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Agentes Da Fns Prendem Primos De Político E São Dispensados


CanhamoMAN

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  • Usuário Growroom

09/12/2007 - 10h16

Agentes da FNS prendem primos de político e são dispensados

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RAPHAEL GOMIDE

da Folha de S.Paulo, no Rio

Duas semanas após prenderem dois primos do ex-senador e ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, em Luziânia (GO), agentes da Força Nacional de Segurança (FNS) foram ontem dispensados e avisados de que voltarão ao Rio, Estado onde atuam como policiais militares.

No dia 24 de novembro, Ricardo Mendes Roriz, primo do ex-governador, foi baleado e preso com maconha pela Força Nacional, após atropelar dois agentes ao tentar escapar de cerco em operação contra o tráfico de drogas.

O contingente do Rio na FNS, composto por 28 policiais militares, chegou ao entorno de Brasília em 9 de novembro e ficaria por seis meses, prorrogáveis por mais seis. O grupo atribui o abrupto retorno à retaliação política pelo caso.

Dos cerca de 150 agentes da FNS que foram para Brasília após o jornalista Amaury Ribeiro Júnior ser baleado, durante reportagem, só o grupo do Rio sairá do local.

Na sexta-feira, o major responsável pelo efetivo da Força Nacional reuniu os policiais do Rio e lhes contou que seriam "desmobilizados" e voltariam para casa nos próximos dias.

Agentes ouvidos pela Folha disseram não terem sido informados sobre o motivo para o retorno antecipado e que a PM não solicitou seu regresso.

Segundo "auto de exibição e apreensão" da Polícia Civil de Luziânia (a 60 km de Brasília), dois agentes que faziam cerco a uma casa no centro da cidade foram atropelados por carro dirigido por Ricardo Mendes Roriz, filho do ex-prefeito da cidade, Juarez Luiz Roriz, primo de Joaquim Roriz.

Segundo os policiais, Ricardo --acompanhado de Bruno Gomes Roriz, que seria seu primo-- tentou furar o bloqueio em alta velocidade e estaria sob o efeito de álcool e/ou drogas. O carro atingiu o joelho de um agente e o pé de outro.

"Surgiu um veículo Fiat Palio em alta velocidade. Ao ver o suposto autor aproximar-se com velocidade, gritou "devagar, devagar", e como viu que ele [Ricardo Roriz] acelerou o carro, outros policiais gritaram "Pára, polícia, pára, polícia'!; apesar dos gritos de advertência, ele não parou o carro e atropelou os policiais. Só não atropelou mais porque estes se jogaram no chão", afirma comunicação da capitão da PM Maria Clara Lima Padrão Barbosa, responsável pelo grupo.

Agentes da Força Nacional dispararam contra o Fiat Palio com placa do Distrito Federal e atingiram Ricardo ao menos duas vezes. "Naquele momento, dois ou três policiais da FNS atiraram contra o veículo do suposto autor [Ricardo Roriz], atingindo de início o carro, mesmo assim o suposto autor conseguiu fugir", diz a versão da capitão. A FNS afirmou ter achado no carro "duas porções de substância de cor esverdeada, que laudo evidenciou se tratar da droga conhecida por maconha". Foi apreendida no carro ainda uma porção de "substância desconhecida".

Ricardo Roriz foi atingido por tiros no braço, na perna e lombar. Ele não corre risco de morte.

A Folha não conseguiu contatar a família.

Uso prolongado e regular de maconha pode causar danos graves aos pulmões

Um estudo recente de pesquisadores do Hospital Universitário de Berna mostra que o uso prolongado e regular de maconha pode causar danos graves aos pulmões dos usuários.

Os resultados são publicados poucos depois do trabalho de uma equipe de cientistas em Lausanne, no qual o ocasional de cannabis sativa não é visto como prejudicial para produtividade de escolares e estudantes.

