiago_Marley escreveu

COMO ELE TA BANCANDO DE HIPOCRITA

Q DESGRAÇADO

PQ FEZ LA O CLIP DO KAYA N GANDAIA NAO FAZ NEM 2 ANOS ISSO E NO CLIP O OLHO DELE TA MTO VERMELHO E TAL,

TODOS JA VIRAM O CLIP, SEI Q ESTAO LIGADOS

Gilberto Gil desgraçado??

Vc nao acha q exagerou um pouquinho só??

Quero ver qdo vc estiver trabalhando pra sustentar sua familia, se vc vai sair por aí dizendo q fuma maconha todo orgulhoso...

Lutar por uma causa incondicionalmente é falta de bom senso;

"Para vencer uma guerra, escolha bem suas batalhas."

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom
Thiago_Marley escreveu

desgraçado nao cai bem mesmo

mas hipocrita esta sendo sim

hipocrita tb não kra... ele ta tendo bom senso, ou vc queria q ele falasse que ainda fuma pra acontecer o q aconteceu com a Luana Piovani ?

Falows.. =)

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Só espero que quando precisarmos um dia dele, ele esteje pronto para ajudar, como deve já estar ajudando.

Divulgando sua intenção já basta, para ele. mas para alguns; acho que tanto para ele mesmo.....sabe!, no país que está, dizer que fuma maconha não é uma coisa fácil não. Ainda mais para um ministro.

Contudo, para alguns mais defensores ou rebeldes ou apressados ou sei lá o q....hehehe. Querem Ação, coisa que por enquanto não está acontecendo de quem está no poder e acho que mobilização que o poder exerce não está sendo usada de forma correta, "influências" como qualquer outro cargo de idéias ou até mobilização social. O Governo deveria ser + social???? ou já está sendo???

Presta Atenção!!

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

eu li essa entrevista...certissimo ele!

TA MAIS DO QUE CLARO PRA TODOS NÓS DE QUE A MACONHA NÃO É LEGALIZADA POR INTERESSES POLITICOS E NÃO PELO FATO DE ACHAREM Q ELA CAUSA "DANOS" A NOSSA SAÚDE...ISSO TUDO É RIDICULO!

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.

Visitante
Responder

×   Pasted as rich text.   Paste as plain text instead

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

Processando...
×
×
  • Criar Novo...