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Marcha Da Maconha Mobiliza Acampamento Da Juventude


cinco

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  • Usuário Growroom

Já é uma tradição: em toda edição do Fórum Social Mundial um dos espaços com maior público é o organizado pela Marcha da Maconha. Em 2010 não foi diferente. Realizado no Acampamento Internacional da Juventude (AIJ), o evento contou com ao menos 300 participantes, e foi precedido de um longo debate sobre políticas de drogas no Brasil e no mundo. Segundo Laurence Gonçalves, professor de História e um dos organizadores do espaço, “o tráfico de drogas é um braço do capitalismo que oprime principalmente os pobres”. Segundo ele, os debates sobre o assunto surgem espontaneamente em todas as edições do Fórum também por conta da “opressão individual” sentida pelos usuários de substâncias ilícitas.

“As pessoas têm dificuldade de se organizar coletivamente para debater algo que é de caráter privado”, apontou Laurence. Durante o debate, as intervenções variaram de análises da conjuntura internacional da política de drogas até demandas mais específicas dos usuários, passando por apontamentos que contextualizavam os interesses por trás da proibição de algumas substâncias, o que gera violência, corrupção e tensões geopolíticas internacionais. Na avaliação dos organizadores do evento, a discussão também serve como estímulo para que surjam novas articulações regionais para realização de novas Marchas da Maconha pelo Brasil – o evento ocorre tradicionalmente no mês de maio, em diversas cidades do planeta.

“Se essa boca, se essa boca fosse minha / eu mandava, eu mandava desarmar” cantaram os manifestantes, que circularam animadamente pelo acampamento, onde há duas mil pessoas – o que indica que mais de 10% dos acampados estavam na Marcha.

O ato foi marcado por batucadas e músicas improvisadas na hora ou já conhecidas, como as de Bezerra da Silva, além de muita descontração. Uma viatura da Guarda Municipal de Novo Hamburgo acompanhou parte do trajeto, sem interferir em momento algum nem se incomodar com os gritos de “ei, polícia, maconha é uma delícia”.

Alguns dos manifestantes já haviam formado um bloco pró legalização durante o ato inaugural do Fórum, na segunda-feira, e propostas de atuação conjunta foram esboçadas, como a realização de um abaixo assinado propondo a votação de um projeto de lei. Houve discussões acerca da necessidade ou viabilidade de tal medida, assim como acerca de seu conteúdo – a proposta restringiria-se a uma legalização da maconha ou englobaria todas as drogas? Esta e outras questões ainda seguem em aberto dentro movimento que tem ganhado força continuamente nos últimos anos, mesmo com a proibição da realização da Marcha em algumas capitais, como São Paulo. Os debates sobre o tema prosseguem no AIJ nesta quinta-feira, com um espaço sobre Redução de Danos, entendimento do controle dos efeitos maléficos do abuso no uso de drogas através do autoconhecimento e do auto controle.

Essa entrada foi postada em quinta-feira, janeiro 28th, 2010 às 15:46 sob a(s) categoria(s) Anti-proibicionismo, Cultura, Marcha da Maconha. Você pode acompanhar as respostas desse post através do RSS 2.0feed. Você pode responder, ou rastrear de seu próprio site.

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  • Usuário Growroom

FSM: Debate sobre drogas e “Marcha da Maconha”, destaques no Acampamento da Juventude http://www.jornalja.com.br/2010/01/29/debate-sobre-drogas-e-%E2%80%9Cmarcha-da-maconha%E2%80%9D-destaques-no-acampamento-da-juventude/

29/01/10

“Se você assiste televisão, fuma unzinho ou toma coca-cola, venha debater sobre drogas” convidava um integrante do coletivo “Marcha da Maconha” nas ruas do Acampamento da Juventude, em Novo Hamburgo.

O debate já tivera uma preliminar no dia anterior, quando o Ministro da Justiça, Tarso Genro, em uma visita ao acampamento, se declarou favorável a mudanças na atual legislação.

“Acho que nossa política de drogas é atrasada, em relação, inclusive, ao próprio usuário. Mas tem que ocorrer uma discussão muito séria para modificar as leis relacionadas ao uso de drogas leves”, disse o ministro.

No dia seguinte, o debate reuniu cerca de 200 pessoas a favor da legalização e descriminalização da maconha.

Em forma de roda, sentaram-se os participantes no Espaço Mundo B do acampamento. E o debate informal começou.

O militante do Rio de Janeiro, Renato Cinco, iniciou falando sobre o fato histórico que gerou o preconceito que até hoje persegue os usuários da droga.

-“A primeira delegacia a reprimir o uso da maconha no Brasil se chamava Inspetoria de entorpecentes e miscigenação. Essa mesma delegacia era responsável por perseguir a cultura negra e suas manifestações, como o candomblé, o samba e a capoeira”.

Cinco conta que num primeiro momento a proibição não vingou por aqui e só foi levada a sério quando o então presidente dos EUA, Richard Nixon, em 1969, declarou guerra aos comunistas e as drogas.

Aos poucos o assunto fugiu da história e chegou aos dias de hoje e aos problemas que a proibição gera a sociedade.

Para o historiador Laurence Gonçalves, independente dos danos que as drogas possam causar à saúde, a criminalização gera muito mais.

-“A maconha ainda é a principal forma de criminalizar a pobreza. Drogas e armas não são fabricadas nas periferias, mas ela é criminalizada para enriquecer traficantes internacionais e colarinhos brancos, sustentando o capitalismo”.

Gonçalves diz ainda que quebrando pelo menos com o tráfico de drogas, outro tipo perigoso de tráfico acaba falindo no Brasil.

-“Se quebrarmos o tráfico da maconha e da cocaína, provavelmente os traficantes não terão dinheiro para pagar propina ou comprar fuzis”.

Outro questão levantada no debate foi: como seria o cultivo, se fosse legalizada a maconha?

De acordo com a grande maioria dos presentes, o ideal seria o auto-cultivo ou, então, a agricultura familiar.

Um dos participantes do debate argumentou que a planta da maconha gera menor impacto ambiental que o eucalipto e serve para diversas funções como produzir tecidos, remédios e comida.

Por fim, Renato Cinco alertou sobre a proposta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que sugere a descriminalização do usuário e o aumento da repressão ao tráfico de drogas.

-“O projeto de FHC é uma armadilha, é um jeito de condenar ainda mais os pobres e pequenos traficantes sem envolver os usuários da classe média”.

Logo após o debate, o grupo deu início a marcha.

Fora do acampamento os militantes, sempre enfrentam dificuldades com o Ministério Público e Polícia Militar para conseguir realizar a marcha no mês de maio em diversas capitais do Brasil e no mundo.

No Fórum o espírito foi completamente diferente.

Ao som de batucadas e samba, a marcha percorreu as ruas do AIJ, despertando no máximo a curiosidade dos outros participantes.

Sem a presença da PM no acampamento, a planta foi usada livremente sem nenhuma repressão e a marcha – considerada a maior do acampamento – aconteceu livre de incidentes.

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  • Usuário Growroom

mais uma vez parabens a todos irmaos e ao cinco que tava lá representando como sempre, vendendo bottons e camisetas e convidando o acampamento TODO para a marcha. um salve pro irmão, e prometo que na proxima vez ja vou poder apresentar um colhido em minha horta! AHO!

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