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Portugal Descriminaliza


green_mind

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  • Usuário Growroom

Eu achei esse texto muito interessante e quis criar esse post, pois mostra que países como Portugal que tem uma tradição conservadora como em muitos países latinos como o Brasil podem quebrar antigos tabus e modernizar para melhor a sua legislação. Esse texto mostra a política BURRA dos USA no combate do narcotráfico que infelizmente é copiada em outros países, ou melhor, esses países são obrigados a seguirem suas idiotices sobre pena de embargos econômicos e políticos!!!

Um abraço green_mind!!!

A Assembléia Nacional (Parlamento) de Portugal acaba de aprovar uma ousada legislação que descriminaliza o uso de drogas no país.

A política do avestruz

Drogas: um problema de repressão, cidadania ou

saúde pública?

A Assembléia Nacional (Parlamento) de Portugal acaba de aprovar uma ousada legislação que descriminaliza o uso de drogas no país. Buscando substituir a punição pelo tratamento, a lei prevê que os usuários flagrados com drogas não serão mais presos pela polícia, mas encaminhados para tratamento médico. Já os consumidores que não forem dependentes terão de pagar multas entre US$ 30 e US$ 140. O autor do projeto, o deputado socialista Vitalino Canas, afirma que a nova lei cumpre uma "função social, ao mesmo tempo que deixa claro que o uso de drogas faz mal e continua proibido". Apesar de ser ainda discutível em termos de direitos civis - em última instância, é o cidadão quem deveria decidir o que é ruim ou bom para si próprio -, a iniciativa representa um notável avanço, principalmente num país que há apenas uma geração estava mergulhado no obscurantismo salazarista. Com isso, Portugal une-se à Espanha e à Itália no rol dos países que descriminalizaram oficialmente o uso de drogas. Ironicamente, os três são países latinos com forte tradição católica - o que supostamente os faria mais conservadores. Mas o fato de eles terem legislação mais avançada sobre o consumo de drogas deveria fazer pensar aqueles que crêem que a modernidade é um apanágio da mentalidade capitalista e protestante de Tio Sam. Pelo menos em termos de comportamento, o Grande Irmão do Norte ainda está na Idade das Trevas.

Veja-se, por exemplo, o pacote de ajuda econômica à Colômbia de US$ 1,3 bilhão aprovado recentemente pelo Congresso dos EUA. Trata-se de assistência basicamente militar para o combate ao narcotráfico naquele país, responsável por cerca de 80% das drogas consumidas pelo rico "mercado" do Norte. A mentalidade de Washington sobre o problema beira à infantilidade: já que não conseguem convencer seus cidadãos a deixar de consumir drogas, as autoridades americanas acreditam que o negócio é eliminar o narcotráfico nos países "produtores". Quem mais sofre com essa política são os camponeses da Colômbia, da Bolívia e do Peru, que, empobrecidos, não têm outra alternativa a não ser cultivar a folha de coca, muito mais rentável do que qualquer outra cultura. Forma-se o círculo vicioso: os EUA armam Exércitos, que montam milícias paramilitares de extrema-direita, que passam a servir aos barões da droga. Os camponeses morrem no fogo cruzado ou são obrigados a abandonar suas terras. E os lucros do narcotráfico continuam tão promissores - afinal, a demanda sobe em progressão geométrica - que vale a pena correr todos os riscos. Nos últimos dez anos, por exemplo, Tio Sam entupiu a Colômbia de dólares, assessores e equipamento militar, mas a produção de drogas não parou de crescer, assim como a espiral de violência e da violação de direitos humanos. Os cartéis de Medellín e de Cali foram desmantelados apenas para dar lugar, como cogumelos depois da chuva, a uma miríade de microcartéis cada vez mais poderosos.

Poucos duvidam que o crescente consumo de drogas no mundo seja hoje um problema dramático. Basta lembrar daquele triste espetáculo representado por jovens drogados perambulando por parques de algumas cidades européias. Isso sem falar das nossas infames "cracolândias" - mas essa já é outra história. Por isso mesmo, querer separar as duas pontas da questão - a produção do consumo - tratando tudo como se fosse um item de "segurança nacional", como fazem os EUA, atacando os países produtores, só faz aumentar o poder da máfia globalizada. Parece que Tio Sam se esqueceu da catástrofe que foi o período da famigerada "Lei Seca" (1919-1933). Dizem que nunca se bebeu tanto nos EUA - e mal, já que muitas bebidas eram falsificadas - quanto naqueles tempos sombrios da proibição. Mas o pior é que aquela estúpida legislação puritana só conseguiu fazer com que um problema de saúde pública, o alcoolismo, virasse uma questão de polícia - ou de bandidagem, já que a criminalidade deixou de ser um empreendimento amador para se tornar empresarial. Nascia o crime organizado. Incapazes de aprender com a própria história, as autoridades americanas, feito avestruzes, reproduzem agora o erro em escala ampliada - ou globalizada.

A iniciativa de Portugal de descriminalizar o consumo de drogas representa um pequeno mas importante passo adiante na discussão do problema. Trata-se de saber se queremos tirar as drogas do âmbito da criminalidade para inscrevê-las na dupla ótica do direito dos cidadãos e da saúde pública. Como hoje são o cigarro e o álcool. Até setores conservadores como a revista britânica The Economist e o pensador ultraliberal Milton Friedman defendem, há anos, a legalização das drogas como um mal menor à hipocrisia representada pela atual situação, que não impede o crescimento do consumo, da criminalidade e da repressão inócua. É possível que, se um dia a descriminalização se generalizar, enfrentaremos sérios problemas com o aumento do número de dependentes. Mas talvez o custo econômico e social da prevenção e do tratamento seja muito menor do que manter a proibição ao consumo, tendo de militarizar a periferia do mundo desenvolvido para combater, sem sucesso, a única beneficiária da proibição: uma máfia cada vez mais poderosa, perigosa e globalizada.

Autor: Cláudio Camargo

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  • Usuário Growroom

Fala leesness, blz??

Primeiramente obrigado pelo rating 10, mas eu acho que tem muito mais coisas a serem exploradas abordando esse tema.

Eu escrevi esse post também com o intuito de ajudar na elaboração de um documento proposto no post Utopia.

Porra vc disse que está de malas prontas para ir para Lisboa!!Tesão!!!

Meus avós são portugueses e eu tenho família lá! Anos atrás, eu tive a opurtunidade de conhecer Portugal e curti pra caralho, pena que essa lei ainda não existia!!!

Um abração green_mind

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  • Usuário Growroom

Ae green_mind,

já tinham me falado na lei de Portugual, mas a espanha e itália foi novidade pra mim! [n]qual a fonte do artigo? [/n] posta um link ae pra gente... e quem é Claudio Camargo (o autor), jornalista?

vc sabe quando que essa lei entrou em vigor em portugual?

ratings pra ti,

radio

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  • Usuário Growroom

Fala radioHempster, blz????

Então o que eu sei é que esse Cláudio Camargo é editor de Internacional e este artigo foi publicado pela Revista Isto é (20/07/00).

Este é o link da onde eu peguei esse artigo:

www.netflash.com.br/apnf/DROGAS.htm

Link da Isto é : www.terra.com.br/istoe/artigos/ar070700.htm

Um abraço green_mind!!!

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  • 1 year later...

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