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Prefuse 73 - Tintas sonoras surreais para viajar...


Guedzillaz

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Bom galera, estive pensando aqui. Eu estou quase me formando em jornalismo, mas já tenho um currículo extenso (escrevi na ShowBizz, Trip, Gazeta do Povo, Cifra Club, entre outros) e pensei na possibilidade de colocar alguns textos meus aqui. Como puderam perceber nos veículos em que já escrevi (a maioria alternativos e/ou dedicados à cultura), eu escrevo sobre cultura há 8 anos, e sobre música há 6. Alguns me chamam de crítico cultural e musical, o que eu dispenso: sou apenas um bom maconheiro que deu certo no campo que escolheu (hehehe). Bom, abaixo segue um texto sobre um som muito psico - como vcs percebrão na resenha, caso leiam - que, além de ser pra quem conhece coisa boa, merece ser ouvido de preferência com fones de ouvidos bons e um mega-banza na mão.

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Prefuse 73 – One Word Extinguisher

Do rap underground que o produtor Scott Herren (o homem do Prefuse 73) cansou de colaborar sobrou apenas o turntablismo (técnica de cortes e mixagens; cria-se uma música com trechos de outras) como influência. ‘One Word Extinguisher’, lançado em fins de 2003, habita territórios interplanetários ‘modernérrimos’ flutuando de arquiteturas luxuosas (em ‘Plastic’, suíte sônica com nuances lisérgicas-classudas dignas de um Oscar Niemeyer) a terrenos acidentados (no rap atmosférico de ‘Uprock and Invigorate a Prefuse’) sem, porém, avacalhar com a viagem – tamanha é a maciez das texturas sônicas chapadas.

Se o primeiro trabalho do produtor (‘Vocal Studies and Uprock Narratives’) ainda lhe pregava a peça do eterno colaborador do rap alternativo, ‘One Word Extinguisher’ vai além: é todo instrumental, tem timbres dispersos e texturas surreais jogadas numa massa sonora esbranquiçada que abusam da preguiça estendendo o pensamento do ouvinte para as lentes do cinema que reaviva lembranças. ‘Detchibe’ (com tecladões Rhodes soberanos), ‘90% Of My Mind Is With You’ (que pende para o virtuosismo do 'barrio' alternativo do rap), ‘Female Demands’ (que mistura climas classudos, batidas preguiçosas e delírios lisérgicos) e ‘Why I Love You’ (pra ouvir esparramado no sofá que descansa a alma) confirmam o delírio e são ótimas oportunidades para interagir com o filme que se passa na mente do criador.

Mas, antes de acender a vela, uma ressalva: ouvir apenas uma música ou outra é como ver um filme fragmentado, a onda é ouvir o álbum inteiro. E não é difícil de entender porquê: ‘One Word Extinguisher’ foi concebido para que o ouvinte, ao embarcar na viagem, visualize suas próprias imagens, monte seu filme e, imerso em tintas surreais, sonhe acordado.

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