Usuário Growroom Smokeweedallday Postado April 27, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado April 27, 2006 Maconha e Cigarro O uso da maconha não pode ser comparado ao uso do cigarro ou álcool em pequenas quantidades. O cigarro nunca é saudável, mas não possui o efeito psicotrópico da maconha, e é justamente sob este aspecto que fica a diferença. Uma pessoa que use maconha tem como finalidade alcançar um estado diferente do normal; uma pessoa que fume cigarro procura status ou prazer. O objetivo de alcançar um estado diferente de percepção sentir-se como num sonho ou para relaxar-se, indica que existe uma deficiência psicológica: os problemas externos são muito fortes sendo necessária uma forma de compensação dessa tensão, ou o indivíduo que fuma maconha está fraco o suficiente para não enfrentar seus problemas naturais. O uso da maconha para ambas as situações é equivocado e levará a problemas maiores. Nesse caso o problema não está na maconha, mas no comportamento de fuga. A adolescência é a preparação para a vida adulta que por natureza é mais difícil devido à maturidade que será alcançada com o tempo e paciência. Quando um adolescente foge de seus problemas está plantando o hábito da fuga para a vida adulta. Talvez, através da própria maconha quando for adulto. A maconha dificilmente é usada com a mesma intensidade do cigarro. É comum encontrar uma pessoa que fume vinte ou trinta cigarros por dia, mas mesmo para o mais pesado usuário de maconha dificilmente chegaria a tanto. Como os efeitos maléficos do cigarro são diretamente proporcionais a intensidade do uso, dificilmente um usuário de maconha terá os mesmos problemas do usuário do cigarro como câncer ou enfisema. Contudo os efeitos maléficos da maconha são outros, atingem com certeza o comportamento e a personalidade dos usuários, além da síndrome amotivacional atribuída ao uso pesado e prolongada da maconha. A maconha talvez não encurte a vida de uma pessoa como faz o cigarro, mas certamente compromete a qualidade dos anos vividos. Efeitos Biológicos Imediatos Durante a fase de intoxicação que é quando se sente os efeitos considerados agradáveis o usuário apresenta um avermelhamento dos olhos, aumento do apetite, ressecamento da boca, aceleração dos batimentos cardíacos. Os efeitos mais comumente relatados quanto ao funcionamento mental são aumento da sensibilidade aos estímulos externos revelando cores e detalhes não percebidos antes. A percepção do tempo também é afetada passando a ser sentida como se estivesse mais lento. Sensações de que o mundo está diferente, distante ou de que houve uma mudança em si mesmo, como se não fosse a mesma pessoa ou se estivesse sonhando. Como efeito imediato há um prejuízo na memória de curto prazo, na amplitude da atenção, na capacidade de recordação e de reter conhecimento. Prejuízo na capacidade de realizar tarefas que apresentem múltiplas etapas. A capacidade de traduzir em palavras o que se pensa também fica prejudicada. As capacidades motoras também ficam prejudicadas como a capacidade de exercer a força muscular original, inibição dos reflexos, descoordenação e desequilíbrio podem ocorrer em doses mais altas. O álcool aumenta o prejuízo motor. Longo prazo Tem sido muito estudado os prejuízos permanentes que a maconha pode causar após o uso pesado durante muito tempo, quinze anos, por exemplo. Os achados não são conclusivos; não se pôde por enquanto confirmar nem descartar efeitos como a síndrome amotivacional. Os testes neuropsicológicos não puderam detectar prejuízos assim como os testes de imagens também não. A ausência de alterações nos exames não pode ser considerada como ausência de prejuízo. Pode ser que não haja nenhum, o que é pouco provável, pode ser que só aconteça numa parte dos usuários, ou pode ser que nossos instrumentos e técnicas de pesquisa ainda não sejam capazes de localizar o problema. Sabemos que o cérebro de uma pessoa com profundo retardo mental é absolutamente normal sob todos os exames de imagem e histopatológicos, mas é evidente que essa normalidade não corresponde à realidade dessas pessoas severamente afetadas pelo retardo. Efeitos Psicológicos Um indivíduo de classe social média, saudável, com boa perspectiva de trabalho é o perfil do usuário mais freqüente de uso de maconha, embora a disseminação nas classes mais baixas esteja se alastrando. Geralmente esses indivíduos acreditam que não têm nada a perder experimentando a maconha. O resultado imediato do uso é positivo: torna-se mais aceito em seu grupo, se beneficia dos efeitos e inicialmente não há prejuízos em nenhuma área de sua vida. Assim sendo para quem não acreditava que não tinha nada a perder passa a ter algo a ganhar: a ligação com o uso passa a ser contínua com a permanente sensação de que pode parar o consumo da maconha quando quiser. Essas são as situações mais comuns no início e na manutenção do uso. A formação da personalidade, dos hábitos e do comportamento é derivada dos valores e dos próprios hábitos ensinados. Quando o uso da maconha é realizado na fase de formação dos valores, o valor da maconha por fazer parte da rotina, dos pensamentos, dos planos e desejos constitui-se num valor, queira-se ou não. Todo valor tem uma hierarquia e o comportamento das pessoas é decorrente desses valores e dessa hierarquia. Quanto mais ligada à vida da pessoa, mais elevado o valor da maconha. Amizades podem ser perdidas, namoros terminados, planos como uma faculdade podem ser comprometidos. Quando a maconha é uma companheira inseparável ela faz com que as companhias que a rejeitam sejam rejeitadas pelo usuário. Quem rejeita a maconha são as pessoas que enfrentam os problemas e as dificuldades da vida de mente sóbria. Por outro lado, como em todos os grupos sociais, há uma busca pelo semelhante, então o usuário da maconha aceita e é aceito por outros usuários, que também têm por hábito fugir da realidade. A constituição desses grupos reforça a certeza de que consumir maconha é a coisa certa, anestesiando o lado da personalidade que precisaria se desenvolver, que é a capacidade de suportar frustrações sem desanimar, sem desistir. O consumo constante de maconha faz com que a pessoa assuma em atos, mas não necessariamente com palavras, que a maconha é uma das coisas mais importantes da vida dele. Depois de alguns anos de uso, independentemente dos efeitos biológicos, a maconha assumia uma posição na hierarquia de valores bastante nociva. Possuir uma hierarquia de valores significa que só um valor pode estar em primeiro lugar, só um valor pode estar em segundo lugar, só um valor pode estar em terceiro lugar, assim sucessivamente. Quando um usuário de maconha passa a ter sucesso nos estudos torna-se objeto de referência para o grupo, todos acreditam que se fulano venceu apesar de fumar, cada um pode vencer também e se fracassar não será por causa da maconha. Essas deduções são tiradas de forma imediata, mas estamos falando do que acontece ao longo dos anos. Vencer na vida não é vencer uma só batalha, mas lutar sempre. Essa disposição é incompatível com fumar maconha freqüentemente. Quando uma pessoa experimenta o sabor da vitória pelo seu próprio esforço tende a deixar o uso da maconha por perceber que a vitória na vida é mais saborosa. Há personalidades em nossos dias que alcançaram elevado destaque no cenário nacional, por merecimentos próprios e justos, tendo eles sido usuários de maconha. Esses, freqüentemente, são usados como exemplos de que fumar não fará mal. A diferença é que essas pessoas abandonaram ou quase isso, quando alcançaram o sucesso. Aqueles que alcançam o sucesso e continuam usando a maconha têm muito mais chances de perderem o que conquistaram, do que aqueles que abandonaram o uso, substituíram o valor da maconha por outro melhor. Motivações Por que fumar maconha? Os motivos são basicamente os mesmos para a maioria dos usuários. Numa pesquisa com 345 usuários de maconha foram feitas várias perguntas a respeito dos motivos porque geralmente se usa a maconha. Os mais freqüentes estão abaixo relacionados. Relaxar 96,8% Curtir os efeitos 90,7% Melhorar o desempenho na prática de jogos, esportes e música 72,8% Superar aborrecimentos 70,1% Ajudar a dormir 69,6% Sentir-se melhor 69,0% Síndrome Amotivacional Esta síndrome é caracterizada por apatia, dificuldade