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Paciente Terá Remédio Que Contém Maconha - Brasil!


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  • Usuário Growroom
QUANDO A

MACONHA CURA

Reportagem extraída da revista Superinteressante

(agosto de 1995, número 8, ano 9)

Está provado. Os efeitos medicinais da maconha beneficiam pacientes de câncer, Aids, glaucoma e esclerose múltipla. Mas os médicos do mundo inteiro se vêem num dilema crucial. Como receitar um remédio que é proibido?

Por Rosângela Petta

Desde logo, é importante deixar bem claro: o uso de drogas como maconha e outras substâncias alucinógenas ou psicotrópicas, sem orientação médica, é perigoso. O vício das drogas prejudica os jovens e constitui um problema social. A forma de resolvê-lo é uma discussão em aberto, mas não é o tema principal da reportagem que você vai ler a seguir. Aqui, você será informado sobre os efeitos medicinais da maconha, entenderá por que os médicos desenvolvem cada vez mais pesquisas nessa área, e por que, muitos deles, concluíram pela recomendação do uso terapêutico dessa droga. A comunidade científica começou a estudar a maconha a sério em 1964. Nesse ano, o pesquisador Raphael Mechoulan, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, extraiu da erva natural uma substância chamada delta-9-tetraidrocanabinol. Era o THC, o principal responsável pelos efeitos da Cannabis sativa (nome científico da planta de maconha). Como também aprendeu a sintetizar o THC, Mechoulan viabilizou, pela primeira vez, o estudo sistemático de suas ações no corpo humano. Há muito tempo se ouvia falar nas virtudes terapêuticas da erva. Na verdade, a sua história é quase tão antiga quanto a civilização: há seis mil anos, aparecem no mais antigo texto medicinal conhecido, o Pen Ts’oo Ching, chinês, sugestões de uso da planta. Ela era indicada para problemas como asma, cólicas menstruais e inflama-ções da pele. E assim foi até recentemente, afirma o bioquímico John Morgan, da Universidade da Cidade de Nova York. “Nos Estados Unidos, a asma, a dor e o estresse foram combatidos com chás e outros preparados de maconha (mas não cigarros) comercializados por grandes empresas, como Parke Davis, Eli Lilly e Squibb.” O negócio acabou em 1937, quando a erva foi proibida nos EUA por lei federal. Após a descoberta de Mechoulen, a indústria voltou a se empenhar e, logo no início dos anos 70, surgiram os primeiros remédios à base de THC sintético, cujo uso é autorizado, em casos especiais, na Europa e nos Estados Unidos. Dois deles são fabricados atualmente: o canadense Nabilone e o americano Marinol. Em forma de cápsulas, eles ocuparam um mercado em crescimento: o dos pacientes de câncer e de Aids. É verdade que o THC também é benéfico em outros casos. Mas foi a gravidade dessas duas doenças que justificou a atenção dada à maconha como recurso terapêutico. A canabis não cura o câncer ou a Aids. O que ela faz com eficiência é aliviar o sofrimento decorrente dessas doenças. A partir de 1975, os médicos perceberam que o THC ajudava a superar crises de náusea e vômitos provocadas pela quimioterapia, tratamento que busca controlar os tumores cancerígenos. O mal-estar que decorre da quimioterapia pode se tornar intolerável se não for controlado e há pacientes que não conseguem dar continuidade ao tratamento. Por isso, o uso da maconha pode ser decisivo. Daí que na mais abrangente pesquisa americana, feita pela Universidade Harvard em 1991, 70% dos cancerologistas perguntados responderam que recomendariam o uso da erva natural se esta fosse legalizada. Quase metade (40%) disse que o aconselhava, mesmo sendo ilegal. Nesse mesmo ano, a Organização Mundial de Saúde reconheceu a maconha natural como medicamento. No caso da Aids, o efeito mais importante é o de estimular o apetite. Pacientes de Aids perdem em média 4 quilos por mês e podem morrer de desnutrição. O desejo de comer vem com a ajuda do THC. Alguns recorrem às cápsulas e outros aos cigarros, que continuam proibidos na maioria dos países. E a ilegalidade da maconha natural — para fumar — é um problema, porque grande número de médicos acha que ela é bem mais eficiente que a sua irmã artificial. Claro, isso não significa que ela seja indispensável. Mesmo porque há outros medicamentos disponíveis. Um exemplo, no caso do câncer, é a substância odonsetron, muito receitada. Em comparação, o Marinol tem eficiência apenas moderada, diz o oncologista brasileiro Sérgio Simon. Outro problema é que nem todos toleram os efeitos não medicinais do THC. São comuns os acessos de riso, moleza no corpo ou boca seca (veja infográfico na página 59). Com tudo isso, quem resumiu bem a questão foi o professor de Farmacologia Roberto Frussa Filho, da Universidade Federal Paulista/Escola Paulista de Medicina. “A maconha funciona”, disse ele à SUPER. “O que precisamos é avaliar se e quando vale a pena usá-la. Acho que pode se tornar uma opção para quem não aceita o tratamento convencional”. No decorrer dos anos 90 o estudo científico da maconha avançou muito, apesar de vários contratempos importantes. O maior deles foi criado pelo governo norte-americano na tentativa de dar mais força à campanha antidroga. Em 1992, por exemplo, os EUA cortaram um importante programa federal de pesquisas sobre o valor terapêutico da planta, tirando recursos valiosos dos cientistas. Também suspenderam as autorizações especiais para que alguns pacientes usassem cigarros, complicando o desenvolvimento das terapias. As