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Ethan Nadelmann Fala De Suas Expectativas Para A Visita Ao Brasil.


Bas

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O diretor executivo da Drug Policy Alliance, Ethan Nadelmann está no Brasil até o dia 9 de agosto e participará de uma série de eventos promovidos por diversas organizações e veículos da mídia brasileira.

Desde 2000 à frente da Drug Policy Alliance, o doutor em direito pela Harvard e professor de política da Princeton se tornou o mais proeminente defensor de reformas nas políticas de drogas no mundo. Descrito como "the point man", pela revista Rolling Stone, por seu papel de liderança, Ethan Nadelmann é hoje referência quando se fala em legalização e fim da guerra às drogas.

Meu último encontro com Ethan foi em abril, na conferência da IHRA na Tailândia, conversamos sobre sua ida, já confirmada, ao Brasil para o congresso da ABRAMD e do interesse da Psicotropicus em promover outros eventos com ele na mesma ocasião.

Desde o ano passado Ethan Nadelmann, está ainda mais envolvido com as questões da América Latina; serviu de consultor para a Comissão Latino Americana sobre Drogas e Democracia, trabalhando de perto com o Viva Rio, deu entrevista a Alnaldo Bloch em Bogotá e em suas falas recentes tem reforçado a importância de encontrar soluções para a "guerra às drogas" que tem assolado países como o México.

A Psicotropicus e Ethan Nadelmann são parceiros no ativismo pro-reforma de longa data e não poderíamos perder a chance de divulgar as idéias de Ethan durante a sua estadia no Brasil. Com a parceria do Viva Rio, foi possível promover a realização do evento do dia 5, com a presença do Ministro da Justiça e de Luciana Boiteux, que lançarão os resultados da pesquisa "Tráfico e Constituição", e também de Rubem Fernandes e Luiz Guanabara, que fará o lançamento do novo site da Psicotropicus. Além deste evento, foi ainda possível articular a participação de Ethan em palestras nas faculdades de direito da UFRJ e USP.

Pouco antes de partir para o Brasil, Ethan Nadelmann me enviou suas expectativas para a viagem.

"Primeiro, aprender o máximo que puder sobre a evolução das políticas de drogas no Brasil. Alguns aspectos do uso de drogas e das políticas de drogas são universais, mas cada lugar difere de maneira única. O que está acontecendo no Brasil me interessa, em si mesmo, e ainda pela oportunidade de aprender lições que podem ser aplicadas em outros locais.

Em segundo lugar, ajudar a informar e suscitar o debate no Brasil sobre alternativas às punitivas políticas de drogas. Eu vejo o meu papel como parte provocador intelectual e parte ativista internacional dos direitos humanos. A maior parte do meu trabalho é nos Estados Unidos, mas não existem fronteiras reais quando se trata de lutar por políticas de drogas fundamentadas em ciência, compaixão, saúde e direitos humanos.

Terceiro, refletir e elaborar estratégias com aliados brasileiros como os meus amigos da Psicotropicus, e da Viva Rio e também com outras pessoas envolvidas na luta pela reforma das políticas de drogas.

E, ah, sim, para ter algum divertimento!"

Agradeço ao Ethan e à equipe da DPA pelo interesse e disponibilidade.

Acredito que os eventos serão um sucesso e também um marco para a o debate da reforma da políticas de drogas no Brasil.

Eu e a equipe Psicotropicus no Brasil, estaremos de olho nas notícias e nos eventos e divulgaremos todas as informações relacionadas.

Por Marisa Felicissimo

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  • Usuário Growroom

legal...

só fiquei meio desapontado ao saber que um dos pontos que ele vê como "importantes" na proibição é a arrecadação com o complexo prisional dos EUA...

será que a arrecadação com a legalização não seria maior, ou ao menos haveria arrecadação e menos gastos com saúde pública e outros encargos envolvidos na proibição?

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  • Usuário Growroom

General, acho que houve um erro de interpretação.

Eu entendi que, na visão dele, o complexo industrial prisional nos EUA são dependentes da proibição. É graças a essa opressão que o complexo prisional faz dinheiro, quanto maior a população carcerária, mais verba do governo.

Abraço.

