Ir para conteúdo

Artigo Pubicado No O Globo 26/02


crf

Recommended Posts

  • Usuário Growroom

Data: 26/02/2009

Veículo: O GLOBO

Editoria: OPINIÃO

Jornalista(s): PAULO VANNUCHI

"Muito bem-vinda a intervenção dos ex-presidentes Fernando Henrique, Gaviria e Zedillo, na reunião da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, propondo mudanças na abordagem que prevalece hoje, no Brasil e no mundo, a respeito dessa questão. O tema tem evidente interface com a defesa dos Direitos Humanos, exigindo políticas públicas sensíveis aos dramas individuais e familiares que envolvem milhões de brasileiros.

O enfoque repressivo, típico das ditaduras e de fundamentalistas como Bush, já pode ser catalogado como retumbante fracasso. Cabe levar à reunião da ONU, em Viena, no próximo mês, propostas que corrijam tal distorção.

A grande prioridade deve estar localizada no reforço aos programas específicos nas áreas da saúde pública, enquanto cabe à polícia um combate duro às quadrilhas do narcotráfico, sabidamente associadas ao tráfico de armas, a redes de corrupção e a crimes hediondos como o trucidamento do jornalista Tim Lopes.

Trata-se de uma iniciativa convergente com algumas discussões em curso no governo federal, envolvendo as pastas da Justiça, da Saúde, da Educação, dos Direitos Humanos e, agora, do novo titular do Meio Ambiente.

Esse diálogo visa a formular uma proposta a ser levada ao presidente Lula com os seguintes eixos:

1) nenhuma política sobre drogas surtirá bons efeitos enquanto o tema estiver bloqueado por tabus e preconceitos que ignoram o conhecimento científico e menosprezam o respeito às liberdades individuais que as democracias dignas desse nome devem assegurar;

2) completar os pequenos avanços democratizantes contidos na lei 11.343, de agosto de 2006, cuja tramitação, sem debate público e algo envergonhada, trouxe marcas que são próprias do nosso processo parlamentar; as contradições entre seus artigos revelam que o diploma foi sancionado sem que o país tivesse construído um razoável consenso a respeito;

3) abordagem das drogas como assunto de saúde pública - em especial no âmbito da Saúde Mental -, valorizando a estratégia denominada Redução de Danos, que já trouxe êxitos no enfrentamento brasileiro da Aids, reconhecido como sucesso mundial;

4) rediscussão sobre ser - ou não - o Gabinete de Segurança Institucional, herdeiro do Gabinete Militar do período autoritário, a instância adequada para coordenar essa área no governo federal.

A Redução de Danos, já presente em várias políticas públicas brasileiras (a gestão Davi Capistrano, em Santos, por exemplo), conta com uma rede que se reúne a cada ano em um país, com a participação ativa de parlamentares como Paulo Teixeira (PT-SP) e de especialistas como o respeitado núcleo de professores da Escola Paulista de Medicina (Universidade Federal de São Paulo). Ela se volta, com ênfase, aos cidadãos que "não podem, não querem ou não conseguem" parar de usar drogas e condena separações como as impostas pela atual legislação em que drogas de efeitos comparáveis - álcool, maconha e os ingredientes do Daime, por exemplo - são apartadas em legais e ilegais de forma arbitrária.

Vem em boa hora, portanto, o debate da ONU em Viena para redefinir uma estratégia mundial, em sintonia com as esperanças advindas da vitória de Barack Obama e sepultamento da era Bush. Os ex-presidentes acertaram também ao ministrar vacinas contra a desqualificação do debate e as baixarias que costumam bloqueálo, enfatizando que não estão propondo legalização, embora um debate democrático, assentado nas evidências da pesquisa científica, não deva descartar preliminarmente nenhuma alternativa."

PAULO VANNUCHI é ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Sem querer ser pessimista.

Mas parece que em momento algum é mencionada a palavra redução de danos no documento q esta sendo redigido para se apresentar na UNGASS em Viena em Março

Eu queria muito que as coisas começassem a mudar ali, mas pelo que parece na prática ainda está um pouco longe.

O legal é que aos poucos a cabeça das pessoas está mudando, o tema está sendo debatido mais abertamente, o que é um avanço.

Aqui no Brasil ha 7 anos atrás era um enorme tabu falar de maconha. Hoje em dia vejo as coisas mais abertas.

Não podemos parar! Tem que continuar esse arduo trabalho!

Bora! Bola pra frente!!

Marcha 2009!! Vamos as ruas

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom
Sem querer ser pessimista.

Mas parece que em momento algum é mencionada a palavra redução de danos no documento q esta sendo redigido para se apresentar na UNGASS em Viena em Março

Eu queria muito que as coisas começassem a mudar ali, mas pelo que parece na prática ainda está um pouco longe.

O legal é que aos poucos a cabeça das pessoas está mudando, o tema está sendo debatido mais abertamente, o que é um avanço.

