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Quase Apanhei Hoje Na Rua


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  • Usuário Growroom

Pessoal... sou usuário antigo aqui do GR, mas ando afastado ultimamente. Os usuários que estão por aqui há mais tempo devem se lembrar de mim. O texto a seguir é o relato de um fato que aconteceu comigo hoje, dia 15 de maio de 2009. Como ele foi escrito pra ser postado originalmente em outro lugar, expliquei demasiadamente algumas coisas que acredito que não precisaria explicar pra vocês, pois devem ser de conhecimento geral. De todo modo, tá aí para reflexão.

(poderia postar em outros boards e, se acharem que há outro mais adequado, movam o tópico por favor... mas, como envolve essa guerra causada pela proibição, achei que cabia colocá-lo aqui)

Hoje aconteceu uma coisa bem estranha comigo.

Estava voltando de um curso que eu faço à noite, quando saí da estação Central do metrô, por volta das 23h. Ia em direção ao ponto de ônibus ali perto, como faço quase todos os dias, já há 2 meses. O lugar é bem trash, principalmente à noite, mas como há muito movimento ainda nesse horário, de gente voltando pra casa, nunca havia tido problemas, apesar de cruzar com prostitutas, moradores de rua e viciados em geral.

Usava um casaco da Adidas e ouvia o bom e velho Jimi Hendrix no mp3. Logo que saí da estação do metrô, observei que um homem que vinha na direção contrária estava me encarando muito, com uma expressão de raiva no rosto. Não liguei. Continuei andando na mesma direção. Só quando chegou bem perto de mim ele desviou, a ponto de quase me dar uma ombrada. Não tinha cara de bandido. Negro, cerca de 1,85m de altura, calça jeans, camiseta de malha, mochila nas costas. Parecia alguém voltando do trabalho, talvez stressado após um dia difícil. Não liguei.

Uns 30m à frente, passei por um camelô que vendia guarda-chuvas. Logo que passei por ele, escutei gritos "ow! ow! ow!", como que chamando alguém, mas com um tom de irritação. Como o lugar é meio brabo e já tinha tido essa situação estranha antes com o tal cara, continuei andando sem olhar pra trás. E os gritos continuaram. É aquela situação em que você até pensa que pode ser alguém avisando que você deixou cair algo, mas fica meio com receio de olhar e dar corda pra algum maluco.

Um homem que estava andando na minha frente olhou pra trás, achando que era com ele, e logo em seguida fez um gesto pra mim, avisando que era comigo. O fato de estar ouvindo música já não era desculpa pra não ter ouvido o chamado. Parei, tirei o fone do ouvido e olhei pra trás. Era o tal camelô dos guarda-chuvas, que começou a gritar muito puto: "Tu tá maluco, rapá? Tá vindo de onde, hein? Tá vindo de onde? Vai te fuder, rapá. Tu é moleque! Tu é moleque!". Achei mais conveniente fingir que não era comigo e continuar andando.

Fiquei pensando sobre o ocorrido e a frase "Tá vindo de onde?" logo me fez perceber. Pra quem não sabe, as facções de tráfico aqui do Rio têm lá seus "símbolos", sendo que a marca Adidas (marca do casaco que eu estava usando) é atrelada ao A.D.A. (Amigos dos Amigos, facção rival ao Comando Vermelho), por ter essas letras no nome e também pelas três listras, que fariam alusão ao extinto Terceiro Comando, que era aliado do A.D.A.

Atrás da Central do Brasil, há uma favela chamada Morro da Providência. Acho que a primeira favela a existir no Rio. E ela é controlada pelo Comando Vermelho. Ou seja... pra quem compartilha do pensamento deles, eu era um cara fazendo alusão ao A.D.A. em pleno território do CV. Achando que podia ser paranóia minha, comentei o fato com uma velhinha que vende balas, biscoitos e bebidas no ponto onde eu pego meu ônibus. Sempre compro uma cerva com ela, então ela meio que já me conhece. "Ô, tia. A senhora mora por aqui?", "Oi, meu amor. Moro sim.", "Quem é que manda na Providência? É o CV, né?", "É sim", "Ah... então é isso. Um cara ali atrás ficou gritando comigo, acho que foi por causa do casaco.", "É que esse seu casaco é da A.D.A.. Tem um grupinho por aqui que volta e meia bate em alguém por causa disso."

