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É livre o uso da erva enraizada no crime


californian orange bud

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  • Usuário Growroom

O horário: 17h37min de quarta-feira. O cenário: Parque Marinha do Brasil, zona sul de Porto Alegre. Mas poderia ser segunda, quinta ou qualquer outro dia, em qualquer praça ou cartões-postais do Estado. A repressão perdeu a guerra para a maconha. Protegidas pela tolerância da polícia e da sociedade, diferentes turmas compartilham de um ritual diário que desafia a lei.

Flagrado sem dificuldade por ZH ao longo da semana, o consumo livre e crescente garante a legalização informal da erva, apontada por estudos como atalho para substâncias mais pesadas e incentivo para a rede de tráfico e da violência.

Enquanto o modelo norte-americano investe pesado na repressão e o europeu defende a descriminação do usuário e penas terapêuticas, o Brasil paga por ficar no meio do caminho. A lei ainda considera crime o consumo, mas não não prevê prisão dos usuários. Segundo Cintia Freitas, coordenadora do Programa de Redução da Demanda de Drogas do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime, é precisa focar no controle do tráfico, além de serviços de tratamento pelo Estado e ações de prevenção. Mas falta atendimento médico para dependentes, e a polícia está longe de ameaçar o tráfico.

Em janeiro de 2004, ZH mostrou que o consumo de maconha corria solto no Estado. Desde então, a situação se agravou. Para a antropóloga Claudia Martins, ex-consultora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), a responsabilidade é do poder público.

- O usuário pode até incentivar, mas não é culpado da existência do traficante. Se o tráfico existe, é por falha da polícia - afirma.

A dificuldade em coibir o que a lei não pune é o argumento do delegado Joerberth Nunes, titular da 2ª Delegacia do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), para a permissividade:

- A repressão é difícil pela sensação de impunidade da própria lei. Embora ainda seja crime, não podemos prender o usuário, só fazer um termo circunstanciado, e a Justiça determina alguma pena alternativa, não vai nem para a ficha criminal. Mas prendemos 300 traficantes neste ano, e pegamos 200 usuários.

A sociedade é desafiada a encontrar uma solução

Os números são insignificantes diante de um universo em expansão. Segundo pesquisa do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) entre estudantes dos ensinos Fundamental e Médio em 10 capitais, incluindo Porto Alegre, o consumo saltou de 2,6% em 1987 para 6,5% em 2004. A capital gaúcha tem a segunda maior incidência do país (8,3%). Só perde para Boa Vista (RR), com 8,5%.

No Marinha, sem se incomodar com a equipe de reportagem, três jovens à sombra de uma árvore fumam maconha, sob um calor de 36ºC. O local é um point.

- Em Porto Alegre, na moral, é tricomum. Todo mundo fuma em qualquer lugar - constata um digitador de 23 anos, integrante do trio.

Morador do bairro Medianeira, ele diz adquirir a erva na Vila Conceição. Afirma ter consciência de que seu consumo pode alimentar o narcotráfico, mas não pensa em parar.

- Na Conceição, a gente encontra tudo 24 horas, parece um supermercado. Cheguei a usar crack com maconha, mas é muito pancada, dá depressão. Sei que isso incentiva o tráfico, mas na hora a gente não pensa nisso. Acaba considerando o traficante se o cara for correto - justifica.

Trabalhador de loja de conveniência, 22 anos, outro integrante do grupo diz ter sido apanhado pela polícia uma vez. Ficou duas horas na viatura, mas assinou "um papel e ficou tudo bem". Ele aposta na legalização para superar o que considera uma hipocrisia: todo mundo vê, todo mundo sabe. Tanto que o papel utilizado para enrolar o fumo é comprado por eles em lojas de conveniência e tabacarias, por preço médio de R$ 2,50. A marca do produto não deixa dúvidas sobre sua finalidade: Pure Hemp (Maconha pura).

- Se legalizasse a maconha, o tráfico diminuiria, e o governo poderia arrecadar impostos- opina.

Se a prática relega a proibição à ficção, especialistas se dividem quanto a liberar o consumo. O dilema desafia até os magistrados, como o juiz da Infância e da Juventude José Antonio Daltoé Cezar:

- Só a criminalização não resolve, porque as pessoas usam do mesmo jeito. A sociedade tem de encontrar uma solução, não virá pela lei.

Especialistas apontam saídas para frear o consumo:

Ambulatório da Maconha - Montado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com sessões individuais de psicoterapia e informação, tem resgatado pessoas do vício. De uma amostra de 42 pacientes analisada, 43% tiveram melhoras ao longo de apenas quatro sessões.

Mais diálogo e acolhida - Para a antropóloga Claudia Martins, de nada adianta amedrontar os jovens com cartazes pretos e apelos mórbidos. As campanhas precisam dialogar com os usuários, oferecendo informação simples e direta, sem críticas aos jovens. É fundamental investir em serviço, mostrando endereços de locais de tratamento.