Os pesquisadores em Berna focalizaram seu trabalho em jovens admitidos no hospital para tratamento por colapso pulmonar ou enfisema. O tecido pulmonar desses pacientes estava seriamente danificado e apresentava tipos de enfisemas não comuns para pessoas nessa faixa etária.

O enfisema é uma doença pulmonar obstrutiva crônica caracterizada pela dilatação excessiva dos alvéolos pulmonares, o que causa a perda de capacidade respiratória e uma oxigenação insuficiente. Ela geralmente é causada pela exposição a produtos químicos tóxicos ou exposição prolongada ao fumo de tabaco. Caracteriza-se pela hipertrofia e hiperplasia das paredes das mucosas.

Ralph Schmid, chefe do setor de cirurgia torácica do hospital, e sua equipe, pesquisaram durante dois anos e meio para descobrir a causa das anomalias pulmonares detectadas.

Dezessete pacientes – 16 homens e uma mulher – formaram o grupo de foco. Sua idade média era de 27 anos e todos admitiram fumar regularmente maconha. As pesquisas incluíram radiografias, escaneamentos computadorizados, um histórico médico completo e a análise profunda das funções pulmonares e do tecido pulmonar.

Um outro grupo, de controle, formado por 85 jovens abstinentes da droga com idade média de 24 anos, participou dos mesmos testes. Os resultados obtidos foram utilizados no estudo comparativo dos dois grupos.

Seis cigarros por dia

O grupo de foco fumava diariamente uma média de seis cigarros de maconha há mais de oito anos. Eles também consumiam diariamente cigarros comuns há aproximadamente doze anos.

Os testes não foram capazes de mostrar com precisão quais substâncias causaram os danos nos pulmões. Porém fibras da cannabis sativa foram encontradas em amostras do tecido pulmonar. Segundo os cientistas, elas podem constituir um ponto de partida para inflamações graves.

Como acréscimo à descoberta, outro estudo realizado por cientistas neozelandeses e publicado no início do ano afirma que o efeito de consumo de um cigarro de maconha equivaleria ao consumo de cinco cigarros de tabaco para os pulmões.

Não houve casos de enfisema no grupo de controle, mesmo apesar do fato de 74 dos 85 participantes serem fumantes regulares de tabaco.

Com os resultados em mãos, Schmid e seu co-autor lançaram em um artigo publicado em outubro no Jornal Europeu de Cirurgia Torácica o alerta: o uso regular e diário da cannabis pode provocar danos graves nos pulmões e problemas de respiração.

E o pior: enquanto pacientes podem ser submetidos à operações cirúrgicas para aliviar seus problemas de respiração, os pesquisadores explicam que, em alguns caos, um transplante de pulmão seria a única solução de longo prazo para muitos deles.

Outros estudo relativiza o problema

O relatório dos pesquisadores da Universidade de Berna saiu poucos dias depois que cientistas de Lausanne publicaram um estudo sobre usuários ocasionais de cannabis sativa. Este revela que o consumo não causaria problemas psicossociais entre os consumidores mais jovens.

Baseado em uma entrevista com mais de cinco mil adolescentes, de todas as partes da Suíça, o estudo mostra que aqueles que fumam a droga apenas uma ou duas vezes por mês, e não consomem outros psicotrópicos, não têm resultados piores do que o grupo de completos abstinentes.

Pelo contrário, os resultados mostram que os usuários "leves" teriam melhor relacionamento com seus amigos e praticariam mais esportes. Porém o relacionamento com os pais seria mais problemático.

Os autores do estudo não explicam, porém, a razão para os resultados. Em todo o caso, eles alertam que o uso da cannabis sativa não deva ser vulgarizado. "Sabemos que sua utilização pode levar ao consumo de drogas mais pesadas ou ao vício do tabaco".

Em todo o caso, eles ressaltam que os pais não deveriam reagir de forma excessiva caso seus filhos sejam usuários ocasionais da maconha.

swissinfo com agências

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