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Maconha, campeã do tráfico na cidade


Thomas

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  • Usuário Growroom
Maconha, campeã do tráfico na cidade

Tijolos de maconha apreendidos numa das fiscalizações da Polícia Rodoviária no ano passado: droga mais traficada

Araçatuba - A maconha continua a droga ilícita mais traficada e consumida em Araçatuba. A informação é da Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes) e da PF (Polícia Federal) com base nas apreensões realizadas em 2005 na cidade.

Grande parte da droga foi apreendida nas rodovias, com a ajuda do TOR (Tático Ostensivo Rodoviário), transportada em bagagens ou no estômago de pessoas conhecidas como mulas.

De janeiro a novembro do ano passado, a Dise apreendeu 124 kg de maconha e 12 kg de cocaína. O montante corresponde à abertura de 108 inquéritos policiais e à prisão de 124 pessoas, das quais 119 foram autuadas em flagrante e cinco por meio de mandados judiciais.

Em comparação com 2004, os números mantiveram-se praticamente estáveis. Em 2004, foram apreendidos 108 kg de maconha, 14 kg de cocaína e 154 pessoas foram presas pela delegacia, que atua em Araçatuba, Birigüi e Penápolis.

Já a PF, responsável pelo tráfico interestadual e internacional de drogas, apreendeu até a segunda quinzena de dezembro 78 kg de maconha e 15 kg de cocaína, prendendo 26 pessoas.

O balanço é 80% maior se comparado a 2004, quando foram apreendidos 45 kg de maconha, 5 kg de cocaína e presas 16 pessoas. A PF local responde por 32 municípios, de Promissão a Castilho.

A preferência pela maconha, na opinião do delegado federal Sérgio Henrique dos Santos Matheus e do titular da Dise, Jaime José da Silva, deve-se ao menor preço e a maior disponibilidade da droga no mercado.

De acordo com Matheus, Araçatuba é considerada corredor de entrada de drogas pelo Noroeste do estado de São Paulo.

A maconha que passa pela cidade com direção à capital paulista pela rodovia Marechal Rondon (SP-300) parte do Paraguai, principal produtor, e entra no país pela cidade de Ponta Porã (MS), geralmente transportada por mulas.

Segundo Matheus, o cânhamo - vegetal originário da maconha - também é cultivado no Brasil, principalmente em toda a extensão do vale do rio São Francisco.

"Geralmente, são locais remotos e propriedades públicas para se livrar do confisco das terras", informa. Brasileira ou paraguaia, o preço da maconha varia entre US$ 400 e US$ 500 o quilo, segundo o delegado, o equivalente a cerca de R$ 1 mil.

Já a cocaína apreendida em Araçatuba vem da Bolívia (centro produtor) e entra no Brasil por Corumbá (MS).

POUCO TRABALHO - Apesar do aumento de apreensões e detenções registrado em 2005, o delegado federal considera que o trabalho da PF diminuiu no ano.

"Fomos convocados para muitas operações fora da cidade, o que dificultou nosso trabalho interno", afirma. Enquanto em 2004, a PF foi responsável pela totalidade das apreensões registradas, em 2005 o trabalho foi garantido pela atuação do TOR.

A única operação realizada pela PF no ano passado foi no fim de julho, quando apreendeu 1,5 quilo de pasta base de cocaína em um dos pneus de um Corsa e prendeu 11 pessoas em Araçatuba e Andradina com o apoio das Polícias Militar e Civil. Entre os detidos, estava o policial rodoviário Douglas Ângelo Lourenço.

Essa, porém, não foi a maior apreensão do ano. Em 6 de dezembro, o TOR apreendeu 25 quilos de maconha com Vanda Pereira Ribeiro, 33, que viajava entre Campo Grande (MS) e Birigüi. A droga estava numa mala no bagageiro do ônibus, interceptado na rodovia Marechal Rondon.

Para Matheus, o tráfico de drogas permanece estabilizado na região, seguindo a economia nacional. "O mercado é baseado na possibilidade econômica do usuário, o que reflete no consumo", avalia.

PREVENÇÃO - Já o delegado titular da Dise, Jaime José da Silva, acredita na redução da comercialização de drogas, uma vez que a polícia está atuante na desarticulação de várias quadrilhas. Paralelamente, ele aponta a diminuição no consumo. "Estão cada vez mais espaçados os casos desesperadores de usuários, com problemas sérios de saúde", acredita.

