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Processos revelam uso de drogas em quartéis


Thomas

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  • Usuário Growroom
Pelo menos 113 militares das Forças Armadas foram condenados ou denunciados ao serem flagrados com drogas dentro de quartéis nos últimos cinco anos, mostram processos da Justiça Militar obtidos pela Folha.

A maioria dos autos indica que os militares conseguem driblar a segurança e entrar com drogas nos quartéis. Os entorpecentes são descobertos durante eventuais revistas nos armários dos acusados, quando algum oficial sente o odor (da maconha, por exemplo) ou quando algum deles deixa cair objetos suspeitos.

O número de casos pode ser maior porque muitos deles ainda estão em fase de inquérito --a Folha só obteve os já julgados.

A maconha e a cocaína que entram normalmente são para consumo do acusado, mas há casos em que ele as leva para colegas.

O último flagrante que resultou em denúncia ocorreu no dia 13 de julho do ano passado, no 14º Batalhão de Infantaria Motorizada, em Florianópolis (SC).

O soldado do Exército J.N.P., durante apresentação aos oficiais, retirava documentos do bolso da calça e deixou cair um embrulho no chão, com 1,8 g de maconha.

Apesar de ter confessado que comprou a droga, foi absolvido do processo na Justiça Militar.

Na área de generais

Outro episódio relatado é de 8 de julho de 2004, na quadra residencial de oficiais generais, em Brasília. O cabo Cléber Rodrigues da Silva sentiu um forte cheiro e encontrou os então soldados A.C.B.P. e G.M.A., que estavam de serviço, fumando. Ao serem indagados por Silva, disseram que era cigarro de Bali --fumo adocicado legalmente vendido. G.M.A, no entanto, atirou algo ao chão. O volume atirado tinha maconha, mas eles foram absolvidos.

O soldado G.G.B. teve menos sorte e foi condenado a um ano de prisão. No dia 10 de junho de 2004, no 5º Regimento de Cavalaria Motorizado, em Quaraí (RS), ele saía do banheiro onde fumava e, ao ser abordado, tentou ocultar a carteira de cigarros. Após revista, o superior achou maconha.

Só no Estado de São Paulo pelo menos 27 militares foram processados a partir de 2000. Um deles foi o soldado da Aeronáutica I.R.R. Em 16 de outubro de 2003, oficiais encontraram 3,5 g de maconha em seu armário, no Batalhão de Infantaria da Academia da Força Aérea, em Pirassununga. Foi condenado a um ano.

No Rio, houve pelo menos 25 processos. Um dos envolvidos é o soldado do Exército F.J.O. Em 12 de agosto de 2003, oficiais do 1º Batalhão de Infantaria Motorizado encontraram maconha no estojo de manutenção do seu fuzil em uma revista durante instrução. Pegou um ano de prisão.

Seleção

O Exército afirma que, na seleção para seus quadros, tenta identificar, com base em entrevistas, se o candidato é usuário de drogas e que, durante a permanência do militar no quartel, faz um acompanhamento para identificar se ele consome entorpecentes na unidade.

A Marinha diz que não realiza nenhum exame específico para constatar o uso de drogas em seus candidatos, mas promove acompanhamento médico permanente, o que possibilita a detecção de usuários.

Até a conclusão desta edição, a Aeronáutica não havia respondido à Folha.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidia...95u111481.shtml

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