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Documentário Conta A História De Hemp


MaldororBR

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Documentário conta a história de Hemp, figura que leva uma vida em meio a rituais e privações na Floresta da Tijuca

RIO - Parece coisa de filme, mas não é. Quer dizer, é também. Aos 41 anos de idade, Guilherme de Souza, o Hemp, vive numa casa emprestada por um amigo fincada na Floresta da Tijuca, sem energia elétrica, bebendo água da fonte, cozinhando num fogão a lenha, plantando a maioria das coisas que come, fazendo orações, pintando quadros em telas de papelão e fumando maconha três vezes ao dia em frente a um altar customizado por ele mesmo. Quer dizer, "fumando não, fazendo cerimônia", como ele diz no documentário que leva seu nome. O filme, do jornalista Cid César, será exibido pela primeira vez no próximo sábado, durante a 5ª edição da Mostra de Arte Livre (Mola), no Circo Voador.

- Ele é um cara que optou por um estilo de vida diferente na cidade - diz o diretor, que afirma que o filme está longe de ser sobre maconha ou de fazer apologia ao uso da droga. - Não é um filme sobre isso, mas seria inevitável não tocar nesse assunto já que o cara é conhecido por aí como Hemp.

- Uso para melhorar a minha capacidade de meditação e melhorar a minha comunicação com Deus - diz Hemp. - A maconha é uma planta, não é uma droga. Deus não faz droga.

E é aí que o protagonista aproveita para criticar quem fuma por razões mais profanas.

- Tem gente que fuma por luxúria, para ficar doidão. Eu não, eu fumo religiosamente.

Em alguns momentos do filme, Hemp se comporta como um anônimo-famoso bem clichê. O rapaz de família abastada, moradora da Barra, que foi estudar na Califórnia, teve uma epifania e mudou de vida. Vive com o pouco que ganha vendendo incensos e camisetas de estampas indianas na rampa da Pedra da Gávea. Só que ele é bem mais que isso. Ao longo dos 75 minutos do longa, ele vai conquistando o espectador com sua fala articulada, reverte o jogo e faz pensar se o doidão é ele mesmo.

O filme, que inicialmente seria um curta para um trabalho final do curso de pós-graduação em Cinema Documentário da Fundação Getúlio Vargas foi feito em poucas horas. O roteiro mais parecia o de um filme de suspense. Ninguém sabia muito no que iria dar. Nem mesmo o diretor.

- As pessoas hoje só fazem documentário com um roteiro, mas quem faz o roteiro mesmo é o entrevistado - acredita Cid. - O que me interessa é o que está fora do roteiro.

E no dia 8 de dezembro de 2008, entre 9h e 16h, uma segunda-feira, Cid César e o diretor de fotografia Alberto Bellezia chegaram lá no templo de Hemp, de bicho, sem avisar nada a ele.

- Dei a maior sorte. Cheguei com a câmera e o cara parecia estar posicionado para a gente, sentado no meio da casa, tomando café - lembra Cid. - Só depois veio perguntar o que a câmera estava fazendo ali.

Tão grande quanto o desafio de fazer um filme sem roteiro, foi do de realizá-lo com apenas R$ 800.

Para finalizar o filme, Cid usou uma solução econômica bem no estilo de Hemp. Ele começou a vender camisetas (R$ 50 a masculina e R$ 30 a versão babylook) para os interessados em ter "cotas de patrocínio". A contrapartida? Vestir literalmente a camisa do filme, com uma estampa que tem a assinatura que Hemp usa nas suas telas na frente e um selinho de "Eu patrocinei" nas costas.

- É uma tentativa de o cidadão comum participar diretamente do processo de produção de cultura do país - explica Cid. - Foi um sucesso. Nem todo mundo que levou a camiseta pagou. Mas tudo bem, o filme está pronto. Quero é que assistam.

Em http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2009/10/23/documentario-conta-historia-de-hemp-figura-que-leva-uma-vida-em-meio-rituais-privacoes-na-floresta-da-tijuca-795287648.asp

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