Fica aí a questão para refletirmos. Eu não sou bandido, não moro em favela e estava em pleno centro do Rio. Será que agora vou ter que me preocupar com que roupa eu uso em cada lugar, sempre pensando que Adidas remete à A.D.A., Cyclone ao Comando Vermelho e TCK ao Terceiro Comando? Até onde estamos isentos de culpa nessa guerra? Será mesmo que é possível não tomar partido, assistindo tudo de fora? Será que a culpa é das drogas, enquanto substâncias, ou da negligência do Estado, que, sob uma bandeira ilusória de erradicação, acabou condenando-as ao submundo? Será que o Estado, sabendo que nunca será possível erradicar as drogas, não deveria ser o primeiro a querer controlá-las, ao invés de deixar esse poderoso controle nas mãos de criminosos? Será que as drogas, ou o proibicionismo, são a causa primordial do problema? Será que o tráfico não é só um ganha-pão oficial dessas pessoas que foram empurradas pro crime, assim como também poderia ser o assalto, o sequestro, ou qualquer outra coisa?

Desculpem-me pelo texto tão longo. Pra quem tiver paciência de ler, fica aqui o convite a uma reflexão.

É isso, galera. A guerra está em todos os cantos. Não há grade ou câmera de vigilância que te mantenham seguro. Acho que argumentar que essa guerra não é sua e que você não tá escolhendo um lado por usar a roupa X ou Y ou por morar aqui ou ali, não cola mais. Se você não escolhe um lado, eles escolhem por você.

Eu saí ileso e com uma história pra contar. Mas o final poderia ter sido outro. Vocês poderiam ficar sabendo disso pela mídia, e não por mim (ok... talvez eu esteja sendo muito melodramático). Uma pessoa desavisada poderia ter ficado puta com o camelô e partido pra briga. Olha a merda que poderia ter acontecido.

Bom... acho que já deu.

Abç!

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  • Usuário Growroom

Caraca, Mohammed... Sinistro mesmo!

Acho que assim como eu, você e centenas de outros growers, escolhemos levar esse estilo de vida justamente por estar farto da violência gerada pelo tráfico. Poxa, ter princípios, tomar uma atitude certa e ainda assim passar por isso, é barra!

Eu sinceramente tenho ficado cada vez mais discrente com tudo, cara. Desanimado mesmo... :(

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Mohammed, já tive (infelizmente!!!) experiências variadas e sempre desagradáveis com esse lance de guerra de facções (afinal brother, quem mora 021 tem que andar ligado nisso!)...os caras vivem isso, respiram isso todo dia! mesmo quem não tem relação direta na boca (e é só morador) vai somatizando o processo e entra na guerra! sé é um tempo de neurose mais estridente e se surgisse oportunidade neguim te puxa pra lá e taca fogo direto! esses códigos de conduta aqui no Rio estão muito enraizados. Lembra há uns dois anos ali pela baixa do sapateiro? se entrasse com QUALQUER PEÇA DE ROUPA VERMELHA na favela dava merda! cidade hardcore.... :martela: ainda bem que eu sai da capital e tô na paz de uma praiana há 20 passos da areia branquinha no interior curtindo vááááários OUTs e sem dar grana pra bandido! e vc brother... clap QUE BEM QUE VC VOLTOU!! acho difícil alguém não lembrar de vc por aqui valew?? abração irmão!

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  • Usuário Growroom

po, mohamed com sua 250 ou 150 wats fez historia...

brother, foda seu relato hein ? rio é complicado, mas esse lace de facção é muito punk, ainda mais quando vc tem q ficar noida com uma coisa q não tem nada haver.

ps. jimi hendrix na vitrola, foi ele q afastou a zica de vc hehehe

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  • Usuário Growroom

Pow, Mohamed já vi seus cultivos por aqui no grow.

Que zica cara essas coisas de facção agente não tem nada com isso e mesmo assim por causa de uma roupa os caras acham que você faz parte de uma faccão e vão logo querendo te agredir isso não existe o governo tem que tomar uma providencia eu acho isso uma negligência do estado como você disse, cabe a ele cuidar da nossa segurança como resolver problemas como esse.

Abraços fica na paz =]

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  • Usuário Growroom

Valeu, galera. Agradeço o apoio de todos.

O camelô devia ter por volta de 35 anos, era magrelo, acho que desdentado até. Muita cara de crackeiro. Dava tranquilamente pra ter batido nele, em outra situação. Mas EM MOMENTO ALGUM cogitei esboçar qualquer tipo de reação. Seria a pior coisa que eu poderia fazer. Infelizmente, muitas vezes na vida a gente tem que abaixar a cabeça e sair fora. Engolir um sapo, aturar um desaforo, mas sair em paz, vivo e ileso. Sei que muitos aqui já devem ter passado por situações tão humilhantes quanto, ou até mais, nas mãos de policiais.

