Maconha pode ajudar a aliviar dor pós-operatória

[Weedy]

Um novo estudo sugere que um extrato da planta da cannabis pode servir de analgésico após cirurgias complexas.

A pesquisa, da Imperial College de Londres, testou o extrato, chamado Cannador, em 65 pacientes que haviam sofrido cirurgias como reposição do joelho, e descobriu que a substância ajudava a diminuir a dor.

Os pesquisadores acreditam que o resultado pode levar à produção de novos analgésicos, apesar das chances de os efeitos colaterais aumentarem com doses maiores.

"A dor pós-cirúrgica continua a ser um problema porque a maioria das drogas usadas normalmente é ineficaz ou tem muitos efeitos colaterais", disse Anita Holdcroft, que coordenou o estudo.

"Os resultados mostram que os canabinóides são eficazes e podem levar ao desenvolvimento de uma gama maior de remédios para controlar a dor pós-operatória", afirmou.

Dosagem

Todos os 11 pacientes que receberam uma dose de 5mg da substância pediram para tomar outros analgésicos. Mas apenas metade dos 30 que receberam doses maiores, de 10mg e apenas seis dos 24 que tomaram 15mg de Cannador precisaram de remédios complementares.

No entanto, alguns pacientes que receberam doses maiores relataram efeitos colaterais como náusea e taquicardia.

"Nós achávamos que a cannabis poderia ser benéfica para ajudar a controlar a dor depois de cirurgias, já que estudos anteriores indicaram que os canabinóides ajudam a completar o sistema natural do corpo para reduzir a sensação de dor", disse Mervyn Maze, que também participou da pesquisa.

A empresa GW Pharmaceutical está desenvolvendo medicamentos à base de cannabis com a autorização do governo britânico.

Um de seus produtos, o Sativex, já foi licenciado no Canadá para controle da dor em pessoas com esclerose múltipla. A capacidade de a droga reduzir a dor de pacientes com câncer avançado está sendo estudada.

"Este recente estudo é mais uma contribuição bem-vinda para o corpo de evidências de que os canabinóides têm um papel na medicina", disse o porta-voz da empresa, Mark Rogerson.

O estudo foi publicado na revista médica de Anestesia, nos Estados Unidos.

Fonte: BBC Brasil