de concentração, isolamento social, perda no interesse em novas aquisições. Suspeita-se que isso possa ser decorrente de uma diminuição do fluxo sanguíneo cerebral provocado pela maconha usada durante muitos anos. Uso Medicinal O uso do delta 9 tetrahidrocanabinol (originária da planta Cannabis sativa), o princípio ativo da maconha, ou farmaceuticamente denominada canabis, vem sendo ultimamente defendido para uso no controle da dor crônica e do enjôo causado por tratamentos para câncer. Nesse tema, contudo, misturam-se motivos e ideologias pessoais para se aprovar ou desaprovar. Essas bases de conduta são frágeis e geralmente desrespeitadas. Somente um motivo externo poderá pôr fim a discussão: a pesquisa dos benefícios sobre os custos. Seria reprovável, sob pretexto de uso medicinal, aprovar uma substância para ser na verdade usada de forma recreativa. No Brasil existe um sério problema quanto ao uso de anorexígenos usados para o tratamento da obesidade mórbida: apenas 10% dessas medicações seguem as vias legais, o restante encontra-se no mercado paralelo causando sérios problemas sociais e pessoais. Liberar uma substância reconhecidamente como psicotrópico, ainda que não seja para essa finalidade, poderá causar o mesmo problema que enfrentamos com os anorexígenos. A forma imparcial e confiável de se verificar a vantagem do uso medicinal da maconha é através da pesquisa científica. Um trabalho publicado em julho de 2001 comparando o efeito analgésico da maconha aos demais analgésicos no mercado não encontrou vantagens da introdução da maconha com esse fim. Uma indústria farmacêutica antes de lançar uma medicação no mercado precisa constatar uma vantagem objetiva, seja pelo custo seja pelos benefícios ou menores efeitos colaterais. Sem isso a comercialização não é permitida. http://www.psicosite.com.br/tra/drg/cannabis.htm Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom hshp Postado April 28, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado April 28, 2006 . Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom Beginner_POA Postado April 28, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado April 28, 2006 eh, tb acho q n da pra fica fumando toda hora, isso ME prejudica bastante, por isso regulo meu consumo e fumo uns 4 ou 8 baseados por mes, soh nos find de semana, pra n atrapalha a facul ou o trabalho.... Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom MangueBeat Postado April 28, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado April 28, 2006 To precisando voltar a época de baseado só de fim de semana, ultimamente tenho fumado todos os dias... 2~3 becks por dia, to querendo dar um time, dar uma purificada no corpo e poder sentir as brisas fortes novamente... Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom dr0pz Postado April 28, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado April 28, 2006 show Smokeweedallday.... Tks man... Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom NaTuRaLiS SpIrItU Postado April 29, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado April 29, 2006 To precisando voltar a época de baseado só de fim de semana, ultimamente tenho fumado todos os dias... 2~3 becks por dia, to querendo dar um time, dar uma purificada no corpo e poder sentir as brisas fortes novamente... essa é a melhor coisa q tu pode fazer.....fim de semana Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom Largado Postado April 29, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado April 29, 2006 semana passada, foi a primeira vez q eu fiz uso quase todo dia fiquei com uma estiga nos dias seguintes mais agora voltei ao meu normal, q eh fumar soh em ocasiões e sempre com motivo de conversar com alguem, nunca como "fuga" legal o texto Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom Smokeweedallday Postado April 29, 2006 Autor Usuário Growroom Denunciar Share Postado April 29, 2006 Growers mandei esse texto pq realmente ele é muito bom...mas ultimamente nao consigo seguir isso naum queimando demais hehe...os brothers chegam e sempre sai mais 1 back vixi...cruel mas logo mais to dando uma tranquilizada.... Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom dolly2000 Postado June 22, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado June 22, 2006 show Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom GOD hempa Postado June 29, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado June 29, 2006 eai galera, Bom pra começa axei muito bom esse topico pois eu iria postar uma resportagem feita pela revista superinteressante você colocou muitas coisas mas para complementar vou postar aqui junto com você para ajudar um pouco também nessa consciencia que muitos deveriam ter antes de descriminar ou julgar alguem pelo uso da maconha. Por que a maconha é proibida? Por Revista Superinteressante - Agosto 2002 27/10/2004 às 19:31 Poucos assuntos dão margem a tanta mentira,tanta deturpação, tanta desinformação. Afinal, quais os verdadeiros motivos por trás da proibição da maconha? A droga faz mal ou não? Por que a maconha é proibida? Porque faz mal à saúde. Será mesmo? Reportagem da Revista Superinteressante Poucos assuntos dão margem a tanta mentira,tanta deturpação, tanta desinformação. Afinal, quais os verdadeiros motivos por trás da proibição da maconha? A droga faz mal ou não? Por que a maconha é proibida? Porque faz mal à saúde. Será mesmo? Então, por que o bacon não é proibido? Ou as anfetaminas? E, diga-se de passagem, nenhum mal sério à saúde foi comprovado para o uso esporádico de maconha. A guerra contra essa planta foi motivada muito mais por fatores raciais, econômicos, políticos e morais do que por argumentos científicos. E algumas dessas razões são inconfessáveis. Tem a ver com o preconceito contra árabes, chineses, mexicanos e negros, usuários freqüentes de maconha no começo do século XX. Deve muito aos interesses de indústrias poderosas dos anos 20, que vendiam tecidos sintéticos e papel e queriam se livrar de um concorrente, o cânhamo. Tem raízes também na bem-sucedida estratégia de dominação dos Estados Unidos sobre o planeta. E, é claro, guarda relação com o moralismo judaico-cristão (e principalmente protestante-puritano), que não aceita a idéia do prazer sem merecimento – pelo mesmo motivo, no passado, condenou-se a masturbação. POR QUE É PROIBIDO? Parte 1 – Sede de Poder "O corpo esmagado da menina jazia espalhado na calçada um dia depois de mergulhar do quinto andar de um prédio de apartamentos em Chicago. Todos disseram que ela tinha se suicidado, mas, na verdade, foi homicídio. O assassino foi um narcótico conhecido na América como marijuana e na história como haxixe. Usado na forma de cigarros, ele é uma novidade nos Estados Unidos e é tão perigoso quanto uma cascavel." Começa assim a matéria "Marijuana: assassina de jovens", publicada em 1937 na revista American Magazine. A cena nunca aconteceu. O texto era assinado por um funcionário do governo chamado Harry Anslinger. Se a maconha, hoje, é ilegal em praticamente todo o mundo, não é exagero dizer que o maior responsável foi ele. Nas primeiras décadas do século XX, a maconha era liberada, embora muita gente a visse com maus olhos. Aqui no Brasil, maconha era "coisa de negro", fumada nos terreiros de candomblé para facilitar a incorporação e nos confins do país por agricultores depois do trabalho. Na Europa, ela era associada aos imigrantes árabes e indianos e aos incômodos intelectuais boêmios. Nos Estados Unidos, quem fumava eram os cada vez mais numerosos mexicanos – meio milhão deles cruzaram o Rio Grande entre 1915 e 1930 em busca de trabalho. Muitos não acharam. Ou seja, em boa parte do Ocidente, fumar maconha era relegado a classes marginalizadas e visto com antipatia pela classe média branca. Pouca gente sabia, entretanto, que a mesma planta que fornecia fumo às classes baixas tinha enorme importância econômica. Dezenas de remédios – de xaropes para tosse a pílulas para dormir – continham cannabis. Quase toda a produção de papel usava como matéria-prima a fibra do cânhamo, retirada do caule do pé de maconha. A indústria de tecidos também dependia da cannabis - o tecido de cânhamo era muito difundido, especialmente para fazer cordas, velas de barco, redes de pesca e outros produtos que exigissem um material muito resistente. A