Acho que não tem jeito mesmo, né? Fazer o q... Nessas horas eu só fico ainda mais convicto de que o auto-cultivo é "A Ideologia" a ser seguida e que não dá pra gente ignorar o problema, fingindo que não o vê, só pq não moramos numa área dominada por um desses grupos.

Infelizmente, também, um político não passa por uma situação dessas. Nenhum filho de deputado estaria ali àquela hora, pra passar pela mesma merda que eu passei. Seria bom pra eles verem um pouco de realidade.

Só fico triste pelo fato de que os dois - tanto o da ombrada quanto o camelô - deviam ser trabalhadores, mas resolveram entrar nessa nóia dos criminosos. Isso sim é lamentável. Mais lamentável ainda é playboyzinho que mora em condomínio fechado, estuda em colégio de 1500 reais e fica fazendo apologia a essas facções.

Caí na asneira de contar o ocorrido pra minha família, quando cheguei em casa. Tava meio puto ainda, precisando desabafar. Foi uma tremenda idiotice. Agora todos vão ficar preocupados nessas noites que eu tenho curso. Que merda. São tempos de medo e paranóia... e com razão.

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ser pai e mae nos dias de hj eh pior coisa...

o mundo ta uma disgraça...em comparaçao com tempos antigos a violencia aumento 100000% ta incrivel...

pai e mae sofre pra caralho, fica doente de preocupação...

eu acredito q esses cara q fica caçando na rua eh tudo viciado...i faiz isso pra ganha "moral" ow drogas...

lamentavel a situaçao da sociedade "moderna"

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  • Usuário Growroom

Blz Mohamed?!

Bom te ver por aqui!!

Que bad essa istória, hein?!

Quem mora no Rio tem que conviver com essa guerra civil, querendo ou não.

Estamos refém do poder paralelo.

ouvi dizer q nos lugares do terceiro comando num pode usar roupa vermelha. :o

achei essa reportagem na Época falando do assunto

http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993...-1664-1,00.html

Não sei se vai ajudar muito, mas qdo for no curso ir mais simples possivel, pq 11 da noite tem até um movimento, mas na Central do Brasil é meio sinistro o dia inteiro.

Tudo de bom menino!!

Paz

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  • Usuário Growroom

Falae, didi. Tudo bem contigo?

Eh... apesar de estar num lugar muito trash e dessa hostilidade gratuita, realmente não tive medo ali na hora de apanhar mesmo. No fundo sabia que isso não iria acontecer. O cara parecia estar mesmo querendo botar uma banca, tirar onda com a minha cara.

O que me irritou mais foi a humilhação de ter que sair fora sem falar nada.

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  • Usuário Growroom
Será que o Estado, sabendo que nunca será possível erradicar as drogas, não deveria ser o primeiro a querer controlá-las, ao invés de deixar esse poderoso controle nas mãos de criminosos? Será que as drogas, ou o proibicionismo, são a causa primordial do problema? Será que o tráfico não é só um ganha-pão oficial dessas pessoas que foram empurradas pro crime, assim como também poderia ser o assalto, o sequestro, ou qualquer outra coisa?

Tem um cientista político chamado Thiago Rodrigues que escreveu uma tese sobre o tráfico, Tráfico e Drogas nas Américas. Livro bom, e recente (editora Educ da Fapesp). Lá ele pega alguns estudos prévios e adota a leitura da estrutura da seguinte forma. O tráfico se divide em dois setores, o oligopólico e o competivivo. O setor competitivo é o que se expõe, e o menos lucrativo: é a etapa da produção através de trabalhadores/as rurais, e a etapa da venda final ao consumidor, o varejão nas periferias urbanas. O setor oligopólico é o que menos se expõe e o mais lucrativo: é tudo aquilo que não aparece, os pequenos grupos de atacadistas de grande porte, pessoas que contratam pessoas - que se forem pegas, não vão saber de nada mesmo e tão lá pra cumprir a pena... O setor competitivo envolve toda a regulação através da violência e do confronto direto. CV passou do assalto a bancos pro tráfico de drogas logo da entrada da cocaína. É assim que as coisas dão dinheiro pro setor oligopólico, explorando a mão de obra barata.

É importante sacar como muitas pessoas "sérias" dizem que, se legalizássemos as drogas, aí uma grande criminalidade invadiria o asfalto. Então não é mais só o setor oligopólico que mantém a Guerra se sustentando, mas também, os gestores e políticos sacanas que vêem no tráfico um meio de segurar a pobreza onde ela está, criminalizada e violenta. Até quando isso vai continuar, não dá pra perceber. A droga ilícita cumpre um papel essencial na manutenção da violência urbana. Diante disso tudo, quem usa é mais um na correnteza, como diz o Nei Lisboa: não ando do lado da lei, que a lei não foi idéia minha...

