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[Maconha] La Vanguardia


ozba

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  • Usuário Growroom

Espanha sofre incontível ascensão da maconha

60% da população associa a droga ao prazer, aponta pesquisa

Celeste Lopez, em Madri e

Marta Ricart, em Barcelona

Os espanhóis consideram que a maconha é a droga menos perigosa do mercado. Consideram-na até menos perigosa que o tabaco e o álcool. De fato, a metade da população é partidária de que o governo seja mais "permissivo" com seu consumo, e quase 37% são partidários de sua legalização, por considerá-la um produto "natural", que "dá um bom ambiente" e "não vicia".

A esses dados é preciso acrescentar que quase 60% dos espanhóis associam o consumo de drogas a momentos de diversão e lazer, e não como antes, quando era visto como uma forma de evasão dos problemas sociais. Essa percepção social favorece o maior consumo de cannabis entre os jovens e a aquisição de um caráter semelhante ao tabaco e ao álcool.

A visão tolerante da cannabis (maconha e haxixe) é revelada pelo relatório "A Percepção Social dos Problemas das Drogas na Espanha, 2004", realizado pela Fundação de Ajuda contra a Dependência de Drogas (FAD), depois de realizar 1.700 entrevistas com pessoas de 15 a 65 anos.

Os responsáveis da FAD alertaram para a crescente banalização da cannabis, para o que contribui, na opinião deles, a mensagem de que tem um uso terapêutico. "É como se disséssemos: 'Veja como é boa, além das virtudes conhecidas tem virtudes médicas", salienta a FAD.

A delegada do Plano Nacional sobre a Droga do Ministério da Saúde, Carmen Moya, deixou claro há alguns dias que "em nenhum caso a cannabis será legalizada para uso recreativo". Outra coisa é a possibilidade de autorizar seu uso com fins terapêuticos. "Estamos falando de uma utilização farmacológica que deve ser autorizada pela Saúde", reiterou.

Outro relatório, do Observatório de Novos Consumos de Drogas no Âmbito Juvenil da Catalunha, de 2004, confirma o aumento do consumo de cannabis, sobretudo de maconha, favorecido pelo aumento do cultivo pessoal, e indica que está se transformando, como o álcool, em uma substância "presente em todos os estilos (juvenis), contextos e situações". Está especialmente na moda entre os mais jovens, que fumam "baseados" mesmo durante o recreio nas escolas.

O responsável por dependência de drogas do Departamento de Saúde da Catalunha, Joan Colom, salienta que a cannabis "acompanha o tabaco" e, como indica o relatório, se no caso do tabaco entre os adolescentes começa a calar a mensagem de que prejudica a saúde e é visto como um gasto que não traz "sensações fortes", a cannabis dá um "valor transgressor".

"A questão é preocupante", acrescenta Colom, "porque é visto como um consumo normal. Talvez haja pessoas que não sofram danos por um uso limitado, mas quanto mais gente consumir maior a possibilidade de problemas: distúrbios de conduta, de ânimo, de memória, de concentração..."

O estudo da FAD revela que em cinco anos a permissividade dos espanhóis diante das drogas aumentou, apesar de 80% expressarem publicamente preocupação com o aumento do consumo e o fácil acesso a elas. "O discurso dos espanhóis oscila entre o apelo ao alarme e a despreocupação pelo consumo", indica Eusebio Megías, diretor do relatório. Uma prova disso é que 20% defendem que as drogas são "algo a se experimentar" e "devem fazer parte da experiência" do ser humano. Outros 22% dizem que todas as drogas deveriam ser legalizadas. No entanto, dois em cada três espanhóis defendem leis estritas contra essas substâncias.

Megías alertou para a banalização das drogas, situação contrária à que se viveu nos anos 80 e 90, quando a heroína teve uma rejeição geral ao ser vinculada à deterioração da saúde. Hoje a sociedade espanhola se descontraiu, por não ver de maneira clara até que ponto o consumo de estupefacientes como a cocaína ou o êxtase afeta o organismo.

Entre os motivos dados para o consumo, quase 60% dos espanhóis indicam o desejo de diversão, 48% a curiosidade, 46,6% a moda e a pressão dos amigos e 38% o gosto pelo proibido.