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  • Usuário Growroom

tomara que não tenha interpretado de maneira correta Mactack... penso que, se você diminui de um lado, compensa em outro....

não entendi também por que o interesse em aumentar as massas carcerárias através da proibição. arrecadar mais e gerar mais fontes de dispersão, como aumento de efetivo para "garantir" a proibição e construção de novos complexos (já que o uso só aumenta com o passar dos anos)?

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  • Usuário Growroom

Existe alguém da Psicotropicus que frequenta o GR?

Pra dar um feedback sobre ativismo, sei que tiveram representantes na reunião da ONU no começo do ano, o cara comenta ter encontrado o Ethan na Tailandia e tal, se o ativismo dos caras é tão global assim, parabéns pros caras.

Me cadastrei no site deles a alguns anos mas não me mantive em contato continuo nem recebi mailinglist ou algo do gênero.

Como o Growroom tem a política de disseminar informação sobre maconha e autocultivo, creio que esse seria um bom canal de interação com os ativistas que estão movimentando a cena, vide alma e outros guerreiros da causa.

A eles, um abraço e o meu sincero parabéns

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  • Usuário Growroom

General,

Parte dos presidios erguidos nos EUA sao construidos e geridos pela iniciativa privada. Construir presidios eh muito caro, gerir eh tao caro quanto construir. Isso gerou um lobby poderoso nos corredores da politica americana.

Soh se constroi presidios se a populacao carceraria estiver aumentando. Prender usuario eh excelente por que nao tem fim.

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Galera

Só posso dizer que o Ethan vai esmerilhar essa senhora Aquino.

Existem alguns vídeos aqui pela tv.growroom.net dela falando

Acho que ela fala num video que fala da culpa do usuario pelo trafico que foi levantado pelo Beltrame.

Ela é horrível.

Quem puder aparecer lá hoje irá assistir a um grande debate sobre drogas.

Nosso amigo Sergio Vidal, o Alma Rastafari, também deve estar lá no auditório.

Nos vemos mais tarde...

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  • Usuário Growroom

Aqui vai rolar sexta-feira dia 7

Palestra: "Drogas: Segurança, Violência e Direitos Humanos"

Realização: Instituto Brasileiro de Ciências Criminais - IBCCRIM/Depto. de Direito Penal da Faculdade de Direito da Universidade de São Pulo USP

Apoio: Viva Rio e Psicotropicus e Centro Acadêmico Onze de AgostoData: 07 de agosto de 2009 (sexta-feira)

Horário: Das 10h00 às 13h00

Local: Faculdade de Direito/USP, São Francisco, auditório Arcadas

Palestrante: Ethan Nadelmann, Diretor executivo da Drug Policy Alliance, Mestre pela London School of Economics e Doutor pela Harvard University

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  • Usuário Growroom

É necessario fazer inscrição em SP,elas podem ser feitas"pessoalmente no Centro Acadêmico XI de Agosto, Rua Riachuelo, 201, 3º andar, ou pelo e-mail : caxideagosto@uol.com.br"(retirado do cartaz do evento,link para site http://www.direito.usp.br/ ,olhar em eventos)

Abracos

Mr.Fisherman

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  • Usuário Growroom

Acabei de voltar da palestra...realmente valeu muito a pena,o cara sabe das coisas,e alem de falar o que ja é conhecido de "todos",ele coloca novos pontos...quem perdeu,realmente PERDEU...mas acho que o pessoal da Marcha registrou a palestra...

Fiz algumas anotaçoes de pontos que achei interessante,mas estou na correria,depois volto a postar...

Abracos

Mr.Fisherman

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  • Usuário Growroom

Bacana em, espero que mais gente tenha comparecido!

Infelizmente não pude ir, tive uma entrevista de emprego.

Perdi a palestra, mas ganhei o emprego! :<img src=:'>

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  • Usuário Growroom

Americano defende liberação de drogas

Diretor-executivo da Aliança de Políticas para as Drogas diz que Brasil pode liderar uma mudança para legalização do consumo

Segundo Ethan Nadelmann, nunca existirá sociedade livre das drogas, com exceção dos esquimós, porque nada podem cultivar

ANDRÉA MICHAEL

DA SUCURSAL DO RIO

Ao estrear um ciclo de palestras no Brasil, o especialista norte-americano Ethan Nadelmann, diretor-executivo da organização Aliança de Políticas para as Drogas, disse no Rio de Janeiro que o Brasil tem as melhores credenciais, entre os países da América Latina, para liderar uma mudança cultural que levará à legalização do consumo de drogas.

