Usuário Growroom Bodom Postado September 5, 2004 Usuário Growroom Denunciar Share Postado September 5, 2004 Saiu na Veja desta semana, uma reportagem com um psiquiatra especialista em estudos sobre o consumo de drogas legais e ilegais, vou postar aqui alguns trechos da entrevista que eu achei interessante ao tema e as que tiveram relação com a cannabis. O psiquiatra grego Petros Levounis, de 42 anos, é um dos maiores especialistas em dependência dos Estados Unidos. Há uma década ele se dedica ao estudo dos distúrbios ligados ao consumo de drogas legais e ilegais e, também, dos transtornos relacionados à compulsão por sexo, jogo ou internet. Veja – Do ponto de vista estritamente científico, não há diferença entre a dependência de drogas legais e ilegais? Levounis – Não. A questão é que, quando fazemos essa divisão, estamos nos referindo ao componente social do vício, e é aí que a maioria das diferenças se manifesta. Um exemplo: o álcool pode provocar uma devastação física e psicológica nos indivíduos muito maior do que a que vemos com a cocaína. Mas isso não quer dizer que uma seja pior que a outra, e sim que as complicações e manifestações sociais da dependência são muito diferentes – justamente porque a cocaína é ilegal e o álcool não é. Veja – É possível consumir esporadicamente tabaco, álcool ou drogas sem se tornar dependente? Levounis – Algumas pessoas podem consumir álcool ou tabaco e não se tornar viciadas. Mas é errado dizer que o álcool e a nicotina não viciam. Algumas pessoas podem se tornar dependentes de determinada substância, outras não. Cada uma reage de uma maneira. E é impossível prever isso. Todas as drogas podem causar dependência, e algumas têm altíssimo poder viciante. É o caso dos estimulantes em geral, como cocaína e anfetaminas. Veja – A discriminação não está relacionada aos problemas que o dependente causa, inclusive com atos de violência? Levounis – É claro que eles causam problemas dentro de casa e também para a sociedade. Quem faz uso abusivo de álcool e cocaína rouba dinheiro da família e leva muitos problemas para dentro de casa. É difícil atender um dependente que não tenha o vínculo cortado com os parentes mais próximos. É uma situação triste, porque pouquíssimos podem contar com a ajuda da família durante a recuperação. Mas o vício de drogas não é, definitivamente, o único distúrbio que pode envolver violência. Alguns distúrbios neurológicos podem causar problemas graves também. No entanto, o peso que o dependente carrega é enorme. Acabamos discriminando-o e não lhe dando o mesmo tratamento dispensado a outros doentes. Discriminá-los só piora a situação. Veja – Qual sua opinião sobre a legalização da maconha? Levounis – A legalização pode até reduzir o número de crimes associados ao uso e ao tráfico de drogas, mas esse é só um aspecto dentro de uma sociedade em que a dependência é um problema de grande extensão. Não consegui chegar a uma conclusão definitiva sobre o assunto. Não sei se a legalização pode solucionar todos os problemas que a droga ocasiona. Precisamos nos aprofundar ainda mais nos custos e nos benefícios de uma medida como essa. Mas é fundamental deixar claro um ponto: acho que usuários abusivos de drogas devem ser encaminhados ao médico para receber tratamento adequado, e não punidos. A prisão não é, de maneira alguma, o melhor lugar para um dependente químico. Veja – Muitos especialistas atribuem à maconha o papel de porta de entrada para outras drogas. Qual sua opinião? Levounis – Essa é uma teoria antiga e ainda bastante controversa. Há quem defenda que a maconha abre as portas para drogas mais pesadas, como a cocaína, e há quem seja absolutamente contra essa idéia. Existem bons argumentos para concordar com essa tese ou discordar dela. Mas não acho que isso seja mais importante que saber que a maconha é viciante, sim, e pode trazer sérios problemas para quem faz uso dela. Consumida durante um longo período, ela causa distúrbios cognitivos e perda de memória. Veja – Os consumidores de drogas podem ser responsabilizados pelo tráfico? Levounis – Não. É claro que, se há procura, as drogas vão ser vendidas. Então, temos de nos preocupar em reduzir essa demanda com campanhas educacionais e tratar de maneira adequada os dependentes. Mas é preciso ficar claro que os grupos envolvidos nessa questão são totalmente diferentes. Há o usuário de drogas e os grandes traficantes. É um erro confundi-los. Veja – Qual é a ligação entre drogas e violência? Levounis – Além da violência provocada pelo tráfico em si e pelas brigas de gangues por pontos de drogas nos grandes centros urbanos, existe aquela provocada diretamente pelo consumo de determinadas substâncias, como a cocaína. Além disso, não podemos nos esquecer da violência provocada pelo álcool nas ruas, no trânsito e também dentro de casa, desestruturando famílias por