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Canadá é base de produção e tráfico de maconha


Bodom

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  • Usuário Growroom
05/03/2005

Canadá é base de produção e tráfico de maconha

Aumenta a violência na fronteira com Estados do oeste dos EUA

Sarah Kershaw

Em Seattle

As drogas atravessam a fronteira canadense dentro de tratores-trailer, quilos e quilos acondicionados dentro de latas de framboesa congelada, dentro de cargas de vidro moído, raspas de madeira e serragem, ou socadas dentro de toras de madeira ocas, em compartimentos secretos que os agentes chamam de "caixões".

Caiaquistas as levam da Colúmbia Britânica para o sul pelas baías geladas do canto noroeste dos Estados Unidos e entregadores bem pagos carregam até 45 quilos de uma só vez em mochilas improvisadas, caminhando oito horas pelo terreno montanhoso escarpado que forma parte da fronteira oeste entre os Estados Unidos e o Canadá.

Pequenos aviões as despejam em sacolas de hóquei equipadas com sinalizadores de avalanche para alertar os traficantes que as drogas foram lançadas.

O contrabando é chamado de "BC Bud" (broto da Colúmbia Britânica), uma forma altamente potente de maconha batizada segundo a província canadense onde é cultivada, e que se tornou o centro do que as autoridades dizem ser uma cada vez mais violenta indústria de cultivo e tráfico de US$ 7 bilhões.

Na última quinta-feira (3/3), quatro oficiais da Polícia Montada Real Canadense foram mortos a tiros em Alberta, a província vizinha da Colúmbia Britânica, enquanto procuravam por uma operação de plantio de maconha, uma das muitas que estão despontando aqui. As mortes deixaram atônito um país que não perdeu tantos oficiais de uma só vez desde o século 19.

Leigh H. Winchell, um agente especial encarregado do Controle Americano de Imigração e Alfândega, que investiga crimes de narcóticos ao longo da fronteira e agora faz parte do Departamento de Segurança Interna, disse que as mortes dos policiais de Alberta são uma forte evidência de "quão séria está se transformando a questão da BC Bud, quanto dinheiro está envolvido e até onde estes criminosos estão dispostos a ir para protegê-la".

Ele acrescentou: "Está cada vez pior e precisamos tratá-la em todos os níveis. Os recursos financeiros necessários precisam estar presentes e a determinação policial para tratar o assunto precisa estar presente --em ambos os lados da fronteira. É um dia muito sombrio para todos nós".

Esta nova onda de tráfico de drogas, tendo o Estado de Washington e Seattle no Noroeste como escalas chaves, é um enorme desafio para os agentes da lei americanos estacionados ao longo da freqüentemente invisível fronteira entre os dois países.

Eles já estão lidando com a ameaça de terrorismo, o fluxo de imigrantes e novas operações de contrabando de pessoas, dirigidos por algumas das mesmas organizações criminosas baseadas no Canadá que estão levando maconha para o sul e dinheiro, cocaína e armas para o norte, disseram autoridades de manutenção da lei americanas e canadenses.

A situação também está acentuando as enormes diferenças na forma como os dois países lidam com os crimes envolvendo drogas, com algumas autoridades e especialistas em ambos os lados da fronteira dizendo que as leis de drogas mais brandas do Canadá tornaram mais difícil a contenção do contrabando pela fronteira.

Na Colúmbia Britânica, uma província rural em um país que há muito tempo desfrutava de um baixo índice de criminalidade, o índice de homicídios saltou nos últimos dois anos, disseram as autoridades canadenses, devido aos assassinatos vinculados às guerras entre as gangues de drogas. Algumas pessoas até mesmo morreram por disparos feitos por veículos em movimento.

Agora, as autoridades de manutenção da lei daqui temem que a violência migrará para o sul. Winchell comparou a atual Seattle de baixa criminalidade com "Miami antes das guerras das drogas", devido ao que ele disse ser a ameaça iminente da violência ligada às drogas.

Vastas quantidades de drogas e dinheiro agora passam por Seattle e outras cidades da Costa Oeste, ele disse, ao longo do movimentado corredor da rodovia I-5 da Califórnia até a fronteira canadense. Em alguns casos, os traficantes estão contrabandeando cocaína da Califórnia para o norte para pagar os produtores de maconha no Canadá.