"Nunca existirá uma sociedade livre das drogas, com exceção dos esquimós, porque nada podem cultivar. Portanto, essa é uma discussão que tem que ser feita", disse Nadelmann, na sede do movimento Viva Rio.

Nadelmann acha que o Brasil está bem situado em relação à maioria dos países no cenário internacional no tema em discussão. Mas já esteve "mais otimista em relação ao governo Lula". Por quê? Viu como sinal negativo a nomeação, para a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), de um militar (general Paulo Roberto Uchôa). "Poderia ter sido, por exemplo, alguém da área de saúde pública", afirmou.

A leitura sobre ter um militar em tal posto é que o país está mais alinhado com uma estratégia de "guerra" contra as drogas, uma linha hoje muito criticada e em revisão em todo o mundo, no âmbito da ONU e também nos Estados Unidos.

Em um retrospecto histórico, Nadelmann lembrou que o fundamental, neste debate, não é sobre se as drogas fazem mal. "O que importa é quem consome." Traduzindo a visão norte-americana, resumiu: se pretos, pobres e imigrantes consumiam, era ilegal.

"Se o Viagra não tivesse sido feito pelo indústria farmacêutica e não fosse consumido pelos homens brancos poderosos, mas fosse feito por químicos ilegais e consumido por jovens negros, seria ilegal".

Nadelmann encerrou na semana passada uma palestra no Rio com a apresentação de uma pesquisa, encomendada pelo Ministério da Justiça, em que as pesquisadoras Ela Wiecko (UnB) e Luciana Boiteux (UFRJ) apresentaram a análise de 730 sentenças condenatórias em crimes de tráfico de drogas entre os anos de 2006 e 2008.

Conforme a Folha revelou, a principal conclusão é que a maioria dos réus é primário, foi preso sozinho e não pertencia ao comando das organizações do tráfico. Resumo: prende-se o varejo, mas o atacado continua no crime.

Experiente interlocutor do governo norte-americano, país no qual 15 dos 50 Estados aceitam o uso terapêutico da maconha, Nadelmann também abordou a importância de estratégias de marketing para tratar do assunto.

Algumas das estratégias apresentadas por ele foram:

1) Falar com os pais dos adolescentes, que querem a todo custo proteger seus filhos.

2) Não usar a palavra legalizar, pois, em tese, transmite a ideia de descontrole.

3) Sinalizar que a melhor forma de combater o tráfico é competir com ele, de maneira legal, mantendo sob o acompanhamento de regras o comércio das drogas, da mesma forma que acontece com o álcool e com o tabaco -mas sem os apelos da propaganda.

"Nossos países foram os últimos a abolir a escravidão, vamos trabalhar para que sejam os primeiros acabar com a proibição", com a ressalva, no entanto, de que essa deverá se necessariamente uma decisão mundial.

Fonte:Folha de Sao Paulo 9/08/2009

Mr.Fisherman

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  • Usuário Growroom

2) Não usar a palavra legalizar, pois, em tese, transmite a ideia de descontrole.

Será que o coletivo da marcha vai ter humildade pra mudar??

Isso é um dos pontos que tinha anotado,ele contou uma historia de como que,simplesmente mudando as palavras,ele conseguiu resultados melhores com as mesmas pessoas.

Ele contou que estava um dia dando uma palestra pra um determinado grupo,e perguntou, "Quem aqui é a favor da LEGALIZAÇÃo?",ele disse que 30% das pessoas levantaram a mao,entao ele reformulou a pergunta "Quantos aqui sao a favor de REGULAMENTAR a maconha?" 35% das pessoas levantaram a mao,mais uma vez ele mudou a forma de perguntar,"Quem aqui é a favor de TRATAR A MACONHA COMO O ALCOOL?"ele disse que 40% das pessoas se manifestaram...acredito que ele deu estes numeros como exemplo,mas de qualquer maneira ilustra o quao importante a linguagem é.

Acho que o coletivo nao precisa ser humilde para aprender com pessoas mais experientes e modificar alguns aspectos de sua "campanha",pra isso so é necessario bom senso e inteligencia...

Abracos

Mr.Fisherman

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