O Observatório de Novos Consumos, apoiado pelo governo autônomo, a prefeitura de Barcelona e a Câmara de Deputados, e que desde 1998 prepara relatórios anuais dirigidos pela Associação Instituto Genus, detecta as novas tendências. Para isso analisa os comportamentos juvenis a partir de consultas a jovens que tomam drogas, a profissionais do lazer noturno, a especialistas e mais de mil entrevistas com jovens em discotecas e bares e estudantes secundários e universitários. Seu trabalho de 2004 confirma que o consumo de drogas é extenso. Dos jovens pesquisados em discotecas, 76% dizem que consumiram álcool, 66% fumam e 46% tomaram alguma droga durante essa saída. Dos pesquisados em estabelecimentos de ensino, 70% beberam álcool na última vez que saíram e 23% o fazem nos dias úteis; 46% fumaram na última vez que saíram e 40% nos dias úteis; e 41% consumiram drogas em sua última saída e 31% nos últimos dias úteis.

O relatório salienta que o consumo de drogas entre os jovens continua ligado principalmente à festa e ao "ritual grupal". O que ocorre é que se amplia o consumo a novos contextos além das discotecas, bares, "raves" ou festivais. Cresce a moda das festas privadas, em casa, na segunda residência familiar ou em locais alugados, sem motivo especial ou por aniversários, despedidas de solteiro, etc. "É uma tendência que observamos há alguns anos, que cresce, embora na Catalunha não seja tão comum como em outras regiões da Espanha", diz Colom. Nessas festas se consomem cada vez mais drogas. Muitas vezes é onde provam pela primeira vez ou se experimentam novas substâncias.

Em todos os contextos, sobretudo nos maiores de 20 anos, embora cada vez em idades mais precoces, também cresce o consumo de cocaína. Ela continua sendo considerada uma droga de "vencedores" e seu consumo é descontínuo, dependendo muito da disponibilidade econômica. O maior consumo de cannabis, assim como o de cocaína, é confirmado pelo aumento da demanda de tratamentos por dependência dessas substâncias.

Segundo o observatório, também estão na moda os alucinógenos naturais (como o peiote) e os cogumelos, cujo cultivo pessoal aumenta. Em troca, há um estancamento das "bolas" e um retrocesso do êxtase (é tomado cada vez menos em comprimido, mas há uma tendência a substituí-lo por cocaína), o êxtase líquido e a ketamina.

O álcool continua não sendo visto como um problema entre os jovens, embora seja a principal causa de atendimentos de emergência em suas saídas. E eles adotam cada vez mais medidas relacionadas à condução de veículos, por medo dos controles.

Pais, culpados e impotentes

Os pais de adolescentes sentem que não podem fazer nada para que seus filhos não consumam drogas diante das pressões alheias; 43% acreditam que seus filhos têm muitas possibilidades de consumir e que não exercem influência sobre eles. Essa crença os leva a sentir-se culpados por não ter imposto antes limites defensivos, segundo a FAD.

Diante da impotência e da culpa, os pais delegam a tarefa de atuar apelando ao ambiente educacional ou policial. Segundo o diretor geral da FAD, Ignacio Calderón, essa atitude provoca nos filhos um "mecanismo de 'desresponsabilização'". "Os educamos na crença de que é preciso se divertir e que só interessa o momento", disse.

Eusebio Megías lembrou ainda que os problemas associados às drogas são "enormes". Embora não haja cifras oficiais, comprovou-se um aumento das doenças mentais, como esquizofrenia e patologias duais associadas ao consumo de drogas.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lav...ult2684u38.jhtm

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  • Usuário Growroom

Matéria muito boa!

Aliás alguem ae ouviu o q o digníssimo presidente dos Estados Unidos falou?! Ele assumiu já ter fumado maconha...o mais interessante eh que ele admitiu isso logo agora, mais ou menos no mesmo tempo em que foi a Europa e discursou sobre a união inabálavel entre EUA e Europa..pq será hein!?

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  • Usuário Growroom

VOCÊS LEIAM BEM ISTO:

"A questão é preocupante", acrescenta Colom, "porque é visto como um consumo normal. "

E É um consumo NORMAL! Desde há muitos séculos!

"Talvez haja pessoas que não sofram danos por um uso limitado" Não é TALVEZ, é mesmo. Um uso limitado não causa danos permanentes, apenas eventualmente (e isto não foi ainda cabalmente provado) um consumo prolongado, com efeitos sobre a capacidade de aprendizagem.

Vejam como esta gente é tendenciosa e antidemocrática: tinham duas opções - ou viciavam os dados do estudo (o que descredibilizaria a paranóia da guerra às drogas) ou fariam (e foi o que fizeram) uma interpretação completamente tendenciosa e parcial dele. Basicamente eles censuram, repreendem o povo espanhol pela sua evolução de mentalidade (que a meu ver é certíssima e é de aplaudir e espero que seja cada vez mais partilhada aqui pelo povo do meu rectângulo que fica a oeste).

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