Aqui no Brasil ha 7 anos atrás era um enorme tabu falar de maconha. Hoje em dia vejo as coisas mais abertas.

Não podemos parar! Tem que continuar esse arduo trabalho!

Bora! Bola pra frente!!

Marcha 2009!! Vamos as ruas

Então Bas, tava com esse mesmo sentimento que a proposta do EUA não tenha tempo de ser mudada, já que a proposta norte-americana que vai pro congresso de Viena foi escrita pelo governo Bush, ou seja, repressão e mais repressão.

Mas esses dias lendo umas notícias no board de ativismo da Argentina lá no cannabiscafe encontrei um artigo que dizia que o Obama anunciou como o novo czar das drogas um cara chamado Gil Kerlikowske, é um cara que é bem liberal e em várias artigos chegou a citar a fracassada política de drogas de repressão.

Na mesma notícia o autor diz que o Obama já tirou todas as polícias federais que "tomam" conta de estados como California onde existem um desentendimento entre governo federal e estadual, ou seja, menos repressão.

Isso me deu alguma chance de de repente em Viena termos uma surpresa(positiva claro).

Aqui segue o link da noticia é excelente e dá pra termos uma noção do que tá sendo feito nos eua..

http://www.eltiempo.com/mundo/euycanada/ho...ticos_4830741-1

Tá em espanhol, se postarem aqui a noticia terei todo o prazer de ajudar na tradução.

Um abraço, 2009 tem que ser do lado verde

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Chefe da polícia de Seattle pode ser nomeado czar das drogas

SEATTLE – A lei do Estado de Washington proíbe a posse de maconha, exceto por certos propósitos médicos. A Hempfest de Seattle não é um deles. Ainda assim, todo ano quando o encontro atrai centenas de pessoas para a praia de Seattle, em nome da descriminalização da maconha, os participantes ficam bem alegres, na visão dos policiais. E eles raramente são presos.

"Os policiais que ficam patrulhando são corteses e respeitosos", disse Alison Holcomb, diretora de política de drogas da União da Liberdade de Civis Americanos de Washington.

Uma razão pela abordagem dos oficiais, disse Holcomb e outros que seguem a lei de coerção de Seattle, foi a liderança de R. Gil Kerlikowske, chefe do Departamento de Polícia de Seattle e, de acordo com oficiais da administração de Obama, a escolha do presidente em torná-lo chefe do Gabinete Nacional da Política de Controle das Drogas, conhecido como czar das drogas.

Indicação de Obama

A seleção antecipada de Kerlikowske deu esperança aqueles que querem mudanças na política nacional das drogas, de uma ênfase em prisões e perseguições para métodos como aqueles empregados em Seattle: intervenção, tratamento e redução dos problemas que o uso de drogas pode causar, tática conhecida como redução dos malefícios. O escolhido não é considerado alguém que liderou rigorosamente esses esforços, mas também não os atrapalhou.

"O que me deixa otimista", disse Ethan Nadelmann, diretor-executivo da Aliança de Política das Drogas, "não é ele próprio, mas o fato de que ele foi chefe de polícia de Seattle. E a cidade, King County e o Estado de Washington está realmente a favor da redução de maléficos e outras reformas na política de drogas".

A Casa Branca ainda deve anunciar a nomeação de Kerlikowske, e um porta-voz da polícia de Seattle disse que o chefe não iria discutir a questão. Sua indicação precisa ter a aprovação do Senado.

Histórico

Kerlikowske, 59, se tornou chefe da polícia de Seattle em 2000, após servir como representante do diretor da comunidade política do Departamento de Justiça na administração de Clinton. Enquanto estava no cargo trabalhou com Eric H. Holder Jr. então procurador-geral e agora chefe do departamento.

Antes de ir para o Departamento de Justiça, Kerlikowske era chefe de polícia de Buffalo, em Nova York, e em Fort Myers e Port St. Lucie, na Flórida. Sob o comando de John P. Walters, o czar das drogas durante a maior parte da administração do presidente George W. Bush, o gabinete se concentrava em leis duras de coerção contra as drogas, incluindo a ênfase no uso de maconha e outras drogas entre os jovens. A agência indicou reduções no uso de certos tipos de drogas, mas foi criticada por alguns oficiais locais de leis de coerção que disseram que a prioridade não refletia nas preocupações locais, desde o aumento do uso da metanfetamina à luta contra o contrabando de drogas na fronteira com o México.

"A diferença é que eu poderei ligar para Washington e pedir para chamarem Gil e ele atenderá ao telefone", disse William Lansdowne, chefe de política em São Diego e membro do quadro da Associação de Chefes de Cidades Grandes. Kerlikowske é o presidente da associação. "Ele ouve. É muito aberto a novas ideias. Ele construirá a cooperação. Ele dará importância tanto à prevenção quanto a coerção". Mas Kerlikowske também tem críticas.

