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Fumar com regulariedade não afeta a cabeça


Thomas

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  • Usuário Growroom

FUMAR COM REGULARIDADE NÃO AFETA A CABEÇA

Joan-Ramon Laporte

A função cognitiva é o conjunto de capacidades que nos permitem relacionar-nos com o meio. Este conceito é muito abstrato, e não todo mundo o define do mesmo modo. Em qualquer caso, inclui vários componentes, como o atendimento, o pensamento, a consciência do meio, a memória, a linguagem, as capacidades visuais espaciais (incluídos os reflexos) e a capacidade de abstração. Em outros termos, o funcionamento da cabeça. Existem uns testes de capacidade cognitiva, que permitem expressar o grau de função cognitiva global de cada indivíduo numa escala numérica. O de uso mais estendido é o chamado MMSE (Mini-Mental State Examination).

A função cognitiva de cada indivíduo está determinada por múltiplos fatores. Em primeiro lugar pela idade, mas também pela nutrição, o estado de saúde, a educação formal recebida e a constituição genética. Atinge seu máximo ao final da adolescência. A partir de então declina com o envelhecimento. A doença de Alzheimer e outras demências são expressões extremas desta perda de capacidades: uma pontuação inferior a 18 no MMSE se qualifica de demência, e uma de 18 a 24 se qualifica de déficit da função cognitiva.

Entre os possíveis efeitos adversos do canhamo se cita com freqüência e afeta a função cognitiva. Descreveram-se dois tipos de efeitos. Em primeiro lugar o agudo, próprio do colocón. Em segundo lugar, descreveu-se um efeito residual (que persiste depois de que o THC tenha abandonado o sistema nervoso central). Este efeito residual consiste em perda do atendimento, da memória imediata e de reflexos psicomotores, e se diz que pode ser de duração curta (nuns dias), ou mais duradouro. Disse-se do que nos fumantes crônicos de canhamo a perda das capacidades cognitivas própria do envelhecimento e tem mais rápida que nos não fumantes, de maneira que de maiores estariam em maior risco de desenvolver demência.

Neste mês se publica numa prestigiosa revista científica o primeiro estudo epidemiológico sobre esta questão (CG Lyketsos e colaboradores. Cannabis use and cognitive decline in persons under 65 years of age. Am J Epidemiol 1999; 149:794-800). Trata-se de um seguimento de uma mostra representativa (em termos de idade, sexo, classe social e nível educativo) da população da cidade de Baltimore, nos Estados Unidos. Participaram 1.318 homens e mulheres menores de 65 anos. Estas pessoas foram estudadas durante mais de 11 anos. Cada 3 ou 4 anos, completaram o questionário MMSE de função cognitiva, de modo que se pôde estudar a diminuição desta à medida que os participantes envelheciam. Também se examinou se os consumidores de canhamo perdiam as capacidades cognitivas com maior rapidez ou até um grau de deterioração maior do que os não consumidores.

Os participantes foram classificados em vários grupos, segundo seu consumo de canhamo, relatado por eles mesmos em condições de confidencialidade pessoal garantida. Os grupos, e o número de pessoas em cada um deles, foram os seguintes:

Grupo 1. Não usuários (nunca tinham usado canhamo em nenhuma de suas formas): 806 (61%).

Grupo 2. Usuários ligeiros (o tinham usado, mas nunca diariamente ou durante mais de duas semanas): 235 (18%).

Grupo 3. Usuários ligeiros (mesma definição), que também tinham usado outras drogas ilegais: 131 (10%).

Grupo 4. Usuários importantes (pelo menos numa das quatro entrevistas relatavam que o tinham consumido pelo menos diariamente durante mais de duas semanas): 137 (10%).

Grupo 5. Usuários importantes (mesma definição), que também tinham usado outras drogas ilegais: 8 (1%).

Em conjunto, nos 11 anos de observação, a população perdeu capacidade cognitiva (não muita: só 1,2 pontos por meio-termo, sobre uma pontuação de partida a mais de 28. Os participantes do grupo 1 do quadro diminuíram sua pontuação em 1,0 pontos, os do grupo 2, em 1,03 pontos, os do grupo 3, em 1,06, os do grupo 4, em 0,84 e os do grupo 5, em 0,33. Como se pode apreciar, tanto os consumidores ligeiros como os importantes apresentaram menos diminuição da capacidade cognitiva do que os não usuários. Não obstante, estas diferenças não foram “estatisticamente significativas” (o que quer dizer que não são de quantia suficiente para poder afirmar que são reais, e não atribuíveis a mesmo). Os autores concluem que não se apreciam diferenças na diminuição das funções cognitivas entre fumantes importantes, fumantes ligeiros e não fumantes de canhamo.

Os autores comentam que este é o primeiro estudo que examina os efeitos crônicos (a longo prazo) do uso do canhamo sobre a função cognitiva. Em estudos anteriores se tinha encontrado um efeito residual de curta duração sobre a memória e o pensamento, mais intenso em mulheres e em fumantes importantes. Mas o presente estudo constitui uma prova convincente de que os fumantes ligeiros ou importantes e as mulheres fumantes não perdem suas capacidades cognitivas com maior rapidez do que os não fumantes.

