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Sobre O Confronto Entre Estudantes E A Pm Dentro Da Ufmg


Pintolico

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Resquícios da ditadura? Nada de novo, para aqueles que se dispõem a construir políticas, numa sociedade em que "fazer política" sempre foi uma prática dificultada para o cidadão comum.

Se a universidade é um local no qual o conhecimento é produzido, podemos dizer das universidades federais, mais do que em todas as outras, que o conhecimento ali produzido deve estar voltado às questões mais urgentes da sociedade, pois somos nós, contribuintes (cidadãos comuns) que sustentamos seu funcionamento.

Estas pessoas que impediram o debate sobre políticas de drogas na Universidade Federal de Minas Gerais, bem como todas aquelas que as apóiam, estão no fundo expressando que, no seu entender, as leis de uma sociedade não podem ser construídas pelas pessoas que vivem nesta sociedade. É o que pudemos entender, não é? Este ato de repressão quer reafirmar a idéia de que, ao cidadão comum, só cabe a tarefa de obedecer leis, jamais ajudando a construí-las. O que o reitor Ronaldo Tadêu Pena e a vice reitora Heloísa Maria Murgel Starling quiseram dizer aos seus alunos e alunas, é que nesta universidade não está permitindo a existência de sujeitos do conhecimento - somente de meros objetos.

Discutir sobre políticas de drogas é necessário, é urgente, independentemente das opiniões que temos sobre o assunto. Afinal, se dizer contrário (ou favorável) àquilo que chamam por aí de "legalização", sem se permitir argumentar a respeito ou debater sobre o tema, reflete a imaturidade política de um governo (ou de uma reitoria) que entendem a mera pronúncia da palavra "maconha" como um crime concreto. Este ato lamentável demonstra a própria necessidade que temos de falar sobre drogas, este tema sobre o qual todos possuem opinião formada, mas poucos têm a coragem de questionar, refletir, construir alternativas menos produtoras de violência e desigualdade. Se isto ocorreu em uma universidade, também nos demonstra o grau de sujeição destas instituições de ensino superior às estruturas de uma ditadura travestida de democracia. Quem está ganhando com o comércio ilegal de drogas, tal como fossem produtos? Quem está ganhando com tanta desinformação, e com tantos silêncios?

No ano de 2006, em Porto Alegre, conseguimos, com dificuldade, fazer um debate sobre drogas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul contando com a exibição do mesmo filme proposto na atividade na UFMG. A saber, "Grass" não é um filme de propaganda ao uso da droga: é um filme de caráter documental. Em um ritmo que opta de forma brilhante em dialogar com ironia e com sarcasmo diante da própria esquizofrenia dos discursos que sustentam a proibição à maconha, traz uma abordagem histórica da construção de políticas de proibição à planta, nos EUA. Como se não bastasse o argumento, este filme foi distribuído pela editora Abril amplamente em bancas de revista, através da revista Superinteressante.

http://www.youtube.com/watch?v=Att_OYgLDuA

O que se pode ver no vídeo acima é um estudante universitário que, diante da presença da PMMG, foi detido, na falta de melhor justificativa, por "desacato à autoridade", quando justificou sua condição de estudante, de cidadão, ao querer conversar sobre drogas num debate que envolvia o filme "Grass".

O rizoma Princípio Ativo estende sua solidariedade aos companheiros de luta de Minas Gerais. Manifestamos nossa indignação a todas as pessoas que incentivaram esta ação, ou que consideram desejável sua estupidez, pois estão, em nome de suas próprias limitações e de suas vontades, impedindo que nossa sociedade aprenda como lidar com o fenômeno das drogas de maneira consciente, segura e não-produtora de violência. Nós, pessoas contrárias à guerra às drogas, que por algum motivo queremos procurar as nuances que estão além da mera repressão ou da mera apologia, estamos tentando promover discussões sobre tabus entre pessoas que naturalizam o silêncio, enfrentamos a criminalização do diálogo em uma sociedade que já não se comunica.

Se você não é favorável à repressão do diálogo sobre drogas em nossa sociedade, repasse esta notícia a todos os contatos de sua lista.

rizoma Princípio Ativo

por uma nova política de drogas

dê sua opinião sobre este texto em nosso blog:

http://www.principio-ativo.blogspot.com

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  • Usuário Growroom

Vou por aqui pra todos verem. :)

Estudantes cercam a reitoria da UFMG na Pampulha

07/04/2008 - 15:22:48

BELO HORIZONTE - Cerca de 200 estudantes protestam na tarde desta segunda-feira no saguão do prédio da reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no campus Pampulha. De acordo com a assessoria da universidade, as portas da instituição estão fechadas e há ameaças de que a Polícia Militar seja novamente chamada.

O grupo reinvidica explicações da universidade a respeito da entrada da Polícia Militar no campus Pampulha, na quinta-feira, durante a exibição do filme "Grass Maconha" no Instituto de Geociências (IGC), e audiência pública com o reitor Ronaldo Tadêu Pena e a vice-reitora Heloísa Starling.

O diretor para Assuntos Estudantis da Universidade, Seme Gebara Neto, conversou com os estudantes, propondo a formação de uma comissão para se reunir com o reitor, a vice-reitora e a diretoria do IGC. Os manifestantes votaram em assembléia e decidiram por não aceitar a proposta. Em seguida, o grupo ocupou o saguão do prédio da reitoria.

A reitoria informou que aceita se reunir com os estudantes, mas, em contrapartida, quer o compromisso de que os manifestantes desocupem o prédio após a reunião. Essa proposta é votada, neste momento, pelos estudantes.

Em nota oficial, divulgada pela reitoria no dia 5 de abril, a reitora em exercicio, Heloísa Starling, lamentou a ocorrência dos fatos e afirmou repudiar qualquer ação de violência praticada e que não autorizou nem a presença nem a ação da Polícia Militar. A nota esclarece, ainda, que serão tomadas providências para apuração dos fatos e das responsabilidades. Na própria sexta-feira, foi nomeada uma comissão de sindicância para apurar os fatos relacionados à presença da Polícia Militar de Minas Gerais no Instituto de Geociências (IGC), no campus Pampulha.

(FP)

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  • Usuário Growroom

Muito foda mesmo os comentarios do youtube... o pior é ver as pessoas manipulando as opiniões... pessoas que nao sabem falar portugues e de 3 frases usadas uma delas é "maconheiro vagabundo"...

Aonde vamos parar ???

TODO MUNDO TEM QUE IR PRA MARCHA!!!

LÁ NÃO É YOUTUBE NEM ORKUT E ESSES PRECONCEITUOSOS NÃO TERÃO CORAGEM DE EXPRESSAR SUAS OPINIÕES COMO NOS TEREMOS!!!

Eu so me conformo com a ignorancia destas pessoas por causa de uma coisa...

Arnaldo Jabor ja dizia: "Um dia os caretas vão ver que eles estavam errados"

e EU vou fazer isso acontecer :D

PAZ

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  • Usuário Growroom

Não podemos desistir de passar esse vídeo para a comunidade universitária, esse direito não pode ser retido. Se o vídeo fosse uma apologia a tortura não apareceria um polícia lá pra impedir a exibição. Sugiro aos organizadores que não desistam de concretizar a exibição, poderíam tentar fazê-la numa calourada por exemplo.

Mudando de assunto, acho que a ufmg é um bom local para se reunir e debater sobre a passeata o que vcs acham? Já que muitos iríam assitir, lá poderíamos conseguir membros para a passeata.

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