completo. Veja – Fala-se muito na importância da família para evitar que o jovem entre no caminho das drogas. Mas até que ponto os pais têm esse poder, com tantos apelos externos em sentido contrário? Levounis – Proibir que o filho se envolva com drogas é impossível. Mas há muito que fazer para reduzir os riscos. A família deve estar sempre envolvida com os filhos, responder às perguntas sobre drogas e álcool, ter conhecimento sobre quem são os amigos e saber aonde costumam ir. É importante que os pais participem da vida deles. Há uma informação específica que nossa observação relaciona à redução de riscos do envolvimento dos adolescentes com as drogas: quanto mais vezes a família se reúne para jantar, menor o risco de abuso de drogas dentro de casa. Veja – Há pais que acham que essa convivência pode incluir fumar maconha junto com os filhos. O que diz sua experiência? Levounis – Nos Estados Unidos, há uma geração de pais que tiveram experiências com maconha e outras drogas e hoje têm muita dificuldade para dizer aos filhos que não usem drogas. Alguns continuam usando, e eu acho que é uma péssima idéia fumar na frente dos filhos. Por outro lado, não penso que os pais devam mentir sobre as próprias experiências. É preciso que haja um constante e aberto debate sobre o uso de drogas e álcool entre pais e filhos. Assim, as experiências passadas podem até servir para alguma coisa. Independentemente disso, é crucial que os pais jamais sejam coniventes com o consumo de drogas dos filhos. Veja – Como deve ser o combate ao tráfico de drogas? Levounis – A maior preocupação de nós, médicos, é quanto ao esforço para reduzir a procura pelas drogas, tentar evitar que adolescentes e jovens as consumam. Há muito discurso, esforços e dinheiro na luta contra o fornecimento de drogas, mas não há o mesmo interesse na redução da procura. É impressionante como existem pessoas que acham que se você se torna dependente não há mais nada a fazer, é um caso perdido. Esse pensamento é um grave erro. Existem tratamentos que funcionam, sim, e nossos governantes precisam dar mais atenção a esse assunto. A edição on-line da VEJA está disponível apenas para assinantes do UOL ou da Revista. Mas o texto que postei acima, traz praticamente toda a matéria, só exclui alguns trechos que falam exclusivamente de outras drogas e sua dependencia. Fonte: Revista VEJA - Edição 1870 - 8 de setembro de 2004 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom indy_bud Postado September 5, 2004 Usuário Growroom Denunciar Share Postado September 5, 2004 li a repostagem e tambem achei muito interressante Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom BocaSeca Postado September 5, 2004 Usuário Growroom Denunciar Share Postado September 5, 2004 Mais uma vez fica demonstrada a dificuldade que os cientistas contrarios à legalização da maconha tem , para dar algum amparo às suas convicções. Além disso, o fato de ,o tabaco, o alcool , a cocaina e a maconha serem totalmente diferentes,somente é considerado às vezes, conforme o interesse do cientista. Muito boa a postagem, mas o "cientista" não acrecentou nada sobre este assunto . Serviu somente para a revista mostrar que esta preocupada,atenta e reveladora , atualizada,moderna e... conservadora . ....ô droga. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom LoCoMoTiOn Postado September 6, 2004 Usuário Growroom Denunciar Share Postado September 6, 2004 loko velho Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom Na Boa Postado September 8, 2004 Usuário Growroom Denunciar Share Postado September 8, 2004 qnd ele fala sobre comportamento ele generaliza demais...mais nao eh uma reportagem ruim...nem boa hehehehe Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom -Beronha- Postado September 8, 2004 Usuário Growroom Denunciar Share Postado September 8, 2004 O que acho inconveniente é que a mídia cai no imediatismo quando discute a legalização da maconha, onde deveria vir primeiro a discussão sobre a descriminalização do usuário, que seria um passo-chave para uma maior tolerância no que diz respeito ao cultivo próprio. No momento eu não desejo nada mais que plantar a minha erva sem ser incomodado. E outra coisa, é comprovado há milênios os benefícios terapêuticos que a cannabis pode oferecer, então qual seria a opinião mais sensata de um médico? Já falaram e eu repito: toda droga é remédio e veneno, tudo depende da quantidade administrada. Inté _._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._._. "When the boys are together, you could never find a more aggressive, arrogant, rowdy, perhaps ignorant bunch of people than me and my friends. That’s just the way we are; that’s the way we smoke pot (skateboard)." parafraseando TONY ALVA (1977) Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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