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Lobby Da Proibição


Tchumin

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  • Usuário Growroom

Lobby da proibição

JOÃO R. L. MENEZES, SIDARTA RIBEIRO, STEVENS K. REHEN e JULIANA PIMENTA

Organizações realmente compromissadas com a saúde clamam pelo fim da guerra às drogas e por uma política de legalização bem informada

Causa perplexidade o artigo de Ronaldo Laranjeira e Ana Petta Marques ("Lobby da maconha", 20/8) em que,

a pretexto de rebater críticas a texto anterior que demonizava a maconha, empregam a falácia do argumento "ad hominem".

Atacam as pessoas, e não o conteúdo. Eles nos chamam de "lobistas da maconha, travestidos de neurocientistas e fiéis de uma seita",

mas em nenhum momento respondem às críticas diretamente.

Lobista é quem recebe vantagens para defender uma causa. Seita é uma doutrina usualmente dogmática. Somos médicos e biólogos com mestrado,

doutorado e pós-doutorado, com pesquisa reconhecida internacionalmente. Agimos em defesa da racionalidade.

Ao citar o livro "Cannabis Policy: Beyond the Stalemate", Laranjeira e Petta não explicam por que citam apenas os efeitos negativos da

maconha sem incluir a conclusão mais importante do livro: estes efeitos não justificam a proibição.

Mentem sobre a inexistência de estudos demonstrando efeitos terapêuticos da maconha e combatem a criação de uma agência de pesquisa e

regulamentação da maconha medicinal, exigência de tratados internacionais.

Defendem com tanto ardor a política dos EUA de guerra às drogas que esquecem que a "Food and Drug Administration" (FDA, agência reguladora de

remédios e alimentos nos EUA) não é brasileira e que não tem nem deve ter ingerência na política nacional. A dipirona, por exemplo, é legal no

Brasil e na Europa, mas não nos EUA.

Enganam ao afirmar que a maconha já foi descriminalizada no Brasil e que isto teria aumentado o número de usuários. A lei nº 11.343 não

descriminalizou o uso; ao contrário, aumentou a repressão ao tráfico com penas mais duras e deixou o consumidor na frágil posição de depender da

decisão de um juiz quanto a ser usuário ou traficante.

O relatório da ONU de 2010 não aponta aumento do uso de maconha no Brasil desde a promulgação da lei. Mesmo que algum levantamento indicasse

aumento, isto poderia se dever à política proibicionista em vigor, não o contrário.

Laranjeira e Petta iludem o público leigo e omitem o poderoso lobby da proibição que integram.

Espanta o discurso totalitário de quem se imagina porta-voz do povo brasileiro. Um de seus argumentos mais perniciosos é o ataque ao uso da

maconha como terapia de substituição para o crack, apesar de sua eficácia nos poucos estudos disponíveis. Infelizmente, a realização de novos

estudos esbarra na intransigência dos proibicionistas.

Enquanto propagam falácias, milhares de pacientes que poderiam se beneficiar da maconha são dela privados. Outros tantos com problemas de

abuso químico se afastam do tratamento por medo da repressão. No fim, somos todos atingidos pela violência da guerra.

Organizações verdadeiramente compromissadas com a saúde, como as que firmaram a Declaração de Viena (www.viennadeclaration.com), clamam pelo fim da

guerra às drogas e pela legalização regulamentada e bem informada.

A declaração foi assinada pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Ernesto Zedillo e César Gaviria, que têm alertado para a metástase

do narcotráfico. Serão todos lobistas de alguma seita?

Enquanto persistirem argumentos simplórios, como "a maconha faz mal" ou a utopia moralista de um mundo sem drogas, retarda-se a discussão

sobre uma política racional de drogas. A legalização da maconha não vai sanar os problemas imediatamente, mas é remédio eficaz e a sociedade precisa

se preparar para isso.

O resto é cortina de fumaça, como demonstra o filme de Rodrigo Mac Niven (www.cortinadefumaca.com). A palavra iatrogenia designa os males

vindos do tratamento médico. Com relação à maconha, a sociedade precisa decidir: o que é mais iatrogênico, tosse ou tiroteio?

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JOÃO R. L. MENEZES é professor-adjunto da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e coordenador do simpósio sobre drogas da Reunião SBNeC (Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento) 2010.

SIDARTA RIBEIRO é professor titular de neurociências da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).

STEVENS K. REHEN é professor-adjunto da UFRJ.

JULIANA PIMENTA é psiquiatra da Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro.

Disponivel em: http://sergyovitro.blogspot.com/2010/09/lobby-da-proibicao.html

Folha de São Paulo - 7 de setembro de 2010 - TENDÊNCIAS/ DEBATES

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  • Usuário Growroom

Excelente texto!

Esses caras estão encurralando o Dr. Bagaço!

Mostrando claramente que ele nega a ciência por conta de interesses escusos!

Me passa muita confiança ter uma galera dessa do nosso lado.

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  • Usuário Growroom

Excelente, muito realista, esclarecedor e tecnicamente embasado. É uma pena que a grande maioria da população não tenha discernimento - ou capacidade de interpretação de texto- suficientes pra conseguir distinguir a realidade da falácia.

Mas tenhamos força porque cada vez nossa luta cresce mais!!!

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Entendo que o ser humano deve ser movido pela paixão e guiado pela razão. Sempre existe uma saida racional e logica para qualquer problema existente e procuro na minha vida buscar sempre a verdade dos fatos.

ATÉ HOJE JAMAIS OUVI OU CONHECI ALGUM ARGUMENTO CONTRA A LIBERAÇÃO OU USO DA MACONHA QUE FOSSE CONVINCENTE.

Agora, a favor da liberação, posso passar o dia discorrendo sobre o assunto, mas apenas um argumento é necessario:

CANNABIS É REMEDIO!!!

Da minha parte quero apenas poder fumar sem prejudicar a sociedade com meu ato.

Superadas as obviedades, me parece que cada vez mais teremos que enfrentar pessoas sem preparo discutindo o que não sabem... Pobres ignorantes com suas falacias comicas...

Parabens pelo texto, excelente.

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  • Usuário Growroom

Xablau! Mais uma na oreia... :rastabannab:

Foda Que o Dr.Bagaceiras e a Dra. xuPetta ja adotaram uma postura retorica a la Maluf...uma mentira dita mil vezes vira verdade, alguem duvida que vai vir uma resposta do tipo Veja, cheia de jargoes, falacias, meias verdades e insultos???

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