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Drogas: Repressão Ou Legalização?


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  • Usuário Growroom

07h00, 16 de outubro de 2007

Drogas: repressão ou legalização?

Luiz Leitão

luizmleitao@gmail.com

Para o público, o governo colombiano derrotou o rei do narcotráfico; o bem venceu o mal. No entanto, segundo Virginia Vallejo, amante e única sobrevivente entre as pessoas mais próximas de Pablo Escobar Ortiz, em entrevista ao jornal El País, o narcoestado sonhado por ele está mais vivo do que nunca – um esquema que atua por todo o Caribe e México - e teria a participação de grandes políticos, entre os quais dois ex-presidentes e o atual, Álvaro Uribe. Se for verdade o que diz Virgínia, de nada adianta a montanha de dólares que os EUA despejam na Colômbia para combater o tráfico de drogas.

Apesar de o número de prisões de traficantes no Brasil ter aumentado consideravelmente, o consumo de cocaína, maconha e ecstasy cresceu, segundo o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Talvez tenha contribuído para isso o fato de o país ter se tornado centro de distribuição para a Europa e EUA.

O mercado de drogas ilícitas movimenta cerca de 320 bilhões de dólares anuais, mas, apesar dos gigantescos esforços de repressão, o consumo tem se mantido estável, quando seria de se esperar sua queda gradual e contínua. Isso mostra que as estratégias de repressão estão erradas, seria talvez o caso de revê-las e ouvir os que defendem a descriminalização dos narcóticos.

Richard Brunstrom, chefe de polícia do Norte do País de Gales, defende a legalização de todas as drogas, classificando as leis em vigor como ineficientes e imorais, e que a política de proibição só contribuiu para torná-las mais baratas e fartas do que nunca. Ele diz ainda que o narcotráfico, em matéria de lucros, só fica atrás da indústria petrolífera, e defende políticas antidrogas não-moralistas, que deixem os dogmas de lado e busquem minorar os danos.

Na mesma linha, um grupo de cientistas propôs, no jornal médico The Lancet, que as drogas sejam classificadas pelo nível de riscos e danos que trazem à sociedade. Os recursos empregados no combate ao tráfico seriam transferidos para o tratamento de dependentes.

Mas o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, por outro lado, declarou recentemente que o Reino Unido jamais liberará as drogas. E esta parece ser a visão majoritária da sociedade, tanto lá como em outros países.

O tema é bastante polêmico, mas é indiscutível que os esforços e todo o dinheiro gastos na repressão ao narcotráfico não têm sido suficientes para acabar com o problema. O filme Tropa de Elite pôs ênfase na questão do consumo, razão de ser do tráfico, o que não é nenhuma novidade. Desde tempos imemoriais o homem faz uso de substâncias psicoativas, entre elas o álcool, cujo abuso causa muito mais mortes do que o de drogas ilegais. Entre os próprios médicos há usuários de psicotrópicos, talvez pela facilidade de obtê-los, e ninguém melhor do que eles para saber o mal que seu uso descontrolado causa.

Se a produção e o comércio fossem liberados, seria imprescindível que a propaganda e a apologia das drogas continuassem proibidas, e aí surgiria a dúvida: quem iria investir na produção e distribuição de um produto do qual não se pode fazer publicidade nem distribuir amostras grátis? Por aí se pode ver uma das dificuldades de se legalizar as drogas, ficando o mercado, na forma de empresas legalmente constituídas, encarregado de processar e vender drogas. E o controle desta venda legal, seria eficaz?A maconha, menos pesada, poderia ser vendida informalmente?

Um detalhe significante a favor da legalização seria a possibilidade de se controlar a qualidade de narcóticos quimicamente processados como a cocaína, ou dos sintéticos como o ecstasy, porque o teor do princípio ativo varia absurdamente com a prática de “batizar” (diluir) a coca para aumentar os lucros. Quem está acostumado a uma dose de droga mais diluída pode sofrer uma overdose ao consumir inadvertidamente a mesma quantidade de outra, mais concentrada.

Seja ou não a legalização parte da solução, a melhor arma contra o uso de drogas é participação dos pais na construção da personalidade dos filhos, o afeto, a presença, a imposição de limites, que não podem ser substituídos pela mera realização de sonhos de consumo.

http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/...&vCod=36211

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    • Salve galera, a quanto tempo eu não passo por aqui, caraca. Seguinte, estou passando por uma situação que nunca tinha me acontecido antes e gostaria de saber se alguém aqui já teve esse problema e se teve, como resolveu. Meu substrato está baixando o pH sozinho e muito. Eu faço rega com pH 6,35 por exemplo, como fiz hoje, e o run off sai com 5,2 e até 5,0. As plantas já estão na 2 semana de flora só que já  estão apresentando deficiências, as folhas se dobrando em garra, parecendo over de N, e elas estão bem  verdes mesmo. Estou usando um substrato 50/50 perlita e turfa. Quantos mais dias eu demoro pra fazer a proxima rega, mais ácido parece que fica. Usando Remo nutrients, iluminação LED 350W num grow 80x80. São 5 plantas automáticas, 4 na flora e uma no início da vega. Abaixo fotos.
    • Salve galera, tudo certo?! Alguns anos sem entrar aqui na casinha, mas como eu vi que tem alguns Growers retornando à casa e outros novos chegando, resolvi postar uma "atualização jurídica" (que não é tããão atual assim) para todos os usuários que já "rodaram/caíram" nesses anos todos de cultivo!!  Todos nós sabemos do julgamento do RE 635.659 (Recurso no STF para descriminalização do porte de maconha), agora chegou o momento de revisar as antigas condenações.  Sabe aquela transação penal assinada? Aquela condenação pelo 28 (que não foi declarada inconstitucional na época)?? Aquela condenação do seu amigo pelo 33, mas que se enquadrava nos parametros de um grower??? Pois então, chegou o momento de revisar todos esses processos para "limpar" a ficha de todos(as) os(as) manos(as) jardineiros(as)!! "O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) dará início, em 30 de junho, ao mutirão nacional para revisar a situação de pessoas presas e/ou condenadas por porte de até 40 gramas de maconha ou seis plantas fêmeas. A realização do mutirão cumpre determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar recurso sobre o tema em junho de 2024, que resultou na fixação de parâmetros para diferenciar o porte de maconha para uso pessoal do tráfico. Entre o dia 30 de junho e 30 de julho, os tribunais da Justiça Estadual e regionais federais farão um esforço concentrado para rever casos de pessoas que foram condenadas por tráfico de drogas, mas que atendam aos critérios do STF: terem sidos detidos com menos 40 gramas ou 6 pés de maconha para uso pessoal, não estarem em posse de outras drogas e não apresentem outros elementos que indiquem possível tráfico de drogas. De acordo com da Portaria CNJ n. 167/2025, os tribunais atuarão simultaneamente para levantar os processos que possam se enquadrar nos critérios de revisão até o dia 26 de junho. Este é o primeiro mutirão realizado no contexto do plano Pena Justa, mobilização nacional para enfrentar a situação inconstitucional dos presídios reconhecida em 2023 pelo STF. O CNJ convidará representantes dos tribunais que atuarão diretamente na realização do mutirão para uma reunião de alinhamento na próxima semana, além de disponibilizar o Caderno de Orientações." LINK DO CNJ Caso o seu caso se enquadre, ou conheça alguém que também passou por essas situações, sugerimos buscar um Advogado de confiança ou entrar em contato aqui neste tópico mesmo com algum dos Consultores Jurídicos aqui da casinha mesmo!! Bless~~
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