autorizações, até certo ponto, contornavam o problema da ilegalidade. Que são muitos, como lembra o brasileiro André Vilela Lomar, infectologista do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. Ele explica a situação em que estão os pacientes de Aids que aceitam bem o cigarro de maconha como estimulante de apetite: “Apesar disso, não recomendo. Justamente porque a maconha é ilícita, não se pode ter controle sobre a sua procedência, saber se está misturada a um mato ou se contém algum fungo”. No Brasil, a questão da legalidade atinge até o Marinol (comercializado nos Estados Unidos desde 1985), que utiliza o THC sintético. De acordo com o farmacologista Elisaldo Carlini, secretário nacional da Vigilância Sanitária, está sendo avaliada pelo Ministério da Saúde a possibilidade de liberar o uso do remédio. Carlini fez o anúncio há cerca de três meses. Mesmo com todos os obstáculos, esta década trouxe muitas novidades sobre a canabis. A mais sensacional foi a descoberta dos locais em que ela age, no cérebro. Isso é importante porque a planta contém cerca de sessenta substâncias, chamadas coletivamente de canabinóides. Elas são as responsáveis pelos efeitos da planta no corpo mas não se sabia exatamente como cada uma delas atua no organismo. Então, em 1991, descobriu-se que as células do cérebro têm uma substância, ainda sem nome, cuja função é reagir quimicamente com os canabinóides. Ou seja, é por meio dela que os canabinóides afetam o cérebro e, a partir daí, o resto do organismo. Substâncias desse tipo são denominadas “receptores” pelos cientistas. A receptora dos canabinóides foi identificada em 1991 por duas equipes de cientistas nos Estados Unidos, uma da Universidade de Saint Louis e outra do Instituto Nacional de Saúde. Desde então, uma busca cuidadosa revelou quais são as regiões do cérebro mais ricas em receptores. O mapa dos receptores já revelou pistas interessantes. Ele mostra que os compostos da planta atuam em regiões cerebrais relacionadas com a memória, com os sentidos, com a capacidade de aprender e com os movimentos do corpo, inclusive a sensação de equílibrio. E a maconha realmente afeta a memória, os sentidos, o aprendizado e o equilíbrio. Na prática, porém, ainda há muito o que conhecer. Os próprios efeitos da maconha ainda são incertos e podem ser contraditórios, como explica o farmacologista Isaltino Marcelo Conceição, do Instituto Butantã. “O THC é um depressor, mas quando a maconha é consumida em grupo costuma trazer euforia”. De acordo com o farmacologista Frussa Filho, é difícil comprovar os efeitos porque os estudos clínicos — nos quais se acompanha de perto o comportamento de um usuário — ainda são muito poucos. Também atrapalha o fato de a maconha ser usada, freqüentemente, em combinação com o álcool e com o tabaco. Por último, o entrave que parece ser o dilema decisivo atualmente: o da ilegalidade da droga. Como separar a maconha que pode curar daquela que está misturada às mazelas sociais do vício e do tráfico? Quando for possível dar uma resposta a essa questão, vai ficar mais fácil conhecer melhor as suas virtudes e os seus defeitos. A canabis está conquistando uma fatia dos negócios convencionais. Plantada em fazendas especiais, autorizadas pelo governo de alguns países, ela se transformou em uma fonte surpreendente de matérias-primas, com as quais se produzem desde cosméticos até papel, roupas e alimentos. Um bom exemplo desses produtos vai estar nos seus próprios pés em breve. Depois de um ano de testes, a Adidas está lançando, em todo o mundo, um novo modelo de tênis para passeio. Trata-se do Chronic, que, na gíria americana, significa fumante de maconha. Feito de cânhamo, a fibra que se encontra no caule e nos galhos mais robustos da planta de maconha, o Chronic tem um ínfimo teor de THC. “Estamos vendendo um conceito ecológico”, diz Marta Maddalena, gerente de produto da Adidas do Brasil, que vai importar o calçado. “Essa fibra não passa por processos químicos, não danifica o meio ambiente e tem uma cara rústica. É como arroz integral.” A idéia, sem dúvida, é boa. O mundo inteiro anda atrás de mate-riais alternativos. Em 1993, a Inglaterra colheu sua primeira safra de canabis inteiramente legal, plantada em 30 locais do país. As fazendas são subsidiadas pelo Fundo Agrí-cola da Comunidade Européia. Foram 7 500 toneladas de cânhamo, aproveitadas, entre outras coisas, na produção de papel. Resultado: desde os tradicionais saquinhos de chá e até formulários da justiça britânica são hoje produzidos a partir do arbusto. A França também pediu e obteve apoio da Comunidade Européia baseando-se em argumentos econômicos e ecológicos para fazer papel. Afinal, a canabis rende quatro vezes mais do que o eucalipto, com a vantagem de ter menos lignina, substância nociva ao meio am-biente. Itália e Espanha também estão processando fibras para fazer papel do mesmo jeito. Com muito mais motivo, os europeus passaram para os tecidos, cuja afinidade com o cânhamo vem de muitos séculos. No Egito dos faraós, ele era usado em cordas e velas de embarcações. No mundo moderno, ele está virando os hemp jeans (em inglês, hemp significa cânhamo). A fibra está sendo aproveitada ainda em pranchas de esquiar na neve, as snowboards. Na Suíça, a idéia foi transformar as folhas em xampus e cremes faciais. Tanto na Europa como nos Estados Unidos, se utilizam as sementes para obter prateleiras inteiras de supermercado: detergentes, fertilizantes, diversos óleos, molhos comestíveis e queijo vegetal.

