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Traficantes Movimentam Mais De 2.000 Bocas Na Grande Cuiabá


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  • Usuário Growroom

Cuiabá - MT, sexta 4 de Setembro de 2009

José Ribamar Trindade

Redação 24 Horas News

http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=303788

Quantas “bocas” e pontos móveis e fixos de comercialização de drogas existem em Cuiabá e Várzea Grande? As Polícias Civil e Militar alegam que não sabem ou não tem esse número. Mas, especialistas que há tempos trabalham no combate ao tráfico na cidade, calculam que chegue a 2 mil pontos de venda. E o que é pior: negócio arriscado , mas lucrativo, a tendência é de que aumente cada vez mais. Principalmente na periferia, onde adolescentes e até garotos, crianças de dez anos, são "recrutados" para trabalhar como “mulas” – pessoas pagas por traficantes para passar ou entregar drogas.

Há ainda um outro fator preocupante: a Polícia sabe onde funciona a maioria dessas bocas. Muitas delas são desmontadas, mas logo retornam a operação. Em quase todos os bairros existem "bocas de fumo". Alguns são mais audaciosos. Os traficantes chegam a ter até dez “bocas”, que funcionam dia e noite. Nos maiores, como o Dom Aquino, em Cuiabá, considerado o mais populoso e composto de vários sub-bairros, há até mais de 50 “bocas”. Fora os pontos fixos, os traficantes também trabalham com o “tráfico móvel”, o chamado “delivery”, feito principalmente com uso de motocicletas.

Nas bocas da Grande Cuiabá se vende de tudo: maconha, cocaína, pasta base de cocaína e até crack. Algumas “bocas’ existem há mais de 20 anos, sempre funcionando no mesmo local e com o mesmo traficante. São tradicionais. No mapeamento das bocas, algumas funcionam até perto de instituições públicas de segurança.

Entre os bairros mais freqüentados por compradores de drogas estão o Dom Aquino, Tijucal, Parque Cuiabá, Parque Ohara, Jardim Guanabara, Araés, Pico do Amor, São Matheus, Pedregal, Santa Isabel, Jardim Vitória, Jardim Florianópolis, Jardim União, Grande Morada da Serra, Dr. Fábio, Jardim Brasil, Três Barras, Ribeirão do Lipa, Bela Vista, Canjica, Morada do Ouro, Verdão, Bosque da Saúde, Jardim Fortaleza, São Francisco, Osmar Cabral, Santa Laura, Renascer, Jardim Leblon, Carumbé, Planalto, Alvorada, Jardim Itamarati, Novo Mato Grosso, Santa Rosa, Ribeirão do Lipa, Santa Amália, Popular, Goiabeiras, Bandeirantes, Duque de Caxias, Quilombo, além de dezenas de “bocas” na área central de Cuiabá, principalmente no tradicional bairro do Porto.

Em Várzea Grande, além da área central, onde funcionam mais de 200 “bocas”, segundo relato do policial militar, também existem centenas de “bocas” e pontos fixos e móveis nos bairros periféricos como Cristo Rei, Parque do Lado, Engordador, Manga, Costa Verde, Lagoa do Jacaré, Jardim Glória, Figueirinha, Jardim dos Ipês, além de dezenas de outros bairros, onde também se vende e compra droga, dia e noite.

Aqui mesmo, próximo aos fundos da Polícia Federal, no bairro Araés, funciona, ou funcionava uma boca. Uma vez nos fechamos ela, mas os traficantes voltaram anos depois ao mesmo local. É sempre assim. A Polícia Militar dá uma batida, fecha uma boca, mas logo em seguida ela abre de novo, mesmo com o traficante preso”, conta um militar já aposentado e que gostava de atuar no combate ao tráfico. Para ele, o principal fomentador da violência a qual a sociedade é submetida nas ruas e nas casas.

Só vamos construir uma cidade menos violenta se combatermos firmemente o tráfico de drogas. E começando por esse trabalho “formiguinha”, que recruta menores, que por sua vez roubam pessoas, roubam suas próprias casas e até matam para ter dinheiro ou alguma coisa de valor para saciar o consumo” – enfatizou.

Citando bairros, segundo ele, onde existem “bocas tradicionais”, o militar conta que Tijucal, o Dom Aquino, o Porto, o Pedregal, o Jardim Leblon, o Duque de Caxias, o Popular e o Bosque da Saúde são os locais mais frequentados, principalmente por pessoas de maior poder aquisitivo.

Além dos carros de luxo, segundo ainda o militar, os usuários de drogas costumam deixar cair a tarde para chegar mais próximo das ‘bocas” para comprar drogas principalmente nos finais de semanas. “Não é segredo para ninguém os dias e os horários que mais se compram drogas em Cuiabá e Várzea Grande. Também não é segredo para ninguém quais são os principais locais frequentados, principalmente por filhinhos de papais”, ironizou o militar.

Questionados sobre as possibilidades das Polícias Civil e Militar terem conhecimento de todos os locais onde funcionam uma “boca” de drogas em Cuiabá e Várzea Grande, o policial que conversou por mais de duas horas com a reportagem foi taxativo:

- Todas não, pois surge praticamente uma boca de drogas por dia na Grande Cuiabá. Tem gente que entrou no vício agora e está deixando de trabalhar para vender droga. Por isso Cuiabá e Várzea Grande registram mensalmente um grande número de homicídios - execuções sumárias, também conhecidas como crimes de mando -, cujas vítimas, com certezas são viciadas e com passagens pela Polícia, e os autores, também com certeza são pistoleiros a mando de traficantes - finalizou.

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Aí deixo a pergunta: Até quando o Estado vai continuar enganando a todos com essa ilusão de que a única solução é guerra contra o tráfico?

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