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  • Usuário Growroom
Falae, didi. Tudo bem contigo?

Eh... apesar de estar num lugar muito trash e dessa hostilidade gratuita, realmente não tive medo ali na hora de apanhar mesmo. No fundo sabia que isso não iria acontecer. O cara parecia estar mesmo querendo botar uma banca, tirar onda com a minha cara.

O que me irritou mais foi a humilhação de ter que sair fora sem falar nada.

O que no fim das contas é o mais certo.

Na hora a gente fica com raiva, mas esses carinhas não tem muito a perder. Não vale a pena o risco, por mais esquelético ou noinha de dar dó.

Eu nem fico mais falando muito da ligação entre a proibição e a violência porque é evidente demais. O foda ai é que o maninho tava na maldade pura (pelo menos pareceu), queria mesmo era mostrar como é mal.

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Guest kringor

Mohamed se liga na parada que o bagulho é doido....

é infelizmente isso acontece sim, so vi teu post hoje, mas aconteceu parecido comigo, estava com uma camisa vermelha escrito apenas COMMANDOS , ai ja viu ne .... e eu estava ali mesmo na zona sul, ponto dominado pela ADA...

vieram 2 caras, jovens, deviam ter por volta de 18 anos ou ate menos, mas aparentavam ter mais, e começaram a me encarar, primeiro me empurraram e falaram:

TA MALUCO ??? QUER MORRER ??? TU SABE BRIGAR ??? TU É ALEMAO NÉ ?

e ai os 2 fizeram guarda pronto pra me bater, eu como sempre fiz lutas sei me defender bem, consegui manter 1 deles longe e agarrei o outro, ameacei de quebrar os 2 braços dele, e expliquei toda situação pra eles, que não fazia parte de nenhuma facção e tal, eles estavam muito cherados e concerteza so queriam me assaltar, soltei eles e eles sairam correndo...

eles me confundiram com VAPOR do comando vermelho...

eu inocentemente nunca achei que por causa de cor de camisa ou de marca rolava essas coisas, depois que fui saber que tem facção que so usa exclusivamente 1 marca... acho isso alem de muita coisa antes,é consequencia da valorização material de marcas estrangeiras, que so vendem o nome mesmo e fazem a cabeça desse povo sem miolos...

eu que tenho mto contato com comunidades, vejo muita gente que não tem porra nenhuma no bolso, mas o pouco que tem gasta pra tentar se equiparar ao glamour da sociedade, ai voce ve aquelas arvores de natais cheias de marcas ambulantes andando por ai..

hahaha nossa sociedade é mto engraçada, e o jeito que ela se orga... ops desorganiza aqui no rio é muito engraçado !

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  • Usuário Growroom

Eu acho que o Kringor é o Chuck Norris.

:D

Eu conheço bem esses lances de facção, Estudei a vida toda em um colégio estrategicamente na subida do Morro, as pessoas que moram no local, principalmente os mais jovens incorporam as facções, antigamente a comunidade toda incorporava isso, rolava mais aquela coisa do traficante que ajuda no remédio, ou em outras situações, meio assistencialista...

Acho que se fosse um morador, que simplesmente convive com a realidade, talvez tivesse falado contigo pra te alertar, provavelmente esses caras são aqueles ratos de Boca de fumo, não é bandido, mas gosta de ficar perto e se dizer perigoso e de tal facção...

É cruel, mas em certas situações o risco não é só de apanhar...

Imagina você com uma camisa da Adidas, Vermelha, com um número 3? Fudeu...

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Guest kringor

é, eles me amam, e nem me conhecem rsrsrs :D

quem quiser eu mando uma camisa autografada, DA ADIDAS.

mas é isso mesmo que o grower falou, alguns moradores incorporam as facçoes, acham legal sentir algum ou qualquer tipo de poder. ridiculo ne

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  • Usuário Growroom

eita porra... o kringor ia dar um arm lock aereo duplo é ??? huoahaouhauoha :X

Poisé Mohammed...

Aqui no interior do meu estado as facções criminosas atuam de forma parecida...

As pessoas são identificadas pela cor da camisa em relação ao grupo político, coligação do pmdb X coligação do psdb... VERMELHO X AMARELO

E as coisas não se resumem nas repartições públicas... isso vai parar no MEIO DA RUA e influencia diretamente na a economia/moda local... todos buscam agradar ao partido da situação.

Levei 4 camisas pra passar 3 dias, 2 dessas eram vermelhas... resultado... tive que pegar uma camisa emprestada emprestada pra poder trabalhar...

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