http://www.geocities.com/siteambiental/maconha.htm

Publicada em 24/05/2008 às 19h20m

Maconha medicinal seria benéfica para pacientes de esclerose múltipla

RIO - O uso da maconha medicinal gera polêmica até na comunidade médica. No Brasil, o toxicólogo da Universidade de São Paulo (USP) Anthony Wong diz que ainda não se sabe a real eficácia do cannabis (nome científico da maconha) para a saúde do homem. Mas ele também afirma que em casos de esclerose múltipla, a maconha medicinal para ajudar mais o paciente. A maconha medicinal virou febre nos Estados Unidos e conquistou os moradores da Califórnia .

- Na comunidade médica não há consenso de que há um benefício para todas as doenças. Não tenho a certeza de que a maconha medicinal seja realmente uma solução. Existem remédios que têm efeito melhor que o do cannabis - explica ele.

Wong usa cautela para falar sobre legalização da maconha medicinal:

- Existem vários estudos confirmando que a maconha tem poder potencial de levar à dependência. O uso de maconha entre adolescentes eleva risco de suicídio. Os benefícios são pequenos perante os riscos.

Duas drogas sintéticas derivadas da maconha foram aprovadas

O FDA (órgão americano que regula drogas e alimentos) já aprovou duas drogas - Marinol e Cesamet - derivadas do THC (princípio ativo da maconha). Os medicamentos são usados em casos de náusea e vômito, causados pela quimioterapia, em pacientes que não respondem a tratamentos convencionais. A agência reguladora também indica o Marino e Cesamet para pacientes que sofrem de anorexia decorrente da Aids.

Segundo Wong, um cigarro de maconha clássico (fumado no Brasil) tem entre 1% a 3% de THC. Já o haxixe tem entre 6% a 8% do princípio e o skank, de 10% a 40%. O toxicólogo explica que estudos mostram que as duas drogas aprovadas pelo governo americano não demonstraram ter grande eficácia.

- Nos estudos, os pacientes que usavam o Marinol não melhoravam muito. A pílula dava alguns efeitos, como alucinação. O grupo que fumava maconha se sentiu melhor. Mas há um fator presente na maconha, fora o THC: as pessoas que fumam se sentem melhor pelo barato de fumar maconha. A minha impressão é que há vários princípios na erva que dão esse efeito - conta o brasileiro.

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  • Usuário Growroom

Olha, já ouvi esse papo a muito tempo.. mas o marinol não é muito bom não. Li em um livro que normalmente quando vão sintetizar o THC eles fazem Delta8 ao invez de Delta9 THC por ser mais facil. Sem falar que não é só o THC que age... ele era apenas a vedete dos estudos até os anos 90... agora é o CBD.... logo logo encontraram outros com mais poder medicinal e no final, depois de gastarem milhares em pesquisas vão chegar a conclusão que é melhor usar in natura. Algumas pesquisas já estao chegando a essa conclusão.

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  • Usuário Growroom
Olha, já ouvi esse papo a muito tempo.. mas o marinol não é muito bom não. Li em um livro que normalmente quando vão sintetizar o THC eles fazem Delta8 ao invez de Delta9 THC por ser mais facil. Sem falar que não é só o THC que age... ele era apenas a vedete dos estudos até os anos 90... agora é o CBD.... logo logo encontraram outros com mais poder medicinal e no final, depois de gastarem milhares em pesquisas vão chegar a conclusão que é melhor usar in natura. Algumas pesquisas já estao chegando a essa conclusão.

CERTO, NATURAL SEMPRE É MELHOR!

Ela tinha que ter direito a plantar e não gasta um caminhão de dinheiro pra compra um remédio...não que eu seja contra gastar dinheiro para comprar remédios, isso é a unica coisa que o estado faz de bom com o nosso dinheiro.... mas nessa situação, com a planta certamente ela teria melhores resultados, e como sabemos ela não ;) precisa fumar, pode utilizar a larga culinária cannábica pra ingerir :D

flowww

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