Ford estava desenvolvendo combustíveis e plásticos feitos a partir do óleo da semente de maconha. As plantações de cânhamo tomavam áreas imensas na Europa e nos Estados Unidos. Em 1920, sob pressão de grupos religiosos protestantes, os Estados Unidos decretaram a proibição da produção e da comercialização de bebidas alcoólicas. Era a Lei Seca, que durou até 1933. Foi aí que Henry Anslinger surgiu na vida pública americana – reprimindo o tráfico de rum que vinha das Bahamas. Foi aí, também, que a maconha entrou na vida de muita gente - e não só dos mexicanos. "A proibição do álcool foi o estopim para o 'boom' da maconha", afirma o historiador inglês Richard Davenport-Hines, especialista na história dos narcóticos, em seu livro The Pursuit of Oblivion (A busca do esquecimento, ainda sem versão para o Brasil). "Na medida em que ficou mais difícil obter bebidas alcoólicas e elas ficaram mais caras e piores, pequenos cafés que vendiam maconha começaram a proliferar", escreveu. Anslinger foi promovido a chefe da Divisão de Controle Estrangeiro do Comitê de Proibição e sua tarefa era cuidar do contrabando de bebidas. Foi nessa época que ele percebeu o clima de antipatia contra a maconha que tomava a nação. Clima esse que só piorou com a quebra da Bolsa, em 1929, que afundou a nação numa recessão. No sul do país, corria o boato de que a droga dava força sobre-humana aos mexicanos, o que seria uma vantagem injusta na disputa pelos escassos empregos. A isso se somavam insinuações de que a droga induzia ao sexo promíscuo (muitos mexicanos talvez tivessem mais parceiros que um americano puritano médio, mas isso não tem nada a ver com a maconha) e ao crime (com a crise, a criminalidade aumentou entre os mexicanos pobres, mas a maconha é inocente disso). Baseados nesses boatos, vários Estados começaram a proibir a substância. Nessa época, a maconha virou a droga de escolha dos músicos de jazz, que afirmavam ficar mais criativos depois de fumar. Anslinger agarrou-se firme à bandeira proibicionista,batalhou para divulgar os mitos antimaconha e, em 1930, quando o governo, preocupado com a cocaína e o ópio, criou o FBN (Federal Bureau of Narcotics, um escritório nos moldes do FBI para lidar com drogas), ele articulou para chefiá-lo. De repente, de um cargo burocrático obscuro, Anslinger passou a ser o responsável pela política de drogas do país. E quanto mais substâncias fossem proibidas, mais poder ele teria. POR QUE É PROIBIDO? Parte 2 – Fibras sintéticas e papel Mas é improvável que a cruzada fosse motivada apenas pela sede de poder. Outros interesses devem ter pesado. Anslinger era casado com a sobrinha de Andrew Mellon, dono da gigante petrolífera Gulf Oil e um dos principais investidores da igualmente gigante Du Pont. "A Du Pont foi uma das maiores responsáveis por orquestrar a destruição da indústria do cânhamo", afirma o escritor Jack Herer, em seu livro The Emperor Wears No Clothes (O imperador está nu, ainda sem tradução). Nos anos 20, a empresa estava desenvolvendo vários produtos a partir do petróleo: aditivos para combustíveis, plásticos, fibras sintéticas como o náilon e processos químicos para a fabricação de papel feito de madeira. Esses produtos tinham uma coisa em comum: disputavam o mercado com o cânhamo. Seria um empurrão considerável para a nascente indústria de sintéticos se as imensas lavouras de cannabis fossem destruídas, tirando a fibra do cânhamo e o óleo da semente do mercado. "A maconha foi proibida por interesses econômicos, especialmente para abrir o mercado das fibras naturais para o náilon", afirma o jurista Wálter Maierovitch, especialista em tráfico de entorpecentes e ex-secretário nacional antidrogas. Anslinger tinha um aliado poderoso na guerra contra a maconha: William Randolph Hearst, dono de uma imensa rede de jornais. Hearst era a pessoa mais influente dos Estados Unidos. Milionário, comandava suas empresas de um castelo monumental na Califórnia, onde recebia artistas de Hollywood para passear pelo zoológico particular ou dar braçadas na piscina coberta adornada com estátuas gregas. Foi nele que Orson Welles se inspirou para criar o protagonista do filme Cidadão Kane. Hearst sabidamente odiava mexicanos. Parte desse ódio talvez se devesse ao fato de que, durante a Revolução Mexicana de 1910, as tropas de Pancho Villa (que, aliás, faziam uso freqüente de maconha) desapropriaram uma enorme propriedade sua. Sim, Hearst era dono de terras e as usava para plantar eucaliptos e outras árvores para produzir papel. Ou seja, ele também tinha interesse em que a maconha americana fosse destruída – levando com ela a indústria de papel de cânhamo. Hearst iniciou, nos anos 30, uma intensa campanha contra a maconha. Seus jornais passaram a publicar seguidas matérias sobre a droga, às vezes afirmando que a maconha fazia os mexicanos estuprarem mulheres brancas, outras noticiando que 60% dos crimes eram cometidos sob efeito da droga (um número tirado sabe-se lá de onde). Nessa época, surgiu a história de que o fumo mata neurônios, um mito repetido até hoje. Foi Hearst que, se não inventou, ao menos popularizou o nome marijuana (ele queria uma palavra que soasse bem hispânica, para permitir a associação direta entre a droga e os mexicanos). Anslinger era presença constante nos jornais de Hearst, onde contava suas histórias de terror. A opinião pública ficou apavorada. Em 1937, Anslinger foi ao Congresso dizer que, sob o efeito da maconha, "algumas pessoas embarcam numa raiva delirante e cometem crimes violentos". Os deputados votaram pela proibição do cultivo, da venda e do uso da cannabis, sem levar em conta as pesquisas que afirmavam que a substância era segura. Proibiu-se não apenas a droga, mas a planta. O homem simplesmente cassou o direito da espécie Cannabis sativa de existir. POR QUE É PROIBIDO? Parte 3 – Controle Social Anslinger também atuou internacionalmente. Criou uma rede de espiões e passou a freqüentar as reuniões da Liga das Nações, antecessora da ONU, propondo tratados cada vez mais duros para reprimir o tráfico internacional. Também começou a encontrar líderes de vários países e a levar a eles os mesmos argumentos aterrorizantes que funcionaram com os americanos. Não foi difícil convencer os governos – já na década de 20 o Brasil adotava leis federais antimaconha. A Europa também embarcou na onda proibicionista. "A proibição das drogas serve aos governos porque é uma forma de controle social das minorias", diz o cientista político Thiago Rodrigues, pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos. Funciona assim: maconha é coisa de mexicano, mexicanos são uma classe incômoda. "Como não é possível proibir alguém de ser mexicano, proíbe-se algo que seja típico dessa etnia", diz Thiago. Assim, é possível manter sob controle todos os mexicanos - eles estarão sempre ameaçados de cadeia. Por isso a proibição da maconha fez tanto sucesso no mundo. O governo brasileiro achou ótimo mais esse instrumento para manter os negros sob controle. Os europeus também adoraram poder enquadrar seus imigrantes. A proibição foi virando uma forma de controle internacional por parte dos Estados Unidos, especialmente depois de 1961, quando uma convenção da ONU determinou que as drogas são ruins para a saúde e o bem-estar da humanidade e, portanto, eram necessárias ações coordenadas e universais para reprimir seu uso. "Isso abriu espaço para intervenções militares americanas", diz Maierovitch. "Virou um pretexto oportuno para que os americanos possam entrar em outros países e exercer os seus interesses econômicos." Estava erguida uma estrutura mundial interessada em manter as drogas na ilegalidade, a maconha entre elas. Um ano depois, em 1962, o presidente John Kennedy demitiu Anslinger – depois de nada menos que 32 anos à frente do FBN. Um grupo formado para analisar os efeitos da droga concluiu que os riscos da maconha estavam sendo exagerados e que a tese de que ela levava a drogas mais pesadas era furada. Mas não veio a descriminalização. Pelo contrário. O presidente Richard Nixon endureceu mais a lei, declarou "guerra às drogas" e criou o DEA (em português, Escritório de Coação das Drogas), um órgão ainda mais poderoso que o FBN, porque, além de definir políticas, tem poder de polícia. MACONHA FAZ MAL? Taí uma pergunta que vem sendo feita faz tempo. Depois