Se me ocorrem várias considerações adicionais. A primeira, que os autores do artigo contam que revisaram todas as bases bibliográficas existentes, e comprovaram que este é o primeiro estudo epidemiológico publicado sobre o temido efeito do canhamo sobre a função cognitiva. Isto é, que o suposto —e agora desmentido— efeito sobre a função cognitiva era um mito, que não se baseava em nenhuma observação realizada com métodos de fiabilidade aceitável. A segunda, que, a diferença da publicidade que recebem estudos parecidos nos que se descobrem os efeitos milagrosos de um novo medicamento ou os efeitos nocivos de determinadas dietas ou hábitos de vida sobre a saúde, que eu saiba este estudo não foi citado por nenhuma agência de notícias nem meio de comunicação de massas.

E uma última reflexão sobre as cifras indicadas mais acima. Apesar da severísima repressão do consumo de drogas existente em Estados Unidos, em onde te podem cair em vários anos de cárcere por cultivar uma só planta, um 39% da população geral provou o canhamo, e um 10% o usa com regularidade. Há um abismo entre a sociedade real e as normas que aparentemente a regulam.

Materia retirada do site canhamo.net

http://www.canamo.net/MEDICINAL/articulos_...articulo_22.htm

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  • Usuário Growroom
Thomas escreveu

Se me ocorrem várias considerações adicionais............ A segunda, que, a diferença da publicidade que recebem estudos parecidos nos que se descobrem os efeitos milagrosos de um novo medicamento ou os efeitos nocivos de determinadas dietas ou hábitos de vida sobre a saúde, que eu saiba este estudo não foi citado por nenhuma agência de notícias nem meio de comunicação de massas.

pq será heinh?!?!
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  • 2 weeks later...
  • 7 months later...
  • Usuário Growroom
Apesar da severísima repressão do consumo de drogas existente em Estados Unidos, em onde te podem cair em vários anos de cárcere por cultivar uma só planta, um 39% da população geral provou o canhamo, e um 10% o usa com regularidade. Há um abismo entre a sociedade real e as normas que aparentemente a regulam.

E a ONUs vem dizer que são apenas 5% da população mundial... lamentável o papel da ONU como a nova inquisidora no mundo, caçando maconheiros dignos em suas tradições milenares, medicinais, espirituais e recreacionais.

B)

fallall.jpg

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  • Usuário Growroom

Thomas, parabéns !

Agora, pelo que eu saiba cairam por terra TODAS as armas dos repressionistas...

-Não afeta o sistema respiratório, se usada de maneira adequada.

-NÃO CAUSA MALEFÍCIOS CEREBRAIS mesmo em usuários "importantes". (que bela noticia)

-Vicia menos que alcool.

-Causa um efeito de tolerância menor que o do alcool.

e então resta alguma coisa ?

e mesmo que contestem o resultado desse estudo, reparem no fato de ele ser o PRIMEIRO estudo elaborado sobre os efeitos no cerebro. Ou seja, em qual estudo as leis atuais se baseiam dizendo que a maconha causa maleficios para o cérebro, sendo que até então não existiam estudos ? (afinal de contas isso sai em propagandas do governo o tempo todo)... Logicamente, infelizmente, e muitas vezes, conformadamente, todos sabemos que o governo simplesmente não se baseia em estudo algum.

E ai ? Como a ciência, a lógica, tão prezada hoje, pode perder para a palavra de um político ?

Curti esse estudo mesmo !!! :D

Só uma coisa.... Thomas vc sabe em qual revista esse estudo foi publicado ?

[]'s

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  • Usuário Growroom
Só uma coisa.... Thomas vc sabe em qual revista esse estudo foi publicado ?

[]'s

AMERICAN JOURNAL OF EPIDEMIOLOGY, Vol. 149, No.9 pages 794-800, 1999

CANNABIS USE AND COGNITIVE DECLINE IN PERSONS UNDER 65 YEARS OF AGE

Constantine G. Lyketsos, Elizabeth Garrett, Kung-Yee Liang, and James C. Anthony

http://www.drugtext.org/library/articles/cannabrain.htm

Abrazos

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  • Usuário Growroom

Só respondendo o nosso amigo Weedy....

[]'s a todos...

Só uma dúvida: esse trabalho foi publicado em que ano exatamente?

AMERICAN JOURNAL OF EPIDEMIOLOGY, Vol. 149, No.9 pages 794-800, 1999

CANNABIS USE AND COGNITIVE DECLINE IN PERSONS UNDER 65 YEARS OF AGE

Constantine G. Lyketsos, Elizabeth Garrett, Kung-Yee Liang, and James C. Anthony

http://www.drugtext.org/library/articles/cannabrain.htm

Abrazos

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  • 2 weeks later...
  • Usuário Growroom

valew ai... ja mostrei isso pra maior quantidade de pessoas que conheço e...

50% duvidaram da veracidade da minha informação

20% acharam bom saber disso, apesar de dizer que isso não faz muita diferença na opinião deles contra as drogas

30% eram amigos maconheiros meus :D

tudo bem...mas acho foda alguem duvidar da veracidade de uma pesquisa científica e não achar estranho o governo não apresentar pesquisa nenhuma para embasar a opinião proibicionista da droga....

[]'s

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  • Usuário Growroom

excelente thomas...

pelo que entendi dos números é até o contrário, e aponta para que o uso regular tem um efeito de retardar e não acelerar o declinio da capacidade cognitiva das pessoas...o que posso concluir é que meus amigos caretas que falavam que eu ia ficar lesado bem novo é que vão ficar senis bem antes de mim, huehuehue

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