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Entrevista Com Diretor Do Filme Cortina De Fumaça - Rodrigo Mac Niven


Picax

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  • Usuário Growroom

Entrevista exclusiva com diretor do filme Cortina de fumaça

do Coletivo DAR

Produzido de forma totalmente independente, o documentário Cortina de fumaça foi selecionado para o Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, e terá sua primeira exibição pública no dia 24, à meia noite. O DAR conversou com exclusivdade com Rodrigo Mac Niven, diretor deste filme que têm muito o que dizer.

DAR – Pra começar gostaríamos que contasse um pouco de sua trajetória e de onde surgiu a ideia para fazer o documentário.

RODRIGO MAC NIVEN: Sou jornalista, também fiz cinema e sempre fui ligado ao audiovisual. Ainda na faculdade de jornalismo já trabalhava em produtoras como cinegrafista, editor e finalizador de programas de TV. Há 5 anos abri minha própria produtora para poder desenvolver livremente projetos que me interessam. A idéia de fazer o documentário surgiu, lá no início, da leitura de um livro do jornalista Denis Russo; MACONHA, de uma coleção da Superinteressante. Me surpreendi com a leitura e comecei a pesquisar mais sobre o assunto. Fui fundo e não parei mais. Posso dizer que nesse caso, a maconha foi a porta de entrada para entender a complexa questão das drogas em todos os seus aspectos.

DAR – Como foi o processo de produção, captação de recursos, etc?

MAC NIVEN: Não houve qualquer captação de recursos. O documentário é resultado direto da minha inquietação. Fiz toda a produção de uma forma muito livre. Entrei em contato diretamente com todos os entrevistados. Claro que tive ajuda de muita gente, não se faz nada sozinho. Mas as viagens pra fora do Brasil fiz totalmente só. Eu e minha câmera. Eu queria conversar pessoalmente com essas pessoas.

DAR – Por que a escolha do título? Acredita que este debate ainda não é feito de forma aberta no Brasil?

MAC NIVEN: O título é explicado ao longo do filme. Prefiro que as pessoas assistam para pescar a mensagem. Acredito que o debate é raso porque as pessoas estão desinformadas. Elas não receberam e não recebem informação honesta e científica sobre esse tema. As discussões se perdem na superfície moralista das questões… aí não se consegue andar.

DAR – Na divulgação vocês utilizam a frase “vocês precisam ouvir o que eles têm para dizer”, o que de importante você acredita que seu filme tem para dizer?

MAC NIVEN: O filme é uma coletânea de depoimentos que contam parte de uma história muito complicada e polêmica que é a política de drogas. Essa história é reveladora, pelo menos foi pra mim. Acredito que também será para muita gente. Digo reveladora porque coloca na mesa de discussão fatos e argumentos pouco conhecidos pelo grande público, em geral preconceituoso e desinformado. Essas pessoas com as quais conversei já questionam a política proibicionista há muito tempo e só agora poderemos ver e ouvir na tela grande essas argumentações. O filme fala sobre vários aspectos dessa discussão mas se eu tivesse que definir o que de mais importante o filme tem pra dizer, diria que é a urgência de repensarmos nossa sociedade. As dinâmicas sociais mudam constantemente e precisamos que nossas idéias acompanhem essa transformação. Isso vale para tudo na sociedade. O doc pega essa idéia e aplica na discussão da política proibicionista de drogas.

DAR- Como espera que será a recepção do público? A divulgação será feita toda de forma independente?

MAC NIVEN: Sinceramente não sei. O tema é difícil e confesso que o doc tem alguns depoimentos bem fortes que podem incomodar algumas pessoas menos abertas a novas perspectivas. Como falei, o tema é delicado, envolto por camadas morais e principalmente por muita desinformação. A divulgação foi feita totalmente independente através das redes sociais e email. O que vai acontecer, agora que estamos no Festival Internacional do Rio, eu não sei.

DAR – Qual entrevista te marcou mais? Por quê? E qual foi a mais difícil de conseguir?

MAC NIVEN: Difícil dizer… mesmo. Conversei com pessoas muito inteligentes e competentes no que fazem. Cada entrevista … muitas descobertas. Foi realmente um prazer enorme conhecer essas pessoas e ter o privilégio de conversar com elas. Tive a sorte de conseguir falar com todo mundo que queria sem grandes dificuldades. É preciso ter paciência e persistência. Com esses dois Ps se consegue quase tudo.

DAR - Você tem medo de sofrer algum tipo de represália da justiça por conta do filme? Por exemplo alguma acusação de apologia?

MAC NIVEN: Já pensei sobre isso… lá no início do processo de montagem. Mas não penso mais nisso porque o filme não faz apologia, o filme mostra depoimentos de pessoas sérias, gabaritadas no que fazem e que não estão brincando. Pessoas que estão pensando a nossa sociedade de forma honesta, humana e mais tolerante. Não é isso que todos queremos? Então não tem apologia, tem ciência, discussão honesta, argumentos.

DAR – Você acredita que neste momento é possível identificar um ascenso do debate sobre drogas, nacional e internacionalmente? Por quê?

MAC NIVEN: Sem dúvida. Só do “Cortina de Fumaça” estar num Festival Internacional de Cinema, que é o mais importante da América Latina, abrindo uma das mostras mais tradicionais… já diz que a sociedade brasileira está se abrindo. Lentamente, mas está. No Brasil ainda estamos bem atrasados… fui em um congressos nos EUA e já tem projetos bem ousados de legalização das drogas… aqui ainda estamos iniciando as discussões sobre uso medicinal da maconha. Na Califórnia essa discussão já foi… há tempos… aliás o doc fala sobre isso. Visitei os dispensários de Oakland, na Califórnia. Já melhorou muito, mas ainda temos, principalmente no Brasil, que quebrar muitos “pré-conceitos”, e isso acho que é o mais difícil.