de mais de um século de pesquisas, a resposta mais honesta é: faz, mas muito pouco e só para casos extremos. O uso moderado não faz mal. A preocupação da ciência com esse assunto começou em 1894, quando a Índia fazia parte do Império Britânico. Havia, então, a desconfiança de que o bhang, uma bebida à base de maconha muito comum na Índia, causava demência. Grupos religiosos britânicos reivindicavam sua proibição. Formou-se a Comissão Indiana de Drogas da Cannabis, que passou dois anos investigando o tema. O relatório final desaconselhou a proibição: "O bhang é quase sempre inofensivo quando usado com moderação e, em alguns casos, é benéfico. O abuso do bhang é menos prejudicial que o abuso do álcool". Em 1944, um dos mais populares prefeitos de Nova York, Fiorello La Guardia, encomendou outra pesquisa. Em meio à histeria antimaconha de Anslinger, La Guardia resolveu conferir quais os reais riscos da tal droga assassina. Os cientistas escolhidos por ele fizeram testes com presidiários (algo comum na época) e concluíram: "O uso prolongado da droga não leva à degeneração física, mental ou moral". O trabalho passou despercebido no meio da barulheira proibicionista de Anslinger. A partir dos anos 60, várias pesquisas parecidas foram encomendadas por outros governos. Relatórios produzidos na Inglaterra, no Canadá e nos Estados Unidos aconselharam um afrouxamento nas leis. Nenhuma dessas pesquisas foi suficiente para forçar uma mudança. Mas a experiência mais reveladora sobre a maconha e suas conseqüências foi realizada fora do laboratório. Em 1976, a Holanda decidiu parar de prender usuários de maconha desde que eles comprassem a droga em cafés autorizados. Resultado: o índice de usuários continua comparável aos de outros países da Europa. O de jovens dependentes de heroína caiu - estima-se que, ao tirar a maconha da mão dos traficantes, os holandeses separaram essa droga das mais pesadas e, assim, dificultaram o acesso a elas. Nos últimos anos, os possíveis males da maconha foram cuidadosamente escrutinados – às vezes por pesquisadores competentes, às vezes por gente mais interessada em convencer os outros da sua opinião. Veja abaixo um resumo do que se sabe: Câncer - Não se provou nenhuma relação direta entre fumar maconha e câncer de pulmão, traquéia, boca e outros associados ao cigarro. Isso não quer dizer que não haja. Por muito tempo, os riscos do cigarro foram negligenciados e só nas últimas duas décadas ficou claro que havia uma bomba-relógio armada - porque os danos só se manifestam depois de décadas de uso contínuo. Há o temor de que uma bomba semelhante esteja para explodir no caso da maconha, cujo uso se popularizou a partir dos anos 60. O que se sabe é que o cigarro de maconha tem praticamente a mesma composição de um cigarro comum – a única diferença significativa é o princípio ativo. No cigarro é a nicotina, na maconha o tetrahidrocanabinol, ou THC. Também é verdade que o fumante de maconha tem comportamentos mais arriscados que o de cigarro: traga mais profundamente, não usa filtro e segura a fumaça por mais tempo no pulmão (o que, aliás, segundo os cientistas, não aumenta os efeitos da droga). Em compensação, boa parte dos maconheiros fuma muito menos e pára ou reduz o consumo depois dos 30 anos (parar cedo é sabidamente uma forma de diminuir drasticamente o risco de câncer). Em resumo: o usuário eventual de maconha, que é o mais comum, não precisa se preocupar com um aumento grande do risco de câncer. Quem fuma mais de um baseado por dia há mais de 15 anos deve pensar em parar. Dependência - Algo entre 6% e 12% dos usuários,dependendo da pesquisa, desenvolve um uso compulsivo da maconha (menos que a metade das taxas para álcool e tabaco). A questão é: será que a maconha é a causa da dependência ou apenas uma válvula de escape. "Dependência de maconha não é problema da substância, mas da pessoa", afirma o psiquiatra Dartiu Xavier, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Escola Paulista de Medicina. Segundo Dartiu, há um perfil claro do dependente de maconha: em geral, ele é jovem, quase sempre ansioso e eventualmente depressivo. Pessoas que não se encaixam nisso não desenvolvem o vício. "E as que se encaixam podem tanto ficar dependentes de maconha quanto de sexo, de jogo, de internet", diz. Muitos especialistas apontam para o fato de que a maconha está ficando mais perigosa – na medida em que fica mais potente. Ao longo dos últimos 40 anos, foi feito um melhoramento genético, cruzando plantas com alto teor de THC. Surgiram variedades como o skunk. No último ano, foram apreendidos carregamentos de maconha alterada geneticamente no Leste europeu – a engenharia genética é usada para aumentar a potência, o que poderia aumentar o potencial de dependência. Segundo o farmacólogo Leslie Iversen, autor do ótimo The Science of Marijuana (A ciência da maconha, sem tradução para o português) e consultor para esse tema da Câmara dos Lordes (o Senado inglês), esses temores são exagerados e o aumento da concentração de THC não foi tão grande assim. Para além dessa discussão, o fato é que, para quem é dependente, maconha faz muito mal. Isso é especialmente verdade para crianças e adolescentes. "O sujeito com 15 anos não está com a personalidade formada. O uso exagerado de maconha pode ser muito danoso a ele", diz Dartiu. O maior risco para adolescentes que fumam maconha é a síndrome amotivacional, nome que se dá à completa perda de interesse que a droga causa em algumas pessoas. A síndrome amotivacional é muito mais freqüente em jovens e realmente atrapalha a vida – é quase certeza de bomba na escola e de crise na família. Danos cerebrais - "Maconha mata neurônios." Essa frase, repetida há décadas, não passa de mito. Bilhões de dólares foram investidos para comprovar que o THC destrói tecido cerebral – às vezes com pesquisas que ministravam doses de elefante em ratinhos –, mas nada foi encontrado. Muitas experiências foram feitas em busca de danos nas capacidades cognitivas do usuário de maconha. A maior preocupação é com a memória. Sabe-se que o usuário de maconha, quando fuma, fica com a memória de curto prazo prejudicada. São bem comuns os relatos de pessoas que têm idéias que parecem geniais durante o "barato", mas não conseguem lembrar-se de nada no momento seguinte. Isso acontece porque a memória de curto prazo funciona mal sob o efeito de maconha e, sem ela, as memórias de longo prazo não são fixadas (é por causa desse "desligamento" da memória que o usuário perde a noção do tempo). Mas esse dano não é permanente. Basta ficar sem fumar que tudo volta a funcionar normalmente. O mesmo vale para o raciocínio, que fica mais lento quando o usuário fuma muito freqüentemente. Há pesquisas com usuários "pesados" e antigos, aqueles que fumam vários baseados por dia há mais de 15 anos, que mostraram que eles se saem um pouco pior em alguns testes, principalmente nos de memória e de atenção. As diferenças, no entanto, são sutis. Na comparação com o álcool, a maconha leva grande vantagem: beber muito provoca danos cerebrais irreparáveis e destrói a memória. Coração - O uso de maconha dilata os vasos sangüíneos e, para compensar, acelera os batimentos cardíacos. Isso não oferece risco para a maioria dos usuários, mas a droga deve ser evitada por quem sofre do coração. Infertilidade - Pesquisas mostraram que o usuário freqüente tem o número de espermatozóides reduzido. Ninguém conseguiu provar que isso possa causar infertilidade, muito menos impotência. Também está claro que os espermatozóides voltam ao normal quando se pára de fumar. Depressão imunológica - Nos anos 70, descobriu-se que o THC afeta os glóbulos brancos, células de defesa do corpo. No entanto, nenhuma pesquisa encontrou relação entre o uso de maconha e a incidência de infecções. Loucura - No passado, acreditava-se que maconha causava demência. Isso não se confirmou, mas sabe-se que a droga pode precipitar crises em quem já tem doenças psiquiátricas. Gravidez - Algumas pesquisas apontaram uma tendência de filhos de mães que usaram muita maconha durante a gravidez de nascer com menor peso. Outras não confirmaram a suspeita. De qualquer maneira, é melhor evitar qualquer droga psicoativa durante a gestação. Sem dúvida, a mais perigosa delas é o álcool. No geral, não. A maioria das pessoas não gosta