O inspetor Paul Nadeau da Polícia Montada Real Canadense, que dirige a equipe coordenada para maconha na Colúmbia Britânica, estimou que apenas naquela província, são produzidos anualmente 1,67 milhão de quilos de BC Bud, em até 20 mil operações de cultivo "indoor", com até 50% desta produção sendo contrabandeada para os Estados Unidos, de Washington até Michigan.

Os esforços para combater o fluxo podem ser vistos vividamente em locais como Blaine, Washington, uma minúscula cidade de fronteira ao longo da costa noroeste, onde agentes patrulham as águas, montanhas e rotas aéreas em embarcações e aviões novos --uma versão sertaneja de "Miami Vice".

Desde os ataques terroristas de 11 de setembro, os agentes viram seus quadros e recursos tecnológicos dobrarem ou triplicarem, o que os tem ajudado a apreender quantidades crescentes de BC Bud. Apenas na área de Blaine, os agentes apreenderam 9.300 quilos em 2004, no valor de mais de US$ 60 milhões, um aumento em comparação a 1.800 quilos em 1998.

Mas com possivelmente mais de 700 mil quilos vindo para o sul, segundo estimativas canadenses, muitos reconhecem que estão apenas arranhando o que está sendo contrabandeado.

A BC Bud é cultivada em viveiros "indoors" repletos de equipamentos de iluminação e ventilação sofisticados. Os plantadores usam um sistema conhecido como cultivo hidropônico e controlam cuidadosamente a temperatura, luz e nutrientes de forma que permite que várias colheitas sejam obtidas por ano. Os processos resultam em uma droga que pode ser até 10 vezes mais potente do que a maconha proveniente do México e outros países, dando à BC Bud uma reputação quase mítica nas ruas.

No atacado, a BC Bud é vendida por cerca de US$ 6,6 mil o quilo, apesar do preço subir quanto mais se distancia de Seattle.

No ano passado, os agentes em Blaine e arredores também começaram a apreender uma quantidade crescente de ecstasy e substâncias químicas usadas na fabricação de metanfetamina destinadas aos Estados Unidos. À medida que os agentes na área de Blaine começaram a descobrir as formas criativas como os contrabandistas passavam seu contrabando, mais drogas passaram a ser transportadas na direção leste, ao longo dos mais de 8 mil quilômetros da fronteira norte, em locais menos patrulhados em Idaho, Montana e Dakota do Norte, disseram agentes de manutenção da lei.

Isto levou os legisladores de muitos dos Estados do norte a reclamarem que a fronteira canadense está recebendo menos atenção do que a fronteira mexicana.

"Eu acho que a fronteira sul conta com a atenção da mídia e as pessoas simplesmente presumem que a fronteira norte é bem mais segura do que realmente é", disse a senadora Patty Murray, democrata de Washington, que, entre outras coisas, está fazendo lobby para que o governo Bush destaque mais agentes para a fronteira canadense.

A situação do tráfico de drogas canadense também é mais um problema potencial nas já tensas relações entre os Estados Unidos e o Canadá, o principal parceiro comercial do país, disseram especialistas.

O Canadá está atualmente debatendo a legalização do uso pessoal de maconha, mas também está considerando penas mais duras para os produtores de maconha. Ele tende a proferir sentenças mais leves do que as dos tribunais americanos para infrações ligadas a drogas, uma situação que deixa as autoridades americanas --e até mesmo a própria polícia canadense-- cada vez mais frustradas.

Autoridades de ambos os lados da fronteira dizem que, pela tendência do Canadá de não combater agressivamente os produtores, é extremamente difícil avançar na cadeia e reprimir as grandes organizações criminosas que controlam o tráfico de drogas em grande escala, apesar de os promotores canadenses terem dito que recentemente estão prendendo e preparando mais casos contra o crime organizado.

"Os Estados Unidos adotam uma postura mais severa nestas coisas --uma postura de proibição", disse Christopher Sands, um especialista em Canadá do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais, em Washington, D.C. "Nossas filosofias não estão em sintonia e este aumento no tráfico está irritando os americanos enquanto os canadenses são mais blasé."

Mas isto poderá mudar depois das mortes de quinta-feira, disseram várias autoridades, incluindo Nadeau.

Tradução: George El Khouri Andolfato, NY Times/UOL

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  • Usuário Growroom

Cara... Que descarados... Certeza que os americanos tão matando canadense só pra dar uma força pros proibicionistas... Triste pra caralho. O cara pelo menos n falou absurdos que nem falam no brasil... Mas mesmo assim mta merda.

Soh vamo ver a atitude dos canadenses agora...

Abraços! :D

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