Centro de apoio e orientação - Pesquisa da Unesco com 7,5 mil adolescentes de 12 a 16 anos mostrou que 90% gostariam de contar com um centro de apoio e orientação emocional sobre drogas. No Rio de Janeiro, ONGs mantêm experiências com a participação de jovens voluntários. Um dos canais para a comunicação com os jovens é criar linha de telefone 24 horas para tirar dúvidas, mantendo o anonimato dos usuários.

Intercâmbio entre serviços hospitalares - Ao receber um paciente com seqüelas ou distúrbios provocados pela droga, os profissionais de serviços ambulatoriais devem encaminhá-lo para tratamento psiquiátrico ou psicológico.

Descriminação do usuário - Para o sociólogo Paulo César de Campos Morais, pesquisador da Fundação João Pinheiro (MG) com doutorado sobre Drogas e Políticas Públicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a sociedade ganharia com a descriminação do consumo. É preciso tirar o estigma do usuário, e ao mesmo tempo aproveitá-lo como fonte de informações para coibir o tráfico. Comportamentos delinqüentes geralmente antecederiam o uso de drogas.

Informação qualificada na escola - Quanto mais noção real as pessoas tiverem dos efeitos da droga, menos terão interesse em utilizá-la. Como o país tem poucos recursos para oferecer tratamento de drogas, é fundamental oferecer informação preventiva na escola, desde a infância.

Droga leve?

> Quem experimenta maconha tem até 66,7 vezes mais riscos de consumir outras drogas

> O uso sistemático aumenta em seis vezes o risco de evasão escolar

> Em média, usuários de maconha têm duas vezes mais risco de depressão

> O governo brasileiro gasta ao menos R$ 82 milhões ao ano para tratar problemas ligados ao uso de drogas

Fontes: psiquiatra Ronaldo Laranjeira, diretor do departamento de Dependência Química da Associação Brasileira de Psiquiatria, Consenso Brasileiro sobre os Efeitos da Cannabis em Usuários, da Associação Brasileira de Psiquiatria e Datasus

só pra completar:

link oficial: Zero Hora

jornal: Zero Hora

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  • Usuário Growroom

Que coisa mais ridícula isso de "ambulatório da maconha", totalmente sem cabimento. Nunca vi ninguém "sequelado" por fumar um beck porra.

Pra eles sequela deve ser uma larica ou uma perda de memória leve, fazer um troço desses só arruina ainda mais a reputação da maconha.

É. Só. Uma. Planta. Ponto.

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  • Usuário Growroom

ahuahuahauauaahuauahauahahuahuahauauaahuauahauahahuahuahauauaahuauahauahahuahuahauauaahuauahauahahuahuahauauaahuauahauahahuahuahauauaahuauahauahahuahuahauauaahuauahauahahuahuahauauaahuauahauahahuahuahauauaahuauahauah!!!!!!!

Tem que ri pra naum ispanca!!!!!!

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  • Usuário Growroom

realmente de onde eles tiram essa proporcao ???

nao eh 66 nem 67, mas 66,7 ehiaoehaihoaeh

eh.. a galera ta cada vez abrindo mais a cabeca.. sinceramente eu acho q ta perto da legalizacao, ou pelo menos do autocultivo.. 2 anos é o prazo maximo ! hehehe

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  • Usuário Growroom

se consumidores de maconha tem 66,7 % de chances de consumir outras drogas , imaginem então qual seria a porcentagem de quem consome alcool , que alias, o Estado é conivente com sua propaganda.

Outro dia vi um flyer de uma festa rave escrito assim :

NÃO USE DROGAS , FAÇA SUA CABEÇA COM MUSICA

dai mais abaixo tinha outra frase

PATROCINIO - SKOL , RED BULL DRINK

ehehhehe se isso não é uma puta hiprocrisia , ja não sei mais o que é certo ou errado..ehheeh

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  • Usuário Growroom

Eu não sei daonde eles tiraram esses dados mas se estiverem realmente interessados em estudar o efeito da cannabis..por um salário modesto e algumas gramas de fumo por mês eu não ligo de ser a cobaia...hehehe

Imagina esse trampo...degustador de maconha para assuntos terapêuticos....Tô dentro...

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  • Usuário Growroom

na materia do ZH, no final:

> Quem experimenta maconha tem até 66,7 vezes mais riscos de consumir outras drogas

de onde foi tirada essa informaçao? que pesquisa eh essa?