Essa redução, na sua avaliação, deve-se primeiro à preferência pela maconha. O crack, que até há pouco tempo liderava o ranking, é muito mais nocivo e mata o usuário em menor tempo. Segundo, porque a inversão do quadro só foi possível devido a maior conscientização da população.

"O trabalho de prevenção é preponderante nisso, porque combateu o uso de uma droga com potencial de viciamento quase imediato e de recuperação muito difícil."

Como exemplo de crescimento do trabalho preventivo, o delegado cita o aumento de 80% das palestras e concursos de redação realizados pela Dise, principalmente em escolas, no ano passado.

O trabalho é fruto do Museu Pedagógico da Droga, formado por objetos apreendidos com usuários para o consumo de substâncias entorpecentes e pelas próprias substâncias.

"É uma forma de facilitar a identificação da droga por pessoas que podem participar da prevenção, como educadores, pais e jovens."

Também compõem o acervo lâminas de órgãos lesionados pelo uso de drogas, vídeos e folhetos informativos doados por ONGs (Organizações Não Governamentais). Com a intensificação das palestras, a Dise registrou um aumento de denúncias anônimas pelo telefone 147, muitas vezes a base para a montagem das operações policiais.

O delegado também considera muito importante o trabalho desenvolvido pelas entidades que atuam na recuperação de dependentes químicos.

"É impossível a repressão zerar a questão da droga. Com a prevenção, pelo menos em perspectiva, é possível."

Há registradas no Comas (Conselho Municipal de Assistência Social) cinco instituições que cuidam ou orientam pessoas portadoras de dependência química em Araçatuba, de acordo com sua presidente, Dilei Doneda Vilela.

MULAS - Das 119 pessoas presas em flagrante neste ano pela Dise, Silva informa que cinco foram mulas, cada uma com cerca de um quilo de cocaína pura, embalada em cápsulas, no estômago.

"No mercado, a quantidade representaria 50 kg, após a adição de outras substâncias químicas para a composição da droga", quantifica.

Os detidos, segundo o delegado, vinham de Corumbá ou Campo Grande, no estado do Mato Grosso do Sul, com destino à Uberlândia (MG). A polícia investiga a rota.

Para Silva, esse procedimento de transporte de droga está crescendo porque, além de dificultar a atuação da polícia, gera um custo menor para o traficante. Segundo ele, a primeira mula descoberta em Araçatuba foi uma mulher, que faleceu supostamente por epilepsia em 1996. Depois de ler sua ficha clínica, onde constava "caso atípico", a polícia desconfiou da causa mortis e solicitou a exumação do corpo. No estômago do cadáver, foram encontrados resquícios de um papelote enrolado com fita crepe. "A partir daí, começamos a monitorar os pontos de venda e identificar as pessoas que poderiam traficar dessa maneira", conta Silva.

Mostrar como a cocaína vinda da Bolívia entra no Brasil no estômago de pessoas que têm como profissão o transporte de droga foi o tema de "Rota das Mulas", a série de reportagens da Folha da Região vencedora do Prêmio Esso de Jornalismo 2005 na categoria Interior. (...)

http://www.folhadaregiao.com.br/link.php?codigo=50719

Editado por Thomas
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  • Usuário Growroom

Interessante a noticia, Thomas

A parte que mais me chamou a atenção foi quando foi dito:

"...e entra no país pela cidade de Ponta Porã (MS)"

Cada vez mais a maconha paraguaia entra pelo MS.

Antigamente,o Paraná era uma rota mais visada por ter uma infra-estrutura rodoviária melhor do que o mato grosso do sul.

Agora, o PR vêm fazendo marcação cerrada na fronteira, principalmente em Foz do Iguaçu. Isso está inibindo um pouco os traficantes de usarem o Paraná como rota.

Há alguns meses, quando eu fui pra Foz do Iguaçu, estava quase impossível trazer algo de ilegal ( muamba, maconha...) do Paraguai sem ter um bom "esquema" (propina), pois todos os onibus, vans e caminhões (e muitos carros) estavam sendo revistados.

Abraços

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  • Usuário Growroom
O crack, que até há pouco tempo liderava o ranking, é muito mais nocivo e mata o usuário em menor tempo

e em quanto tempo a maconha mata ? as estatisticas mostram 0 mortes no quadro, pq n estudar um pouco e se informar antes de escrever uma materia dessas ? pqp q raiva

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