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Cannabis e Aids


Thomas

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  • Usuário Growroom

CANNABIS E AIDS: A MACONHA NÃO AFETA O ÔNUS VIRAL NOS PACIENTES DE AIDS TRATADOS COM INIBIDORES DA PROTEASA.

Ignasi Peña

Esta é a conclusão de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Francisco em California, dirigidos pelo doutor Donald Abrams. Estes resultados foram apresentados na XIII Conferência Internacional do Aids em Durban, Africa do sul. Sua importância radica em ser o primeiro estudo em que se medem os efeitos imunológicos da maconha fumada em sujeitos com HIV, e demonstra que a curto prazo não tem efeitos negativos no desenvolvimento da aids.

A história desta investigação também é um exemplo da dificuldade de realizar investigações clínicas com cannabis em Estados Unidos, um assunto de vital importância em patologias como a infecção por HIV. Por desgraça, na investigação biomédica dominam critérios que pouco têm que ver com a saúde dos enfermos, critérios como os interesses econômicos das corporações e os critérios morais das autoridades políticas. Depois de seis anos de solicitações, este foi o único estudo autorizado em Estados Unidos com cannabis incluindo 67 pacientes; durante o mesmo período se autorizaram 21 estudos com Viagra, que incluíam a mais de 3.000 pacientes

É utilidade da maconha para o tratamento da infecção por HIV. Com três pilulas ao dia ou com uns 7 ou 10 miligramos de THC por via oral, consegue-se contextar o sintoma mais atraente da doença: a perda de importância com suas conseqüências metabólicas. O aumento da ingestão calórica e o aumento de importância são os dois efeitos mais evidentes. Ademais, também é útil para contextar possíveis náuseas derivadas da abundante terapia farmacológica. Menos objetividade, ainda que não menos importante, é a melhora do humor e do estado de ânimo em geral.

Todas estas vantagens tinham um "mas" e é que ignorávamos até que ponto os cannabinoides interferiam no estado imunlogico do paciente infectado por HIV. Esta é a primeira investigação que contribui informação científica sobre esta questão de vital importância no tratamento do aids, no entanto, deve esperar mais de seis anos até superar todos os entraves oficiais. Também deveram esperar os enfermos e os profissionais sanitários responsáveis de seu cuidado. Por sorte, os enfermos que seguiram fumando assumindo o risco de um possível aumento de seu ônus viral e à melhora sintomática produzida pela maconha podem estar agora calmos.

Historia do doctor Abrams

Donald Abrams, especialista em aids da Universidade de São Francisco e professor de Medicina Clínica no Hospital Geral de São Francisco, é o responsável desta primeira tentativa de compreender os efeitos da maconha em pessoas com HIV e uma das melhores investigações sobre os efeitos do cannabis sobre o sistema imunologico.

Mas demorou mais de seis anos em conseguir a autorização oficial para pesquisar com cannabis. Na primeira tentativa no 92, apresentou um protocolo para comparar maconha fumada com o marinol em enfermos com aids. Seu projeto sugeria importar a maconha de Holanda e, por este motivo, foi rejeitado. No 94 voltou a apresentar o protocolo para o estudo clínico, modificado, e solicitando a maconha ao NIDA (National Institute on Drug Abuse). Voltou a ser rejeitado, nesta ocasião por considerá-lo pouco científico. Em sua terceira tentativa de conseguir pesquisar cientificamente os efeitos do cannabis em enfermos de aids, o doutor Abrams redesenhou ingenuamente o protocolo, adaptando-o à máxima pureza metodológica, mas mantendo a condição experimental de fumar maconha, e esta vez se dirigiu ao NIH (National Institutes of Health), esperando seu beneplácito para que o NIDA lhe fornecesse a maconha necessária para seu estudo. Neste caso, o motivo da rejeição foi surpreendente: aparte de argumentar a toxicidade, quando é sabido que a toxicidade do cannabis é menor do que a grande maioria de fármacos legais, advertia-se do risco de aumento de colesterol, ao ganhar peso como conseqüência de fumar maconha. Um cinismo impressionante quando estamos falando de uma perda de importância que é o principal risco para a vida dos enfermos de aids.

Mas o doutor Abrams não se desanimou. Voltou a redesenhar o estudo e esta vez se propôs estudar supostamente efeitos negativos do cannabis. Ao pesquisar os efeitos dos cannabinoides em combinação com os inibidores das proteasas, dado que ambos têm o mesmo metabolismo hepático, era possível que pudessem diminuir os níveis dos antivirais e sua eficácia terapêutica. Este argumento convenceu às autoridades sanitárias e entregaram ao doutor Abrams uma dotação econômica e 1.400 pitos de maría* para levar a termo sua investigação.

Conclusões do estudo

A investigação se centrou em pacientes HIV que incluíam em sua medicação antiretrovirais inibidores da proteasa (indinavir e nelfinavir). Se os dividiu em três grupos. Uns fumavam um pouco antes das comidas, outros se tomavam um pilula que continha 2,5 miligramos de THC também antes das comidas, e o terceiro grupo tomava um pilula que não continha nada, placebo. A todos se lhe mediu o ônus viral, que é um indicador do número de vírus presentes em sangue. Um aumento do ônus viral é sinônimo de progressão da doença. Também se mediram a ingesta calórica e o aumento de importância.

A conclusão mais importante é do que nenhum sujeito do estudo aumentou seu ônus viral, e todos os enfermos com níveis altos de HIV diminuíram seu ônus viral; curiosamente, os que mais melhoraram foram os que fumavam maría ou tomavam THC oral, frente aos do grupo placebo. Abrams lhe tira importância a este fato afirmando: "O importante é que não há diferenças significativas entre os três grupos, ainda que é intrigante que melhorem mais os que usam cannabinoides". Também atribui a melhora às condições do estudo, que observava diretamente a terapia antiretroviral para que os pacientes não se perdessem nem uma dose.

Outra diferença remarcável para Abrams entre os três grupos foi a ingesta calórica e o ganho de importância: "Os três grupos ganharam peso, no entanto, o grupo placebo ganhou em media 1,30 quilos; o grupo do THC oral, 3,18 quilos, e o grupo da maría fumada, 3,51 quilos."

Em resumo, o cannabis não interfere a curto prazo na ação terapêutica dos inibidores da proteasa, o que permite seu uso para contextar a perda de importância em enfermos de aids.

Para consultar o estudo completo:

http://www.ucsf.edu/pressrel/2000/07/071302.

Materia retirada do site: canhamo.net

http://www.canamo.net/MEDICINAL/articulos_...articulo_34.htm

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