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Manifesto de grupo interdisciplinar defende maconha medicinal


Borbas Negras

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  • Usuário Growroom

Um grupo interdisciplinar de pesquisadores está preparando um manifesto para confrontar um documento da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) sobre a maconha. Representantes das áreas de ciências biológicas e humanas, liderados pelo psiquiatra Dartiu Xavier, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), afirmam que a entidade tenta "demonizar" o uso da droga, ignora estudos relevantes sobre sua ação no cérebro e omite evidências legítimas da eficácia do uso medicinal da Cannabis.

O documento de protesto deve ser lançado em um evento na Faculdade de Saúde Pública da USP no dia 10 de agosto e carregará as assinaturas de Xavier, do farmacologista Elisaldo Carlini, da psicóloga Lídia Aratangy, do jurista Miguel Reale Júnior, do sociólogo Rubens Adorno e do antropólogo Edward McRae. "Em princípio, só os autores vão assinar o documento, mas alguns pesquisadores estão procurando uma forma de manifestar apoio também", diz Xavier.

AP

Maconha medicinal vendida na Holanda

Segundo Carlini --defensor do uso medicinal, mas contrário ao uso recreativo--, a ABP parece adotar uma "pedagogia do terror" ao não se esforçar para divulgar publicamente as propriedades positivas da droga. "Não há empecilho de ordem científica para que não seja liberado o produto para uso médico com controle, assim como qualquer droga que tenha efeito sobre o sistema nervoso central", diz Carlini. "Todas as restrições que existem são mais de cunho ideológico."

Segundo o presidente da ABP, João Alberto Carvalho, o documento elaborado pela entidade, intitulado "Revisão Científica: Maconha e Saúde Mental", tinha como finalidade expor apenas os efeitos nocivos da droga, e não houve intenção de omitir informações. "Temos espaço para abrigar visões diferentes, e nosso congresso deste ano terá eventos sobre propriedades terapêuticas", diz.

O texto do documento disponível no site da ABP (www.abpbrasil.org.br), porém, afirma ter adotado uma visão "equilibrada" e diz ter como foco "os efeitos da maconha no cérebro", genericamente.

Para Carlini, o problema do documento da ABP foi dar ao restante da comunidade médica a impressão de que a visão no texto era consensual. "Mas não há consenso nessa área, os grupos estão polarizados."

Ministério omisso

O pesquisador também criticou a atuação do Ministério da Saúde. Segundo ele, nenhuma das gestões mais recentes na pasta mostrou disposição para reativar o debate público sobre o tema --coisa que ele atribui também ao preconceito. O ministério, porém, diz que tem interesse em rever a situação no país.

Carlini revelou o conteúdo do manifesto ontem, em palestra na reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), na qual apresentou argumentos para defender a legalização do uso médico da maconha e de seu princípio ativo, o THC. Estudos apontam que o uso da molécula é adequado contra dores de origem neurológica e anorexia induzida por doenças como câncer e Aids. Segundo ele, substâncias menos benéficas e com efeitos colaterais mais graves do que os do THC já são drogas legalizadas sob prescrição. "A morfina, por exemplo, pode causar dependência e prisão de ventre acentuada", afirma ele.

Outro lado

Pedro Gabriel Delgado, coordenador de Saúde Mental do Ministério da Saúde, afirmou à Folha que a pasta apóia a exclusão da droga da mesma lista da Organização Mundial da Saúde em que estão incluídas substâncias como a heroína e cocaína. Sua manutenção nessa lista seria o principal entrave para a pesquisa clínica.

De acordo com Delgado, essa proposta foi encaminhada à ONU, mas até agora não houve resposta.

Ainda segundo Delgado, hoje é permitido fazer estudos clínicos com o princípio ativo da maconha, o THC, mas não com a droga "in natura". Caso haja uma decisão favorável ao uso terapêutico da droga, ele diz que uma consulta à Vigilância Sanitária pode ser suficiente para viabilizar isso, sem a necessidade de um projeto de lei.

Site: UOL

Data: 20 de Julho de 2006

Link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia...306u14890.shtml

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  • Usuário Growroom

O pesquisador também criticou a atuação do Ministério da Saúde. Segundo ele, nenhuma das gestões mais recentes na pasta mostrou disposição para reativar o debate público sobre o tema --coisa que ele atribui também ao preconceito.

Segundo ele, substâncias menos benéficas e com efeitos colaterais mais graves do que os do THC já são drogas legalizadas sob prescrição. "A morfina, por exemplo, pode causar dependência e prisão de ventre acentuada", afirma ele.

ah muleeeeeeeeeeeeeeeke ! ! ! B)

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    • Salve galera, tudo certo?! Alguns anos sem entrar aqui na casinha, mas como eu vi que tem alguns Growers retornando à casa e outros novos chegando, resolvi postar uma "atualização jurídica" (que não é tããão atual assim) para todos os usuários que já "rodaram/caíram" nesses anos todos de cultivo!!  Todos nós sabemos do julgamento do RE 635.659 (Recurso no STF para descriminalização do porte de maconha), agora chegou o momento de revisar as antigas condenações.  Sabe aquela transação penal assinada? Aquela condenação pelo 28 (que não foi declarada inconstitucional na época)?? Aquela condenação do seu amigo pelo 33, mas que se enquadrava nos parametros de um grower??? Pois então, chegou o momento de revisar todos esses processos para "limpar" a ficha de todos(as) os(as) manos(as) jardineiros(as)!! "O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) dará início, em 30 de junho, ao mutirão nacional para revisar a situação de pessoas presas e/ou condenadas por porte de até 40 gramas de maconha ou seis plantas fêmeas. A realização do mutirão cumpre determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar recurso sobre o tema em junho de 2024, que resultou na fixação de parâmetros para diferenciar o porte de maconha para uso pessoal do tráfico. Entre o dia 30 de junho e 30 de julho, os tribunais da Justiça Estadual e regionais federais farão um esforço concentrado para rever casos de pessoas que foram condenadas por tráfico de drogas, mas que atendam aos critérios do STF: terem sidos detidos com menos 40 gramas ou 6 pés de maconha para uso pessoal, não estarem em posse de outras drogas e não apresentem outros elementos que indiquem possível tráfico de drogas. De acordo com da Portaria CNJ n. 167/2025, os tribunais atuarão simultaneamente para levantar os processos que possam se enquadrar nos critérios de revisão até o dia 26 de junho. Este é o primeiro mutirão realizado no contexto do plano Pena Justa, mobilização nacional para enfrentar a situação inconstitucional dos presídios reconhecida em 2023 pelo STF. O CNJ convidará representantes dos tribunais que atuarão diretamente na realização do mutirão para uma reunião de alinhamento na próxima semana, além de disponibilizar o Caderno de Orientações." LINK DO CNJ Caso o seu caso se enquadre, ou conheça alguém que também passou por essas situações, sugerimos buscar um Advogado de confiança ou entrar em contato aqui neste tópico mesmo com algum dos Consultores Jurídicos aqui da casinha mesmo!! Bless~~
    • Curitiba é sempre pior parte hahahaha!
    • o teu chegou? o meu já passou por Curitiba mas tá devagar (pelo menos o pior já passou) kkkkkkkkkk
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