dos efeitos e as afirmações de que a erva, por ser "natural", faz bem, não passam de besteira. Outros adoram e relatam que ela ajuda a aumentar a criatividade, a relaxar, a melhorar o humor, a diminuir a ansiedade. É inevitável: cada um é um. O uso medicinal da maconha é tão antigo quanto a maconha. Hoje há muitas pesquisas com a cannabis para usá-la como remédio. Segundo o farmacólogo inglês Iversen, não há dúvidas de que ela seja um remédio útil para muitos e fundamental para alguns, mas há um certo exagero sobre seus potenciais. Em outras palavras: a maconha não é a salvação da humanidade. Um dos maiores desafios dos laboratórios é tentar separar o efeito medicinal da droga do efeito psicoativo – ou seja, criar uma maconha que não dê "barato". Muitos pesquisadores estão chegando à conclusão de que isso é impossível: aparentemente, as mesmas propriedades químicas que alteram a percepção do cérebro são responsáveis pelo caráter curativo. Esse fato é uma das limitações da maconha como medicamento, já que muitas pessoas não gostam do efeito mental. No Brasil, assim como em boa parte do mundo, o uso médico da cannabis é proibido e milhares de pessoas usam o remédio ilegalmente. Conheça alguns dos usos: Câncer - Pessoas tratadas com quimioterapia muitas vezes têm enjôos terríveis, eventualmente tão terríveis que elas preferem a doença ao remédio. Há medicamentos para reduzir esse enjôo e eles são eficientes. No entanto, alguns pacientes não respondem a nenhum remédio legal e respondem maravilhosamente à maconha. Era o caso do brilhante escritor e paleontólogo Stephen Jay Gould, que, no mês passado, finalmente, perdeu uma batalha de 20 anos contra o câncer (leia mais sobre ele). Gould nunca tinha usado drogas psicoativas – ele detestava a idéia de que interferissem no funcionamento do cérebro. Veja o que ele disse: "A maconha funcionou como uma mágica. Eu não gostava do 'efeito colateral' que era o borrão mental. Mas a alegria cristalina de não ter náusea – e de não experimentar o pavor nos dias que antecediam o tratamento – foi o maior incentivo em todos os meus anos de quimioterapia". Aids - Maconha dá fome. Qualquer um que fuma sabe disso (aliás, esse é um de seus inconvenientes: ela engorda). Nenhum remédio é tão eficiente para restaurar o peso de portadores do HIV quanto a maconha. E isso pode prolongar muito a vida: acredita-se que manter o peso seja o principal requisito para que um soropositivo não desenvolva a doença. O problema: a cannabis tem uma ação ainda pouco compreendida no sistema imunológico. Sabe-se que isso não representa perigo para pessoas saudáveis, mas pode ser um risco para doentes de Aids. Esclerose múltipla - Essa doença degenerativa do sistema nervoso é terrivelmente incômoda e fatal. Os doentes sentem fortes espasmos musculares, muita dor e suas bexigas e intestinos funcionam muito mal. Acredita-se que ela seja causada por uma má função do sistema imunológico, que faz com que as células de defesa ataquem os neurônios. A maconha alivia todos os sintomas. Ninguém entende bem por que ela é tão eficiente, mas especula-se que tenha a ver com seu pouco compreendido efeito no sistema imunológico. Dor - A cannabis é um analgésico usado em várias ocasiões. Os relatos de alívio das cólicas menstruais são os mais promissores. Glaucoma - Essa doença caracteriza-se pelo aumento da pressão do líquido dentro do olho e pode levar à cegueira. Maconha baixa a pressão intraocular. O problema é que, para ser um remédio eficiente, a pessoa tem que fumar a cada três ou quatro horas, o que não é prático e, com certeza, é nocivo (essa dose de maconha deixaria o paciente eternamente "chapado"). Há estudos promissores com colírios feitos à base de maconha, que agiriam diretamente no olho, sem afetar o cérebro. Ansiedade - Maconha é um remédio leve e pouco agressivo contra a ansiedade. Isso, no entanto, depende do paciente. Algumas pessoas melhoram após fumar; outras, principalmente as pouco habituadas à droga, têm o efeito oposto. Também há relatos de sucesso no tratamento de depressão e insônia, casos em que os remédios disponíveis no mercado, embora sejam mais eficientes, são também bem mais agressivos e têm maior potencial de dependência. Dependência - Dois psiquiatras brasileiros, Dartiu Xavier e Eliseu Labigalini, fizeram uma experiência interessante. Incentivaram dependentes de crack a fumar maconha no processo de largar o vício. Resultado: 68% deles abandonaram o crack e, depois, pararam espontaneamente com a maconha, um índice altíssimo. Segundo eles, a maconha é um remédio feito sob medida para combater a dependência de crack e cocaína, porque estimula o apetite e combate a ansiedade, dois problemas sérios para cocainômanos. Dartiu e Eliseu pretendem continuar as pesquisas, mas estão com problemas para conseguir financiamento – dificilmente um órgão público investirá num trabalho que aposte nos benefícios da maconha. O PASSADO O primeiro registro do contato entre o Homo sapiens e a Cannabis sativa é de 6 000 anos atrás. Trata-se da marca de uma corda de cânhamo impressa em cacos de barro, na China. O emprego da fibra, não só em cordas mas também em vários tecidos e, depois, na fabricação de papel, é um dos mais antigos usos da maconha. Graças a ele, a planta, original da região ao norte do Afeganistão, nos pés do Himalaia, tornou-se a primeira cultivada pelo homem com usos não alimentícios e espalhou-se por toda a Ásia e depois pela Europa e África. Mas há um uso da maconha que pode ser tão antigo quanto o da fibra do cânhamo: o medicinal. Os chineses conhecem há pelo menos 2 000 anos o poder curativo da droga, como prova o Pen-Ts'ao Ching, considerado a primeira farmacopéia conhecida do mundo (farmacopéia é um livro que reúne fórmulas e receitas de medicamentos). O livro recomenda o uso da maconha contra prisão-de-ventre, malária, reumatismo e dores menstruais. Também na Índia, a erva já há milênios é parte integral da medicina ayurvédica, usada no tratamento de dezenas de doenças. Sem falar que ela ocupa um lugar de destaque na religião hindu. Pela mitologia, maconha era a comida favorita do deus Shiva, que, por isso, viveria o tempo todo "chapado". Tomar bhang seria uma forma de entrar em comunhão com Shiva. O Hinduísmo não é a única religião a dar destaque para a cannabis. Para os budistas da tradição Mahayana, Buda passou seis anos comendo apenas uma semente de maconha por dia. Sua iluminação teria sido atingida após esse período de quase-jejum. Da Índia, a maconha migrou para a Mesopotâmia, ainda em tempos pré-cristãos, e de lá para o Oriente Médio. Portanto, ela já estava presente na região quando começou a expansão do Império Árabe. Com a proibição do álcool entre o povo de Maomé, iniciou-se uma acalorada discussão sobre se a maconha deveria ser banida também. Por séculos, consumiu-se cannabis abundantemente nas terras muçulmanas até que, na Idade Média, muitos islâmicos abandonaram o hábito. A exceção foram os sufi, membros de uma corrente considerada mais mística e esotérica do Islã, que, até bem recentemente, consideravam a cannabis fundamental em seus ritos. Os gregos usaram velas e cordas de cânhamo nos seus navios, assim como, depois, os romanos. Sabe-se que o Império Romano tinha pelo menos conhecimento dos poderes psicoativos da maconha. O historiador latino Tácito, que viveu no século I d.C., relata que os citas, um povo da atual Turquia, tinham o costume de armar uma tenda, acender uma fogueira e queimar grande quantidade de maconha. Daí ficavam lá dentro, numa versão psicodélica do banho turco. Graças ao contato com os árabes, grande parte da África conheceu a erva e incorporou-a aos seus ritos e à sua medicina – dos países muçulmanos acima do Saara até os zulus da África do Sul. A Europa toda também passou a plantar maconha e usava extensivamente a fibra do cânhamo, mas há raríssimos registros do seu uso como psicoativo naquele continente. Pode ser que isso se deva ao clima. O THC é uma resina produzida pela planta para proteger suas folhas e flores do sol forte. Na fria Europa, é possível que tenha se desenvolvido uma variação da Cannabis sativa com menos THC, já que não havia tanto sol para ameaçar o arbusto. O fato é que, na Renascença, a maconha se transformou no principal produto agrícola da Europa. E sua importância não foi só econômica: a planta teve uma grande participação na mudança de mentalidade que ocorreu no século XV. Os primeiros livros depois da revolução de Gutemberg foram impressos em papel de cânhamo. As pinturas dos gênios da arte eram feitas em telas de cânhamo (canvas, a palavra usada em várias línguas para designar "tela", é uma corruptela holandesa do latim cannabis). E as grandes navegações foram impulsionadas por velas de cânhamo – segundo o autor americano Rowan Robinson, autor de O Grande Livro da Cannabis, havia 80 toneladas de cânhamo, contando o velame e as cordas, no barco comandado por Cristóvão Colombo em 1496. Ou seja, a América foi descoberta graças à maconha. Irônico. Sobre as luzes da Renascença caíram as sombras da Inquisição – um período em que a Igreja ganhou muita força e passou a exercer o papel de polícia, julgando hereges em seu tribunal e condenando bruxas à fogueira. "As bruxas nada mais eram do que as curandeiras tradicionais, principalmente as de origem celta, que utilizavam plantas para tratar as pessoas, às vezes plantas com poderes psicoativos", diz o historiador Henrique Carneiro, especialista em drogas da Universidade Federal de Ouro Preto. Não há registros de que maconheiros tenham sido queimados no século XVI – inclusive porque o uso psicoativo da maconha era incomum na Europa – , mas é certo que cristalizou-se naquela época uma antipatia cristã por plantas que alteram o estado de consciência. "O Cristianismo afirmou seu caráter de religião imperial e, sob seus domínios, a única droga permitida é o álcool, associado com o sangue de Cristo", diz Henrique. Em 1798, as tropas de Napoleão conquistaram o Egito.Até hoje não estão muito claras as razões pelas quais o imperador francês se aventurou no norte da África (vaidade, talvez). Mas pode ser que o principal motivo fosse a intenção de destruir as plantações de maconha, que abasteciam de cânhamo a poderosa Marinha da Inglaterra. O fato é que coube a Napoleão promulgar a primeira lei do mundo moderno proibindo a maconha. Os egípcios eram fumantes de haxixe, a resina extraída da folha e da flor da maconha constituída de THC concentrado. Mas a proibição saiu pela culatra. Os egípcios ignoraram a lei e continuaram fumando como sempre fizeram. Em compensação, os europeus ouviram falar da droga e ela rapidamente virou moda na Europa, principalmente entre os intelectuais. "O haxixe está substituindo o champagne", disse o escritor Théophile Gautier em 1845, depois da conquista da Argélia, que, na época, era outro grande consumidor de THC. No Brasil, a planta chegou cedo, talvez ainda no século XVI, trazida pelos escravos (o nome "maconha" vem do idioma quimbundo, de Angola. Mas, até o século XIX, era mais usual chamar a erva de fumo-de-angola ou de diamba, nome também quimbundo). Por séculos, a droga foi tolerada no país, provavelmente fumada em rituais de candomblé (teria sido o presidente Getúlio Vargas que negociou a retirada da maconha dos terreiros, em troca da legalização da religião). Em 1830, o Brasil fez sua primeira lei restringindo a planta. A Câmara Municipal do Rio de Janeiro tornou ilegal a venda e o uso da droga na cidade e determinou que "os contraventores serão multados, a saber: o vendedor em 20 000 réis, e os escravos e demais pessoas, que dele usarem, em três dias de cadeia." Note que, naquela primeira lei proibicionista, a pena para o uso era mais rigorosa que a do traficante. Há uma razão para isso. Ao contrário do que acontece hoje, o vendedor vinha da classe média branca e o usuário era quase sempre negro e escravo. O PRESENTE Segundo dados da ONU, 147 milhões de pessoas fumam maconha no mundo, o que faz dela a terceira droga psicoativa mais consumida do mundo, depois do tabaco e do álcool. A droga é proibida em boa parte do mundo, mas, desde que a Holanda começou a tolerá-la, na década de 70, alguns outros países europeus seguiram os passos da descriminalização. Itália e Espanha há tempos aceitam pequenas quantidades da erva – embora a Espanha esteja abandonando a posição branda e haja projetos de lei, na Itália, no mesmo sentido. O Reino Unido acabou de anunciar que descriminalizou o uso da maconha – a partir do ano que vem, a droga será apreendida e o portador receberá apenas uma advertência verbal. Os ingleses esperam, assim, poder concentrar seus esforços na repressão de drogas mais pesadas. No ano passado, Portugal endureceu as penas para o tráfico, mas descriminalizou o usuário de qualquer droga, desde que ele seja encontrado com quantidades pequenas. Porte de drogas virou uma infração administrativa, como parar em lugar proibido. Nos últimos anos, os Estados Unidos também mudaram sua forma de lidar com as drogas. Dentro da tendência mundial de ver a questão mais como um problema de saúde do que criminal, o país, em vez de botar na cadeia, obriga o usuário a se tratar numa clínica para dependentes. "Essa idéia é completamente equivocada", afirma o psiquiatra Dartiu Xavier, refletindo a opinião de muitos especialistas. "Primeiro porque nem todo usuário é dependente. Segundo, porque um tratamento não funciona se é compulsório – a pessoa tem que querer parar", diz. No sistema americano, quem recusa o tratamento ou o abandona vai para a cadeia. Portanto, não é uma descriminalização. "Chamo esse sistema de 'solidariedade autoritária'", diz o jurista Maierovitch. O Brasil planeja adotar o mesmo modelo. O FUTURO Há possibilidades de uma mudança no tratamento à maconha? "No Brasil, não é fácil", diz Maierovitch, que, enquanto era secretário nacional antidrogas do governo de Fernando Henrique Cardoso, planejou a descriminalização. "A lei hoje em vigor em Portugal foi feita em conjunto conosco, com o apoio do presidente", afirma. A idéia é que ela fosse colocada em prática ao mesmo tempo nos dois países. Segundo Maierovitch, Fernando Henrique mudou de idéia depois. O jurista afirma que há uma enorme influência americana na política de drogas brasileira. O fato é que essa questão mais tira do que dá votos e assusta os políticos – e não só aqui no Brasil. O deputado federal Fernando Gabeira, hoje no Partido dos Trabalhadores, é um dos poucos identificados com a causa da descriminalização. "Pretendo, como um primeiro passo, tentar a legalização da maconha para uso médico", diz. Mas suas idéias estão longe de ser unanimidade mesmo dentro do seu partido. No remoto caso de uma legalização da compra e da venda, haveria dois modelos possíveis. Um seria o monopólio estatal, com o governo plantando e fornecendo as drogas, para permitir um controle maior. A outra possibilidade seria o governo estabelecer as regras (composição química exigida, proibição para menores de idade, proibição para fumar e dirigir), cobrar impostos (que seriam altíssimos, inclusive para evitar que o preço caia muito com o fim do tráfico ilegal) e a iniciativa privada assumir o lucrativo negócio. Não há no horizonte nenhum sinal de que isso esteja para acontecer. Mas a Super apurou, em consulta ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, que a Souza Cruz registrou, em 1997, a marca Marley – fica para o leitor imaginar que produto a empresa de tabaco pretende comercializar com o nome do ídolo do reggae. Copyright © Abril S.A. Superinteressante - agosto 2002 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom livre_marofa Postado June 29, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado June 29, 2006 tenho fumado em média 3 ou 4 baseados por final de semana, só tenho fumado fim de semana mesmo, as vezes fumo mais que isso, mas é dificil... Muito bom e interessante a matéria... Só mencionar que os efeitos, variam de pessoa pra pessoa, não é igual para todos que usam cannábis, em todos os sentidos podem haver diferenças e semelhanças... Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom Mistico Postado July 3, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado July 3, 2006 Me veio um questionamento agora, e gostaria que , quem souber, postasse aqui Vamos na prática. Fumei um beck hoje! Pergunta: quanto tempo levará para meu cérebro se recuperar "totalmente", em termos de memória que se perde, atenção, etc, etc? 2 dias? uma semana? um mês? Pergunto isso só para saber qual é a quantidade certa para se fumar, caso o camarada não queira "pagar nadinha" pelo uso da erva. