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Estudo contesta a politica anti-drogas


d.quixote

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  • Usuário Growroom

Um estudo de uma organização não-governamental de Washington mostra que a política americana de combate às drogas a partir dos anos 90 se concentrou nos usuários de maconha.

Enquanto as detenções de um modo geral caíram 3% entre 1990 e 2002 e os eventos relacionados a drogas por porte e tráfico de drogas aumentaram 41%, as prisões relacionadas ao porte de maconha cresceram 113% no mesmo período, de acordo com o estudo “A guerra à marijuana: a transformação das guerra às drogas nos anos 90”.

O estudo foi feito pela organização The Sentencing Project, que defende mudanças no sistema criminal americano, incluindo a descriminação da maconha. O estudo foi baseado nas estatíticas do FBI, a polícia federal americana.

“Os recursos usados para combater usuários de drogas leves poderiam ser usados em outras atividades mais importantes”, argumenta Marc Mauer, um dos autores do estudo. Ele estima que o governo gasta anualmente US$ 4 bilhões na detenção, julgamento e prisão de pessoas pegas com maconha.

Aumento do uso

Os pesquisadores dizem que essa política contradiz os objetivos iniciais da chamada “guerra contra as drogas” do governo americano nas duas últimas décadas, anunciada como de combate a drogas pesadas como cocaína e heroína.

As detenções por porte de maconha respondem por 45% do total de 1,5 milhão envolvendo drogas realizadas anualmente nos Estados Unidos.

O estudo mostra que o número de detenções por porte de maconha diminuiu no fim dos anos 80, em relação a outras drogas, e voltou a aumentar no início dos anos 90. Isso aconteceu, segundo os autores, como resultado de uma política do governo americano específica contra os usuários dessas drogas.

O analista do Escritório Nacional de Políticas de Controle de Drogas do governo americano, David Murray, diz que a política de combate às drogas seguiu a tendência do uso de drogas no país, que mudou desde os anos 80. As estatísticas do FBI mostram que as prisões por porte de maconha representavam 72% do total em 1982, 28% em 1992 e 45% em 2002.

“O que aconteceu é que o uso de maconha diminuiu naquele período com a entrada no mercado do crack, a partir de 1985. Agora, voltou a crescer”, diz Murray.

De acordo com a pesquisa, o aumento do percentual referente a detenções por porte de maconha foi resultado da combinação da redução dos crimes violentos e contra o patrimônio, no início dos anos 90, e o aumento do número de policiais nas ruas a partir de 1992, no governo do ex-presidente Bill Clinton.

“Estes dois fatores combinados podem ter levado ao aumento da probabilidade de detenção por crimes ligados à maconha”, diz o estudo.

Murray diz que a polícia não faz distinção entre os tipos de droga, e considera o porte de maconha tão grave quanto o de outras drogas. Pela lei federal americana, qualquer quantidade da droga é ilegal, mas os juízes têm poder para inocentar ou conceder penas mais leves se considerarem a quantidade pequena, com o claro objetivo de uso e não de tráfico.

Calvina Fray, diretora-executiva da Fundação para Estados Unidos Livres de Drogas (Drug Free American Foundation) acha que a estratégia do governo é correta e que o combate à maconha é tão importante quanto o combate às drogas mais pesadas.

“Existem estudos que mostram que a maconha pode causar até doenças mentais”, diz ela. “Além disso é apenas a porta de entrada para outras drogas mais perigosas”, argumenta.

Murrau argumenta que a maconha vendida hoje tem o dobro do princípio ativo (THC) do produto consumido há uma década. “Não é mais a droga leve que era antes. Além disso, pessoas cada vez mais jovens estão usando”, afirma.

Apesar do rigor da lei em relação às quantidades, nem todos os que são pegos pela polícia com drogas são condenados a penas de prisão. A maior parte deles é julgada nos tribunais de drogas, onde os juízes tentam aplicar penas alternativas, aliadas a programas de reabilitação. Mais de 1,2 mil deles já foram instalados desde 1990.

Mauer diz que os tribunais são um avanço, mas que apesar da pena alternativa muitas pessoas sofrem as mesmas conseqüências dos que foram condenados, como restrições na hora de conseguir emprego ou benefícios do governo, porque a condenação fica arquivada.

:o

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbb...maconhacg.shtml

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