DAR – Por fim, gostaria que apontasse qual sua opinião pessoal sobre o melhor modelo social de se lidar com as drogas hoje ilícitas.

MAC NIVEN: Não sou especialista no assunto, sou documentarista. Claro que posso dar minha opinião e hoje tenho muito mais informação do que tinha há dois anos atrás, quando comecei essa empreitada do filme. Pra mim, está claro que legalização é a melhor opção. Por uma questão de princípios e por uma questão de bom senso.

Lembrando que legalização não é o que muitos pensam, principalmente os que são radicalmente contra. Legalizar é colocar dentro da lei, é regulamentar, como são quase todas as atividades que envolvem compra e venda. Legalizar é determinar como o mercado será estruturado. Da mesma forma que existe o mercado de bebidas alcoólicas, do cigarro, etc. Sei que isso não é simples de se fazer da noite para o dia, mas essa deveria ser a meta. Que a discussão da maconha abra esse caminho, mas acho que a distinção entre drogas lícitas e ilícitas foi uma invenção desastrosa que beneficiou e beneficia determinados grupos… mas essa é uma discussão muito mais profunda.

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  • Usuário Growroom

Parabéns ao DAR pela entrevista! O Rodrigo é um grande cara, q com muita coragem encarou um tema polemico, e o levou pra telona com muita competência!

O conheci quando ele voltou da Europa, e na primeira conversa já pirei no projeto do doc! Ele trazia varias entrevistas fodas como com a Amanda, Cervantes, Marco Renda, Mike Trace, Polak (q não entrou no doc), Escohotado, David Nutt...

Então fui acompanhando de longe as entrevistas realizadas no Brasil, depois ele foi pros EUA entrevistou mais uma galera, e foi na Argentina entrevistar o Zaffaroni.

Então ele se internou um tempo pra montar o doc. E no inicio desse ano ele me chamou pra ver o "primeiro corte" do doc com quase 3 horas de entrevistas, sem arte, sem trilha.

E algum tempo depois tive a felicidade de ver o doc pronto, e posso dizer quer o resultado é excelente! Melhor filme sobre o assunto q já vi, deixa o grass o the union pra trás!

Depois de muito trabalho o Rodrigo vai contribuir muito pra mudança na questão das drogas no Brasil, quiçá do mundo!

Só faltou perguntar se ele tem algum projeto pós-doc... Hehehehehe

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  • Usuário Growroom

Realmente o Rodrigo merece uma medalha por esse doc. Vocês não vão acreditar como ficou FODA!!! :Pothead:

Agora, temos que divulgar!! Principalmente para os "caretas" e "formadores de opinião"! O DOC é uma puta ferramenta para ajudarmos a mudar essa sociedade... mas só uma ferramenta! Depende de nós para coloca-la em prática!

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  • Usuário Growroom

Parabéns ao Rodrigo. Sem dúvida o documentário é uma iniciativa louvável a nossa causa, faltava alguém como ele matar no peito e fazer uma produção independente.Só vi alguns trailers e já estou emocionado, já tenho até uma lista de pessoas para quem vou divulgá-lo.

Abraços a toda comunidade.

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  • Usuário Growroom

Ancioso demais pra ver esse filme. Se fosse por mim isso ai ia constar em livro de história. Praticamente todo mundo que não fuma tem a opinião maquilada, dou crédito a esse filme não só pelo assunto e como é tratado, mas pelo tanto de pessoas que ele vai esclarecer. Claro que não é uma globo da vida, que todo mundo vai ter acesso, dai entra a nossa parte (realmente como já foi citado). O brasil vem mudando aos poucos, estou até otimista, afinal de contas, se os fatos fossem expostos como realmente são, creio que haveria uma considerável inversão de opinião. Posso estar sendo esperançoso demais, já que o moralismo é realmente muito arraigado, mas a nova geração já não é mais a geração do "como droga pode ser uma coisa legal, se você nem pode contar pros seus pais". O assunto já foi abordado sem moralismos na tv aberta, o indice de jovens que já experimentaram é respeitável.

Respeito imensamente esse filme por não ser um documentário que trás informações que poucas pessoas sabem, como por exemplo monges no tibet, mas por trazer informações que muitas pessoas acham que sabem. Isso me parece mais emergencial para o desenvolvimento da sociedade.

Programas por exemplo como o fantástico, que trás informações encapsuladas, e pior ainda encaradas como verdade absoluta pela população, desenconraja a curiosidade da população justamente por eles acharem que já sabem. Qualquer coisa que quebre isso vai fazer as pessoas desconfiarem próxima vez que escutarem alguma potoca na tv.

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  • Usuário Growroom

Estaremos presentes e trabalhando pra levar esse doc pra mídia mainstream!

Tem que ir no JÔ, Serginho Groissman, multiplicar esse conhecimento, acabar com as mentiras que a legalização é "papo de maconheiro do Posto 9 para fumar sem ser preso".

òtimo trabalho do Rodrigo!

E parabéns a todos os envolvidos!

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Temos q ajudar a divulgar o documentário!

Temos que fazer bastante barulho pro Filme ir parar nas salas de cinema de todo o Brasil

Como foi com o Tropa de Elite, mas com uma repercussão agora favorável ao anti-proibicionismo.

Que abra os olhos de muita gente que nao quer ver o que é o certo.

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  • 3 weeks later...

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