> O uso sistemático aumenta em seis vezes o risco de evasão escolar

idem

> Em média, usuários de maconha têm duas vezes mais risco de depressão

idem

> O governo brasileiro gasta ao menos R$ 82 milhões ao ano para tratar problemas ligados ao uso de drogas

nao sei

Fontes: psiquiatra Ronaldo Laranjeira, diretor do departamento de Dependência Química da Associação Brasileira de Psiquiatria, Consenso Brasileiro sobre os Efeitos da Cannabis em Usuários, da Associação Brasileira de Psiquiatria e Datasus

o Datasus, nao sei, mas esse psiquiatra jah eh famoso como marketeiro da proibicao, tido como um canalha sem excrupulos em defesa da psiquiatria excludente, opressora, lacaia dos interesses da industria farmaceutica e da politica de drogas fascista de guerra as drogas, comandada da casa branca com apoio dos seus escritorios das naçoes unidas.

guardem esse nome: Ronaldo Laranjeira e Associação Brasileira de Psiquiatria, covil de pesquisadores cujas pesquisas ja tem um resultado de antemao, em sustentaçao da politica de drogas opressora e falida vigente. podera ver que tudo que ele escreve eh igual, se aproveitando de todos os cliches antidrogas tipo "maconha, porta de entrada..." etc.

saudacoes

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  • Usuário Growroom

Eu sou a favor do auto cultivo, mas acho improvável que ele se torne uma realidade.

Primeiro, por que ele seria extremamente difícil de ser fiscalizado.

Afinal, você está plantando na sua casa, e embora o governo possa fiscalizar o plantio, não há como ele garantir que você não venderá a sua colheita.

Como não haveria essa garantia, muita gente (não usuários, e sim gente interessada em ganhar dinheiro) iria começar a plantar só para vender.

Por isso, eu acredito que o auto cultivo é inviável. A possibilidade da legalização, como na holanda, me parece mais viável.

Abraços

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  • Usuário Growroom

se o auto cultivo fosse feito por todos, a galera ia se sustentar sozinha, e não ia precisar de comprar de quem ta plantando só pra vender

ia ser uma puta economia no fim do mês.. a galera tudo plantando em out

eheheheh

ia ter gente que ainda venderia, e quem ia comprar ia ser quem não teria o moral de plantar em casa com os pais caretas, mas se fosse uma campanha em que o Estado iria comandar, e que falasse "plante pra acabar com o tráfico", você poderia conversar sobre isso com os pais, falar que o Estado ta pedindo essa ajuda pra acabar com um problema, e que se voce continuar comprando, essa política ia ser perdedora como é hoje a politica atual de entorpecentes, o Estado pediu pra galera nao usar mais, se pedisse pra galera se auto sustentar, faria mais efeito, lembrando que essa politica de drogas, é voltada pra população que usa drogas, e o jeito que ela se encontra hoje, parece que é feita visando só quem não usa.

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  • Usuário Growroom

High life, o problema é exatamente este: " se o autocultivo fosse feito por todos", como você disse.

Eu conheço um monte de gente que tem espaço e condições para plantar, mas que não tem vontade de aprender.

É inegavel que ir numa boca é ménos trabalhoso do que plantar, e muitas vezes pode ser mais barato também. Imagine o camarada gasta um dinheirão em terra, adubo e outras coisas, para no final, colher 10 gramas.

Então, se o autocultivo fosse uma realidade, nós veriamos um monte de gente que ia continuar comprando maconha, por pura preguiça de aprender a plantar, e tambem um monte de gente que não seriam usuários e iam plantar para vender.

Imagine um homem que mora no sertão de Pernambuco, passa fome e sabe que pode plantar facilmente para ganhar algum dinheiro.

Agora imagine que mora no sul: o clima não e propicio para o cultivo.Então, a maioria das pessoas que moram no sul vão acabar tendo que comprar, e o nordeste vai acabar se tornando um grande fornecedor para o sul (e para nossos vizinhos latino-americanos).

Abraços

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  • 1 month later...
  • Usuário Growroom

> Quem experimenta maconha tem até 66,7 vezes mais riscos de consumir outras drogas

> O uso sistemático aumenta em seis vezes o risco de evasão escolar

> Em média, usuários de maconha têm duas vezes mais risco de depressão

> O governo brasileiro gasta ao menos R$ 82 milhões ao ano para tratar problemas ligados ao uso de drogas

mais uma...

> Quem experimenta maconha deixa de acreditar em Papai Noel.

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  • Usuário Growroom

acho que o país infelizmente não está pronto pra nenhuma forma de legalização, seja auto-cultivo ou qualquer outra coisa. Mas também, não vai estar pronto nunca se continuar desse jeito, é foda.

Será que ele está em condições de manter a proibição gastando milhões por ano?

De 1500 a 1938 a maconha era legalizada no Brasil e o mesmo não tinha tráfico nem gastos em relação a erva, muito pelo contrário, tinha arrecadação de impostos.

A legalização pode ser cara mas a proibição sai muito mais.

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