Consultores Jurídicos GR MaldororBR Postado October 25, 2009 Consultores Jurídicos GR Denunciar Share Postado October 25, 2009 Documentário conta a história de Hemp, figura que leva uma vida em meio a rituais e privações na Floresta da Tijuca RIO - Parece coisa de filme, mas não é. Quer dizer, é também. Aos 41 anos de idade, Guilherme de Souza, o Hemp, vive numa casa emprestada por um amigo fincada na Floresta da Tijuca, sem energia elétrica, bebendo água da fonte, cozinhando num fogão a lenha, plantando a maioria das coisas que come, fazendo orações, pintando quadros em telas de papelão e fumando maconha três vezes ao dia em frente a um altar customizado por ele mesmo. Quer dizer, "fumando não, fazendo cerimônia", como ele diz no documentário que leva seu nome. O filme, do jornalista Cid César, será exibido pela primeira vez no próximo sábado, durante a 5ª edição da Mostra de Arte Livre (Mola), no Circo Voador. - Ele é um cara que optou por um estilo de vida diferente na cidade - diz o diretor, que afirma que o filme está longe de ser sobre maconha ou de fazer apologia ao uso da droga. - Não é um filme sobre isso, mas seria inevitável não tocar nesse assunto já que o cara é conhecido por aí como Hemp. - Uso para melhorar a minha capacidade de meditação e melhorar a minha comunicação com Deus - diz Hemp. - A maconha é uma planta, não é uma droga. Deus não faz droga. E é aí que o protagonista aproveita para criticar quem fuma por razões mais profanas. - Tem gente que fuma por luxúria, para ficar doidão. Eu não, eu fumo religiosamente. Em alguns momentos do filme, Hemp se comporta como um anônimo-famoso bem clichê. O rapaz de família abastada, moradora da Barra, que foi estudar na Califórnia, teve uma epifania e mudou de vida. Vive com o pouco que ganha vendendo incensos e camisetas de estampas indianas na rampa da Pedra da Gávea. Só que ele é bem mais que isso. Ao longo dos 75 minutos do longa, ele vai conquistando o espectador com sua fala articulada, reverte o jogo e faz pensar se o doidão é ele mesmo. O filme, que inicialmente seria um curta para um trabalho final do curso de pós-graduação em Cinema Documentário da Fundação Getúlio Vargas foi feito em poucas horas. O roteiro mais parecia o de um filme de suspense. Ninguém sabia muito no que iria dar. Nem mesmo o diretor. - As pessoas hoje só fazem documentário com um roteiro, mas quem faz o roteiro mesmo é o entrevistado - acredita Cid. - O que me interessa é o que está fora do roteiro. E no dia 8 de dezembro de 2008, entre 9h e 16h, uma segunda-feira, Cid César e o diretor de fotografia Alberto Bellezia chegaram lá no templo de Hemp, de bicho, sem avisar nada a ele. - Dei a maior sorte. Cheguei com a câmera e o cara parecia estar posicionado para a gente, sentado no meio da casa, tomando café - lembra Cid. - Só depois veio perguntar o que a câmera estava fazendo ali. Tão grande quanto o desafio de fazer um filme sem roteiro, foi do de realizá-lo com apenas R$ 800. Para finalizar o filme, Cid usou uma solução econômica bem no estilo de Hemp. Ele começou a vender camisetas (R$ 50 a masculina e R$ 30 a versão babylook) para os interessados em ter "cotas de patrocínio". A contrapartida? Vestir literalmente a camisa do filme, com uma estampa que tem a assinatura que Hemp usa nas suas telas na frente e um selinho de "Eu patrocinei" nas costas. - É uma tentativa de o cidadão comum participar diretamente do processo de produção de cultura do país - explica Cid. - Foi um sucesso. Nem todo mundo que levou a camiseta pagou. Mas tudo bem, o filme está pronto. Quero é que assistam. Em http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2009/10/23/documentario-conta-historia-de-hemp-figura-que-leva-uma-vida-em-meio-rituais-privacoes-na-floresta-da-tijuca-795287648.asp Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Recommended Posts
Join the conversation
You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.