Críticas

Norm Stamper, a quem Kerlikowske sucedeu em Seattle, disse que ele era um "crítico vazio" na política antidrogas. Stamper, que deixou o escritório não muito tempo após o tumulto que estourou em um encontro da Organização Mundial do Comércio em Seattle, em 1999, sustenta a legalização da maconha e discursou no Hempfest após deixar o cargo de chefe.

Ele disse que Kerlikowske não foi um apoiador sincero de algumas políticas antidrogas da cidade focadas em tratamento, como um programa de troca de agulhas ou uma iniciativa de votação em 2003, aprovada pela maioria, que dizia que reforçar a lei contra a posse de maconha por adultos devia ser a prioridade menos importante do departamento.

A questão é, se ele estivesse em uma comunidade muito mais conservadora, será que ele arriscaria defender isso?"disse Stamper.

Outros disseram que o papel de Kerlikowske como chefe de polícia o colocou em uma posição política delicada porque ele não gostaria de ser acusado de ser flexível com o crime. Eles apontaram que ele não se opôs ativamente à iniciativa de 2003 e que ele instruiu sua equipe a cumpri-la quando ela foi aprovada. Eles disseram que os oficiais da polícia nos últimos anos mantiveram distância dos locais de troca de agulhas.

As prisões por causa de drogas na cidade são poucas e, no geral, o crime é o mais baixo em 40 anos, embora a preocupação com a violência de gangues tenha aumentado recentemente.

Por WILLIAM YARDLEY

http://ultimosegundo.ig.com.br/new_york_ti...as+4093992.html

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Li agora no Blog do Ed Rosenthal

Great Words From Steve Kubby

"Obama's administration is not going to give us what we want, but now is the time to push because their will be less resistance. It is our job to push, not theirs to give to us"

-Steve Kubby

Traduzindo:

A Administração Obama não nos dará aquilo que queremos, mas agora é a hora de empurrarmos porque terá menos resistência. É a nossa hora de empurrar e não deles nos darem.

BORA!

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom
Li agora no Blog do Ed Rosenthal

Great Words From Steve Kubby

"Obama's administration is not going to give us what we want, but now is the time to push because their will be less resistance. It is our job to push, not theirs to give to us"

-Steve Kubby

Traduzindo:

A Administração Obama não nos dará aquilo que queremos, mas agora é a hora de empurrarmos porque terá menos resistência. É a nossa hora de empurrar e não deles nos darem.

BORA!

só um toque na humildade...

A Administração Obama não nos dará aquilo que queremos, mas agora é a hora de forçarmos porque terá menos resistência. É a nosso dever forçar, e não o deles nos darem.

só uma questão de semantica... abç

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom
Li agora no Blog do Ed Rosenthal

Great Words From Steve Kubby

"Obama's administration is not going to give us what we want, but now is the time to push because their will be less resistance. It is our job to push, not theirs to give to us"

-Steve Kubby

Obama já disse no dia de sua posse:

"Greatness is never a given - it must be earned"

Algo como "a grandeza nao é algo dado - é necessário merecer-la". Eh uma traducao meio adaptada, a frase eh boa mesmo em ingles.... mas acho que isso resume bem a politica Obama e também casa com a frase do Steve Kubby

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Vem em boa hora, portanto, o debate da ONU em Viena para redefinir uma estratégia mundial, em sintonia com as esperanças advindas da vitória de Barack Obama e sepultamento da era Bush

É aguardado anciosamente este momento.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom
Sem querer ser pessimista.

Mas parece que em momento algum é mencionada a palavra redução de danos no documento q esta sendo redigido para se apresentar na UNGASS em Viena em Março

Eu queria muito que as coisas começassem a mudar ali, mas pelo que parece na prática ainda está um pouco longe.

O legal é que aos poucos a cabeça das pessoas está mudando, o tema está sendo debatido mais abertamente, o que é um avanço.

Aqui no Brasil ha 7 anos atrás era um enorme tabu falar de maconha. Hoje em dia vejo as coisas mais abertas.

Não podemos parar! Tem que continuar esse arduo trabalho!

Bora! Bola pra frente!!

Marcha 2009!! Vamos as ruas

acho que a gente pode chegar a um caminho do meio entre o otimismo e a opiniao do Bas.... realmente, nao vai mudar tanta coisa depois de Viena... tudo tem chance de dar certo, mas o lobby eh fortissimo e tem armas poderosas, entao sempre ha a espectativa... racionalidade (democracia) versus lobby... entao ha uma chance do conselho simplesmente falar nao e pronto... se fizerem isso (recusarem a proposta) e derem uma descupa vazia, podemos saber que foi lobby.

Se nao, soh comemorar :cool

Se der certo, desde a data da reuniao ate a gente ver algo na pratica, ainda vai demorar um bom tempo... mas eh isso ai, nao podemos eh andar pra tras ou pros lados..

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.

Visitante
Responder

×   Pasted as rich text.   Paste as plain text instead

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

Processando...
×
×
  • Criar Novo...