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom GOD hempa Postado July 3, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado July 3, 2006 Irmão Mistico, Na realidade a maconha não faz perca de memoria, a ciência explica que quando a maconha é usada sua capacidade de pensar é mais rapida doque falar ou fazer por isso você não lembra doque você estava fazendo ou falando, eu aconselho que você anote e desenhe as coisas que você imagina é assim que faço pois quando estou sem fumar eu desenvolvo tudo oque eu estava pensando quando estava chapado... Essa historia de perca de memoria é mentira principalmente aquela velha historia que "maconha mata os neuronios" isso é bullshit(mentira) ja é comprovado cientificamente que isso não acontece mas se você fumar mais de um em um dia é claro que você fica mais tempo chapado como explica no texto acima que eu postei. Espero ter ajudado Abraços Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom Mistico Postado July 4, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado July 4, 2006 Irmão Mistico, Na realidade a maconha não faz perca de memoria, a ciência explica que quando a maconha é usada sua capacidade de pensar é mais rapida doque falar ou fazer por isso você não lembra doque você estava fazendo ou falando, eu aconselho que você anote e desenhe as coisas que você imagina é assim que faço pois quando estou sem fumar eu desenvolvo tudo oque eu estava pensando quando estava chapado... Essa historia de perca de memoria é mentira principalmente aquela velha historia que "maconha mata os neuronios" isso é bullshit(mentira) ja é comprovado cientificamente que isso não acontece mas se você fumar mais de um em um dia é claro que você fica mais tempo chapado como explica no texto acima que eu postei. Espero ter ajudado Abraços Realmente faz sentido, justamente pelo fato de uma das "ressacas" ser a apatia; a preguiça mental para raciocinar e pensar. Uma vez que a maconha faz o cérebro ficar mais ativo, na falta dele ele tenderia a "descansar", dai possielmente a explicação da indiferença que o indivíduo passa. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom Brigadeiro Postado July 4, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado July 4, 2006 Cada um sabe o q faz... O autor fala q o usuario de cannabis tem menos chance de vencer na vida, mas... o q ele chama de vencer na vida? Ter mto dinheiro, fama, poder...? As pessoas q vivem no campo por exemplo, q apenas possuem o alimento q precisam pra comer, seriam fracassadas entao, aos olhos desse babaca? Ver defeitos na vida dos outro 'e facil, o dificil 'e olhar pra dentro... Tinha q ser americano esse capitalista do caralho! So vc sabe o q 'e melhor para vc! FUCK OFF MDF!!!! Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom GOD hempa Postado July 4, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado July 4, 2006 Irmão Brigadeiro, Concordo plenamente com você, eu sou um dos muitos interessados na ciencia da cannabis e como muitos cientistas querem apenas provar que a maconha faz mal e não bem,mas ja obtivemos muitos resultados que ela realmente faz bem ao orgânismo mas sempre relembrando q tbm faz mal por outros lados.... Eu penso que ele não quis dizer q o maconheiro é um fracassado mas teria menas chances de empregos e oportunidades pela maconha ser descriminada por muitos.... é só questão de logica Abraços. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom macerai o hemp Postado July 8, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado July 8, 2006 Estes proibicionistas querem faturar com os maconheiros, uns querem prender, outros querem “tratar”, outros querem multar, mas todos querem faturar $$$. Um texto preconceituoso, escapista e simplista. É contradição desde o início, acoberta o álcool o tempo todo, nunca vi estes proibicionistas se quer propor a anotação do CPF de quem compra um litro de cachaça, ou coisa que assim, para haver um controle social do álcool (são mais de 27 milhões de brasileiros, 15% da população brasileira, condenados a morte por esta merda engarrafada e vendida aos pobres (envelhecimento de doze anos somente para os ricos, uma redução de danos que exclui os pobres, alvos marcados para morrer na imposição do álcool sobre a maconha). “Maconha e Cigarro O uso da maconha não pode ser comparado ao uso do cigarro ou álcool em pequenas quantidades. O cigarro nunca é saudável (imagino que o álcool seja então), mas não possui o efeito psicotrópico da maconha, e é justamente sob este aspecto que fica a diferença. Uma pessoa que use maconha tem como finalidade alcançar um estado diferente do normal; uma pessoa que fume cigarro procura status ou prazer.’ O cigarro não possui o efeito psicotrópico da maconha, mas possui efeito psicotrópico (mais parecido com a cocaína, cafeína, etc), é um estimulante, a nicotina causa morte por overdose em baixas doses (mais ou menos o seguinte, se vc comer um charutão cubano morre de overdose), a nicotina causa forte dependência orgânica, pois age no sistema colinérgico. Uma pessoa que fuma cigarro procura status ou prazer ou saciar a dependência orgânica, e também para alcançar o estado alterado de consciência que os estimulantes fornecem, um estado diferente do normal, com todos os efeitos dos estimulantes, inclusive a perda de peso tão comentada por quem não quer parar de fumar... Neste particular a nicotina solúvel pode ser melhor do que as anfetaminas para a saúde de quem quer emagrecer (sem ter surto psicótico por causa das anfetaminas, nem insônias, parada cardíaca, epilepsia/convulsão, etc) Uma pessoa que usa maconha tem como finalidade alcançar um estado diferente do normal, ou buscar status social de ser como os grandes mestres, músicos, divindades, poetas, etc que usavam e usam maconha, ou prazer que a anandamida (literalmente amida do prazer) pode fornecer, dependendo do momento; ou tratar de alguma doença, e neste caso são muitas, desde afrodisíaco, asma, glaucoma, anorexia, náuseas, hipertensão e até combate as células cancerosas do cérebro, enquanto álcool e cigarro não têm praticamente utilidade farmacológica nenhuma (talvez como anti-sépticos, a resina da cannabis tb é ótimo anti-séptico, e não agride a pele, ao contrário). A verdade é que todos que usam drogas recreacionalmente buscam alcançar um estado diferente, uma alteração no estado de consciência. Popularmente quem já teve dor de dente e fumou um e sentiu o alívio sabe se a erva é boa ou não para a dor; nas crises de cólicas menstruais, nas dores de cabeça, e por aí vai. Mesmo assim creio ser um medicamento auxiliar no controle da dor, os estudos para a dor no pós-operatório apontam um resultado positivo. Nas enxaquecas o uso associado com cafeína surte maior efeito, aliás, o uso associado de café e cannabis é ancestral e altamente difundido entre os povos árabes, o que hoje em dia vem a ser mais um motivo político de se manter a maconha proibida, pois a temporada de caça aos negros está dando espaço para a temporrada de caça aos árabes... Ninguém fuma para sentir-se como num sonho, é um exagero, isto ocorre talvez nos rituais Santo Daime para ter as mirações, e não acho que nestes religiosos exista uma deficiência psicológica e precisem de assistência psicológica; mas para relaxar-se é bem normal usar a planta cannábica, assim como Maracujá, álcool, Artemísia, Camomila, etc. -- Ainda tenho que escutar isto: “Sabemos que o cérebro de uma pessoa com profundo retardo mental é absolutamente normal sob todos os exames de imagem e histopatológicos, mas é evidente que essa normalidade não corresponde à realidade dessas pessoas severamente afetadas pelo retardo.’ Fala sério... o que provocou o retardo mental? Se foi falta de oxigênio no nascimento, se é genético, acidentes cardiovarsculares, hidrocefalia etc, em todos estes casos o cérebro está afetado e comprova-se por exames das partes danificadas --- “Um indivíduo de classe social média, saudável, com boa perspectiva de trabalho é o perfil do usuário mais freqüente de uso de maconha, embora a disseminação nas classes mais baixas esteja se alastrando” Este é o perfil que os psicólogos/psiquiatras querem “tratar”, afinal todos querem lucrar com a opressão aos maconheiros, mas historicamente é nas classes oprimidas (classe baixa é a mãe!) que o consumo se desenvolve, é tradição afro, vem desde os escravos, foi largamente usada em terreiros de Candomblé, faz parte da cultura, assim como o álcool, mas o álcool é muito prejudicial à saúde, e a saída mais saudável é o uso da diamba ao invés do álcool, por isto vê-se um aumento no consumo mundial, e com a conscientização dos maconheiros está havendo uma queda no consumo entre os menores de idade, espero estar contribuindo para isto, “criança não sua drogas, chega de coco-cola”. -- É mentira: Que as pessoas abandonaram a erva quando alcançam o sucesso, o que acontece é que pelo fato, asqueroso, dos maconheiros serem considerados criminosos por usarem o sacramento ancestral, quando estes milhares de artistas, políticos, etc., alcançam a fama não podem dizer que são criminosos, mesmo assim se atrevem a dizer que fumaram até os 50 anos, que só fumam na Holanda, etc. -- É mentira: Que se suspeita que a controversa “Síndrome Amotivacional” possa ser decorrente de uma diminuição do fluxo sanguíneo cerebral provocado pela maconha usada durante muitos anos, isto sairia nos exames de autópsia cerebral, e do jeito que os proibicionistas inventam coisas contra a erva, imagina se isto fosse verdade, haveria fotos dos cérebros danificados dos maconheiros espalhados pela rede. Qualquer calmante produz esta tal de Síndrome Amotivacional, mesmo assim ela é rara na diamba, que não é classicamente um calmante, é um agente somatênsico, se estiver calmo, anima; se estiver nervoso, acalma. Apesar de todos sabermos que depois do terceiro baseado costuma advir uma sedação intensa, um grande relaxamento (dependendo da variedade ter mais ou menos THC do que CBN, ou até mesmo o CBD que é um anti-psicótico sem os efeitos colaterais que os tradicionais provocam, afinal, é uma planta, não é uma droga). - Basicamente o texto é uma enxurrada de preconceitos, uma salada de inverdades, aliados a falta de citações das fontes, e bastante entremeado com frases chavões contra os maconheiros. Lamentável, no geral, mas quanto à pesquisa achei interessante, “motivações para o uso”: Os mais freqüentes estão abaixo relacionados. Relaxar 96,8% (disparadamente é o motivo que mais escuto) Curtir os efeitos 90,7% ( que redundância tautológica) Melhorar o desempenho na prática de jogos, esportes e música 72,8% (por falar nisto vou fumar um pra escrever mais um conto canábico) Superar aborrecimentos 70,1% (tem estudos para ser usada na síndrome do estresse pós-traumático) Ajudar a dormir 69,6% (maravilha, o sono induzido mais próximo do natural, praticamente igual ao natural, e sem provocar a dependência orgânica dos remédios tarja-preta para dormir) Sentir-se melhor 69,0% (o efeito antidepressivo é bem relatado) -- “Liberar uma substância reconhecidamente como psicotrópico, ainda que não seja para essa finalidade, poderá causar o mesmo problema que enfrentamos com os anorexígenos.” A finalidade é muitas vezes psicotrópica: antidepressiva, sonífera, calmante, afrodisíaca. Então, segundo o pensamento expresso no texto, a maneira de resolver o problema dos anorexígenos é proibir as anfetaminas, que praticamente não possuem utilidade farmacológica, mesmo assim isto não é dito, não se fala em proibir as anfetaminas, nenhum proibicionista se coloca contra o sistema, afinal eles representam o sistema, eles fomentam o preconceito contra os maconheiros (e o ódio que acompanha os preconceitos, e a guerra que acompanha o ódio). A tônica do discurso é o tempo todo menosprezar os maconheiros, e enaltecer os que não são maconheiros, para finalizar uma última que parece até piada: “Quem rejeita a maconha são as pessoas que enfrentam os problemas e as dificuldades da vida de mente sóbria.’ Mas poderia dizer: Quem rejeita a maconha são as pessoas que enfrentam os problemas e as dificuldades da vida usando o álcool e destruindo rapidamente sua saúde mental e física, como aconteceu com os índios e negros que foram forçados a trocar a maconha pelo álcool, que o homem branco impôs com a invasão, perseguição, estupro, escravidão e finalmente com o proibicionismo aos maconheiros, prendendo milhões de pobres pelo mundo afora, e invadindo seus países com a desculpa esfarrapada de que estão preocupados com sua saúde... Eu acho: Quem rejeita os maconheiros são as pessoas que não enfrentam os seus problemas e projetam estes nos bodes expiatórios sociais. Na perspectiva neo-marxista que todo motivo de uma guerra é econômico, esta guerra mundial contra os maconheiros também é mantida por motivos econômicos, vários setores da sociedade faturam alto com os maconheiros, os psicólogos representam certamente um segmento muito interessado em manter a proibição e “tratar” os maconheiros, sendo que somente 10% dos usuários vêem a fazer uso freqüente, e somente10% destes 10% tornam-se usuários crônicos, mas o vício é abandonado com mais facilidade do que para com qualquer outro psicotrópico, isto é notado quando um usuário crônico e saudável fica doente, tendo que parar repentinamente, tipo uma gripe galopante, este não sente nenhuma síndrome orgânica que piore sua saúde ou cause intenso desconforto (cafeína e a dor de cabeça de sua abstinência; nicotina então, nem se fala; álcool, a falta pode levar a morte). Bob fumava uns 90 ao dia!!! Particularmente já conheci uns músicos que fumavam uns 10 ao dia, tocando e compondo o dia todo, comendo bem, mantinham-se sem problemas de memória e de saúde, precisa-se de muita memória para tocar/compor música, ninguém fala nisto? Precisa-se de muita criatividade e sensibilidade para fazer música, a erva sagrada ajuda nestes quesitos. Mesmo assim assiste razão quanto ao fato de muitos valorizarem a erva como algo sagrado e muito significativo em suas vidas, isto acontece com muitas plantas de poder, com muitos sacramentos, com muitas chaves de auto-conhecimento, e também com muitos passatempos, o uso recreacional, com jogos, músicas e divertimentos. --- sugestão: EntÃo, Como VocÊ Vota? http://www.growroom.net/board/index.php?sh...ic=7092&hl= Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom Brigadeiro Postado July 8, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado July 8, 2006 Macerai 10x0 Cientista sacana Falou tudo o q tinha q ser falado!!! Irmão Brigadeiro, Concordo plenamente com você, eu sou um dos muitos interessados na ciencia da cannabis e como muitos cientistas querem apenas provar que a maconha faz mal e não bem,mas ja obtivemos muitos resultados que ela realmente faz bem ao orgânismo mas sempre relembrando q tbm faz mal por outros lados.... Eu penso que ele não quis dizer q o maconheiro é um fracassado mas teria menas chances de empregos e oportunidades pela maconha ser descriminada por muitos.... é só questão de logica Abraços. Concordo com vc, acho q rolou um pouco de preconceito no texto tb, talvez seja ate desconhecimento por parte do cara... Valeu Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom Maria_fumaça Postado July 8, 2006 Usuário Growroom Denunciar Share Postado July 8, 2006 Gostei desse texto E gostei das coisas escritas criticando partes dele! Eu não uso como fuga, uso mais pra sentir os efeitos, e pra soltar a criatividade, pq ela solta minha cabeça de um jeito engraçado.... As ideias fluem rápido.... E não fumo todo dia, teve uma época que fumava direto, mas eu estava ficando com umas nóias, de alguém invadir minha casa, ladrão essas coisas, hahaha, ai parei qdo começei a facu, e agora em julho to fumando de novo, mas não todo dia, se pudesse é provavél q fumaria, pq nas férias não tenho trabalho para entregar nem nada, coisa que a maconha me tira completamente a paciencia pra fazer essas coisas chatas.... Mas como minha mae tb ta de férias, e fica em casa, so fumo quando ela sai, ou quando eu saio..... Eu não gosto de fumar no horario das aulas, me da vontade de ir embora, por alguns motivos: *Não gosto qdo percebem q eu fumei, sei lá sou discreta com essas coisas. *Me dá vontade de conversar com alguem q esteja chapado, pra curtimos a brisa juntos. Mas resumindo tudo, eu acho que precisamos sempre ter o controle dos nossos "vicios" e vontades... Não um controle, por causa da sociedade, mas por causa da sua saude, e tudo mais. Então acho q fumar todo dia, muitos becks, não é tão baum, assim como ficar bebado todo dia. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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